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RECONSTRUÇÃO DO

LIGAMENTO CRUZADO
ANTERIOR
Alessandra Cerri
INTRODUÇÃO
★ Cirurgia: prevenir instabilidade articular (lesão meniscal e cartilaginosa)

★ Osteoartrite sintomática pós reconstrução 13,6 - 21,5%

★ + Meniscectomia : aumenta para 8 - 27%

★ Flacidez patológica 1 - 8 %

★ RM é o método mais indicado para avaliar reconstrução do LCA (contra-


indicação: artrografia por TC)
INTRODUÇÃO
★ Falhas precoces: primeiros 6 meses
○ Erro na técnica cirúrgica, falha na incorporação do enxerto e reabilitação

★ Falhas tardias: após um ano


○ Novo trauma ou lesão do enxerto.
ASPECTO NORMAL DA RECONSTRUÇÃO DE LCA

★ 2 procedimentos mais comuns:


○ Enxerto osso - tendão patelar - osso
○ Enxerto com isquiotibiais (four-strand hamstring graft) -> enxerto duplo semitendíneo e grácil
- mais em criança devido a linha de fise

★ Estudos não mostram muita diferença entre os dois, porém o primeiro pode
levar a mais dor anterior do joelho.

Substituição da banda anteromedial do LCA


ASPECTO NORMAL DA RECONSTRUÇÃO DE LCA
★ CARACTERÍSTICAS DO ENXERTO NA RM
○ Baixo sinal
○ Sinal intermediário em 4-8 meses após a reconstrução com queda de sinal com o tempo e
completamente hipossinal em 12 meses → revascularização e sinovialização.

★ Diferença dos dois enxertos:


○ Semitendíneo/grácil é composto por 4 dobras e pode ter sinal de líquido ou sinal
intermediário entre eles, ao longo das fibras.
○ Patela composto por única banda – esse sinal é incomum.

★ LOCAIS DOADORES
○ PATELA: defeito na patela e tendão que reduz em 1-2 anos após a cirurgia
○ SEMITENDÍNEO E GRÁCIL: ausência dos tendões, com regeneração em 2,5 - 3 anos
RECONSTRUÇÃO DO LCA
★ Plugs ósseos são presos nos túneis por parafusos de interferência até
ocorrer a união óssea.

Metálico ou Bioabsorvível

★ Endobutton e dispositivos transfixantes


○ Passa pelo orifício ósseo e implantado como um T para ancorar o enxerto
○ Transfixantes são perpendiculares ao eixo longo do enxerto nos côndilos femorais
RECONSTRUÇÃO DO LCA
★ Túnel femoral:
○ Plano sagital e coronal.
○ Plano sagital: linha pelo córtex posterior do fêmur e outra linha no teto do intercôndilo . A
porção inferior do túnel tem que estar na intersecção dessas duas linhas.
○ Plano coronal: porção intra-articular do túnel femoral deve abrir para a margem superolateral,
posterior à eminênica intercondilar.

★ Se na face do relógio: entre 10 e 11 horas no joelho direito e entre 1 e 2


horas no joelho esquerdo.
O túnel femoral é fundamental para a isometria do enxerto

O mais posterior da cortical femoral, porém deve manter 1 a 2 mm


RECONSTRUÇÃO DO LCA
★ Túnel Tibial:
○ Posicionamento é o fator primário para prevenir impacto contra o teto intercondilar
○ Plano sagital: paralelo a linha de Blumensaat (linha ao longo do teto intercondiar).
○ Porção distal tem que começar perto da tuberosidade tibial e a abertura articular tem que
estar completamente posterior a linha de Blumensaat

★ Lucência ao redor do enxerto antes de incorporar pode ser normal


posteriormente com esclerose nas margens do túnel.

★ Podem ser feitas reparações durante a cirurgia no caso de detecção de


impacto : “Notchplasty” e a colocação de um parafuso de interferência
anterior ao enxerto no túnel tibial
COMPLICAÇÕES
★ 2 grupo baseados nos sintomas

★ Redução da amplitude do movimento e flacidez:


○ Impacto
○ Artrofibrose
○ Corpos livres intra-articulares
○ Cistos glangliônicos

★ Frouxidão aumentada:
○ Lesões/roturas do enxerto
○ Estiramento
IMPACTO DO TETO INTERCONDILAR
★ Posicionamento do tunel tibial
○ Túneis anteriorizados (extensão)

★ Imagem: mal posicionamento do túnel


○ RM: aumento do sinal do enxerto no T1 e T2 no local de impacto com a margem
anteroinferior do teto intercondilar e pode aparecer abaulado posteriormente – alteração de
sinal envolve os dois terços anteriores
○ Impacto crônico: roturas parciais podem estar presentes
○ Orientação não linear do enxerto entre os túneis femoral e tibial

★ Túnel tibial lateralizado: impacto lateral com o aspecto medial do côndilo


lateral
○ Não tratado pode evoluir para rotura total do enxerto

★ Tto: ressecção artroscópica da face anterolateral do teto intercondilar


LESÃO DO ENXERTO
★ Mais suscetível a injúria durante o processo de remodelamento, em 4-8 meses após a cirurgia.

