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strang cap.

1 ao 5
Odontologia
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
38 pag.

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A TEXT-BOOK OF ORTHODONTIA

Capítulo 1

Os Princípios Básicos da Ortodontia

Ortodontia é a ciência que tem por objetivo a prevenção e a correção da maloclusão dos dentes e
desarmonia dento faciais associadas.
Na busca da obtenção de tal objetivo, esta especialidade se preocupa de forma vital com o fenômeno
do crescimento e desenvolvimento facial e com os fatores que mantêm a perfeita correlação entre as áreas de
mudanças constantes de atividade tecidual dentro das estruturas que, em conjunto, formam o órgão da
mastigação.
Conseqüentemente, um operador neste campo, objetivando ser inteligente com propósitos nas suas
administrações, deve ser embasado na ciência biológica numa ampla visão do seu significado. Com tal
conhecimento fundamental sob o seu comando, ele estará apto a compreender e apreciar a importância dos
agentes que regulam o desdobramento natural das diversas partes deste complicado órgão e mantêm em
eficiência funcional durante o longo período transicional através do qual este passa antes de obter a
maturidade. Ele também deve ser conhecedor dos padrões funcionais deste órgão. Finalmente, é necessário
que ele seja bem informado acerca dos princípios da física e da mecânica e também exibir um grau pouco
usual de habilidade na manipulação técnica dos mecanismos ortodônticos.
A ciência é definida como “uma declaração exata e sistemática de conhecimento acerca de
determinado assunto ou grupo de assuntos”. Portanto, toda parcela de ciência deve ser construída sobre ou
envolvida em princípios básicos comprovados que se tornam à verdadeira fundação para que se possa erguer
uma estrutura tal que aquele campo em particular requeira. Então, nenhuma especialidade pode ser
classificada como uma verdadeira Ciência verdadeira até que tais princípios básicos sejam estabelecidos.
Foi a visão aguçada de Edward H. Angle que reconheceu tal necessidade no estudo das más-posições
dentárias, se o tratamento destas condições iria algum dia se tornar um procedimento científico. Estudos
comparativos de anatomia dentária de crânios humanos de desenvolvimento normal, revelam claramente que
havia um plano de arrumação fixo e fundamental para as unidades funcionais da dentição, e o Dr. Angle
aceitou e apresentou este padrão da natureza como um guia e uma lei a partir da qual se julgaria as más
posições dentárias e seria um ideal a se conseguir na correção de tais deformidades. Este então se tornou o
princípio básico da ciência da ortodontia e foi conhecido como oclusão normal dos dentes. Dr. Angle, na
sétima edição de “Maloclusão dos Dentes”, define oclusão normal como a “relação normal dos planos
inclinados oclusais dos dentes quando os maxilares estão fechados”.
Muitos anos se passaram desde que esta teoria básica foi avançada e o conceito de oclusão normal
dos dentes expandiu de forma tremenda. É sabido que quando o crescimento e o desenvolvimento seguem de
forma desimpedida, este arranjo ideal dos chamados planos inclinados oclusais é acompanhado por um

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posicionamento definido das superfícies proximais dos dentes e que cada dente assume um ajuste vertical
específico sob o guia das forças mastigatórias normais e pressão muscular, o que é chamado de “inclinação
axial normal”. Além disso, foi demonstrado que há um arranjo normal das fibras periodontais, dos elementos
estruturais do processo alveolar, um crescimento apropriado dos ossos maxilares e partes óssea associadas;
que a passagem nasal ampla, com bom funcionamento e uma nasofaringe desobstruída; que os músculos que
movimentam a mandíbula e pressionam os dentes e tecidos associados, tanto internamente como
externamente, estão em um equilíbrio delicado com a sua interação funcional, e que toda a dentição e suas
partes correlatas estão em relação harmônica com o plano arquitetônico geral do indivíduo. Foi notado que o
ajuste entre toda estrutura é muito íntimo e extremamente delicado, de forma que, se um grupo de tecidos
varia do normal, não apenas este, mas todos os outros ficam desequilibrados e uma modificação correlata e
compensatória é eventualmente envolvida em todos. Nenhum ortodontista pode esperar praticar sua profissão
de forma inteligente e eficiente até que ele tenha se atido a esta visão como um todo e expandindo o seu real
significado. Este campo não é limitado de forma alguma, mas avança até tocar e influenciar todo o campo da
anatomia facial, assim como a do pescoço e do tórax. Sob o esclarecimento de tal visão, a definição original
do Dr. Angle de oclusão normal deve ser ampliado para incluir tudo o que a ortodontia agora descobriu como
a sua lei. Com esta idéia em mente, o autor apresenta a seguinte definição deste princípio básico.

DEFINIÇÃO DE OCLUSÃO NORMAL DOS DENTES


Oclusão normal dos dentes pode ser definida como um complexo estrutural constituído
fundamentalmente de dentes e ossos maxilares e caracterizado por uma relação normal da oclusão dos
chamados planos inclinados oclusais dos dentes, que estão individualmente e coletivamente localizados em
harmonia estrutural com seus ossos basais e com a anatomia craniana, exibindo corretos contatos proximais e
posicionamento axial e tendo associado com eles, crescimento, desenvolvimento, localização de todos os
tecidos e partes circunvizinhos normais.
Esta é, com certeza uma definição comprida, e se memorizada, de forma repetida no texto em: como
um papagaio; (“parrot fashion”), pode não ter significado para o estudante. Conseqüentemente, é prudente
analisar cuidadosamente as diversas partes do texto definitivo, de forma que o leitor possa compreender
totalmente a necessidade de descrição tão extensa e inclusiva. Fazendo isto, se tornará bem evidente que o
conceito de oclusão normal dos dentes não está limitado ao arranjo das unidades dentárias em um
alinhamento regular dos dois arcos, um maxilar e um mandibular, mas levam em consideração muitos outros
fatores importantes, alguns dos quais dizem respeito aos dentes e outros que se referem aos seus tecidos de
suporte e ação. Além disso, a correlação dos dentes e das estruturas cranianas é propositalmente enfatizada.
Uma Análise da Definição da Oclusão Normal dos Dentes – Primeiro – Oclusão Normal dos
dentes é um complexo estrutural. Isto infere que ela é formada de diversos elementos estruturais e que estes
podem ser enumerados como dentes; ligamento periodontal; osso, tanto alveolar quanto basal; e músculos,
que são de dois tipos, ambientais e ativadores.

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Segundo – Os chamados planos oclusais, que descendem das cúspides e dos bordos incisais dos
dentes maxilares e mandibulares, devem estar em correta associação entre si. O que este ajuste apropriado
deve ser, será cautelosamente descrito em outra parte do texto.
Terceiro- Os dentes individualmente e agrupados em forma de arco, devem estar em equilíbrio
arquitetônico com os ossos basais e estruturas cranianas.
Iremos aprender posteriormente que a posição da dentição é “Copiada”, da mesma forma que era no
momento que o indivíduo é concebido e, a menos que os diversos elementos estruturais da dentição tenham
contínua harmonia com esta posição pré- concebida a oclusão normal não pode ser considerada como obtida,
mesmo que a relação dos planos inclinados esteja correta. Em outras palavras, uma correta relação dos planos
inclinados não significa, por si só, oclusão normal. Há sempre a possibilidade que os dentes individualmente,
segmentados de uma dentição, um arco dentário completo, ou as porções basais de um ou ambos estejam
situados muito anteriormente ou posteriormente em relação às estruturas cranianas.
Quarto – Dentes rotacionados, os quais, com certeza, não podem manter contato com aqueles em
qualquer lado da área designada para este fim, e dentes que são anormalmente inclinados ou com posições
axiais impróprias , como agora denominamos, proíbem uma oclusão normal, e, portanto torna-se necessário
incluir tais condições na definição.
Quinto – O crescimento, desenvolvimento, localização no design arquitetônico normal, e a
correlação dos tecidos de suporte e circundantes são qualificações essenciais deste órgão mastigatório
eficiente.
Para que a oclusão normal possa ser estudada de forma compreensível, é essencial que o aluno saiba,
bem intimamente, o número, formas e características anatômicas tanto dos dentes decíduos quanto dos
permanentes; a forma geral e a relação normal dos dois arcos dentários; a anatomia e histologia das estruturas
que mantêm o dente em posição, tais como o ligamento periodontal, o processo alveolar e os ossos nos quais
eles são suportados; e a origem, a inserção, ação e o suprimento nervoso dos músculos associados com a
cavidade oral. Este conhecimento fundamental deve ser assimilável de forma trabalhada mais do que
decorada, ou será praticamente impossível para o estudante apreciar o real significado da grade da lei da
oclusão criada pela natureza e o papel que as estruturas circunvizinhas desempenham no estabelecimento e
manutenção da superfície de contato e posicionamento dentários normais. Além disso, quando más posições
dos dentes são consideradas, tal conhecimento é fundamental para uma inteligente exposição dos problemas
de etiologia, prognóstico, tratamento e contenção.
A este princípio básico da ortodontia, que irá aqui ser enumerado como princípio básico número 1,
podem ser adicionados os seguintes conceitos biológicos, que também estabelecem esta especialidade como
ciências.
2. A oclusão normal dos dentes é um caráter dominante hereditário, uma parte importante no plano
arquitetônico de cada indivíduo, estabelecida no mapa cromossômico da raça humana, e obtida como
resultado dos processos evolutivos trabalhando através de anos incontáveis.
3. As partes constituintes deste órgão da mastigação, isto é os dentes, ligamento periodontal, ossos e
músculos, são estruturas vivas e são submetidas nas suas reações celulares a leis biológicas.

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4. O crescimento e desenvolvimento da dentição humana ocorrem de forma definida e ordenada de
acordo com o plano arquitetônico pré- concebido, a menos que sejam prevenidos por fatores de influência
prejudicial.
5. A dentição é um importante órgão do corpo humano e exerce uma influência definida sobre o
bem-estar de todo o sistema. Em retorno, é dependente e está sob o controle de condições bem-estar de todo
o sistema durante os anos de crescimento e desenvolvimento, e quando completados, a sua saúde e bem estar
são fortemente influenciados por infecções e doenças locais e sistêmicas.
Estes cinco princípios básicos definitivamente estabelecem a ortodontia como uma especialidade
substancialmente dotada com um embasamento científico.

UMA DESCRIÇÃO DETALHADA DA OCLUSÃO NORMAL DOS DENTES


A Dentição Pemanente – Os trinta e dois dentes permanentes estão dispostos para formar dois arcos
graciosamente curvos, um dos quais está localizado sobre os dois maxilares e é chamado de arco maxilar
dental ou dentário; e outro posicionado na mandíbula e é chamado de arco dental mandibular. Os términos ou
base destes arcos terminam com o terceiros molares e os seus lados abertos em direção às fauces e faringe.
Cada dente, em tamanho e forma, foi designado para preencher uma posição definida em seu arco e quando
posicionado corretamente, irá cooperar com todos os outros em ambos os arcos para fornecer os melhores
resultados possíveis em função, suporte mútuo e beleza de aparência.(Fig. 1).
A forma do arco dentário varia em largura, comprimento e forma de contorno, mas estas
modificações são usualmente designadas para fornecer a melhor harmonia e equilíbrio aos componentes,
assim como a maior perfeição na atividade funcional.
Em muitas amostras de oclusão normal, é notado que a forma do arco e o tipo de crânio exibem uma
harmonia de forma definida. Em outras palavras, um crânio que é largo e curto antero - posteriormente, i.e.,
um crânio braquicefálico, também terá arcos dentários que são largos , levemente arredondados no seu
perímetro e posicionados logo abaixo da base craniana, enquanto o crânio estreito, mas longo ântero-
posteriormente, i.e, e o tipo craniano dolicocefálico, apresenta arcos dentários longos, estreitos e
proeminentes, prognatas. (Fig. 2,3,4, e 5).
Por outro lado, de acordo com as deduções do Dr. Spencer Atikinson de Pasadena, Califórnia, que
possui uma das maiores coleções de crânios possuidores de oclusão normal dos dentes, esta não é uma regra
fixa, mas uma variação entre o tipo craniano e a forma do arco dentário é tida como tão prevalente quanto à
harmonia supracitada.
Fig. 1 – oclusão normal em um crânio “Aztee”
Fig. 2 – um grupo de crânios exibindo harmonia entre as linhas arquitetônicas e a posição da dentição e o
crânio
Fig. 3 e 4 – variações na posição da dentição em relação ao crânio devido ao tipo racial.
Fig. 5 – ilustração da harmonia da forma do contorno da dentição e o crânio.

