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TÉCNICA DE OBTURAÇÃO DOS CANAIS RADICULARES

São duas técnicas: Técnica da condensação lateral e técnica do cone único.

O que vai determinar a técnica que será utilizada é a anatomia dos sistemas de canais radiculares.

TÉCNICA DA CONDENSAÇÃO LATERAL: utilizada em canais achatados, com LM (Lima Memória) ou DC (Diâmetro
Cirúrgico) = 35/05 ou 40/05. Ex: dentes anteriores, palatina de molares superiores e pré-molares inferiores. Essa
técnica é mais utilizada em dentes anteriores, entretanto, em algumas situações clínicas, poderá ser usada nas
seguintes situações descritas do ex, onde será empregada o uso dessa técnica.

TÉCNICA DO CONE ÚNICO: utilizada em canais cilíndricos, com LM ou DC 25/06. Ex: incisivos inferiores, mesiais de
molares inferiores, vestibular de molares superiores. Essa técnica é mais utilizada em dentes posteriores, entretanto,
em algumas situações clínicas, poderá ser usada nas seguintes situações descritas do ex, onde será empregada o uso
dessa técnica.

Na técnica da condensação lateral, cones adicionais são inseridos e compactados lateralmente e a volta do cone
principal, de forma a reduzir a espessura do cimento obturador. Nesta técnica, após a colocação do cone principal,
espaçadores são colocados no canal até a zona mais próxima do ápice, sendo posteriormente o cone principal
compactado lateralmente contra as paredes do canal. Em seguida, o espaçador é removido e é então, colocado o
primeiro cone auxiliar, sendo posteriormente compactado contra as paredes do canal radicular. O canal é
preenchido desta forma, até ao ponto em que não é possível colocar mais cones auxiliares. O excesso de guta percha
é então removido do orifício do canal, com um instrumento aquecido, sendo realizada a compactação final através
de pressão apical, com instrumento frio. É a técnica mais utilizada na endodontia há anos.

POR QUE FAZER A TÉCNICA DA CONDENSAÇÃO LATERAL?

1- Diminuir a quantidade de cimento;

2- Ocupar áreas irregulares;

3- Preencher ramificações;

4- Obliterar de modo mais eficiente o sistema de canais radiculares.

MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS:

- Cone de guta percha principal;

- Cone de guta percha acessório - secundário;


- Espaçadores digitais;

- Cimento obturador.

SECAGEM DOS CANAIS: Após a realização do protocolo easy-clean e utilização da ponta aspiradora endo tips – ponta
azul – para realização da aspiração final, devemos realizar a secagem dos canais radiculares. Utilizar quantos cones
de papel forem necessários para completa secagem dos condutos. Os cones de papel devem ser de acordo com sua
lima memória – LA ou diâmetro cirúrgico no comprimento real de trabalho – CRT. Normalmente utiliza-se 3 cones de
papel para secar o canal adequadamente.

*LEMBRETE: em casos de biopulpectomia, a obturação poderá ser realizada na mesma sessão do preparo
biomecânico. Caso não tenha tempo de finalizar, poderá ser finalizada em uma próxima sessão. Já em casos de
necro, com ou sem lesão periapical, realizar medicação intracanal com pasta de hidróxido de cálcio. Nesse caso, não
poderá ser realizada a obturação do canal em uma única sessão. Deverá respeitar os protocolos clínicos de casa
caso.

SELEÇÃO DO CONE PRINCIPAL: o cone principal deve ter um diâmetro correspondente a lima memória ou diâmetro
cirúrgico. Somente um cone principal deverá ser utilizado.

SEPARAÇÃO DOS CONES SECUNDÁRIOS: R7, B7 ou extrafine para LM/DC = Prodesign M 35/05; espaçadores digitais
20 e 25 ou A e B.

O R8, B8 ou fine fine para LM/DC = Prodesign M 40/05; espaçadores digitais 30 e 35 ou C e D.