★ Sinais diretos: sinal alterado (aumento do sinal no T2), espessamento e descontinuidade das
fibras.
○ Parcial: áreas focais de aumento de sinal (líquido) + fibras intactas (ddx com fase de
ligamentização)
○ Completa: ausência de fibras intactas e defeito preenchido por líquido
■ Orientação horizontal do enxerto ou frouxidão + reabsorção de fibras
■ Trauma recorrente

★ Sinais indiretos: translação anterior tibial e corno posterior do menisco lateral sem cobertura → ddx
com processo de revascularização.

★ Rotura pode ser excluída se tiver espessamento difuso do enxerto visto no plano sagital e coronal
→ descontinuidade completa vista no coronal e sagital é 100% específico para rotura.
Anteriorização da tíbia > 7 mm

Musculoskeletal Imaging: Anterior Cruciate Ligament Reconstruction. Radiology: Volume 263: Number 3—June 2012
Concavidade do LCP

Musculoskeletal Imaging: Anterior Cruciate Ligament Reconstruction. Radiology: Volume 263:


Number 3—June 2012
Linha LCP - positivo se a extensão proximal não interseptar a cavidade Linha Femoral Posterior - positivo se
não interseptar a porção plana do platõ tibial ou passar
medular em 5 cm do fêmur distal
mais de 5 mm da margem posterior

Musculoskeletal Imaging: Anterior Cruciate Ligament Reconstruction. Radiology: Volume 263: Number 3—June 2012
Ângulo LCP < 100º/107° Razão da curvatura do LCP < 0.39

Musculoskeletal Imaging: Anterior Cruciate Ligament Reconstruction. Radiology: Volume 263: Number 3—June 2012
ARTROFIBROSE
★ Focal e difusa

★ Presença de tecido cicatricial em pelo menos um compartimento do joelho reduzindo a


movimentação

★ RM: sinal baixo em T1 e em T2

★ Forma focal mais comum – lesão fibrosa nodular com hipossinal anterior a porção distal do enxerto
entre o fêmur e a tíbia, na eminência intercondilar - “cyclops lesion” - 1 a 10% dos pacientes com
reconstrução de LCA
○ DDX com sinovite vilonodular pigmentada, ,condromatose sinovial e corpos livres

★ Forma difusa: área espiculada, bem definida de baixo sinal na gordura de Hoffa ou uma área de
pseudomassa com queda de sinal anterior e posterior ao enxerto que pode estender a cápsula
articular e causar hipertrofia sinovial e capsular.

★ Relação com processo inflamatório antes da reconstrução e antes de 4 semanas após o evento
traumático.
DEGENERAÇÃO CÍSTICA
★ Formação de gânglio cístico

★ Complicação tardia -> incorporação incompleto do aloenxerto nos túneis ósseos e necrose tecidual
subsequente, permitindo a entrada de fluído sinovial entre o túnel e o subcutâneo pré tibial

★ Normalmente aparece com sinal de líquido no túnel tibial em todas as sequências. Podem se
estender proximal ao túnel tibial ao espaço articular ou a partes moles anteriores a tuberosidade
tibial.

★ Podem causar dor e limitar movimento se forem grandes ou serem palpáveis na região pré tibial →
não são causas de falhas do enxerto

★ Diferenciação com rotura do enxerto: fibras do enxerto intactas.


SÍNDROME DA FRICÇÃO DA BANDA ILIOTIBIAL
★ Ocorre nos casos de enxerto dos isquiotibiais e com pinos transfixantes
bioabsorvíveis

★ Pinos deslocados ou fragmentados podem criar atrito com a banda iliotibial e


causar espessamento ou rotura.
ESTIRAMENTO:
★ Se anteriorização do túnel femoral o enxerto é submetido a um aumento de
pressão a flexão do joelho que pode levar a frouxidão

★ Curvatura posterior do enxerto no plano sagital.

CORPOS INTRA-ARTICULARES:
★ Pode ser secundário a injúria condral com um trauma, não visto na
reconstrução

★ Composto de cartilagem articular, osso cortical ou esponjoso – sinal


intermediário a baixo no T2 , GRE- bom para componente ósseop – sinal
bem baixo.
OUTRAS COMPLICAÇÕES
★ FIXAÇÃO:
○ Falha de fixação pode correr em vários lugares → fratura do plug osseo, luxação do plug, reabsorção óssea
adjacente, fratura do pino de interferência e migração do parafuso. Se levar a sintomas, deve ser removido.
○ Fratura também pode ocorrer na tíbia e no fêmur durante a colocação do enxerto

★ DOADOR:
○ Dor patelofemoral, rotura do ponto remanescente do tendão e fraturas patelares.

★ ARTRITE SÉPTICA:
○ RARO – MENOS QUE 0,5%/ 0,1 a 0,9%
○ RM boa para ver extensão de acometimento ósseo e abscesso – derrame articular, sinovite, osteomielite
com edema medular e erosões ósseas, abscessos e trajetos fistulosos.
○ Enxerto pode mostrar aumento de sinal focal ou difuso no T2 = atribuído a exsudato fibroso na superfície do
enxerto.

★ VASCULARES
○ Raro
○ Pseudoaneurisma da artéria genicular inferior – corre ao longo do aspecto medial do côndilo tibial e pode ser
lesado durante a elevação do periósteo no lado medial da tíbia durante a confecção do túnel ou da
ressecção do tendão dos isquiotibiais.
OBRIGADA!

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