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Quanto mais as estruturas corporais são estudadas, mais evidente se torna o fato de que a variação na
forma e na correlação das partes certamente existe em maior ou menor grau. A variação nos produtos
construída pela natureza é, aparentemente, uma das regras mais invariáveis na existência.
O arco dentário maxilar é o maior dos dois, em decorrência dos seus incisivos e caninos mais largos,
e usualmente superpõe o mandibular, mas em grau variáveis em diferentes bocas (Figs. 6 e 7), dependendo de
características raciais e pessoais, do padrão de dentes e do comprimento das cúspides. Nos Esquimós, por
exemplo, usualmente não há sobremordida na área dos incisivos, estes dentes ocluindo nas bordas incisais.
Por outro lado, a Tribo Fan da Austrália é citada como possuidora de uma sobremordida normal
excessivamente profunda.
Fig. 6 – oclusão normal com leve sobremordida na região de incisivos. Também praticamente não há curva de
Spee.
Os dentes Caninos, pré-molares e molares não se encontram num contato topo a topo, mas são
ordenados uns entre os outros, aproximando então superfícies amplas que vertem do conjunto de diversas
cúspides, ao invés de meros pontos, como os fornecidos pelas pontas de cúspide. Este ajuste melhora a
eficiência da função mastigatória enormemente e também oferece muitas outras importantes vantagens
mecânicas, como observaremos posteriormente. Devido ao fato que os molares inferiores são maiores ântero-
posteriormente que os superiores, as bases de ambos os arcos terminam no mesmo plano vertical. Isto é
proposital, pois as bases dos dois arcos são apoiadas por fortes tecidos musculares que, quando se contraem,
exercem uma pressão anterior sobre eles. Consequentemente se um arco se projeta mais distalmente que
outro, se tornará o receptor da maior parte da força muscular e poderá eventualmente ser levado
anteriormente ao nível da base do outro arco. O que irá transformar a sua relação cuspídea com as unidades
dentárias antagonista. Mas, terminando em um mesmo plano, como notamos que os arcos fazem, a pressão é
equalizada e a estabilidade é assegurada.
A curva de Spee. – Além da curvatura do arco no plano horizontal, há uma segunda curva na direção
vertical ocasionada por uma depressão gengivaldos pré-molares inferiores e um retorno em direção a altura
vertical incisal pelos molares. De uma maneira harmoniosa, o arco maxilar desce oclusalmente nas áreas
correspondentes para adaptar-se a esta modificação. Esta curva é conhecida como curva de Spee (Fig. 7), e
está presente para permitir uma função mastigatória apropriada. Seus objetivos são:
1. Estabelecer uma correta quantidade de sobremordida no segmento anterior da arcada.
2. Ao estabelecer esta sobremordida nas áreas de caninos e incisivos, quando os dentes estiverem
ocluídos ela proporciona automaticamente uma força de cisalhamento (poder de corte) aos dentes
anteriores;
3. Determinar uma separação mais uniforme e paralela dos planos oclusais maxilar e mandíbular
quando a mandíbula gira para baixo e quando ela é novamente elevada para recuperar os contatos
ocluais na mastigação;
4. Permitir a manutenção das superfícies de contato oclusal uniforme quando a mandíbula é movida
ligeiramente para frente.
Fig. 7 – oclusão normal com sobremordida marcada e curva de Spee bem formada

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Estudo Anatômico do contato e aproximação da superfície dentária na oclusão. – A Iinter-
relação de Incisivos e Caninos Maxilares e Mandibulares. – Na oclusão normal dos dentes, a vertente
vestibular da superfície oclusal de cada incisivo central mandibular e a metade mesial da área correspondente
de cada incisivo lateral está em contato com a porção oclusal da superfície lingual da face incisa dos incisivos
centrais superiores do mesmo lado, em uma posição que varia de acordo com a quantidade de sobremordida
(Fig. 8).
A vertente vestibular da metade distal da face incisal de cada incisivo lateral inferior toca a porção
mesial da superfície lingual da face incisal do incisivo lateral superior correspondente (do mesmo lado),
próximo ao seu bordo incisal.
Fig. 8 – vista anterior de um crânio com oclusão normal.
A vertente vestibular da porção mesial da borda do canino inferior encontra a porção distal da
superfície lingual do bordo oclusal do incisivo lateral superior do mesmo lado, enquanto a aresta da vertente
vestibular da borda incisal distal do canino mandibular encontra-se com a inclinação lingual da borda incisal
mesial e com a porção da inclinação mesial da superfície lingual do canino maxilar correspondente.
A borda lingual do canino maxilar fica entre o canino mandibular e a cúspide vestibular do primeiro
pré-molar inferior, enquanto que a vertente lingual da borda incisal distal e a superfície distal da vertente
lingual do canino maxilar encontra a vertente mesial cortante e a vertente vestibular que vem da cúspide
vestibular do primeiro pré-molar inferior.
A Inter-relação das Superfícies Oclusais dos Pré-molares e Molares. – O estudo da anatomia oclusal
dos pré-molares e molares mostram que estes são constituídos por elevações chamadas de cúspides. Da ponta
das cúspides descem superfícies inclinadas, assim como as paredes de um cone que partem do seu ápice. Esta
superfície inclinada, entretanto não é uniforme, mas sim marcada por quatro arestas que apresentam
diferentes elevações e inclinações, podendo estar situadas para mesial, distal, vestibular ou lingual,ou central.
As arestas cortantes mesiais e distais contornam as bordas laterais de cada superfície oclusal e as arestas
triangulares se direcionam diretamente para o centro da superfície oclusal. Existem mais três arestas, a
margem mesial ou distal, que formam a borda mesial ou distal da superfície oclusal dos pré-molares e
molares e as arestas oblíquas que são encontradas somente nos molares maxilares cruzando a superfície
oclusal da cúspide mésio-lingual para a cúspide disto-vestibular. A superfície oclusal de pré-molares e
molares é também marcada por muitos sulcos e depressões, que irradiam das fossas centrais destes dentes.
Na posição de descanso da mandíbula (quando as arcadas estão em contato), a ponta da cúspide
lingual do primeiro pré-molar maxilar oclui na fossa distal do primeiro pré-molar mandibular. A ponta da
cúspide lingual do segundo pré-molar fica na fossa distal do segundo pré-molar inferior.
A ponta da cúspide mésio-lingual do primeiro molar maxilar oclui na fossa central do primeiro molar
mandibular, enquanto que a ponta da cúspide disto-lingual do primeiro molar maxilar oclui no espaço entre a
crista marginal distal do primeiro molar inferior e a crista marginal mesial do segundo molar inferior.
A ponta da cúspide mésio-lingual do segundo molar maxilar oclui na fossa central do segundo molar
mandibular. Se a cúspide disto-lingual do segundo molar maxilar for bem desenvolvida, a ponta da cúspide

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irá ocluir entre a crista marginal distal do segundo molar mandibular e a crista marginal mesial do terceiro
molar inferior.
A oclusão da cúspide lingual do terceiro molar maxilar, quando apresentar forma e contornos
normais, corresponde à oclusão do segundo molar maxilar.
A ponta da cúspide vestibular do primeiro pré-molar mandibular oclui entre a crista marginal distal
da superfície lingual dos caninos maxilares e crista marginal mesial do primeiro pré-molar maxilar. A ponta
da cúspide vestibular do segundo pré-molar mandibular oclui no espaço entre a crista marginal distal do
primeiro pré-molar maxilar e a crista marginal mesial do segundo pré-molar maxilar.
A ponta da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar mandibular oclui entre a aresta marginal
distal do segundo pré-molar maxilar e a aresta marginal mesial do primeiro molar maxilar, enquanto que a
cúspide disto-vestibular do primeiro molar mandibular oclui na fossa central do primeiro molar maxilar. A
ponta da cúspide distal do primeiro molar mandibular está localizada na fossa distal do primeiro molar
maxilar.
A ponta da cúspide mésio-vestibular do segundo molar inferior se encontra no espaço entrea crista
marginal distal do primeiro molar superior e a crista marginal mesial do segundo molar superior. A ponta da
cúspide disto-vestibular do segundo molar inferior oclui na fossa central do segundo molar superior.
O arranjo das pontas das cúspides vestibulares do terceiro molar mandibular, quando apresentarem
contorno e formas típicos, corresponde à oclusão do segundo molar mandibular.
As arestas triangulares das cúspides vestibular e lingual dos pré-molares e molares maxilares,
ocluem entre dois dentes mandibulares ou em algum sulco vestibular dos molares mandibulares. As
vertentes mesiais e distais das arestas triangulares vestibulares e linguais das cúspides dos pré-molares e
molares maxilares aproximam-se das vertentes vestibulares e linguais que se elevam das arestas cortantes
mesiais e distais da cúspide vestibular dos pré-molares e molares mandibulares.
As arestas triangulares das cúspides vestibulares dos pré-molares e molares mandibulares ocluem
entre as cúspides linguais dos molares maxilares antagonistas ou em um sulco triangular de um dos molares
maxilares. As superfícies inclinadas mesiais e distais que se elevem da aresta triangular vestibular
aproximando-se da inclinação vestibular que descende da aresta cortante mesial e distal da cúspide lingual
dos pré-molares e molares maxilares.
As arestas triangulares da cúspide lingual dos pré-molares e molares mandibulares ocluem de forma
oposta mas não íntima no espaço lingual e no sulco lingual dos dentes maxilares, enquanto que a vertentes
que surgem destas arestas triangulares do ápice das cúspides linguais não apresentam antagonistas.
As cristas marginais de pré-molares e molares maxilares entram em contato com as arestas cortantes
das cúspides vestibulares dos pré-molares e molares mandibulares enquanto que as cristas marginais de
molares e pré-molares inferiores estão em oclusão oposta com as arestas cortantes das cúspides linguais dos
pré-molares e molares maxilares.
Porções das superfícies inclinadas das arestas oblíquas dos molares maxilares estão aproximadas
oclusalmente com as superfícies inclinadas, que surgem das arestas triangulares das cúspides disto-
vestibulares dos molares mandibulares e das arestas cortantes das cúspides. A aresta oblíqua de cada primeiro

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molar maxilar também está em contato com a aresta lingual da pequena cúspide distal de cada primeiro molar
mandibular.
A Relação Proximal das Unidades no Arco. – Existe uma área de contato definida na superfície
mesial e distal de cada dente. Esta se apresenta aproximadamente na junção do terço oclusal com os dois
terços gengivais nos incisivos centrais, laterais e caninos maxilares e próximo à aresta marginal nos pré-
molares e molares. Nos incisivos mandibulares, localiza-se na borda incisal.
No sentido vestíbulo-lingual, está localizado no centro dos incisivos e caninos, mas nos pré-molares
e molares, apresenta-se próxima à vestibular. A giroversão dos dentes, consequentemente, não somente
impede o correto contato da superfície oclusal, mas também aproxima as superfícies que não foram feitas
para entrarem em contato e sustentarem uma às outras. Consequentemente, ocorre uma instabilidade na forma
dos arcos assim como, do ponto de vista higiênico, na integridade da superfície oclusal.
O Conceito de Plano Inclinado da Oclusão Normal dos Dentes. A superfície de contato dos
dentes na oclusão normal, quando estudada sob o ponto de vista anatômico, é um problema complexo e
complicado e não esta particularmente adaptada para a aplicação da análise dos casos com o propósito de
classificar e tratar as maloclusões. Angle observou esta situação há muitos anos atrás e introduziu o termo
plano inclinado das superfícies dentais e cúspides. Ele considerou que cada cúspide apresentava quatro planos
inclinados e os nomeou de acordo com a direção que estes teoricamente se inclinavam para mesial, distal,
vestibular e lingual. Os incisivos apresentavam dois planos inclinados, labial e lingual. Esta idéia, com
certeza, foi um conceito puramente mecânico do contato das superfícies oclusais para proporcionar ao
estudante melhor compreensão do arranjo geral das unidades dentais no arco e a interelação das superfícies de
contato proximais para que ele possa detectar rapidamente os desvios mais grosseiros da oclusão que levam
ao diagnóstico das maloclusões e atuam como guia na análise do caso com o propósito de classificação e
tratamento. Este conceito das superfícies dentais em forma de planos inclinados esta aberto às críticas por ser
um termo sem bases científicas anatômicas ou antropológicas. Neste momento, para objetivos didáticos é um
conceito muito claro e permite a visualização das relações superficiais dentais, proporcionando uma
visualização mental bem clara da oclusão normal.
É razoavelmente fácil de fixar mentalmente tais relações anatômicas, secundariamente ao domínio
da interpretação dos planos inclinados da oclusão normal dos dentes. A oclusão normal dos dentes deveria,
inquestionavelmente, ser conhecida pelo ortodontista nos termos das várias marcas anatômicas sobre a
superfície dental. Esta é uma terminologia mais científica e é a visualização biológica da aproximação da
superfície dental. Por motivos didáticos, entretanto, a interpretação dos contatos dentais na forma de plano
inclinado dificilmente pode ser aperfeiçoada. Consequentemente, para promover a descrição da oclusão
normal dos dentes, o autor utiliza o termo “plano inclinado”, quando for considerado o arranjo da oclusão das
superfícies.
Entretanto, parece ser inteligente enfatizar mais uma vez que as superfícies inclinadas desse conceito
mecânico de plano inclinado, não atua somente numa direção. O aluno deve sempre ter em mente que a
presença de quatro arestas descendendo aproximadamente nas suas áreas centrais resulta na subdivisão desse
primeiro plano em dois planos anatômicos, cuja direção de inclinação das superfícies é mais ou menos no

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ângulo exato daquele plano inclinado mecânico. Por exemplo, no plano inclinado mesial (visão mecânica)
das cúspides vestibular e lingual dos pré-molares e molares, há a aresta cortante mesial que descende da ponta
da cúspide para juntar-se à crista marginal mesial. As superfícies inclinadas dessa aresta cortante estão
direcionadas vestibular e lingualmente.
Por sua vez, os planos inclinados distais concebidos mecanicamente são igualmente divididos pelas
arestas cortantes distais, enquanto que as inclinações mecânicas linguais e vestibulares são subdivididas pela
aresta anatômica lingual, vestibular e triangular.
Assim, a direção correta das pressões realizadas pelo conceito mecânico dos planos inclinados é
triplicado, estando sempre de modo idêntico mesial e distal e também vestibular e lingual, da mesma forma
vestibular ou lingual e também mesial e distal. A figura 9 ilustra isso. A partir disso, o estudante pode notar
que o conceito mecânico mesial do plano inclinado, “A”, tem uma pressão mesial e também lingual e
vestibular, enquanto que o conceito mecânico lingual do plano inclinado “E” e “D”, tem uma pressão lingual,
mesial e distal. Da mesma forma, são as forças disseminadas dos planos inclinados distais, “B”, e dos planos
inclinados vestibulares, “F” e “C”.
Sem dúvida, esta é uma provisão da natureza, onde os dentes estarão constantemente sobre pressões
vestibular, lingual, mesial e distal, independentemente dos movimentos mandibulares. Em outras palavras, o
abaixamento da mandíbula não deve ser jogado de um lado para o outro para produzir uma força vestibular e
lingual nas coroas dos dentes. Isto pode resultar somente dos movimentos antero-posteriores da mandíbula.
Do mesmo modo a influência mesial e distal é realizado na coroa dos dentes quando a mandíbula movimenta-
se lateralmente. Consequentemente, na mastigação ordenada, a pressão nos dentes em todas as direções é
mantida por um equilíbrio apesar do movimento mandibular está confinado mais a um tipo de ação de
charneira que de outros tipos.
O estudante, com certeza, agora compreende a partir dos estudos precedentes das relações
anatômicas das marcas dos dentes que estes vários conceitos mecânicos de planos inclinados não estão em
contato ativo em suas superfícies em geral, quando os maxilares estão fechados. De fato, a minoria das
marcas das superfícies oclusais dos dentes estão realmente tocando umas nas outras quando as unidades
dentais mandibulares estão elevadas para encontrar seus antagonistas maxilares. Ele também sabe que estas
superfícies não apresentam uma forma simples, mais são duplamente inclinadas e marcadas por arestas e
sulcos. Consequentemente, os conceitos das relações de plano inclinado mecânico das superfícies oclusais
nos dentes devem seguir as seguintes condições, que se as superfícies inclinadas do lado da cúspide são
visualizadas como simples planos inclinados e se estes forem estendidos mentalmente à importância
necessária para estabilizar contato com a superfície similar modificada do dente oposto, então eles irão ocluir,
uma mesial com a distal e uma vestibular com uma lingual, de maneira definitiva e positiva que esta
subsequentemente tabulada no texto.
A relação do primeiro molar maxilar com o primeiro molar mandibular pode ser conhecida como a
chave do ajuste deste plano, ou “chave de oclusão” (Angle). A posição normal requer que a cúspide mesio-
vestibular do primeiro molar superior oclua entre a cúspide mesio-vestibular e disto-vestibular do primeiro
molar mandibular. Isto significa que a aresta mesial da cúspide mesio-vestibular do primeiro molar maxilar

