ORTOPEDIA - Pé torto congênito Má-formações vasculares: ausência ou hipoplasia da arteria
tibial anterior. Ausência do pulso pedioso: ocorre mais no Deformidade caracterizada por mau alinhamento complexo PTC grave e em crianças mais velhas. do pé que envolve partes moles e ósseas, com deformidade em equino e varo do retropé, cavo e adução do médio e antepé Tratamento Incidência: 1/1000 nascidos vivos, mais em meninos (2:1), acometimento bilateral em 50% dos casos. 1. Método de Kite: Etiologia: desconhecida. Visava tratar corrigir cada componente do PTC Teorias: posição intrauterina do feto, compressão mecânica separadamente. ou aumento da pressão hidráulica intra-utero, parada no desenvolvimento fetal, infecções virais, deficiências Correção no adulto: abdução do pé em fulcro no mediopé e vasculares, alterações musculares, alterações neurológicas, apoio na articulação calcaneocuboidea; correção do varo defeito no desenvolvimento das estruturas osseas, defeitos com eversão do retropé com trocas gessadas ou cunhas; genéticos. abdução e pronação do antepé forçadas pelas manipulações Hipótese de defeito primário de partes moles e unidades neuromusculares levando a alterações ósseas é corroborada excessivas; equino do antepé e retropé corrigidos com pela presença pela tecido fibrotico nos músculos, fáscias, dorsiflexao progressiva. ligamentos e bainhas tendineas da região posteromedial do Não permitia correção completa das deformidades tornozelo e retropé. Proteínas contrateis e miofibroblastos do tecido Sequelas: Deformidades em “mata contraturado expressam níveis mais elevados de colágeno borrão”, torção lateral do tornozelo, tipo III e fatores de cresciemento. achatamento e deformação da face Encurtamento, fibrose e retração dos músculos e ligamentos superior do talus, subluxação do do retropé podem ter influencia genética, com capacidade navicular, rigidez ligamentar e anormal de retração, o que pode estar relacionado as capsular, etc. deformidades congênitas primarias e recidivas pós- tratamento. Além disso, há aumento na incidência familiar em gêmeos idênticos. Padrão de herança poligênico e multifatorial influenciado por fatores externos, com 2. Liberação pósteromedial: dominância incompleta e penetração variável. A deformidade parece não se desenvolver antes da 12ª Liberação extensa de partes moles. semana gestacional. Complicação: hipercorreção com valgismo do retropé. Anatomia patológica: Variantes da técnica: continuaram trazendo consequências Ocorre uma alteração da relação tridimensional dos ossos. devido a hipo ou hipercorreção. As deformidades mais graves estão no retropé onde o tálus e o calcâneo estão em equino acentuado, o calcâneo está A atual tendência é evitar cirurgias com extensas liberações medialmente angulado em varo e o navicular com desvio articulares. medial acentuado. Os ligamentos posteriores do tornozelo e da região medial e O uso da cirurgia é feito apenas como método “a la carte” plantar estão encurtados e espessados. quando são liberadas apenas as estruturas necessárias para Os músculos: tríceps sural, tibial posterior e flexores dos obtenção da correção. dedos estão encurtados. Talus possui má formação morfológica (colo angulado 3. Método de Ponseti: medialmente e plantarmente, encurtado ou ausente) Resultados mais satisfatórios com redução da necessidade Antepé está pronado em relação ao retropé porque o de liberações cirúrgicasextensas. primeiro e segundo metatarsos estão angulados plantarmente em relação ao quinto que está alinhado ao Composto pelas trocas gessadas seriadas, secção retropé, originando o cavo. percutânea do tendão do calcâneo e uso de órteses de Os ligamentos posteriores e póstero-mediais do tornozelo abdução apresentam anomalias como retrações que exercem forças deformantes e resistência as correções. Fundamento da técnica: corrigir a deformidade por meio de Ligamento deltoide e ligamento calcaneonavicular plantar mudança plástica dos elementos contraturados e estão encurtados e espessados. encurtados que possuem grande capacidade elástica na Músculos da panturrilha e pé têm tamanho menor. criança nova. Músculos anômalos ou acessórios são mais comuns no PTC idiopático, bem como alteração das inserções tendineas Promove correção da relação entre os ossos do pé e (como inserção medial do tendão do calcâneo que contribui remodelação óssea. para o verismo) O tratamento deve ser iniciado nos primeiros anos de vida, com manipulações suaves feitas em intervalo de 5-7 dias e a Eduarda Santana seguir aplicação do aparelho gessado com joelho flexionado a 90 graus.
1ª deformidade corrigida: cavo – com supinaçao do antepé
e apoio plantar na cabeça do primeiro metatarso.
2ª deformidade corrigida: adução e verismo
simultaneamente nos próximos 3-4 gessos.
Quando se consegue a abdução de aproximadamente 70
graus, o varo deve estar corrigido.
Apenas após a correção do varo e da adução deve-se iniciar
a correção do equinismo com gesso modelado na parte posterior do pé´, com flexão dorsal.
Erro de Kite: apoio realizado na articulação
4. Outros métodos iniciais de tratamento: Órtese de calcaneocuboidea e tentativa do verismo com pronação. Denis Browen, fisioterapia, alongamentos e O uso de órtese de abdução e a manipulação domiciliar bandagens (método francês) – podem ter relativo devem ser estimulados. sucesso.
As recidivas podem ser rapidamente tratadas com duas ou
três trocas gessadas, mas em casos de forte tendência a supinação dinâmica pode ser feita a transferência do tendão do musculo tibial anterior para o terceiro cuneiforme.
CLASSIFICAÇÃO DE PIRANI:
Objetivo: avaliação e acompanhamento da evolução do pé
torto congênito.
Permite avaliação do grau de rigidez das deformidades.
Sinais são agrupados em duas regiões: os três primeiros se