DESINFECÇÃO DOS CONES DE GUTA PERCHA: placa de petri deverá ser utilizada.

Gaze estéril

Soro fisiológico
Hipoclorito
ou álcool 70 por
de Sódio a
1 minuto
2,5% por 1
minuto

Separar cone de guta percha principal (35/05 ou 40/05) e separar de 3 a 4 cones acessórios (R7, B7 ou extra fine –
R8, B8 ou fine fine); emergir os cones na primeira solução (hipoclorito de sódio a 2,5%) por 1 minuto; depois emergir
na segunda solução (soro ou álcool) por mais 1 minuto; após, colocar os cones sobre a gaze estéril e aguardar 1
minuto.

PROVA DO CONE PRINCIPAL: realizar 3 testes para que o cone principal seja considerado
como o ideal.

*Tátil: verificar o “travamento” apical do cone, que é sentida pela resistência na tentativa
de remover o cone com a pinça. Travando no CRT, tem o encaixe perfeito do cone no último
milímetro do preparo. O travamento deve ocorrer no CRT.

*Visual: não deve sair deformado após a sua prova.


*Radiográfico: deverá entrar corretamente no CRT e deverá ser realizada uma radiografia para confirmação.

ESPATULAÇÃO DO CIMENTO OBTURADOR: o cimento deve possuir a consistência de ponto ou fio de bala.
Proporção de 1:1. A espatulação será com espátula 36 ou 24. Homogeneizar até obter a consistência de ponto ou fio
de bala.

COLOCAÇÃO DO CIMENTO OBTURADOR:

1 – Inserir o cone principal com cimento obturador no canal radicular e CRT;

2 – Inserir espaçador digital no sentido horário até onde chegar, sem forçar. O espaçador não vai chegar até o CRT,
então é importante não forçar, pois pode acontecer de perfurar o canal radicular;

3 – Remover o espaçador digital no sentido anti-horário. Antes de tirar o espaçador, já deixar o cone acessório
lambuzado com o cimento obturador, para não perder o espaço criado pelo espaçador;

4 – Inserir cone acessório com cimento obturador no espaço e extensão que foram criados pelo espaçador digital.
Não deverá forçar a entrada do cone acessório, devendo respeitar quando encontrar uma resistência.

OBS: REPETIR OS PASSOS 2, 3 E 4 ATÉ QUE NÃO HAJA MAIS PENETRAÇÃO DO ESPAÇADOR E,
CONSEQUENTEMENTE, CONE ACESSÓRIO, OU ELES ESTEJAM MUITO PRÓXIMOS DO TERÇO CORONÁRIO.

Pode realizar o corte dos cones para evitar que atrapalhe a colocação dos espaçadores e dos outros cones
secundários.

PROVA DA OBTURAÇÃO / QUALIDADE DA OBTURAÇÃO: verificar a qualidade da obturação como falhas, espaços
entre os cones – cimento obturador – e a parede do canal radicular. Se houver falhas ou espaços, deverá repetir os
passos 2, 3 e 4 do item acima, até que ocorra o preenchimento de toda a extensão do canal radicular.

CORTE DA OBTURAÇÃO: o corte deve ser realizado ao nível cervical (embocadura do canal radicular). Provido de
uma lamparina, aquecer bem o condensador de paiva e remover a parte superior do cone principal e acessório. Pode
utilizar uma tesoura para cortar essa parte superior dos cones e depois, fazer o corte com um condensador
aquecido. Deve ser realizado rapidamente, para evitar que o condensador retire os cones de dentro do canal. A guta
percha deverá ser toda removida da coroa, devendo ficar apenas na embocadura do canal.