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oclui com a aresta distal da cúspide mesio-vestibular do primeiro molar mandibular e a aresta distal da
cúspide mesiovestibular do primeiro molar maxilar oclui com a aresta mesial da cúspide disto-vestibular do
primeiro molar mandibular.
Devido ao fato de que o sulco vestibular na superfície vestibular do primeiro molar inferior encontra-
se entre as cúspides mésio-vestibular e disto-vestibular deste molar é costume dizer que, na oclusão normal a
cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior oclui neste sulco. O Dr. Arnold B. Stoller de Seattle,
Washington, em um documento intitulado “A posição normal do primeiro molar superior” e publicado no
American Journal of Orthodontics, Abril de 1954, chama a atenção para o fato de que esta cúspide mésio-
vestibular está com bastante frequência posicionada ligeiramente na distal deste sulco vestibular. É muito
importante perceber isso a partir do ponto de vista do tratamento. Se é para obter a oclusão adequada dos pré-
molares, é necessário localizar a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior distalmente ao sulco
vestibular do primeiro molar inferior, em muitos casos.
Ele também afirma que o primeiro molar superior, normalmente, apresenta uma inclinação mesial
distinta. Isso é proposital, uma vez que permite que a cúspide disto-vestibular deste molar exerça um forte
bloqueio e uma força estabilizadora no seu ajuste oclusal entre a cúspide disto-vestibular do primeiro molar
inferior e a cúspide mesio-vestibular do segundo molar inferior.

AS CHAVES PARA A OCLUSÃO


Os primeiros molares são designados como “chaves para a oclusão” por muitos motivos importantes:
1 – São os primeiros dentes permanentes a serem formados e erupcionarem;
2 – São os dentes permanentes mais largos;
3 – Aparecem na cavidade oral sem estarem aparados pela presença das raízes de dentes decíduos
antecedentes;
4 – São guiados à posição correta pela base dos arcos decíduos;
5 – E porque o conceito do Dr. Angle de que o primeiro molar permanente superior é um notável marco
estável na anatomia crânio-facial, tem agora sido verificado através de achados de pesquisas do Departamento
de graduação Ortodôntica da Universidade de Illinóis.
Dos primeiros molares, Dr. Angle considerou que os superiores eram mais adequados para serem
exatos na posição do que os inferiores porque eles erupcionam a partir de um osso que é fixo em sua relação
com a anatomia craniana. Todavia, ele também imaginou que, enquanto estes dentes são guias extremamente
valiosos para peculiarizar a posição do arco em relação aos planos arquiteturiais do crânio, eles também
podem inclinar mesialmente, vestibularmente, lingualmente ou distalmente por pressão ambiental anormal.
Dessa forma, eles não são de jeito nenhum, infalíveis para esse propósito. Felizmente, todavia, se ocorrer
dessa maneira uma mudança de posição desses molares, ela usualmente pode ser detectada pela presença de
uma relação axial normal das coroas com as raízes ou através de um estudo cuidadoso da inclinação axial de
todos os outros dentes, alguns dos quais são ressaltados por apresentar perversões quando um molar foi
forçado mesialmente da sua posição normal.

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O antigo Dr. Milo Hellman, no artigo publicado no Dental Cosmo, Abril, 1920, também chamou a
atenção para a importância da cúspide mesio-lingual do primeiro molar superior na manutenção e designação
de uma relação normal entre os arcos dentários maxilares e mandibulares (fig. 10). Seu valor encontra-se no
fato de que ela é a mais larga das cúspides e é rodeada, por qualquer lado, quando em oclusão, por uma
cúspide molar inferior, o que faz com ele resista a mudança de posição até o último estágio, e usualmente é
encontrado que o primeiro molar superior irá girar através de sua cúspide mesio-lingual, ao invés de mover-se
uniformemente fora da relação com o primeiro molar inferior, quando forças anormais de pressão ambientais
são exercidas sobre ele. Por isso a relação desse marco poderia sempre ser observada em análise de condições
oclusais. Na verdade cada cúspide e plano inclinado deve ser considerado quando estiver sendo estudado o
contato oclusal de qualquer caso sobre análise.
Depois, em relação ao molar como chave para um plano inclinado de contato normal, está a oclusão
dos caninos superiores. A coroa do canino superior deveria posicionar-se entre e labialmente ao canino
inferior e primeiro pré-molar inferior. Então, a vertente mesial da cúspide do canino superior irá harmonizar
em posição coma vertente distal da cúspide do canino inferior; enquanto a vertente distal da cúspide do
canino superior opôem-se a vertente mesial da cúspide vestibular do primeiro pré-molar inferior. Tendo
fixado na memória a relação dos planos inclinados dos primeiros molares superiores e inferiores e a dos
caninos superiores com os caninos e primeiro molares inferiores, o aluno poderia agora aprender a relação
normal dos planos inclinados de cada cúspide individual de todos os dentes, tanto no lado vestibular quanto
no lingual dos arcos, com tão positiva eficácia que ele pode trazê-los à memória acurada e instantaneamente.
Por conveniência do estudo, esse arranjo de planos inclinados está tabulado nas tabelas 1 e 2.
A Oclusão da Cúspide Distal do Primeiro Molar Inferior - Nessa discussão da oclusão da cúspide,
percebe-se que o primeiro molar inferior é tratado como se ele fosse um dente de quatro cúspides. Nada é dito
sobre a oclusão da quinta cúspide – a cúspide distal – que é localizada no lado vestibular. Isso será agora
considerado.
Quando os primeiros molares superiores e inferiores estão em oclusão normal, essa quinta cúspide
encontra-se, como ela é, muito mais lingualmente que as cúspides mésio-vestibular e disto-vestibular e
também muito mais distal na superfície vestibular, penetrando na porção distal do dente e está em contato
com a superfície mesial do segundo molar inferior, tanto é, que esta cúspide distal realmente aparenta ser uma
porção da crista marginal distal e ela oclui, através do seu plano inclinado vestibular, com a ponta triangular
da aresta lingual da cúspide disto-vestibular do primeiro molar superior. Sua vertente lingual oclui com a
porção distal da vertente vestibular da cúspide mesio-lingual do 1º MS, com sua aresta obliqua com a vertente
vestibular da cúspide disto-lingual do 1ºMS. Sua vertente mesial também não tem oclusão ou oclui com a
aresta obliqua do 1ºMS, enquanto sua vertente distal pode ocluir com a porção mesial da vertente vestibular
da cúspide disto-lingual do 1º MS ou ela pode não ter oclusão. Sua ponta situa-se na fossa distal do 1º MS.
A Relação Vestíbulo-lingual dos Dentes Superiores e Inferiores – A relação vestibulo-lingual dos
dentes também é definitiva na oclusão Normal (fig.11).

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Fig. 11 – inclinação axial normal dos molares superiores e inferiores. Perceba, também, que as superfícies
vestibulares dos molares superiores e inferiores situam-se no mesmo plano vertical. Isso também ilustra a
relação vestíbulo-lingual das cúspides dos molares.
Os planos inclinados vestibulares dos IS e os planos inclinados linguais do II não apresentam
oclusão.
As arestas vestibulares das cúspides vestibulares dos PMS e MS e as arestas linguais das cúspides
linguais do PMI e MI também não apresentam oclusão.
Os planos inclinados linguais das cúspides vestibulares dos PMS e MS ocluem com os planos
inclinados vestibulares das cúspides vestibulares dos PMI e MI.
Os planos inclinados vestibulares das cúspides linguais dos PMS e MS ocluem com os planos
inclinados linguais das cúspides vestibulares dos PMI e MI.
Os planos inclinados linguais das cúspides linguais dos PMS e MS, ocluem com os planos inclinados
vestibulares das cúspides linguais dos PMI e MI.
As cúspides mésio-linguais de todos os MS encaixam na fossa central dos MI correspondentes.

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Capítulo 2

Oclusão Normal dos Dentes

INCLINAÇÃO AXIAL DOS DENTES NA OCLUSÃO NORMAL.


Cada vez mais o ortodontista experiente está impressionado pela necessidade de conhecer as
posições axiais corretas que os dentes deveriam assumir na oclusão normal. Por inclinação axial nós nos
referimos ao grau de inclinação, no plano vertical, que é manifestado por um dente. Por isso, nós falamos de
um dente inclinado labialmente quando sua coroa está localizada labialmente ao plano vertical no qual a
porção apical da raiz está posicionada. Então nós podemos ter dentes labialmente, vestibularmente,
lingualmente, mesialmente e distalmente inclinados.
Fig. 12 – esse crânio, com dentes em oclusão normal, exibe uma inclinação labial acentuada nos incisivos e
inclinação mesial dos caninos (Broomel).
A princípio poderia ser dito que a raiz de nenhum dente está direcionada num verdadeiro plano
vertical, mas que existe um grau de inclinação normal variando dentro de limites razoáveis, que cada dente
poderia e deveria assumir a fim de estar harmônico com o desenho e função principal da dentição, assim
como com as linhas arquiteturais do crânio. Numa dentição que seja longa, estreita e de alguma forma
prognata, uma inclinação labial dos incisivos é totalmente marcada e a inclinação axial mesial dos caninos é
aumentada correspondentemente. Por outro lado, num arco dentário amplo os incisivos e caninos estão
completamente verticais (Figs. 12 e 13). Os incisivos centrais superiores também têm uma suave inclinação
levemente mesial, enquanto os laterais superiores estão, com freqüência, marcadamente inclinados para
mesial. Normalmente, os caninos estão discretamente inclinados labialmente ou bucalmente, o grau de cada
inclinação varia. A não ser que a arcada seja de um tipo de prognatismo leve, deveria existir então pequena
inclinação mesial das coroas dos caninos. Um conhecimento da posição axial normal dos caninos torna-se de
grande importância na análise da relação dente/arcada com a anatomia craniana. Desse modo torna-se
possível julgar se a inibição do crescimento, displasia estrutural, pressão muscular ou outras influências
ambientais levaram as coroas dos molares, pré-molares, caninos e até dos incisivos a se localizarem ou
moverem mesialmente e labialmente do normal. As porções apicais das raízes dos caninos superiores e
inferiores são marcos bem estáveis na anatomia dentária. Isso também ocorre porque eles se localizam em
osso completamente denso, livre da influência da pressão muscular e são formados, comparativamente, tarde
na evolução dentária. Por isso, eles estão aptos a manterem suas relações normais com a anatomia craniana
geral melhor do que qualquer outra coroa ou raiz dentária nos arcos dentários. Assim, como a raiz do canino
é de tal forma usada para produzir um marco na superfície anatômica dos ossos maxilar, isto é, a eminência
canina, seu ângulo de inclinação pode ser assegurado corretamente, permitindo que a posição do ápice da raiz

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desse dente seja cautelosamente localizada, mesmo em modelos de gesso. Se o ortodontista encontrar uma
inclinação axial mesial decidida desse dente num arco que não deveria ser prognata de acordo com o tipo
craniano, ele pode ter certeza absoluta de que houve uma migração mesial dos lados (regiões molar, pré-
molar e canino) dessa arcada e por isso que a oclusão não é normal, apesar dos planos inclinados oporem-se
corretamente. Esse fator é extremamente importante quando vimos a considerar a classificação e tratamento
das maloclusões.
Fig. 13 – Oclusão normal com pequena inclinação labial dos incisivos ou inclinação mesial dos caninos
(Peeso)
Os PM e M superiores apresentam graus de inclinação bucal e quando suas posições são analisadas
em relação à linha de pressão oclusal, como é feito no capítulo 5, será notada que existe sempre, normalmente
uma tendência de inclinação axial para mesial, ainda que em alguns casos isso não possa ser clinicamente
detectado. A inclinação mesial das coroas dos molares e pré-molares aumenta quando o tipo de arcada
prognata se desenvolve de tal forma que nos arcos dentários dessa classe isso é absolutamente aparente, até
mesmo para um observador casual.
Quando a curva de Spee é acentuada ela pareceria como se os molares superiores, especialmente os
segundo molares e os terceiros, tivessem desenvolvido uma inclinação axial distal. Se, contudo, alguém
analisar cuidadosamente as linhas de estresse funcional e notar o ajuste desses molares para se ajustar a essas
linhas, verá que mesmo assim a relação da coroa do molar com a raiz existe para lhe dar o efeito de uma
inclinação axial mesial, e reconhecerá isso como inevitável porque é uma condição determinada pelas leis da
mecânica dentária. Se a curva de spee é tão extensa que remove toda inclinação axial mesial dos molares
superiores, então a oclusão não é normal na espécie sob estudo.
Os incisivos mandibulares podem estar levemente inclinados labialmente, praticamente verticais, ou
estar lingualmente inclinados num grau moderado. A análise de perfil radiográfico irá mostrá-los ajustado
com seu longo eixo numa angulação de 90 graus, ou com uma variação de + ou – 5 graus. Suas coroas
apresentam pouca ou nenhuma inclinação mesial. Os caninos inferiores estão suavemente inclinados
labialmente ou bucalmente e mostram uma inclinação mesial bem pequena, exceto nos tipos prognatas.
Os pré-molares inferiores estão totalmente verticais no seu aspecto ântero-posterior, mas apresentam
alguma inclinação lingual, os segundos num grau maior do que os primeiros. Os Molares inferiores
apresentam uma inclinação lingual que é usualmente bem marcada especialmente nos dois posteriores. A
inclinação bucal dos molares superiores e pré-molares e a inclinação axial lingual dos dentes inferiores
posteriores, permite contato de cúspide nos dois lados da arcada quando a mandíbula é deslocada lateralmente
pela ação do músculo peterigóideo lateral. A variação na altura das cúspides vestibulares e linguais dos
molares e pré-molares também torna possível esse contato bilateral das cúspides durante um movimento
mandibular lateral. Proporcionalmente à profundidade da curva de Spee os molares inferiores irão exibir uma
inclinação mesial de suas coroas..
A inclinação axial dos dentes é determinada e mantida em grande parte pela força que pode ser
chamada de pressão axial.

