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TEMA 3: ESCOLIOSE
OBEJECTIVOS DA AULA
GERAL
• Transmitir conhecimentos bases aos estudantes que
permitam diagnosticar, orientar os pacientes portadores
dessa patologia na sua pratica clinica.
ESPECIFICO:
• Transmitir conhecimento que permitam fazer diagnostico
diferencial entre varias afecções da coluna vertebral, sua
etiologia, classificação, tratamento e complicações.
Sumário:
 Introdução
 Classificação das escolioses (Winter 1994)
 Exame clinico - Radiológico das escolioses
 Tratamento
 Complicações das escolioses
INTRODUÇÃO
As escolioses despertam grande interesse em medicina , na
dependência da sua etiologia e em decorrência dos sinais e
sintomas que podem determinar principalmente os efeitos
antiestéticos.
A degeneração das superfícies articulares das inter
apofisarias( artrose), por sobrecarga biomecânica é comum.
CONSEITO:
O termo escoliose provem do grego e significa curvatura.
É uma deformidade que atinge a coluna vertebral e que
apresenta desvios no plano sagital, coronal e transverso
Ver fig. a baixo
CLASSIFICAÇÃO DAS ESCOLIOSES
(WINTER 1994)
1. Quanto a localização:
Cervical-cervicotoráxica-toráxica-toracolombar-lombar-
lombo-sacra.
2. Quanto a importância da curva:
➢ Primaria
➢ Secundaria
A primaria e a curva principal de maior amplitude e alteração
estrutural(inclinação e rotação do corpo vertebral.
A secundaria é a curva de compensação.
Ver fig. abaixo
CLASSIFICAÇÃO (CONT.)
Quanto a etiologia:
Idiopática: infantil- juvenil-adolescente
Paralítica
Congénita
Secundaria á neurofibromatose
Postural
Antálgica
ESCOLIOSE IDIOPATICA
Mas comum em 80% dos casos, sem causa definida. Esta
relacionada ao desenvolvimento músculo-esquelético,
habitualmente não apresenta dores, excepto na idade
adulta(associada a artrose vertebral).
Apresenta-se geralmente em forma de S, com uma curva
primaria e outra secundaria, de compensação.
E. INFANTIL-Desde nascença até os 3 anos de idade. Incide
na mesma proporção em ambos sexos e a maioria apresenta
regressão espontânea sem tratamento.
E. JUVENIL-Entre 3 aos 10 anos. Com incidência maior no
sexo feminino na proporção de 5:1, sendo que muitas
apresentam tendências a progressão
E. IDIOPATICA (CONT.)
E. ADOLESCENTE- A cima dos 10 anos com maior incidência
no sexo feminino na proporção de 10:1 com tendência a
progressão .

Entre as 3 formas de escoliose, a infantil é a mais rara e a


maioria dos casos ocorre na Europa. A juvenil é encontrada
entre 12% e 16% com escoliose idiopática. A do adolescente é
a más comum e as curvas tendem aumentar devido ao
período de crescimento rápido e ao efeito desestabilizador
que esse processo tem sobre a coluna encurvada.
Escoliose Paralítica
Esta relacionada a patologias de origem neuromuscular, tais
como: Poliomielite, Paralisia cerebral e Lesões
traumáticas do sistema nervoso central, que atinge o
encéfalo, meninges ou medula.

Escoliose congénita
Esta relacionada a malformação das vértebras, que facilmente
identificada nas radiografias. Estes defeitos ocorrem entre a
2ª e a 4ª semana de vida embrionária, aparecendo as espinhas
bífidas, espondilolises, espondilolisteses e as duas principais
causas de escoliose congénita que são: Hemivertebras e as
Barras ósseas.
Escoliose segundaria a
neurofibromatose
É caracterizada por neurofibromas cutâneos, manchas
(café com leite na pele) e pseudo-artrose na tíbia.

Escoliose traumática
Esta relacionada ao achatamento vertebral decorrente de
traumatismos.
Obs: Se o encunhamento for considerável e não corrigido
em gesso, dispositivo especial de imobilização ou através
de cirurgia, a deformidade manter-se-á
Escoliose postural
É determinada pela presença de um membro inferior mais longo do
que o contra lateral.
Obs: O tratamento esta relacionado com a sua igualização com
elevação do salto ou utilização de palmilha de compensação.
Se o encurtamento for maior que 3cm, pode haver indicação de
cirurgia de alongamento ósseo.

