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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
ESPAÇO PARA INSERIR O TEXTO

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO II

9 ALTERAÇÕES POSTURAIS

9.1 ESCOLIOSE

A escoliose é uma curvatura lateral da coluna. Como a coluna vertebral não


pode inclinar-se lateralmente sem também fazer rotação, a escoliose envolve tanto
flexão lateral quanto rotação, ocorrendo geralmente nas regiões torácicas e
lombares.
Quando ocorre esta alteração lateral da coluna, as forças de torção e
lateralização se somam às forças compressivas, levando à descompensação do
tronco e, consequentemente, à piora da escoliose.
A progressão da escoliose depende da ação da gravidade e da qualidade
muscular acometida.

ALINHAMENTO IDEAL – DESALINHAMENTO (ESCOLIOSE)

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FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

Na imagem de escoliose em vista posterior, observa-se o desvio do eixo


longitudinal da coluna.
Quanto à relação estrutural as escolioses podem ser divididas em:
 Escoliose não estrutural: esta escoliose corrige-se nas radiografias em
supinação com inclinação lateral ou com radiografias sob tração;
 Escoliose estrutural: consiste em uma curvatura lateral fixa com rotação.
Este tipo de escoliose não se corrige nas radiografias de lateralização forçada na
posição supina, portanto sem flexibilidade.

Conforme conceito de alguns autores, escoliose estrutural é caracterizada


pela rotação do corpo da vértebra. As curvas espinhais evoluem em direção lateral e
são acompanhadas por um padrão de deformidade rotatório. Na coluna torácica, a
ligação costal às vértebras resulta em deformidade do gradeado costal. A rotação do
corpo vertebral está relacionada com a convexidade e a concavidade da curva.
Devido à rotação e inclinação que as vértebras sofrem, os músculos da concavidade
estão sempre encurtados e os da convexidade estão sempre alongados.

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A magnitude desta alteração postural pode ser classificada em: leves,
moderadas e graves, dependendo do grau de acometimento.
A localização da escoliose é caracterizada conforme o local onde se
encontra o ápice da curvatura.

9.1.1 Tipos de escoliose

a) Idiopática: é o tipo de escoliose que possui predisposição genética e é a


mais comum escoliose estrutural. Embora existam várias teorias etiológicas sua
causa permanece desconhecida.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE IDIOPÁTICA

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

b) Paralítica: é relacionada a uma patologia de origem neuromuscular


(poliomielite, paralisia cerebral, pós-paraplegias traumáticas, etc.). Não tem relação
com o desenvolvimento esquelético, mas, sim, segue o curso da doença original,
progredindo à medida que progride a paralisia da musculatura paraespinhal.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE PARALÍTICA

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FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

c) Congênita: é uma paralisia associada principalmente à malformação


vertebral e dos arcos costais. Estas malformações tornam-se evidentes no primeiro e
segundo ano de vida.
As anomalias mais graves que envolvem os elementos nervosos são a
diastematomielia e disrafismo espinhal. Esta escoliose possui crescimento lento,
suas curvaturas não crescem mais que cinco graus por ano. O aumento desta
curvatura ocorre rapidamente durante o surto de crescimento da pré-adolescência. A
escoliose congênita não progride após a puberdade.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE CONGÊNITA

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

d) Secundária à neurofibromatose: pertence a uma classificação a parte.


São caracterizadas por neurofibromas cutâneos, histórico familiar autossômico
dominante, manchas amarronzadas "café com leite" na pele e, eventualmente,

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pseudoartrose congênita da tíbia. A curvatura característica é torácica para o lado
direito, rígida, de raio curto e bastante progressiva.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA À NEUROFIBROMATOSE

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

e) Secundária à assimetria de membros inferiores: diferença de


comprimento de membros inferiores por causas diversas.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA A ASSIMETRIA DE MEMBROS

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

f) Antálgica: alteração postural relacionada com sintomas dolorosos em


relação a processos tumorais ou hérnias discais. Esta alteração pode ser corrigida
quando cessar a causa da dor. As dores posturais estão relacionadas a posturas
inadequadas crônicas.