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Pressão axial é definida como a força funcional que é exercida sobre cada dente no plano vertical.
Isso, permitindo que condições de força balanceada ocorram, é o melhor fator no envolvimento e fixação da
posição axial de cada unidade dentária.
O posicionamento axial também é afetado pela força funcional que emana a partir do conjunto de
planos inclinados, tanto quanto à partir da pressão muscular e da pressão de dentes vizinhos. A última
influência é particularmente antes e durante o processo de erupção dentária. A pressão muscular também
influencia antes e durante a erupção dentária.

FORMA de contorno dos segmentos do arco na oclusão normal dos dentes.


Na descrição da forma de contorno dos arcos dentais, o autor escolheu localizá-la como uma linha
imaginária no terço médio da superfície labial ou bucal de cada dente porque essa é a posição em que o arco
de fio usado no tratamento ortodôntico é frequentemente ajustado.
Fig. 14 – Forma de contorno normal da dentadura maxilar ( fotografia de uma dentadura não tratada)
Secção Anterior do Arco Maxilar – a secção anterior do arco maxilar é harmônico com os
segmentos de um círculo, onde o raio do mesmo é a largura combinada dos dentes incisivo central, lateral e
canino da dentadura em consideração. Porém, os incisivos centrais são mais proeminentes labialmente e se
estendem mais oclusalmente prque são mais grossos, largos e longos do que os laterais( fig.8). A superfície
labial de cada incisivo lateral está localizada em um plano que está em relação lingual com o plano que a
superfície labial do incisivo central se harmoniza, porque os incisivos laterais não são tão grossos, na sua
dimensão lábio-lingual, como os incisivos centrais. Eles são , também, consideravelmente menores e
estreitos. Seus ângulos disto-incisais inclinam-se em direção aos caninos com curvas graciosas e agradáveis.
Os caninos são excessivamente proeminentes, e dão à forma de contorno do arco ângulos ligeiramente agudos
à medida que se curvam nas suas cristas labiais para continuar distalmente junto aos pré-molares, depois de
uma curta curva lingualmente, junto à parte posterior da superfície labial de cada canino. Os caninos são,
também, mais longos oclusalmente do que os centrais, o que proporciona uma linha oclusal da maneira mais
harmoniosa, dando a esses largos dentes a proeminência que os requisitos artísticos demandam nessas áreas
onde os planos anterior e bucal do arco convergem e se encontram ( fig. 14).
Secção Bucal do Arco Maxilar – A superfície vestibular de cada primeiro pré-molar está localizada
ligeiramente bucalmente à superfície labial dos caninos, e a superfície bucal dos segundos pré-molares e a
metade mesial do primeiro molar estão situadas progressivamente mais bucalmente. A crista bucal no lobo
mésio-bucal do primeiro molar salienta-se (sobressai) tão bucalmente que dá à forma do arco um distinto
offset bucalmente quando passa da área do segundo pré-molar para a área do primeiro molar (fig.14). A
cúspide mésio-bucal do segundo molar também é proeminente bucalmente, e um segundo offset na forma do
arco é dito existir nesse ponto. Os pré-molares estendem-se mais oclusalmente do que os molares de acordo
com os requisitos da curva de Spee.
Secção Anterior do Arco Mandibular – Na região de incisivos, todos os dentes são quase de tamanho
uniforme em todas as dimensões e, consequentemente, são da mesma altura oclusalmente. O contorno do
arco, entretanto , é variavelmente curvo com convexidade labialmente, fazendo com que os laterais, embora

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mais largos do que os centrais, fiquem ligeiramente menos proeminentes do que estes dentes ( fig. 15). Os
caninos inferiores, em virtude de suas cristas labiais, salientam-se notavelmente nos cantos dos arcos e dão
contorno angular à forma do arco, embora isso não seja tão marcante como no caso do arco maxilar. Estes
dentes, também, elevam-se em nível mais alto oclusalmente do que qualquer outro dente mandibular.
Segmentos Bucais do Arco Mandibular - As superfícies bucais dos primeiros pré-molares estendem-se um
pouco mais bucalmente às cristas labiais dos caninos, enquanto as superfícies bucais do segundo pré-molar e
molares estão, progressivamente, situadas mais bucalmente. Devido à forma anatômica das superfícies bucais
dos primeiros molares inferiores, por meio de que se tornam progressivamente maiores (mais largos) buco-
lingualmente à medida que a borda gengival é aproximada, o terço médio das suas superfícies bucais estão
localizadas um pouco mais bucalmente do que as superfícies bucais dos segundos pré-molares.
Consequentemente, em um arco de fio devem ser feitas dobras offset em pontos opostos à superfície proximal
do primeiro molar e segundo pré-molar, a fim de dar a essa superfície bucal divergência nos dentes molares.
Os dentes posteriores mandibulares divergem vestibularmente em um maior grau do que os dentes posteriores
da dentição maxilar.
Da crista vestibular da cúspide disto bucal de cada primeiro molar inferior a forma delineada da dentadura
mandibular converge ligeiramente lingualmente.
Os Drs. George C.Chuck e Cecil Steiner, em artigos publicados no Angle Orthodontist, Vol.IV, nos 1 e 4 , têm
descrito de forma muito acurada e completa a forma dos arcos. Eles explicam a aumentada divergência bucal
das secções bucais da dentadura mandibular em relação àquela da dentadura maxilar como sendo devido às
diferenças na inclinação axial normal dos dentes bucais das duas dentaduras. Os pré-molares e molares da
dentadura maxilar estão em uma inclinação axial lingual. Isso localiza as superfícies bucais dos pré-molares
maxilares e mandibulares quase no mesmo plano vertical, enquanto que as superfícies bucais dos molares
maxilares e mandibulares estão , realmente, no mesmo plano vertical (fig. 11).

A RELAÇÃO DAS DENTADURAS COM OS SEUS OSSOS BASAIS


Na descrição da Oclusão Normal dos Dentes, recentemente muito tem sido escrito a respeito da
relação das dentaduras com os seus ossos basais de suporte. Na definição de Oclusão Normal se notará que
o autor afirma que os dentes, individualmente e coletivamente, devem estar em harmonia arquitetônica com
seus ossos basais e que as estruturas posteriores devem, também, exibir crescimento e desenvolvimento
normais.
Provavelmente, nenhuma característica da Oclusão Normal tem sido tão consistentemente
negligenciada pelo professores e praticantes da Ortodontia como este item. A profissão tem um grande débito
de gratidão ao Dr. Charles H. Tweed do Tucson, Arizona, por chamar a atenção para a importância da
observação deste detalhe em análises de casos e tratamento se a estabilidade das unidades dentais deve ser
alcançada no resultado final de trabalhos corretivos e a melhor harmonia e proporcionalidade (equilíbrio)
produzidas nas linhas faciais. Na verdade a filosofia do Tratamento de Tweed, que é minuciosamente descrita
nos capítulos a seguir, é baseada neste fator.

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Como será notado posteriormente, Dr. Tweed coloca grande ênfase no fato de que , na oclusão
normal, os incisivos encobrem a crista óssea que surge do corpo da mandíbula na região da sínfise e atua
como base de onde o processo alveolar toma sua origem. Ele também tem chamado a atenção para o fato de
que, na oclusão normal, o incisivo mandibular exibe um relacionamento axial de 90 graus com o plano
mandibular, com variação de mais ou menos 5 graus. O plano mandibular é definido como um plano ântero-
posterior paralelo à borda inferior do corpo da mandíbula. A figura 10 ilustra ambos os pontos muito bem. A
ilustração I e a fig. 12 enfatizam o fato de que mesmo em dentaduras normais com inclinação axial labial
considerável dos incisivos, as raízes dos incisivos inferiores ainda estão recobrindo sua crista basal de
suporte. Na fig. 41, um caso de maloclusão exibe incisivos mandibulares em inclinação axial labial com suas
raízes consideravelmente anteriores à sua crista basal.
Este equilíbrio e harmonia das linhas faciais são consistentes com a presença de incisivos
mandibulares em um correto relacionamento com sua crista basal de suporte, sendo belamente ilustrado pelas
fig. 351 e 353. Outra ilustração, comprovando a argumentação do Dr. Tweed, é achada na fig. 15 B, a qual é
uma fotografia de um caso não tratado, exceto por uma remoção de freio com conseqüente fechamento do
espaço entre os incisivos centrais maxilares. As vistas oclusais dessa dentadura são vistas na fig. 14 e 15 A.
Dr. Tweed considera que o relacionamento dos incisivos mandibulares com sua crista óssea basal é
um fator de significância suficiente para assegurar seu uso como um guia para a determinação do
relacionamento normal ou anormal de todas as outras unidades dentais com seu osso basal.
Pra que essa importante característica da oclusão normal possa ser alcançada, dois fatores no
desenvolvimento da dentadura devem acontecer. Primeiro, os dentes devem ser levados para frente para o seu
correto relacionamento ântero-posterior com a base do crânio, e, segundo, o crescimento para frente da
mandíbula deve ser continuado sem empecilhos até que ela, por sua vez, tenha alcançado uma apropriada
harmonia arquitetônica com a base craniana.
Quando nós iniciarmos o estudo de casos de maloclusão, nós acharemos muitos nos quais um ou
ambos esses fatores falharam em se realizar, e nestas malformações os incisivos mandibulares estão em um
maior ou menor relacionamento anterior com a sua crista basal de suporte. Normalmente, o erro fundamental
é uma falta de crescimento anterior do corpo da mandíbula. É claro, o mesmo inter-relacionamento entre os
incisivos maxilares e seu osso basal de suporte deveria ser achado na oclusão normal.

OCLUSÃO NORMAL NA DENTIÇÃO DECÍDUA


A disposição normal dos dentes e estruturas associadas que abrangem o aparato mastigatório durante
o início da infância é, também, um estudo essencial para o estudante de ortodontia. Algumas vezes, o
período ideal para o tratamento de malposições dentárias e um menor crescimento mandibular é durante os
anos em que muitos dos dentes decíduos estão in situ. Um conhecimento completo do normal para esse
período da vida da criança é, então, necessário para que desvios possam ser detectados na sua incipiência e
um tratamento preventivo seja iniciado, se prático.
Os dentes decíduos , em número de 20, também estão dispostos em dois arcos, um arco maxilar e um
mandibular, sendo o maxilar o mais largo dos dois se superpondo ao mandibular com grau de variação na

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região de incisivos (fig. 16). Este overbite é sempre excessivo antes da erupção dos molares e normalmente
tende a diminuir com a idade e quando o molar alcança sua altura vertical correta.
As secções bucais dos arcos são formadas por 2 molares em cada lado que são posteriormente
deslocados pelo pré-molar permanente. Assim, no arco decíduo, os primeiros molares estão em contato
proximal com os caninos.
Apesar dos incisivos e caninos superiores serem mais largos do que seus correspondentes inferiores,
determinando então um maior diâmetro do arco maxilar e localizando os caninos superiores mais para distal
do que o canino inferior, ainda assim as bases dos 2 arcos terminam no mesmo plano vertical devido ao fato
de que os molares inferiores são levemente mais longos na sua dimensão antero-posterior do que os molares
superiores. Isto, por sua vez, causa a aproximação entre si dos primeiros molares permanentes, enquanto eles
erupcionam, em uma relação topo-a-topo, por serem guiados para sua posição pelas bases dos arcos decíduos
(fig. 17). Eles mantêm esta inter-relação peculiar enquanto o molar decíduo permanecer em oclusão e então,
devido ao fato de que os molares decíduos são normalmente perdidos antes dos seus superiores antagonistas,
os molares permanentes inferiores podem se mover para frente antes dos superiores, estabelecendo uma
correta oclusão das várias cúspides desses 4 dentes após o qual eles podem continuar sua migração para frente
ocluídos nesta relação cuspídea normal.
No entanto a relação cuspidea normal dos primeiros molares permanentes muitas vezes ocorre
quando os segundos molares decíduos superiores erupcionam antes dos segundos molares decíduos inferiores.
Parece, a partir deste fato, que a quantidade adequada de movimento para frente de cada primeiro molar
permanente, pelo qual o ajuste oclusal correto é atingido, é um fator predeterminante na evolução da dentição.
Como na dentição permanente, existe uma chave de relação arco e dente normal , que na dentição
decídua é representada pelas relações cuspídeas dos segundos molares. Recordaremos que os segundos
molares decíduos, tanto superiores como inferior são miniaturas dos primeiros molares permanentes em suas
respectivas arcadas. Por tanto, quando se fala em oclusão normal, encontramos a cúspide mésio-vestibular
dos segundos molares decíduos ocluindo entre as cúspides mésiovestibular e disto-vestibular dos segundo
molares decíduos inferiores, e as cúspides mésio- lingual dos segundos molares decíduos superiores ocluindo
na fossa central e cercada por todas as cúspides, geralmente em número de cinco nos molares decíduos
inferiores.
O canino decíduo superior é outro importante ponto de referência na relação de arcadas e dentes,
quando normal, deve ocluir entre o canino e o primeiro molar decíduo inferior. Sua vertente mesial deve
aproximar-se da vertente distal do canino inferior, enquanto que sua vertente distal ocluir com a vertente
mesial da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar temporário inferior.
A relação normal dos planos inclinados das cúspides dos primeiros molares temporários é de
interesse porque esses dentes são completamente individualizados e não apresentam homólogos na dentição
permanente. É conveniente recordar aparentemente as características anatômicas da superfície oclusal destes
molares para que possamos familiarizar com estes, entendendo melhor sua oclusão.
O primeiro molar temporário superior tem três cúspides, duas vestibulares e uma lingual. A última é
a maior e alcança uma dimensão ântero-posterior quase igual a das cúspides vestibulares reunidas. Das

