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Dezembro
2021
Introdução
“É importante que o cirurgião dentista tenha consciência dos princípios que regem uma oclusão
normal e ideal em dentes naturais, e quando necessário utilizar esses critérios no restabelecimento
de uma oclusão tornando-a funcional e estável” (FONSECA, 2015).
O que é MIH?
MIH é a relação da mandíbula com a maxila quando os dentes estão em máximo contato
oclusal,independente da posição condilar.Diferente da RC, a MIH depende totalmente dos
contatos dentários e independe da posição do côndilo.
Maior número de contatos dentários como já foi comentado, que não depende da posição condilar,
temos uma percepção neurológica que é proporcionada pelos proprioceptores, então é assim que o
paciente sente que atingiu a sua MIH, além disso a MIH é mutável , muda ao longo da vida do
paciente, ela pode ser modificada por exemplo quando o dentista realiza alguma restauração
dentária, quando o paciente faz um tratamento ortodôntico ou uma prótese.
● Próteses unitárias
● Restaurações
Na grande maioria da população vamos encontrar uma não coincidência entre as posições de RC e
MIH, a posição de RC é diferente da posição de MIH devido a presença do contato prematuro,
sendo assim, no momento que o paciente desliza daquele contato prematuro e a mandíbula escorrega
para frente, temos a posição de MIH e os contatos dentários estabelecidos. Normalmente um ou dois
contatos dentários acontecem na posição de RC e caracterizam os contatos prematuros. Existe uma
função reflexa do sistema neuromuscular que evita contatos prematuros, orientando a mandíbula
para uma posição dentária (MIH) na qual o côndilo não está em posição coincidente com RC.
Entretanto, esse desvio se enquadra bem na capacidade fisiológica de adaptação da maioria das
pessoas (SHILLINGBURG, H. T et al., 2007).
É interessante ressaltar que apenas 10% da população apresentam coincidência entre a posição
condilar de RC e a posição de Máxima intercuspidação dentária, e assim, quando existe essa
coincidência teremos uma Oclusão em Relação Cêntrica (ORC) (PEGORARO, 2004;
SHILLIMBURG, H. T et al., 2007).
Máxima intercuspidação habitual em coroas unitárias
Máxima intercuspidação Habitual
Ao se planejar a reabilitação do paciente com coroas unitárias deve-se levar em conta a Máxima
intercuspidação habitual, ou seja, o maior número possível de contatos entre os dentes superiores e
inferiores, deve-se preservar essa condição, para tal, podemos empregar o uso do ajuste oclusal.
•A MIH pode mudar quando a morfologia dental ou a posição dos dentes é alterada através
de dentística restauradora, próteses ou ortodontia (MOHL et al15,1989
Estabilidade oclusal;
Quando procedimentos restauradores fixos menores são indicados (p. ex., uma coroa
unitária), é apropriado que a restauração seja confeccionada em harmonia com a condição oclusal
existente (Fig. 1). Consequentemente, a coroa é fabricada em MIH e colocada em harmonia com a
guia excêntrica existente. É difícil justificar a alteração completa de uma oclusão para uma
considerada mais favorável, quando o sistema mastigatório do paciente está funcionando sem
apresentar difi culdades. Entretanto, quando um paciente requer próteses fi xas extensas, a posição
mandibular ideal (RC) deve ser usada, independentemente da aparente tolerância do paciente à MIH
(Fig. 20-6). Duas considerações tornam isto apropriado: primeira, a MIH é completamente
determinada pelos contatos dentários. Durante a fase de preparação do procedimento, esses contatos
são eliminados, causando a perda da MIH original. Uma nova MIH pode ser estabelecida;
entretanto, não há evidência de que esta nova posição será igualmente tolerada pelo paciente.
Fig 1: O exame revela pouca necessidade de tratamento restaurador. O paciente não tem nenhum distúrbio funcional, a
oclusão dele está dentro da tolerância fisiológica. Em MIH não tinha interferências e tinha o máximo contato dos
dentes. Então, nesse caso mais simples, pode-se usar a MIH como referência, em harmonia com a oclusão existente. A
restauração de ouro fabricada para o primeiro molar inferior foi confeccionada para a posição de máxima
intercuspidação.
Fig 2: Nesse segundo caso, o paciente precisa de múltiplos procedimentos, ele apresenta: perda de estrutura dental,
restaurações deficientes, etc. Seria muito difícil usar a MIH como referência nesse caso por dois motivos principais: o
primeiro, a MIH é completamente determinada pelos contatos dentários. Durante o preparo das coroas, esses contatos
são eliminados, causando a perda da MIH original que ele estava acostumado. Uma nova MIH pode ser estabelecida;
porém, não é certo de que essa nova posição será igualmente tolerada pelo paciente. O exame revela a necessidade de
tratamento restaurador significativo. Ele deve ser realizado em uma posição articular ideal (relação cêntrica).
Se for uma coroa unitária, como é o tema do trabalho, verifica se não está alta, causando um contato
prematuro, verifica se o paciente está confortável e se não tem queixas sobre o procedimento.
“ O básico quando é bem feito faz uma grande diferença na vida do paciente.”
Referências Bibliográficas