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EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA À ASSIMETRIA DE MEMBROS

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

9.1.2 Sintomatologia

A principal queixa é a deformidade em si ou a queixa de dor. As curvas na


região torácica produzem logo uma assimetria do gradil costal, fazendo com que o
diagnóstico seja mais precoce.
Nas crianças, as deformidades em geral não causam dor, o que ocorrem
geralmente com os adultos. O quadro álgico do adulto apresenta caráter funcional
ou secundário a fenômenos degenerativos.
Ao depararmos com um quadro doloroso e apresentando deformidade,
devemos ficar atentos para patologias do tipo espondilólise ou listese, tumores
ósseos ou medulares, doenças inflamatórias, hérnias discais, entre outras.
No caso da queixa principal ser de caráter neurológico, devemos questionar
se são sensitivas ou motoras e observar se estão associadas com alterações de
equilíbrio.
Nas deformidades paralíticas, é importante sabermos a etiologia, evolução e
patologias associadas (principalmente esfincterianas).

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9.1.3 Avaliação

A escoliose pode ser classificada através de critérios clínicos radiológicos


segundo alguns aspectos: a altura da localização do aumento de curvatura na
coluna vertebral (levando em conta a vértebra-ápice), a lateralidade do desvio, a
etiologia e a quantidade de curvas existentes na curvatura principal.
A avaliação clínica é de grande importância para se chegar a um correto
diagnóstico e prognóstico.
A avaliação musculoesquelética em casos de escoliose deve incluir:

 Testes de alinhamento postural: este teste pode ser realizado tanto com
fio de prumo quanto segmentares observando a vista posterior, lateral e anterior.
Observa-se se a escoliose é à direita, à esquerda ou ambas. Outro fator importante
a ser analisado é se a escoliose é em forma de S (curvando-se para ambos os
lados) ou em C (predomínio de um hemi lado).

AVALIAÇÃO POSTERIOR DA ESCOLIOSE - DIREITA OU A ESQUERDA,


EM S OU C

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FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

 Testes musculares: devemos observar o comprimento muscular dos


seguintes músculos: flexores de quadril, isquiotibiais, inclinação anterior para
músculos posteriores, tensor da fáscia lata, redondos e latíssimo do dorso.
A força muscular também deve ser avaliada, como: extensores da coluna,
abdominais superiores e inferiores, tronco lateral, flexores e extensores do quadril,
adutores e abdutores do quadril e trapézio médio e inferior.
Uma parte essencial do exame é a observação da coluna durante o
movimento.
Um dos testes mais conhecidos para a avaliação da escoliose é o “Teste de
Adam”. Este teste consiste em o fisioterapeuta se postar em pé, atrás do paciente, e
solicitar ao mesmo que se incline para frente, e logo em seguida retornar lentamente
à posição ereta. Por meio deste método verifica-se a presença de gibosidade que
ocorre devido à presença de rotação nas vértebras. A gibosidade consiste em uma
deformidade rotacional que altera o gradil costal e é evidenciada pela protusão do
mesmo, na região posterior do tronco, do lado da convexidade.

REALIZAÇÃO DO TESTE DE ADAM – VERIFICAÇÃO DE GIBOSIDADE

FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

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9.1.4 Exames complementares

 Raio X: auxilia na determinação das curvaturas com relação ao seu eixo e


seu potencial de progressão; deve ser realizado nos planos lateral e frontal. Alguns
autores propõem que as radiografias frontais sejam realizadas posteroanterior para
que as mamas recebam uma radiação menor.
Um detalhe importante e curioso é que as radiografias devem ser lidas na
posição posteroanterior (padrão internacional), ou seja, o contrário do raio X clínico.

RADIOGRAFIA EVIDENCIANDO ESCOLIOSE TORÁCICA À ESQUERDA

FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

Através dos exames complementares, pode ser determinado o grau de


deformidade da escoliose através da técnica de medição do ângulo de Cobb. A
determinação deste grau auxilia na verificação da inclinação da curvatura e no
acompanhamento periódico desta alteração postural.
Para a medição do ângulo de Cobb procura-se a vértebra inicial e final, que
são aquelas com maior angulação em direção ao lado da escoliose. Depois disso,
traça-se uma linha paralela ao platô vertebral superior da vértebra inicial e uma linha
paralela ao platô inferior da vértebra final. Teremos, assim, duas linhas que se
aproximam uma da outra. O ângulo de Cobb, entretanto, não será feito diretamente
entre essas linhas, e sim, entre duas linhas traçadas perpendiculares a elas.
Por definição, teremos uma escoliose com ângulo superior a 10 graus.