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cúspides vestibulares, a mésio-vestibular é muito maior que a outra, e domina a margem oclusal vestibular. A
superfície oclusal tem uma fossa central da qual saem três sulcos, mesial, vestibular e distal. O mesial e o
distal são contínuos e atravessam da fossa central, dividindo assim a superfície oclusal ântero-posteriormente.
O sulco vestibular corre vestibularmente desde a fossa central e separa as duas cúspides vestibulares.
A superfície oclusal do primeiro molar decíduo inferior está marcada por quatro cúspides, quatro
sulcos, duas fossas e uma ponta de esmalte que separa as duas fossas. São duas vestibulares e duas linguais.
A cúspide mésio-vestiblular é a cúspide maior. A cúspide disto-vestibular e disto-lingual são muito pequenas
e de tamanho mais ou menos igual. A fossa anterior é pequena e tem um sulco, o mesial, que passa sobre a
crista marginal mesial até a lingual. A fossa distal está situada centralmente e é grande. Dela partem os sulcos
vestibular, distal e lingual. A ponte transversal corre desde o centro da cúspide mésio- vestibular e atinge o
centro da cúspide mésio-lingual, e separam as duas fossas.
Relação Oclusal dos Planos Inclinados dos Primeiros Molares Decíduos. – No lado vestibular
estes ocluem da mesma maneira que as cúspides correspondentes de qualquer um dos molares permanentes,
com exceção da vertente mesial da cúspide mésio-vestibular do primeiro molar decíduo inferior, que está em
contato com a vertente distal do canino superior. No lado lingual, a relação é muito diferente de qualquer
outro molar, devido à presença da grande cúspide lingual do molar superior.
A vertente mesial desta cúspide lingual oclui com a vertente distal da cúspide mésio-lingual do
primeiro molar decíduo inferior. A vertente distal da cúspide lingual do primeiro molar decíduo superior oclui
com a vertente mesial da cúspide disto-lingual do primeiro molar decíduo inferior e com a vertente mesial da
cúspide mésio-lingual do segundo molar inferior decíduo. Assim, vemos que passa da ponta da cúspide disto-
lingual do primeiro molar decíduo inferior para a vertente mesial da cúspide mésio-lingual do segundo molar
temporário inferior. Assim, nem a vertente distal da cúspide disto-lingual do primeiro molar decíduo inferior
nem a vertente mesial da cúspide mésio-lingual do primeiro molar decíduo inferior tem oclusão.
A relação dos planos inclinados dos incisivos, caninos e segundos molares é a mesma que a dos
dentes permanentes respectivos.
Pouco antes da erupção dos incisivos permanentes, o tamanho das arcadas decíduas deve aumentar
acentuadamente, produzindo–se diastemas entre os incisivos e entre esses e os caninos. A largura desses
espaços entre os dentes decíduos juntamente à largura desses decíduos contíguos a eles deve ser próximo ao
tamanho dos dentes permanentes à erupcionar. O momento e maneira de realizar estes espaços nas arcadas
dentárias variam diferentemente em crianças. Às vezes aparecem gradualmente, mostrando um período
constante e bastante longo de crescimento mandibular. Em outros casos, o crescimento é aparentemente
espasmódico, aparecendo rápidos espaços que permanecem com a mesma dimensão por em tempo
considerável , e logo começando a aumentar e uma vez mais uma vez , interrompendo por outro período de
descanso (surtos de crescimento). Essas crianças mostram em geral um crescimento geral do organisno do
mesmo caráter espasmódico. Se estes espaços interdentários não aparecerem há predisposição da maloclusão
mas não é significativo que aparecerá.
Relação Individual dos Dentes Temporários. – Todos os dentes da dentição decídua estão em
contato com outros quatro dentes em oclusão, dois de cada lado e 2 no arco oposto, com a exceção dos

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incisivos centrais inferiores e os segundos molares inferiores (antes do início da erupção dos molares
permanentes tenham erupcionado.) que tocam somente a três dentes e os segundo molares superiores que
tocam somente a dois dentes, previamente, é claro, à erupção dos molares permanente.
Inclinação Axial dos Dentes Decíduos. – A inclinação dos dentes decíduos é praticamente vertical,
variações dessa posição são indicativos de um deslocamento de coroa ou raiz a partir de uma anormal pressão
e deve ser investigado.
Os Segmentos da Arcada nos Dentes Decíduos. – O segmento anterior da arcada superior. – Os
incisivos centrais são mais proeminentes labialmente que os incisivos laterais, e um pouco mais longos que
estes últimos, sendo que os caninos sobressaem fortemente, marcando o ponto em que se produz a curva da
arcada e passa ao novo plano da região molar (fig.18). As cúspides caninas se estendem mais oclusalmente
que as bordas cortantes dos incisivos centrais e laterais.
O segmento posterior da arcada superior. – A superfície posterior dos molares decíduos está
colocada num plano situado posteriormente em relação à superfície labial dos caninos. Esse plano bucal dos
molares também diverge posteriormente ao aproximar-se da região de 2.o molares. Os primeiros molares
permanentes erupcionam em um plano que é continuação desta linha, de modo que sua posição está situada
mais posteriormente do que o plano dos molares decíduos.
O segmento anterior da arcada inferior. – Todos os incisivos estão ao mesmo nível, mas dispostos
em uma ligeira curva de modo que os laterais aparecem menos visíveis que os centrais. Os caninos
sobressaem certamente por sua maior espessura lábio-lingual
Os segmentos posteriores da arcada inferior. – A superfície vestibular dos primeiros molares
decíduos ocorre em um plano de considerável direção vestibular que com a qual estão em harmonia com as
superfícies labiais dos caninos. Este plano diverge bucalmente ao passar desde a área do primeiro até segundo
molar. Os molares permanentes também erupcionam em um plano bucal que é a continuação desta linha
divergente.
A oclusão normal das arcadas decíduas é acompanhada pela calcificação e crescimento normal dos
ossos basais, desobstrução e comunicação nasal e faríngea , e estruturas musculares circundantes em
equilíbrio e livres de hábitos.
Oclusão normal ideal dos dentes raramente encontrada na natureza. – Apesar de descrever a
oclusão dentária normal temos que pensar na ideal, em sua concepção mais bela e perfeita, mesmo assim
devemos compreender que isto não se alcança nunca na natureza, sem nenhum fator adverso. Sempre há
algum. Desvio da perfeição, por pequena que seja. A simetria bilateral é raramente observada. Superfícies
dentárias homólogas e contornos similares são difíceis de achar, sempre existe uma ligeira diferença.
Acidentes ósseos variam. As massas musculares não são uniformes. Mesmo assim, o plano fundamental é tão
absoluto e persistente como a mesma vida. É, portanto certo, que esta disposição individual dos dentes nas
arcadas deve ser considerada como a ideal a partir da qual se julga e classifica o anormal, deve ser o padrão
da qual devemos trabalhar em nossas correções; e que é a lei da natureza que todo ortodontista deve ter como
mais sagrado e inviolável.

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Ainda que o ortodontista deve sempre manter este espírito de respeito feito a grande lei da oclusão,
também deve conhecer as condições de sólida base científica e clínica. Associadas com os casos de
maloclusão, que justificam e requer medidas drásticas para o sucesso do tratamento como podem ser a
remoção de algumas partes essenciais desta estrutura, tão perfeita funcional e estética quanto normal. Sem
justificativa científica para este procedimento prático. É natural que merecerá uma justa crítica ao não atuar
com os princípios pelos quais diz crer. Em conseqüência, para poder manter com justiça sua posição de
idealista, deve recordar sempre que é um fato indiscutível , baseado sobre investigações (pesquisas) e dados
clínicos que os centros de crescimento da mandíbula e maxila se caracterizam por um coeficiente de tempo,
outro de intensidade, outro de idade e outro de localização. Em outras palavras, existe um período específico
para certas áreas internas da maxila e da mandíbula, que mostram atividades de crescimentos, na qual será
intenso durante um certo tempo e lugar e decrescerá gradualmente até cessar por completo sua atividade .
Logo, cada centro de crescimento particular permanecerá inativo e não poderá ser estimulado para renovar
sua atividade por esforço funcional. O limite de idade, entre 80 a 85 por cento, da atividade destes centros de
crescimentos, com duas exceções, se situa geralmente entre os 5 e 7 anos de idade aproximadamente. As
exceções são os centros de crescimento nos côndilos da mandíbula, que mantêm sua atividade até mais ou
menos 18 anos. É certo que a menos que exista um crescimento normal das bases ósseas da dentição, ou se
não existir, poderá ser restaurada, assim uma oclusão normal , como produto final do tratamento, não poderá
realizar-se.

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Capítulo 3

A Fisiologia da Oclusão Normal dos Dentes e do Órgão da Mastigação

Quanto mais estudamos as estruturas do corpo humano, mais evidente nos parece que a natureza tem
um propósito na maneira como ordena a formação e estrutura dos tecidos. Os dentes ilustram admiravelmente
esta lei. Seu tamanho, forma, número, localização e componentes estruturais todos sugerem os ditados de seus
requerimentos funcionais. Os incisivos são dentes mordedores ou cortantes, formados precisamente para este
ato e colocados exatamente onde melhor podem ser usados. Os caninos são dentes para apreender, reter e
rasgar, pontiagudos para penetra na massa de tecido que deve perfurar. E providos de raízes largas e fortes
poderosamente suportadas por estruturas ósseas de modo que não possam ser deslocadas de sua posição sem
grande esforço e dificuldade. Os pré-molares são os membros triturantes e cominutivos do organismo,
situados onde podem ser os primeiros a atuar sobre a\s porções de alimento já divididas e rasgadas pelas
partes dentárias anteriores. E os molares são os agentes que moem, esmagam e liquidam, completando assim
o trabalho começado pelos pré-molares.
Quando analisamos a formação das superfícies oclusais dos dentes do ponto de vista fisiologico,
começamos a compreender exatamente porque existem as cúspides, cristas, sulcos e fossas formados nestas
áreas de contato proximal. A exigência da função tem ditado a existência destas características anatômicas.
Elas são propositais e estão perfeitamente adaptadas para o trabalho que lhes corresponde a realizar.
Nosso estudo prévio da relação anatômica destas superfícies nos tem ensinado que os vértices das
cúspides se correspondem durante a oclusão com as fossas situadas harmonicamente nos dentes antagônicos.
A interpretação fisiológica desta associação de estruturas indica uma ação comparável a de um pilão de massa
na qual as partículas de alimento se reduzem, os produtos desta função escapam através dos sulcos e fissuras
que irradiam desde estas fossas em varias direções. As cristas descendo desde os vértices das cúspides e
dividindo os planos inclinados, são as maquinas de corte e trituração do orgão.
No estudo da oclusão normal dos dentes nos capítulos anteriores nós consideramos as relações dos
dentes somente na posição de repouso. Em prótese se chama oclusão cêntrica. Considerando a fisiologia da
dentição devemos discutir a relação dos dentes e arcadas dentárias em função. Isto se denomina oclusão
dinâmica.
Ao mastigar os alimentos a mandíbula é primeiramente movida para baixo e para frente para permitir
que os incisivos se encontrem topo a topo com o propósito de morder. Quando eles se encontram dentro da
substancia alimentar, a mandíbula é fechada para que a superfície vestibular dos incisivos inferiores deslize
gengivalmente na superfície lingual dos incisivos superiores dando um efeito de cisalhamento.

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A massa alimentícia é levada então para trás pela ação da língua, e a mandíbula volta a cair para
baixo. A língua coloca o alimento entre os dentes posteriores de um lado, onde é mantido em posição pela
ação balanceada da língua e dos músculos da bochecha.
A mandíbula se move lateralmente e para cima levando os planos inclinados vestibulares das
cúspides vestibulares inferiores em contato com os planos inclinados linguais das cúspides vestibulares dos
superiores. Então a mandíbula vai para a oclusão cêntrica. Atuando nos dois planos em contato como
instrumento cortante. Mas o movimento mandibular não detém a posição de oclusão cêntrica, sendo que
continua num movimento lateral para o lado oposto, fazendo com que os planos inclinados linguais das
cúspides vestibulares dos pré-molares e molares inferiores deslizem ao longo dos planos inclinados
vestibulares das cúspides linguais dos molares e pré-molares superiores. Novamente a mandíbula retorna à
oclusão cêntrica. Durante esta ação, os dentes posteriores incluindo os caninos, estão em contato cuspídeo
mantendo assim um equilíbrio de forças em ambos os lados dos arcos dentários.
No tratamento da maloclusão, os ortodontistas têm demasiada tendência a concentrar-se e julgar seus
resultados observando somente os dentes em posição de oclusão cêntrica. O tratamento só pode ser
considerado um sucesso se os requerimentos da oclusão dinâmica forem completamente de acordo.
O erro mais comum no tratamento ortodôntico é o de é deixar os caninos inferiores projetar-se
oclusalmente. Nesta posição elevada atuam como pontos de interferência ao deslocar lateralmente a
mandíbula. Assim eles se tornam os únicos dentes em contato, impedindo os planos inclinados dos dentes
posteriores a entrarem em contato, limitando decisivamente os movimentos laterais da mandíbula, enquanto
que os próprios caninos possam eventualmente desenvolver sintoma de oclusão traumática ou os caninos
inferiores podem ser forçados lingualmente até agravar sobre a área incisiva, deslocando estes últimos dentes
e convertendo ao acaso novamente numa maloclusão.
Os planos inclinados dos dentes são tão importantes do ponto de vista funcional, que nos
ocuparemos especialmente de sua ação.

