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Vamos começar conhecendo a anatomia deste segmento. A coluna lombar é composta por 5
(cinco) vértebras, as quais exibem corpo vertebral, pedículos, processos transversos, lâminas e
facetas articulares.
Figura 3 - Coluna lombar vista em perfil com a emergência das raízes neurais através dos forames de
conjugação.
As causas não mecânicas, embora menos frequentes, devem ser reconhecidas para que se insti-
tua um tratamento adequado dirigido. As principais causas são:
Ao exame físico da coluna, o médico identifica dor aos movimentos de flexão e extensão da coluna
e dor à palpação de musculatura paravertebral com leve contratura à direita. Sem déficit ao exame
neurológico sumário.
Resposta: O quadro de lombalgia por espondiloartrose não é compatível com a idade da paciente,
nem com o início abrupto. Não há sintomas de radiculopatia e nem de síndrome infecciosa para
levantar a hipótese de espondilodiscite.
Considerando os dados da história clínica e do exame físico (a paciente tem apenas dor, mas con-
segue realizar os movimentos), a principal hipótese a ser pensada neste momento é a lombalgia
mecânica comum por distensão/contratura muscular, provavelmente decorrente do sedentaris-
mo. Portanto, letra c.
2 - Qual a sua conduta diagnóstica em relação aos exames complementares neste caso?
Resposta: Na vigência de um quadro típico de lombalgia aguda, não se fazem necessários exames
complementares de imagem. O caso deve ser medicado e ter sua evolução avaliada.
Fonte: https://radiopaedia.org/cases/lumbosacral-transitional-vertebra-castellvi-type-iib.
Essa paciente apresenta uma variação anatômica muito comum, que é a vértebra de transição
lombossacra. Observe que a última vértebra lombar apresenta os processos transversos largos,
chamados megapófises transversas, e que, o do lado esquerdo, encontra-se neoarticulado ao
sacro. Na maioria dos casos, esses achados não estão relacionados ao episódio de dor lombar
atual. O correto é explicar ao paciente que esta alteração é o que chamamos de “achado radioló-
gico” não tendo correlação com a dor apresentada. A conduta terapêutica será semelhante ao que
faríamos se nenhuma alteração radiológica fosse encontrada. Portanto, letra d.
Durante exame físico, o paciente apresenta marcha com dor, curvaturas fisio-
lógicas normais da coluna, sem desvios, contratura muscular paravertebral à
direita, com dor à flexão da coluna lombar, com limitação desse movimento.
Apresenta déficit de força à direita ao tentar caminhar na ponta dos pés (sinal
da ponta) e caminha normalmente no calcanhar. O reflexo Aquileu é diminuído
à direita. A elevação do MID com joelho em extensão (Laségue) provoca dor
irradiada para a face posterior da coxa direita a 30 graus.
Resposta: Considerando os dados da história clínica e do exame físico, que evidenciam uma dor
de forte intensidade, que se irradia abaixo do joelho, seguindo um dermátomo (área de inervação
de determinada raiz neural), associada à perda de força focal, a principal hipótese a ser pensada
neste momento é de compressão radicular por possível herniação discal.
Devemos ter em mente que a evidência científica atual indica que exames de imagem de rotina da
coluna lombar não trazem benefícios no desfecho final e expõem o paciente a riscos desnecessá-
rios (radiação, contraste etc.). Além disso, o uso indiscriminado de exames aumenta bastante os
custos para o sistema de saúde.
Os estudos diagnósticos devem ser realizados inicialmente apenas em pacientes com déficits neu-
rológicos ou naqueles com “sinais de alarme”, ou seja, características clínicas que sugiram uma
condição patológica grave subjacente, como infecção (espondilodiscite), fratura ou neoplasia.
Aqui finalizamos a discussão da lombalgia, a última unidade do nosso módulo. Espero que tenha
sido proveitoso para o seu aprendizado e que os novos conhecimentos tragam bons frutos para
sua prática clínica!
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