CONDENSAÇÃO VERTICAL: utilizando o calcador de paiva (indicado o 1 e 2) frio e de menor calibre do que a entrada
do canal, realizar a manobra de condensação vertical, que consiste em realizar uma compressão dos instrumentos
no cone principal e acessório do terço coronário e apical. Essa manobra deverá ser realizada por 10 segundos e deve
ser realizada imediatamente após o corte. Recomenda-se não utilizar o mesmo condensador de paiva que foi
realizado o corte da guta percha. Por isso deve-se utilizar o condensador de paiva frio para fazer a condensação
vertical.

LIMPEZA DA CÂMARA PULPAR: esse passo é muito importante porque evita que ocorra o escurecimento da coroa e
promova uma melhor adaptação do material restaurador. A técnica é feita com uma bolinha de algodão seca para
remover todo o excesso, logo em seguida, uma bolinha de algodão embebida em álcool 70%, fazendo a remoção do
material obturador e, por último, uma bolinha de algodão seca para finalizar a limpeza.
RESTAURAÇÃO PROVISÓRIA: preencher toda a cavidade com ionômero de vidro restaurador, selando toda a câmara
pulpar com, no mínimo, 3mm de espessura. Ou pinos e coroas protéticas provisórias, evitando neste sentido,
provável infiltração coronariana, até que o paciente se submeta a restauração ou prótese definitiva posterior.

RADIOGRAFIA FINAL: radiografar com posicionador radiográfico, fazendo a técnica do paralelismo. A radiografia
deverá ser realizada sem isolamento absoluto. Após a restauração provisória.

Na técnica do cone único, é uma técnica que consiste em um único cone a um canal previamente preparado. Para
esta técnica, um tipo de preparo específico é defendido, para que o tamanho do cone e a forma do canal prepara
sejam correspondentes. Quando o cone de guta percha se encaixa confortavelmente na porção apical do canal,
deve-se ser aplicado com um cimento obturador. É um técnica bem simples e eficaz, porém não é utilizada para
todos os tratamentos endodônticos, pois não preenchem toda a extensão do canal radicular, sendo de extrema
importância a sua aplicabilidade.

POR QUE FAZER A TÉCNICA DO CONE ÚNICO?

1 – Simples e eficaz;

2 – Menor tempo de trabalho;

3 – Menor curva de aprendizagem.

MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS:

- Cone de guta percha, de acordo com a LM/DC;

- Cimento obturador.

SECAGEM DOS CANAIS: após o protocolo easy clean e utilização da ponta aspiradora endo tips (azul), para realização
da aspiração final, devemos realizar a secagem dos canais radiculares. Utiliza-se quantos cones de papel forem
necessários para uma completa secagem dos condutos. O cone de papel deverá ser de acordo com o diâmetro da
LM/DC no comprimento real de trabalho – CRT. Normalmente, utiliza-se 3 cones de papel para secar o canal
adequadamente.

SELEÇÃO DO CONE PRINCIPAL: o cone principal deve ter um diâmetro correspondente a lima memória ou diâmetro
cirúrgico.

DESINFECÇÃO DOS CONES DE GUTA PERCHA: placa de petri deverá ser utilizada.

Gaze estéril

Soro fisiológico
ou álcool 70 por
Hipoclorito
1 minuto
de Sódio a
2,5% por 1
minuto
Separar cone de guta percha principal (35/05 ou 40/05) e separar de 3 a 4 cones acessórios (R7,
B7 ou extra fine – R8, B8 ou fine fine); emergir os cones na primeira solução (hipoclorito de sódio
a 2,5%) por 1 minuto; depois emergir na segunda solução (soro ou álcool) por mais 1 minuto;
após, colocar os cones sobre a gaze estéril e aguardar 1 minuto.

PROVA DO CONE PRINCIPAL: realizar 3 testes para que o cone principal seja considerado como
o ideal.

*Tátil: verificar o “travamento” apical do cone, que é sentida pela resistência na tentativa de remover o cone com a
pinça. Travando no CRT, tem o encaixe perfeito do cone no último milímetro do preparo. O travamento deve ocorrer
no CRT.