MEDIDAS DO ÂNGULO DE COBB

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FONTE: Arquivo pessoal

EXEMPLO DA MEDIÇÃO EM UMA RADIOGRAFIA

FONTE: Arquivo pessoal

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Curiosidade: em indivíduos destros observa-se uma leve curvatura em S
para a direita na região torácica e a esquerda na lombar, ou uma leve curvatura em
C para a esquerda na transição toracolombar.

 Tomografia computadorizada: é importante na avaliação de deformidades


congênitas e em casos de escolioses associadas com quadros dolorosos. A
tomografia pode demonstrar patologias do tipo hérnias discais ou tumores benignos,
como osteomas.
 Ressonância magnética nuclear: tem superado as tomografias nas
patologias vertebrais. É importante ressaltar sua disponibilidade limitada devido ao
seu custo.
 Este exame é necessário para determinar o posicionamento do cone
medular.
 Teste de função pulmonar: estes testes são úteis em deformidades
graves nas quais o risco cirúrgico é muito grande, ou nas deformidades
neuromusculares em que a fraqueza muscular for importante, como nas miopatias.

9.1.5 Tratamento conservador

 Órteses: tem a função principal de manter as deformidades que suportam,


com pouca ou praticamente nenhuma função de correção.
A órtese mais utilizada é a de Milwaukee que consiste em um artefato que,
exercendo uma tração contínua na coluna vertebral, promove uma melhora
acentuada do desvio angular.
A órtese é autorregulável, podendo ser ajustada à medida que o indivíduo
cresce. Para a utilização deste artefato se faz necessário um preparo psicológico do
paciente e, muito mais, dos familiares.

COLETE DE MILWAUKEE

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FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

Estes coletes são utilizados em casos de diagnóstico precoce e para


pacientes infantis e juvenis com curvas consideradas progressivas. A indicação do
uso de colete se faz necessário para impedir a progressão da deformação da
coluna, acompanhada de educação corporal através de exercícios.
Poderemos também utilizar o colete de Milwaukee em casos inoperáveis
pelas condições físicas do paciente, proporcionando-lhe uma atitude mais ou menos
correta para o crescimento da coluna vertebral.
É necessário para sua eficiência períodos de utilização de até 22 horas por
dia e que o paciente esteja em fase de crescimento musculoesquelético. Sendo
indicado para crianças antes da puberdade, que apresentam escoliose de 20° a 40°,
de forma torácica e toracolombar.

As principais vantagens do colete de Milwaukee são:


 Prevenir o aumento das curvas;
 Diminuir a irregularidade das curvas;
 Promover o alinhamento do tronco;
 Não apresentar riscos apreciáveis ou contraindicações sérias;
 Não causar sérios danos à pele;
 Manter a coluna completamente imóvel.

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As contraindicações do colete de Milwaukee são:
 Curvas acima de 40°;
 Lordose torácica;
 Insuficiência pulmonar grave;
 Deformidade grave das costelas;
 Curva escoliótica rígida;
 Paciente que não coopera;
 Pais ou familiares indisponíveis;
 Falta de um bom técnico ortopédico ou de um ortopedista competente;
 Barreiras geográficas ou socioeconômicas.

Os controles radiográficos são muito importantes com e sem aparelho, na


evolução dos casos, até a estabilização da curvatura ao fim do crescimento.
Existem também métodos corretivos com coletes gessados. Dos coletes
gessados, o tipo de Risses é mais tradicional. Este promove a preparação do
paciente para a correção cirúrgica ou fusão.
Lembrando que existem vários outros tipos de coletes em ortopedia para o
tratamento das escolioses.