Escoliose antálgica
Esta relacionada a um mecanismo de protecção. O desvio da coluna
vertebral é segundaria a uma patologia principal, por exemplo nas
lombalgias ou lombochatalgias por hérnia discal.
Obs: O tratamento da causa desencadeante promove a regressão total
da escoliose antálgica.
EXAME CLINICO DAS ESCOLIOSES
(determinação do triângulo do talhe)
A) Paciente de frente para o examinador

B) Paciente de perfil para o examinador

C) Paciente de costas para 0 examinador

D) Triângulo do talhe ampliado, a direita no destaque

Ver fig. abaixo


TESTE DE ALLIS PARA DETECÇÃO
DA ESCOLIOSE(teste de 1min)
EXAMES RADIOGRAFICOS
As radiografias em AP e perfil são realizadas em posição
ortostática, sob acção da gravidade os dévios se apresentam
em seu grau máximo.
A radiografia deve ser panorâmica, incluindo toda coluna
vertebral, desde a primeira torácica até a primeira sacral.
Deve ser analisada e mensurada por método de Cobb no
negatoscopio com se o paciente estivesse de costa para o
examinador, ou seja a imagem cardíaca e a bolha gástrica
devem estar a esquerda e a imagem hepática a direita do
examinador.
Ver fig. abaixo
Mensuração do grau de escoliose
pelo método de COBB
1. Localizar na radiografia de perfil a vértebra limite
superior. É a primeira vértebra dorsal, cefálica ou
proximal, cuja borda superior mais se orienta para a
concavidade da curva.
➢ Traçar uma linha tangente à borda superior da vértebralimite
proximal (1).
➢ Traçar uma perpendicular a partir desta tangencial na
concavidadeda curva(2).
2. Localizar na radiografia de perfil a vértebra limite inferior. É a
primeira vértebra dorsal distal, cuja borda inferior mais se
orienta para concavidade da curva.
➢ Traçar uma linha tangente à borda inferior da vértebra limitedistal (3).
➢ Traçar uma perpendicular a partir desta tangencial na concavidadeda
curva (4)
Ver figura abaixo
MENSURAÇÃO DO GRAU DA
ESCOLIOSE POR METODO DE COBB
Tratamento das escolioses
1. Para as escolioses com até 20 graus Cobb e os pacientes
em crescimento, o tratamento é conservador, a considerar
os seguintes cuidados:
➢ Observação periódica – com eventuais controles radiográficos,
para identificara possibilidade de progressão da curva.
➢ Orientação ortopédica.
➢ Tratamento fisioterapico.
2. Para as escolioses entre 20 e 40 graus Cobb, com o paciente
em crescimento (sinal de Risser menor que 4) e a curva
flexivel, o tratamento mas adequado consta de:
Observação periódica
Orientação ortopédica
Colete ortopédico.
Tratamento das escolioses (cont.)
Colete ortopédico - Com utilização disciplinada (23
horas por dia).
• Colete de Milwaukee nas escolioses altas (dorsal,
dorsolombar).

Ver fig. abaixo


Tratamento fisioterapeutico
O colete de Milwaukee é universalmente utlizado para o
tratamento da escoliose e hipercifose postural, já a órtese tóraco
lombo-sacra apresenta indicação restrita as escolioses baixas.
▪ No paciente jovem a escoliose é assintomática.
▪ Apresenta desvios posturais que são considerados.
▪ O enfoque é de sua correcção, alongar a musculatura retraída(do
lado da concavidade).
▪ Hipertrofiar a musculatura alongada (do lado da convexidade ),
objectivando o equilíbrio muscular e a correcção da
deformidade.
▪ No paciente de maior idade – quando existir artrose, pode
apresentar dor, assim para além do trabalho muscular a
fisioterapiatambém deve ser de analgesia e antinflamatoria
Ver fig. Abaixo
Tratamento fisioterapeutico (cont.)
▪ Na presença de alterações vasculares, respiratórias ou
nervosas (medular, cauda equina), por evolução
natural ( compressão) ou sequelas previsíveis das
cirurgias, a fisioterapia se mostra relevante.
Tratamento cirúrgico das escolioses
Esta indicado em duas eventualidades:
➢ Para as escolioses com potencial de crescimento, angulação
maior do que 40 graus Cobb, que não respondem ao tratamento
conservador e que são progressivas.
➢ Para os pacientes sem potencial de crescimento, portadores de
curvas acentuadas( associadas a grave comprometimento
estético ou alterações vasculares, respiratórias ou nervosas por
compressão.
Obs: Os pacientes com indicação cirúrgica (artrodese), em
geral previamente são submetidos à tracção esquelética do
tipo alo femoral(entre o crânio e a região supra condilana do
fémur, bilateral) com objectivo de diminuir as curvas e avaliar
eventuais alterações neurológicas durante a correcção.
COMPLICAÇÕES DA ESCOLIOSE
Em pacientes com deformidades avançadas, uma escoliose
pode desencadear:

• Alterações vasculares e respiratórias pela compressão


cardíaca e pulmonar;
• Alterações de origem nervosa pela eventual compressão da
cauda equina, medular ou radicular
Fim da aula

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