FISIOLOGIA DOS PLANOS INCLINADOS OCLUSAIS DOS DENTES


1. O Corte e Trituramento dos Alimentos. – A parte cortante deste ato funcional, como
mencionamos antes, é efetuada pelos rebordos que partem mesialmente e distalmente desde os vértices das
cúspides, para unir-se aos rebordos das vertentes marginais. Ao deslizarem-se juntos um rebordo cortante
superior e um inferior em ação funcional, se produz um efeito cortante que é muito positivo. Nesta ação, os
rebordos marginais e triangulares se unem até certo ponto.
A ação de moer e triturar se deve ao funcionamento dos arcos planos inclinados da superfície oclusal
que duplicam o trabalho das (pedras de molino) previamente usadas para moer gramas.
2. Aumentando a Área Funcional da Superfície Dentária. – Se as áreas de contato dos dentes
estivessem todas sobre um simples plano horizontal, haveria redução radical da quantidade de superfície
dental útil.
3. Guiando as Unidades Dentárias na sua Posição Normal. – Os planos inclinados guiam as

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diversas partes dos organismo da mastigação na posição normal uns com os outros e depois os mantêm nesta
posição. A equilibrada distribuição das forças dispensadas por e sobre os dentes em oclusão, em virtude da
forma dos planos inclinados oclusais de suas cúspides e dos diversos rebordos que existem nesses planos,
resulta idealmente para colocar os dentes na sua erupção e em seu correto ajuste oclusal, fornecido, é claro,
que ao crescer e erupcionar se faz efetiva a relação normal destes planos.
Sendo esta a posição de ajuste correta, a forma e atividade funcional dos planos inclinados são
poderosos agentes mantenedores contra um posterior deslocamento.
4. Desenvolvimento e manutenção das posições axiais corretas dos dentes. – De forma similar, os
dentes se põem em contato com suas superfícies oclusais, graças a sua força Quádruplo da atividade dos
planos inclinados oclusais, por ação de uma força do mesmo tipo e característica, os elementos dentais em
oclusão são levados posições axiais tais que podem resistir e distribuir as forças mastigatórias de pressão da
melhor maneira. Uma vez desenvolvida esta inclinação axial, a ação dos planos inclinados oclusais é
fortemente mantida nela.
5. Desenvolvimento e manutenção da relação correta da arcada dental inferior com a superior. –
Do mesmo modo que os planos inclinados oclusais de cada dente guiam aos seus antagonistas para um
correto contato e ajuste, também a totalidade de cada arcada encaixa com as unidades da arcada oposta. Uma
vez estabelecido e completado este ajuste, depois de muitos anos transcorridos enquanto os dentes estão
chegando à sua maturidade, estes planos oclusais funcionam como um dos agentes mais poderosos e ativos na
manutenção desse ajuste normal dos arcos.

O “TRITURADOR” DENTAL
Nos escritos do Dr. Angle há continuamente referência ao organismo da mastigação como o
“Triturador”. Esta comparação é muito apropriada, já que nas diversas funções dos dentes encontramos uma
similaridade com o trabalho efetuado pelas cúspides triturantes com o tempo. As partículas de alimentos,
cortadas ou rasgadas pelos incisivos e caninos, chegam aos premolares e molares pela ação dos músculos
bucinadores, e se põem em contato com as cúspides triturantes, que são as superfícies oclusais desses dentes,
pela ação muscular da língua, lábios e bochechas. Os poderosos músculos mastigatórios proporcionam a força
que é requerida para que o triturador comece a trabalhar e se mantenha em atividade. O movimento da
mandíbula é, por certo, ideal para o ato de triturar enquanto que os ossos basais com seus processos alveolares
e base óssea formam a base necessária para dar resistência estabilidade às cúspides.
Esta atividade funcional pode desenvolver-se e manter-se no mais alto grau de eficiência, somente
quando as unidades dentárias dos trituradores humanos estão em harmonia com a lei básica que vamos
considerar como o princípio básico da nossa ciência, o que é oclusão normal. Sem nenhuma falta de dente,
rotacionados, em posição axial anormal ou está mal alinhado, a relação normal das superfícies funcionais se
fazem impossível e portanto o corte, mordida, perfuração, trituração, etc.; que esta máquina há de realizar se
vem proporcionalmente afetada.
Iremos notar também nos próximos capítulos que este desequilíbrio da relação das superfícies
funcionais não é o único efeito nocivo causado pelos dentes que não estão dispostos de acordo com as leis da

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oclusão normal. As seqüelas desta deficiência são muitas e de grande alcance, mas para que o estudante
entenda porque é que isto deve necessariamente produzir-se, é essencial que conheça e domine totalmente
todos os fatos e forças associadas com a oclusão normal.
Apesar da preparação dos alimentos para os diversos processos digestivos ser a função mais
importante do órgão da mastigação, está não é a única atividade fisiológica. É também muito importante
nesse fato a fala. Os músculos dos lábios, da língua e do palato mole, a forma das arcadas dentária, a
localização e posição axial correta dos dentes anteriores e a continuidade dos ossos do palato duro, devem
todos se aproximar ao máximo de perfeição ilustrado na oclusão dentária ideal e suas partes correlacionadas,
sendo a pronúncia do indivíduo em voz clara, ressonante e musical. Às vezes na ortodontia encontramos
pacientes que sofrem de defeitos na pronúncia causados pela ação muscular defeituosa, arcadas dentária
pouco desenvolvidas, dentes em maloclusão ou defeitos mais sérios, tais como lábio leporino e
assimetria( fissura palatinas)
Outra função importante que deve ser incluída na fisiologia do órgão da mastigação é a deglutição.
Os diversos estágios deste ato se descrevem em detalhes no capítulo 5. Entretanto, o estudante deve recordar
que os dentes e estruturas afins têm papel muito importante na porção inicial desta função repetida
freqüentemente e proposital que tem seu começo na região em que temos interesse vital.
Apesar da respiração estar centrada na cavidade nasal , ainda assim a passagem e abertura oral é uma
entrada auxiliar importante para o ar e usada freqüentemente na respiração forçada e quando as passagens
nasais estão obstruídas, de modo que devemos considerar que desempenha um papel importante neste ato
vital. Além disso, a desobstrução nasal é vista em um maior ou menor grau pelas deformidades do organismo
da mastigação, como nos casos de uma acentuada contração da arcada dental superior. A respiração nasal é
também dificultada pelas malposições dentárias e pouco crescimento labial que dificultam o fechamento da
cavidade oral. É então, muito importante, do ponto de vista da conservação de uma respiração normal
eficiente e confortável, os dentes estejam em oclusão normal e que suas estruturas associadas se façam as
mais perfeitamente harmonizadas e balanceadas o possível em relação ao seu crescimento, desenvolvimento
e posição.
Finalmente, nosso estudo da fisiologia das estruturas que nos interessam nos traz para a menos vital
das funções associadas com este órgão, que tem porém sua importância, já que exerce considerável influência
sobre a relação do indivíduo com o ambiente que o rodeia. É uma influência estética que a oclusão dentária
normal exerce sobre as fisionomias.

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Capítulo 4

Fatores que Influenciam no Desenvolvimento e na Manutenção da Oclusão Normal dos


Dentes

FATORES ASSOCIADOS COM A PRODUÇÃO DA OCLUSÃO NORMAL DOS DENTES


A oclusão normal dos dentes é uma formação estrutural bastante complicada e delicada, que leva
muitos anos para alcançar um estado completo de crescimento e desenvolvimento e, provisoriamente,
mantêm um grau tão notável de harmonia e equilíbrio com todos os seus componentes e eficiência em todas
as suas funções, que o conhecimento dos fatores ativos passados, no desenvolvimento deste mecanismo
orgânico e aqueles que estão constantemente na tarefa de guiar e controlar seu destino através dos anos de
formação é não somente de interesse mas também de absoluta necessidade se alguém deseja ter um completo
conhecimento dos processos fundamentais que influenciam o desdobramento da dentição. Estes fatores
podem ser agrupados da seguinte forma:
1. O Processo de Evolução – A anatomia comparativa nos ensina que a preparação dos
componentes da dentição que chamamos de oclusão normal,tem sido gradualmente produzida pela
modificação e variação, desde a forma mais simples de dente, os cones primitivos e seus tecidos de inserção
e suporte – até as formas e ajustes complexos e especializados que têm sido incorporados a elas, harmonizado
conforme a lei da oclusão.
2. A Lei da Hereditariedade – A oclusão normal é, sem dúvida, um fator cromossômico e, como
tal, é transmitida de geração para geração. Ela é exatamente tanto como uma parte do corpo quanto é a
articulação normal dos ossos dos punhos ou tornozelos, ou o ajuste conjunto de alguma outra estrutura
corporal complexa.
3. O Plano Arquitetônico Preconcebível para a Dentição – Este fator será discutido em detalhes
mais tarde neste capítulo. Há, sem dúvida, um plano definido para cada arcada em harmonia em que as
células teciduais que formam as muitas estruturas participando da composição e da construção deste órgão. O
desdobramento da oclusão normal não é uma questão ao acaso, mas uma inteligente, resoluta, atividade
celular, procedente ao longo de linhas bem organizadas e definidas.
4. A Propriedade de Crescimento e Desenvolvimento Inerente a Célula– Este fator diz respeito à
produção do tamanho correto dos dentes, padrão dos maxilares e ossos de suporte tão bem quanto a
quantidade necessária e o arranjo das massas musculares como também a manutenção da correlação
apropriada entre as várias estruturas durante o período de crescimento.
5. Metabolismo Celular e Corporal Normal – O desenvolvimento de um órgão normal saudável e

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resistente depende muito de um metabolismo normal. Ele diz respeito à preparação, absorção e assimilação de
sais inorgânicos.
6. O Estabelecimento e a Manutenção das Forças Funcionais Normais – Embora a influência da
função sobre o crescimento e desenvolvimento da dentição agora é entendida como sendo de menor
importância, ela ainda é uma regra muita prática na produção de tecidos que são capazes de suportar os
estresses e as distensões por eles causados. A estrutura interna dos ossos é modificada pelas forças funcionais
e ajustadas para melhor resistirem a distensões. O poder muscular é desenvolvido pelo uso. O fornecimento
de sangue para as partes em crescimento é acelerado por este poder e portanto mais material de “construção”
está disponível para as atividades celulares. Através do aumento do suprimento de sangue que,
coincidentemente, traz elementos estruturais essenciais para uma parte em crescimento, a função, pode-se
dizer que indiretamente ajuda no crescimento de ossos e tecidos moles.
7. Equilíbrio e Harmonia nestes Vários Fatores de Influência – Estes fatores, concentrados sobre a
dentição como um todo, devem ser equilibrados e trabalharem harmoniosamente se a posição normal dos
dentes e o crescimento e desenvolvimentos dos maxilares evoluírem.

OS FATORES QUE MANTÊM E ESTABILIZAM A OCLUSÃO NORMAL DOS DENTES

Nós temos visto que a oclusão normal é moldada por certos fatores harmoniosos e definidos
propositalmente. Depois de estar então estabelecida, ela deve ser também sustentada por um grupo de fatores
inerentes e ambientais os quais trabalham em harmonia um com um outro e então garantem estabilidade dos
vários componentes desta estrutura complicada. Vamos agora considerar em detalhes apenas quais são eles:

1. A Força Proveniente do Contato Funcional dos Planos Inclinados dos Dentes – Assim que os
dentes erupcionam e vem em contato com os do maxilar oposto, uma força, desenvolvida da função, entra
agora em ação. Quando os planos que foram especialmente designados para ir de encontro com o outro
entram contato oclusal então os dentes, sobre os quais eles estão localizados, são dirigidos para suas corretas
posições na linha de oclusão e se mantêm nela. Do contrário, se os planos inclinados errados se articularem,
os dentes que os suportam seriam expelidos da harmonia com a linha de oclusão e mantidos nesta má-
posição.
2. A Musculatura do Órgão da Mastigação – Esta é de dois tipos:
a. A que movimenta os maxilares, isto é, os músculos da mastigação cujos efeitos são sentidos na
sua maioria através da ação dos planos inclinados.
b. Aqueles músculos que estão em contato com as coroas dos dentes, com os arcos dentários e
ossos basais, externa ou internamente aos arcos dentários.
Em condições normais, deverá existir um perfeito equilíbrio entre os vários músculos do órgão da
mastigação. Os músculos da língua não exercerão pressão mais forte contra o lado lingual dos arcos dos
dentes do que os músculos dos lábios e bochechas contra as superfícies labiais e vestibulares dos dentes.