 Fisioterapia: o tratamento a ser instituído depende do grau da curva da


escoliose, sua localização e de suas manifestações. Assim, as escolioses que
causam perturbações respiratórias, que sejam geradoras de dores e incapacidades,
bem como as que tenham tendência a um crescimento desenfreado da curva, são
indicadas a tratamento cirúrgico.
Em todos os casos de escoliose, é importante o diagnóstico precoce e a
avaliação clínica completa e radiológica do paciente. O tratamento não significa
envolver-se em um programa vigoroso de exercícios ativos, mas prescrever alguns
poucos exercícios selecionados cuidadosamente que ajudem a estabelecer um
senso cinestésico de bom alinhamento.
A fisioterapia deve proporcionar orientações ao paciente sobre evitar
posições habituais ou atividades que claramente conduzam ao aumento da
curvatura.

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Mais adiante verificaremos a utilização da reeducação postural global
aplicada às alterações na coluna vertebral.

9.1.6 Tratamento cirúrgico

A principal função da cirurgia deve ser a de conter a evolução da


deformidade e de estabilizar o tronco, podendo também corrigi-la. Ainda, pode ser
indicada para tratar deformidades dolorosas, quando associadas a fenômenos
degenerativos.
As escolioses idiopáticas têm indicação cirúrgica quando há progressão da
curva em pacientes jovens, apesar do tratamento conservador ou após o término do
crescimento; por razões estéticas, por desequilíbrio de tronco e por dor, o que é
raro. Geralmente são escolioses acima de 45 º.
As escolioses congênitas devem ser operadas quando as curvas progridem.
Em deformidades paralíticas, as intervenções podem incluir o sacro e por fim, nas
escolioses dolorosas, deve-se inicialmente excluir a causa da dor.

São indicações precisas para tratamento cirúrgico em escoliose de adultos:


 Dores;
 Aumento da deformidade;
 Diminuição da capacidade pulmonar (insuficiência respiratória);
 Problemas neurológicos (paralisias);
 Problemas renais;
 Deformidades estéticas progressivas;
 Quando falham métodos conservadores e a curva progride.

A cirurgia envolve uma fusão espinhal, na maioria dos casos, por via
posterior, que apresenta menor morbidade. As técnicas mais utilizadas são: a de
Harrington, que consiste na fixação em dois pontos nos extremos da haste, por meio
de ganchos fixados nas vértebras neutras superior e inferior; e por meio de

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distração, corrigindo a deformidade, porém deve ser feito a utilização de
imobilizações externas por períodos de até seis meses.

TÉCNICA DE HARRIGTON

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

Outra técnica é a de Luque: consiste na passagem de fios de aço de cada


lado da coluna amarrados a hastes de aço inoxidável, fixando-a. Não há
necessidade de uso de fixador externo pós-cirúrgico.

A) PACIENTE COM ESCOLIOSE IDIOPÁTICA


B) RAIO X PRÉ-OPERATÓRIO

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FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003.

C) RAIO X PÓS-OPERATÓRIO (TÉCNICA DE LUQUE)


D) APARÊNCIA DA PACIENTE NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO (NOTAR
AUSÊNCIA DE IMOBILIZAÇÃO EXTERNA)

FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003.

TÉCNICA DE LUQUE

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FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003.

A) ACENTUADA ESCOLIOSE NO PRÉ-OPERATÓRIO


B) RAIO X PANORÂMICO ANTEROPOSTERIOR DA COLUNA VERTEBRAL
MOSTRANDO O PADRÃO DA CURVA ESCOLIÓTICA DUPLA TORÁCICA E
TORACOLOMBAR E A OBLIQUIDADE PÉLVICA NO PRÉ-OPERATÓRIO

FONTE: ROSO et al: Surgical treatment of scoliosis in spinal muscular atrophy, 2003.

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A - ACENTUADA MELHORA DA ESCOLIOSE NO PÓS-OPERATÓRIO. RAIO X
ANTEROPOSTERIOR DA COLUNA VERTEBRAL NO PÓS-OPERATÓRIO
IMEDIATO (TÉCNICA DE LUQUE-GALVESTON) E
B) NO PÓS-OPERATÓRIO TARDIO E
C) MOSTRANDO A MELHORA DAS CURVAS TORÁCICA E TORACOLOMBAR E
DA OBLIQUIDADE PÉLVICA

FONTE: ROSO et al: Surgical treatment of scoliosis in spinal muscular atrophy, 2003.