*Visual: não deve sair deformado após a sua prova.

*Radiográfico: deverá entrar corretamente no CRT e deverá ser realizada uma radiografia para confirmação.

ESPATULAÇÃO DO CIMENTO OBTURADOR: o cimento deve possuir a consistência de ponto ou fio de bala.
Proporção de 1:1. A espatulação será com espátula 36 ou 24. Homogeneizar até obter a consistência de ponto ou fio
de bala.

COLOCAÇÃO DO CIMENTO OBTURADOR:

1 – Lambuzar e inserir o cone principal com cimento obturador no canal radicular e CRT, pincelando as paredes do
conduto de apical para cervical, tomando o cuidado de não bombear cimento para o forame, o que poderia provocar
extravasamentos.

2 – Lambuzar novamente o cone principal com cimento obturador e introduzir no canal radicular, pincelando as
paredes do conduto de apical para cervical, tomando o cuidado de não bombear cimento para o forame, o que
poderia provocar extravasamentos.

OBS: ESSE PROCEDIMENTO DEVERÁ SER REPETIDO ATÉ QUE O CIMENTO FLUA PARA A CÂMARA PULPAR. APÓS
ESSE ACONTECIMENTO, LAMBUZAR NOVAMENTE O CONE COM CIMENTO OBTURADOR E POSICIONAR O CONE
PRINCIPAL NA MEDIDA DO CRT.

PROVA DA OBTURAÇÃO / QUALIDADE DA OBTURAÇÃO: verificar a qualidade da obturação como falhas, espaço
entre o cone – cimento obturador – e a parede do canal radicular. Se houver falhas ou espaços, deverá repetir os
passos 2 do item acima, até que ocorra o preenchimento de toda a extensão do canal radicular.

CORTE DA OBTURAÇÃO: o corte deve ser realizado ao nível cervical (embocadura do canal radicular). Provido de
uma lamparina, aquecer bem o condensador de paiva (mais robusto) e remover a parte superior do cone principal.
Pode utilizar uma tesoura para cortar essa parte superior do cone e depois, fazer o corte com um condensador
aquecido. Deve ser realizado rapidamente, para evitar que o condensador retire o cone de dentro do canal. A guta
percha deverá ser toda removida da coroa, devendo ficar apenas na embocadura do canal.

CONDENSAÇÃO VERTICAL: utilizando o calcador de paiva (indicado o 1 e 2) frio e de menor calibre do que a entrada
do canal, realizar a manobra de condensação vertical, que consiste em realizar uma compressão dos instrumentos
no cone principal e acessório do terço coronário e apical. Essa manobra deverá ser realizada por 10 segundos e deve
ser realizada imediatamente após o corte. Recomenda-se não utilizar o mesmo condensador de paiva que foi
realizado o corte da guta percha. Por isso deve-se utilizar o condensador de paiva frio para fazer a condensação
vertical.
LIMPEZA DA CÂMARA PULPAR: esse passo é muito importante porque evita que ocorra o escurecimento da coroa e
promova uma melhor adaptação do material restaurador. A técnica é feita com uma bolinha de algodão seca para
remover todo o excesso, logo em seguida, uma bolinha de algodão embebida em álcool 70%, fazendo a remoção do
material obturador e, por último, uma bolinha de algodão seca para finalizar a limpeza.

RESTAURAÇÃO PROVISÓRIA: preencher toda a cavidade com ionômero de vidro restaurador, selando toda a câmara
pulpar com, no mínimo, 3mm de espessura. Ou pinos e coroas protéticas provisórias, evitando neste sentido,
provável infiltração coronariana, até que o paciente se submeta a restauração ou prótese definitiva posterior.

RADIOGRAFIA FINAL: radiografar com posicionador radiográfico, fazendo a técnica do paralelismo. A radiografia
deverá ser realizada sem isolamento absoluto. Após a restauração provisória.

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