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Desarmonia entre esses dois grupos traz prejuízo para a oclusão normal. Equilíbrio e harmonia na atividade
muscular são de vital importância para estabilidade da posição dental.
3. Metabolismo Tecidual Normal – Todas as estruturas que entram na constituição do órgão da
oclusão devem permanecer saudáveis com uma normal atividade metabólica. Ossos de suporte pobremente
calcificados ou tecidos doentes não resistem ao stress da oclusão normal então o deslocamento dos
componentes é o resultado de quando estas condições estão presentes.
4. Contato Normal dos Dentes – Os dentes dependem, para seu suporte, daqueles que estão ao seu
lado. Se um dente é perdido, há um colapso do arco dental no qual este dente era uma unidade componente.
Até mesmo se apenas uma porção do dente é destruída, pela cárie dentária ou qualquer outro motivo, há um
distúrbio proporcional no equilíbrio da dentição. Dentes girados têm uma influência negativa porque há um
lugar distinto nas superfícies mesial e distal de cada dente onde o próximo dente alinhado se encaixaria e
quando isto não for possível o arco se torna proporcionalmente instável. Daí, a importância do contorno
normal num procedimento restaurador, enquanto que o necessário para a conclusão de todas as rotações no
tratamento das maloclusões não pode ser sobrenfatizada.
5. Posição Axial Normal de Todos os Dentes – Quando a coroa de um dente ocupa uma relação
com o ápice de sua raiz que a linha do stress oclusal não passe pelo longo eixo do dente, há uma tendência
constante para tal coroa ser inclinada mais e mais numa posição axial deslocada ou para sua raiz mover numa
mal posição similar a fim de que possa estar estabelecido uma relação mecânica melhor para as linhas de
força. A mais perigosa inclinação da posição axial é a inclinação mesial dos molares e pré-molares. Como nós
notaremos no Capítulo 5, que discute o mecanismo natural da dentição, há uma força propulsora poderosa
para frente que é exercida sobre os dentes durante a mastigação porque o movimento da mandíbula em
segmentos de círculos naturalmente produz linhas de stress que dão aos dentes do lado dos arcos dentários tal
tendência. Isto é transmitido para os incisivos pelo contato proximal. Quando os molares e pré-molares estão
inclinados anormalmente mesialmente, tal tendência se torna exagerada e uma migração das coroas e das
raízes para frente são quase sempre seguro acontecer.
6. Estabilidade Resultante do Arranjo dos Dentes em Arcos de forma harmônica – Neste arranjo
normal das unidades dentárias, cada dente, exceto os terceiros molares superiores e inferiores e os incisivos
centrais inferiores, estão em contato e são suportados por quatro outros dentes quando os maxilares estão
ocluídos, isto é, dois vizinhos e dois antagonistas. Assim eles estão amplamente sustentados contra as forças
de deslocamento. As extremidades distais do arco mandibular são estabilizados por um rebordo ósseo
espesso, o milohióideo e pela borda anterior do ramo da mandíbula, enquanto as partes posteriores do arco
maxilar são mantidas por sua vez pela oclusão com os dentes inferiores estabilizados e pelas fibras dos
músculos bucinadores que circundam as extremidades distais deste arco maxilar e irão se inserir na rafe
pterigomandibular de cada lado. Esta rafe é uma porção espessa da membrana buco-faríngea e vai desde o
processo hamular do esfenóide até a extremidade posterior da borda do milohióideo. Os feixes dos músculos
temporais, as porções profundas do masseter e dos pterigóideos internos são todos suportados ou apoiados por
sua vez pelos ramos da mandíbula, junto ao bucinador nesta função de suporte da arcada superior.

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7. A Rigidez das Duas Bases Sobre as Quais Estão Construídas as Arcadas Dentárias – A
mandíbula é um osso de estrutura sólida (rígida), que desliza sobre as articulações situadas na fossa
mandibular, na qual suas estruturas posteriores são situadas em secções dos ossos temporais fortemente
construídas, bem sustentadas pelas extremidades posteriores dos arcos zigomáticos.
A maxila está muito bem protegida contra os deslocamentos por esforços mastigatórios ou
traumatismos, por seus processos julgais que levam aos ossos zigomáticos e, por sua vez, pelas grandes asas
do esfenóide e pelos processos zigomáticos do osso frontal , pelos processos pterigóideos que descansam
sobre o corpo e as grandes asas do esfenóide; pelos pilares ósseos que se dirigem para cima desde as raízes
caninas e continuam como processos frontais até este osso (frontal); e pelos processos zigomáticos dos ossos
temporais que atuam como âncoras. Não há dúvida de que a anatomia facial do crânio foi desenhada, em
grande parte, para suportar e sustentar o grande estresse sempre presente quando o órgão da mastigação está
em funcionamento.

O PLANO PRECONCEBIDO DA OCLUSÃO


O estudo da embriologia e da biologia nos ensina que existe um plano estrutural definido que se
desenvolve desde a primeira célula fecundada até o indivíduo completo. A especialização celular e dos tecidos
e estruturas que dela resultam, estão tão perfeitamente organizadas e se realizam com tanta inteligência como
a construção de um moderno arranha-céu de ferro. Isto não poderia ser assim de forma alguma se não
existisse um padrão de entendimento ou desenho preparado plano pelo qual as células por uma parte, e os
trabalhadores pela outra são constantemente influenciados e guiados. Este método de procedimento positivo
nos indica que existe um plano arquitetônico do organismo e de cada um de seus componentes, que foi
determinado quando os gametas feminino e masculino se encontraram.

O órgão mastigatório é uma porção muito importante do organismo e sem dúvida sua posição em
relação com a anatomia da cabeça e do corpo tem um lugar bem definido nesta visão preconcebida. Há uma
posição especial no “espaço” de cada indivíduo que a dentição deverá ocupar, e a natureza desenvolve os
componentes deste órgão conforme o tamanho, localização e tipo correspondente.
O Dr. Angle foi o primeiro a destacar a importância desta concepção biológica do desenvolvimento
e localização da dentição em cada indivíduo, e esta nos parece ser sua maior contribuição ao aspecto teórico
de nossa ciência. É um conceito que tem sido pouco compreendido porque necessariamente necessita de
evidência material concreta. Se, contudo, observamos os resultados diários da ação de um grupo de
trabalhadores que constroem uma catedral harmoniosa, observando o desenvolvimento de seu magnífico
contorno, da harmonia de forma e posição de seu sino e da situação e desenho de cada arco ogival, o
equilíbrio em altura, largura e comprimento do edifício, e da simetria na construção de seu telhado, saberia
que tudo isto era possível pois havia sido preparado um plano arquitetônico para este edifício, e que os
trabalhadores construiriam de acordo com o plano. Mas para o observador este plano é invisível. Não é algo
concreto porque nunca foi visto. Mas de outra maneira, sabemos que deve existir e aceita-lo como um fato. O
mesmo ocorre na construção do organismo e de suas diversas partes incluindo o órgão mastigatório. Deve
haver, e sem dúvida há, um plano definido, e cujas especificações dos construtores se adaptam durante o

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desenvolvimento do tamanho, forma e posição de todos os componentes. A porção do plano de que consiste a
dentição foi chamada pelo Dr. Angle de Linha da Oclusão, e a define como: “A linha com a qual, em forma e
posição, segundo seu tipo, os dentes devem estar em harmonia, se estão em Oclusão Normal”.
Notaremos que a concepção original do Dr. Angle da Linha da Oclusão se referia somente a uma
linha arquitetônica para os dentes. Nossa visão biológica do desenvolvimento da dentição se tem ampliado
consideravelmente desde então, e se faz necessário aumentar este conceito para incluir não somente uma linha
de harmonia dos dentes, mas também um conjunto de linhas de harmonia aplicáveis a todas as estruturas que
compõem o órgão mastigatório. Então ao invés de pensar em termos de linha de oclusão, vamos considerar o
problema do desenvolvimento dental como se ajustando a um plano preconcebido da oclusão no qual a Linha
da Oclusão é a porção central e mais importante.
Definição do Plano da Oclusão – Este plano preconcebido da oclusão pode ser definido como “o
desenho arquitetônico da natureza para a dentição, na qual, na forma e posição, segundo o seu tipo, os dentes
e todas as estruturas associadas devem estar em contínua harmonia para se chegar a uma oclusão normal”.
Isto é, naturalmente, simplesmente o conceito original do Dr. Angle ampliado para se adaptar aos
conhecimentos biológicos atuais. Também leva em consideração o fato de que este plano guia a formação
dentária durante todos os anos nos quais os dentes decíduos estão erupcionando, funcionando e sendo
trocados por seus sucessores permanentes, e continuamente até que todos os dentes permanentes tenham
terminado de crescer e tenham estabelecido sua oclusão normal. Implica a idéia de um padrão de crescimento
preconcebido, como encontramos freqüentemente mencionados por Todd, Broadbent, Hellman, Schour e
Brodie.
A linha do plano da oclusão que designa a posição normal dos mesmos dentes seguirá recebendo o
nome de linha da oclusão, e esta será da maior importância para nós em nosso estudo da maloclusão, onde a
posição de cada dente mais que a posição dos outros componentes da dentição é o principal problema a
analisar.
Cada dente, na dentição temporária e permanente, se forma com vistas a este plano de oclusão. Há
nele um local definitivo para cada dente, e só neste lugar poderá funcionar perfeitamente, dar mútuo suporte
aos outros dentes e harmonizar o conjunto, com o crânio e com todo o indivíduo.
O ortodontista deve se acostumar a visualizar este plano quando estuda seus casos e traça o
planejamento de seu tratamento. Para fazê-lo, deve conhecer a oclusão dentária normal em todos os períodos
do seu desenvolvimento, e na sua forma completa. Além disso, deve associar intimamente a seu conceito de
oclusão normal todas as mudanças teciduais que coincidem com o crescimento e o desenvolvimento normais;
a fim de que se possa comparar inteligentemente o estado atual da oclusão com seu conceito do plano ideal da
natureza para o caso em questão.
Parece ao autor que a idéia do plano da oclusão pode ser considerada como o princípio mais
importante da ciência ortodôntica, como o plano da mente criadora do universo. Este “ideal básico” deve ser
aceito e reconhecido e inteligentemente compreendido por todo ortodontista que aspire a uma posição
reconhecida em sua especialidade. Deve ser visualizado em todos e em cada um dos casos que se vai tratar.
Não podemos descrevê-lo de forma completamente satisfatória porque, como dizia Eugene Gould ao falar da

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linha da oclusão, “enquanto podemos pensar em algo,que não seja material, em termos claros, não podemos
manifestar estes pensamentos por meio de ilustrações concretas”. Não podemos visualizar Deus de forma
clara e justa. Os pintores têm traçado a imagem do Ser Supremo sobre a tela, mas o quadro não representa
mais que sua concepção pessoal do Mesmo. Falta-lhe a reverência e o amor que é parte integrante de cada
imagem individual do Divino. Do mesmo modo, não podemos dar uma idéia clara nem realmente adequada
do plano da oclusão em frases escritas. Cada um deve viver este conceito em sua prática diária. Deste modo
se tem uma lei prática e um guia além de ser uma magnífica lei natural. E então deve ser uma das leis de
Deus.

Capitulo 5

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A mecânica natural da dentição humana

O estudante íntimo da anatomia do corpo humano é constantemente trazido cara a cara com o fato dos
princípios mecânicos, utilizados pela natureza na construção de suas várias partes, serem maravilhosamente
bem adaptados às demandas de cada situação. Em nenhum lugar isso é mais bem ilustrado do que na dentição
humana e suas estruturas associadas; aqui nós encontramos a natureza usando o princípio da forma do arco,
um dos mecanismos mais fortes de adaptação conhecidos da engenharia; a aplicação dos pilares ósseos e de
sustentação como meios de fortalecer estruturas de fundação; o ajuste das unidades comoponentes da
dentadura para harmonizar-se com as linhas de força que agem sobre elas; e o balanço da distribuição das
forças, para assegurar a estabilidade das partes. É muito necessário que o estudante se familiarize
profundamente com esses princípios e entenda o estresse e tensões normais associados com o órgão da
mastigação ou ele não estará apto a detectar ou corrigir ações defeituosas que levam ao deslocamento
(substituição) das unidades funcionais dessa gande máquina de triturar do corpo humano.

O suporte recíproco de cada unidade individual do arco

Na oclusão normal dos dentes, deve ser notificado que com pelo menos seis exceções, cada dente está em
contato com e suportado por quatro outros dentes, dois no mesmo arco e dois no arco oposto. Essas exceções
são os incisivos centrais e terceiros molares mandibulares, que estão em contato, mas três dentes e os
terceiros molares superiores, que estão em contato, mas com dois dentes. Foi essa maravilhosa inter-relação
cooperativa que fez o dr. Angle escrever o seguinte: “os tamanhos, formas, superfícies em contato e posição
dos dentes nos arcos são tais, que não dão a nenhum outro, singular e coletivamente, o grande suporte
possível em todas as direções”.

A importância do arranjo dos dentes na forma do arco

O triturador humano foi desenhado para lidar com vários tipos diferentes de alimentos e efetuar diferentes
ações sobre esses alimentos, e, portanto, necessariamente é constituído por unidades de diferents formas e
tamanhos. É essencial que essas unidades sejam colocadas em tal forma e relação mecânica um com o outro,
que sejam auto-sustentáveis e ativamente resistentes contra deslocamento (substituição). A estabilidade do
desenho do arco é conhecida da mecância por séculos e essa forma foi bem escolhida pela natureza como a
mais estável para ajustar as partes componentes dessa máquina humana.

O eficinte reforço dos ossos basais

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Não somente os dentes individuais são suportados um pelo outro pela sua união em duas formas harmônicas
de arco, mas o ajuste do contato dos arcos mandibulares e maxilares une estas duas partes em uma unidade
mais estável. Essa inter-relação é mais eficiente em sustentar o corrto ajuste antero-posterior e lateral das
partes da dentição. Deslocamentos verticais são impedidos perfeitamente quando os ossos sobre os quais os
dentes estão têm crescimento e calcificação normais. Essas bases ósseas são bem sustendadas na maxila, a
qual é o recipiente das forças mastigatórias, através das eminências caninas, que se continuam pra cima, do
processo frontal da maxila até o osso frontal; e pelo processo jugal sobre as raízes dos molares, o qual
depende do suporte sobre o denso processo zigomático da maxila, o qual é suportado acima pelos ossos
zigomáticos. Tais estruturas são suportadas pelo processo zigomático do osso frontal e pelas asas maiores do
osso esfenóide, acima, enquanto que lateralmente e por trás, os arcos zigomáticos são como pilares contra
deslocamentos nessas direções. Posteriormente e medialmente, os processos pterigóides, as bases sobre as
quais repousam sobre o corpo e as grandes asas do osso esfenóide e que aqui assumem o suporte requerido.
Mais ainda, como notado por weinmann e sicher, as conexões ósseas entre esses vários pilares da maxila são
de grande importância para estabelecer um forte suporte basal ao aparelho mastigatório. Os pilares caninos e
maxilares são conectados pelas fortes margens infra-orbitárias e esse suporte é continuado medialmente até a
margem supra-orbitária e lateralmente até o osso zigomático e margem supra-orbitária.
Os pilares zigomático e pterigóideos são conectados por uma forte estrutura óssea que começa na raiz anterior
do arco zigomático; em outras palavras, a eminência articular do osso temporal, se extendendo em direção
medial na superfície inferior da asa maior do osso esfenóide até a base do processo pterigóide.
O palato duro forma uma abóboda que suporta as bases dos processos alveolares de cada lado e une o inteiro
sistema de pilares em uma só unidade compacta.
No sentido buco-lingual, as partes dentárias são sustentadas pela malha do plano inclinado pelas firmes
massas musculares, as quais perfeitamente se equilibram cada uma em força e ação.

A construção da mandíbula em relação ao estresse funcional

A mandíbula, que libera a energia para a função de trituração do alimento, é muito fortemente construída.
Camadas fortes de corticais ósseas são encontradas nas superfícies medial e lateral, tanto no corpo como no
ramo da mandíbula. Estes são reforçados no corpo por uma bem desenvolvida borda inferior. Abaixo das
raízes dos molares, estão as salientes cristas milo-hioidéias, que sobem pelo lado medial de cada ramo até a
língula.
O terço inferior do corpo, na sínfise, é marcadamente espesso, antero-posteriormente, esta área servindo como
base do arco, o qual é o desenho arquitetônico desse osso.
Os ramos são muito mais finos médio-lateralmente, do que o corpo, mas são bem protegidos pelas vastas
inserções dos músculos masseter, temporal e pterigoideos internos. As suas bordas posteriores são bem
espessas e aumentam bem à medida que os côndilos são aproximados.
Cristas de suporte contra a tração dos músculos temporais são encontradas nas superfícies medial e lateral dos
processos coronóides. Na superfície lateral existem duas dessas, uma se direcionando até o ângulo do osso e

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a outra continuando para baixo e para frente e depois se ramificando em dois braços, o superior continuando
para frente como a crista oblíqua e o inferior se unindo com a borda inferior na margem anterior do músculo
masséter.
A crista de suporte na superfície medial se mescla no seu aspecto mais inferior com o rebordo do processo
alveolar e com a crista milo-hióide. Essas cristas, indo em direção inferior, do processo coronóide, nas
superfícies medial e lateral, são conectadas pelo osso compacto, formando as bordas anteriores de cada ramo.
Estas bordas anteriores aumentam muito em largura de cima, em direção inferior, formando uma larga base de
suporte para cada processo coronóide.
Os dentes mandibulares são protegidos pelas suas fibras de membranas periodontais, enquanto que o
trabeculado ósseo dentro do processo alveolar, o corpo e o ramo, são construídos e mecanicamente ajustados
para melhor resistir ao estresses e tensões emanados da atividade funcional. Estes, no ramo, vão
diagonalmente para cima e para trás em direção aos côndilos e à borda superior do ramo, se harmonizar com
as linhas de estresse funcional.

O suporte dos limites posteriores dos arcos dentais

O suporte dos limites posteriores dos arcos é de grande importância e não foram suficientemente enfatizados
no passado. Devido ao fato desses arcos repousarem num plano horizontal, a necessidade de suporte nesse
ponto é apropriada a ser perdida de vista. Até o limite basal do arco dental mandibular, um admirável suporte
é dado pelo espesso e firme osso que repousa na junção do corpo e ramo da mandíbula. Os limites posteriores
do arco maxilar, no entanto, são aparentemente sustentados somente pelo osso no qual os dentes estão
fincados e pela intercuspidação dos molares em oclusão. No entanto, quando estudamos a anatomia dessas
partes, notamos que há também uma forte pressão muscular contra os molares posteriores causada pelo
bucinador, masseter, temporal e pterigoideos internos, o qual é bem amplo para prevenir qualquer
desslocamento desses arcos posteriores.
O ajuste entre estas estruturas que dão suporte aos arcos dentais e mantêm estes contornos e formas, é
excessivamente delicado. Desequilibre um músculo pequeno e ele vai produzir um distúrbio que vai ser
sentido nos vários outros tecidos. Se essa força de desequilíbrio for leve, um reajuste automático ocorre com
o objetivo de compensar, o que vai permitir que os arcos dentais permaneçam no seu arranjo ideal. No
entanto, se esse desequilíbrio é tão grande que não pode ser contrabalançado, o deslocamento dos dentes ou
aberração dos arcos pode ocorrer e a oclusão normal não mais existirá. Assim, percebe-se que se alguém
entende a etiologia da má-oclusão, ele deve saber, intimamente, sobre oclusão normal nos termos de seus
componentes, elementos e forças.

A influência da força muscular sobre o órgão da mastigação


A ação dos músculos da mastigação. Por muitos anos, foi o consenso da opinião de que as forças funcionais
eram de grande influência em produzir alargamento e perfeição na forma das partes ósseas.

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Dos nossos associados, os quais dedicaram seu tempo e energia para pesquisar problemas e têm, em uma
maneira mais científica, analizado o processo natural de crescimento e desenvolvimento dos óssos facias, nós
agora aprendemos que o padrão de crescimento de um osso é de propriedade herdada, imutável após o
nascimento e aparentemente dita uma forma estrutural completa numa maneira mais positiva e inalterável.
Isso sendo verdade, somente uma conclusão é tirada, a saber, ossos são definitivamente padronizados para
melhor se adaptarem às necessidades funcionais. Inversamente, forças funcionais não são decisivas em mudar
a forma dessas estruturas ósseas ou aumentar o seu tamanho além das potencialidades das forças de
crescimento herdadas. Esse conhecimento fundamental tem tido um profundo efeito sobre métodos de
tratamento de máloclusões, como devemos notar.
Forças funcionais no entanto, têm o seu papel em mudar a construção interna dos óssos e ajudar as forças de
crescimento a alcançar uma maior potencial de atividade.
Os trabeculados dentro das camadas externas compactas dos ossos são modificados nas suas linhas de direção
para melhor resistirem às forças funcionais que estão em ação. Eles são fortalecidos por adições nas suas
superfícies livres para melhor encontrar o estresse trazido para ser conduzido sobre eles. Dessa maneira,
fortes forças funcionais impõem ossos mais fortes. Os precessos alveolares e a estrutura interna do osso basal
subjacente a esses processos são dessa maneira sujeitos a modificações e fortalecimentos se o estresse
mastigatório for poderoso.
A tração sobre esses ossos de fixação tem alguma influência em moldar a forma da superfície, na área local de
fixação dessas estruturas.
Esse estresse oclusal também trás saúde e atividade às unidades vivas dentro dos tecidos que dão suporte aos
dentes, influenciando a quantidade e característica do suporte sanguíneo. Existe uma ação de bombeamento
como se fosse sobre os vasos da membrana periodontal, quando há uma pressão sobre os dentes e isto é mais
notável quando as unidades dentárias são usadas exaustivamente.

As forças emitidas pelos músculos circundantes à dentadura

Dr. Angle nas suasl aulas tem mostrado um fato bem interessante: a forte tração muscular exercida sobre a
dentição e seus suportes basais, é em uma direção posterior, apta a prevenir os dentes de serem carregados
para frente em relação ao crânio. De grande importância nessa conexão é o bucinador e seus íntimos
associados, as fibras do orbicular da boca à frente e o constrictor superior da faringe atrás. Eses três músculos
formam uma feixe de tecidos contráteis que se ancoram na base do crânio e na porção superior da coluna
vertebral através da fáscia pré-vertebral.
Em adição a esses fortes feixes de fibras musculares, nós temos o quadrado labial superior, o zigomático e o
canino acima e o quadrado labial inferior, triangulares e platisma miohioide abaixo, tracionando contra a
seção anterior do arco dental.
No interior e no lado lingual da mandíbula, tem um grupo de músculos supra-hióides exercendo uma tração
para posterior na mandíbula quando o osso hióide é fixado. Abaixo do hióide, continuando essa tensão para
trás, está o grupo de músculos infra-hióides.

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Contrabalanceando essa pressão em uma direção posterior, estão alguns músculos cuja ação parece um pouco
inadequada para competir com aquela do grupo oposto. Esses músculos de tração dianteira são as fibras
anteriores dos temporais, a porção superficial dos masséteres e as fibras dos músculos pterigoideos interno e
externo. Os músculos pterigoideos externos agem, em seu efeito de tração para frente, somente sobre a
mandíbula, empurrando esse osso, com as suas unidades adjacentes, em conjunto protruindo e abaixando a
mandíbula. Os outros musculos no entanto, não somente têm essa mesma ação, mas sua localização é tal, que
quando eles se contraem, eles forçam e comprimem a si mesmos por trás e lateralmente aos molares e à frente
e internamente aos ramos mandibulares e dão aos dentes um empurrão pra frente e para lingual. E isso pode
ser mais bem constatado se alguám colocar o dedo indicador dentro da boca e nas margens anteriores de um
dos masséteres e percebe a pressão anterior que é recebida quando os dentes são pressionados juntos. Em
adição a esses músculos, a seção posterior do bucinador pode também tomar parte nessa ação de forçar para
frente. Todos esses músculos são suportados nessa ação de compressão pela presença dos ramos da mandíbula
os quais agem como bases de onde pressão para anterior pode ter origem.
No entanto, essa relativamente pequena tensão muscular dianteira nas unidades dentárias não explica a grande
necessidade para a vasta quantidade da força de contenção compensatória inversa dos dentes. De fato, essa
influência de impulso dianteiro desses músculos é dificilmente perceptível, a não ser que haja algum desvio
dos atos funcionais nos quais eles têm papel fundamental ou a presença de um hábito de contração muscular,
que os jogam para uma reação anormal, quer de hiperfrequência ou superpotência. Então nós devemos olhar
para outros fatores que produzem um impulso dianteiro às unidades dentárias.
Isto é encontrado nas forças naturais de crescimento e nas forças funcionais associadas à mastigação e
deglutição.

As forças naturais de crescimento

Estudos do processo de crescimento da maxila e mandíbula, com referência especial aos locais que são feitos
para acomodar os doze molares, mostra que isso é manifestado em uma contínua direção anterior em ambos
os arcos maxilo-mandibulares enquanto seus sucessores molares tomam seu lugar nos seus respectivos arcos.
De acordo com oppenheim esse impulso dianteiro cessa com a erupção dos segundos molares permanentes,
mas hellman, brodie e schour afirmam que a maior parte de suas atividades é gasta nos primeiros cinco anos
de vida.

As forças funcionais de mastigação e deglutição

Tanto na mastigação como na deglutição, existem dois fatores que produzem efeito marcante sobre a
localização da dentição e consequentemente ajudam no movimento dianteiro das unidades de trituração da
dentição. O primeiro desses é a tração muscular e pressão, as quais na mastigação chamam para auxiliar, as
estruturas contráteis cujas ações e efeitos que temos discutido, e, na deglutição, traz para a ação, um número

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bem grande de músculos. Um segundo fator de influência em ambas as funções é o entrelaçamento e
trituração dos planos inclinados dos dentes. Isso é sem sombra de dúvida a maior e mais importante força de
impulso anterior exercida sobre as unidades dentárias e deve ser profundamente entendida por cada
ortodontista. Dr. Angle designou isso como componente de força. Essa ação é centrada e limitada sobre os
dentes e deve ser diferenciada das atividades de crescimento herdadas da maxila e mandíbula.
Definição: o componente anterior de força pode ser definido como um poderoso impulso anterior asociado a
ação do plano inclinado e origina-se como um resultado da inclinação axial mesial normal dos dentes bucais,
o que fazem eles se encontrarem, um superior com um inferior, em uma série de ângulos, que são
direcionados para frente, de modo que o componente de força, emanando de tal relação, é disseminado em
direção à frente da boca.
Será lembrado que a mandíbula vai, nos seus movimentos para cima e para baixo, em segmentos de círculos.
No entanto, a força que é recebida nas superfícies oclusais dos dentes e traslada através da rede dos planos
inclinados deve ser gramaticalmente expressada nas formas de linhas curvas, a convexidade para qual ela é
direcionada. Se o estudante vai estudar a foto do crânio ilustrada na figura 12, ele vai notar como belamente a
forma de contorno da coroa e das raízes dos incisivos conforma-se com essas linhas de força. Essas linhas se
harmonizam com a curva na qual a tensãoé disseminada. Isso os habilita a desempenharem suas ações. Essa
regra de desenho, também vale para as raízes dos caninos, pré-molares e molares, para estes, normalmente
exibem uma leve curvatura distal. Se uma série de linhas curvas é desenhada, como na figura 25,
diagramaticalmente representando as linhas de força que são liberadas e recebidas em cada posição dos
dentes, e essas linhas são então cruzadas por uma linha curva horizontal, b, representando o plano de contato
oclusal, e finalmente cordas, c, são desenhadas nesses segmentos curvos para expressar as posições axiais que
os dentes devem ocupar para corretamente encontrar essa força oclusal, será notado que deve haver alguma
inclinação labial axial dos dentes na região do incisivo e uma posição mesial axial, mesmo muito leve, de
todos os dentes nos lados dos arcos, se eles vão receber essa força oclusal em harmonia com as leis da
mecânica e fisíca. Essas cordas também mostram, em linhas precisas, das duas forças, uma refletida da base
maxilar do dente e a outra liberada pela base mandibular do dente, enquanto se encontram no contato do
plano oclusal as várias posições do dente.
Deste modo, o estudante pode começar a apreciar quão grande são as forças do impulso anterior desse
encontro característico em uma angulação e também, como a inclinação axial medial e lateral dos dentes
tende

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