Em ambas as técnicas cirúrgicas, o paciente apresentará uma artrodese


(fixação rígida) no segmento fixado, restringindo assim a amplitude de movimento da
coluna vertebral.

9.2 HIPERCIFOSE DORSAL

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Também chamada de “dorso curvo”. Caracterizado por uma curvatura
torácica aumentada, protração escapular (ombros curvos) e, geralmente uma
protração da cabeça acompanhando.

POSTURA – HIPERCIFOSE DORSAL

FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

EXEMPLO DE HIPERCIFOSE

FONTE: Disponível em: <www.fisioterapiacientifica.blogspot.com>. Acesso em 18.12.2009

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RAIO X – HIPERCIFOSE DE 50°

FONTE: Disponível em: <www.fisioterapiacientifica.blogspot.com>. Acesso em: 18.12.2009.

Em decorrência da inclinação pélvica que pode ser variável, em geral ocorre


um deslocamento do segmento pélvico, anteriormente, resultando em extensão do
quadril e deslocamento do segmento torácico, posteriormente, resultando em flexão
do tórax na coluna lombar superior, aumento da lordose na região inferior e protusão
da cabeça.
Após períodos prolongados na posição em pé, geralmente assume-se um
apoio assimétrico sendo que a maior parte do peso fica predominantemente sobre
um dos membros inferiores, com mudanças periódicas do peso para o membro
oposto.

Os desequilíbrios musculares observados são:


 Alongados e fracos:
 Flexores do pescoço;
 Músculos abdominais inferiores;
 Extensores da região torácica inferior;
 Flexores de quadril uniarticulares.

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 Curtos e fortes:
 Músculos abdominais superiores;
 Intercostal interno;
 Isquiotibiais;
 Músculos extensores lombares inferiores.

As causas comuns: é uma postura relaxada na qual os músculos não são


usados para dar suporte, atitude assumida de desleixo contínuo, fadiga, fraqueza
muscular ou ênfase excessiva em exercícios de flexão em programas gerais de
exercício.

9.3 DORSO PLANO

Caracterizado por uma diminuição na curvatura torácica, depressão


escapular, depressão clavicular e postura de achatamento cervical.
A cabeça encontra-se anteriorizada, com a cervical em ligeira extensão,
porção torácica e lombar retificadas.

Os desequilíbrios musculares encontrados são:

 Alongados e fracos:
 Flexores de quadril uniarticulares.

 Curtos e fortes:
 Isquiotibiais;
 Abdominais.
As causas mais comuns é uma postura exageradamente ereta.

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POSTURA – DORSO PLANO

FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

9.4 HIPERLORDOSE LOMBAR

Também conhecida como “postura militar”. A acentuação da curvatura da


coluna lombar é evidente, projetando a pelve em anteversão.

Os desequilíbrios musculares encontrados são:


 Alongados e fracos:
 Abdominais anteriores;
 Isquiotibiais.

 Curtos e fortes:
 Músculos lombares;
 Flexores dos quadris.

As causas mais comuns são má postura mantida, gravidez, obesidade e


músculos abdominais fracos.

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POSTURA – HIPERLORDOSE LOMBAR

FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

EXEMPLO DE HIPERLORDOSE

FONTE: arquivo pessoal.

9.5 ACHATAMENTO LOMBAR

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Caracterizada por uma diminuição no ângulo lombossacro, diminuição na
lordose lombar ou inclinação posterior da pelve.

Os desequilíbrios musculares encontrados são:


 Alongados e fracos:
 Flexores de quadril uniarticulares;
 Oblíquos externos;
 Extensores da coluna superior;
 Flexores do pescoço.

 Curtos e fortes:
 Isquiotibiais;
 Fibras superiores do oblíquo interno;
 Músculos lombares: fortes, porém não encurtados.

As causas mais comuns são desleixo ou flexão contínua durante postura


sentada e em pé, ênfase excessiva em exercícios de flexão em programas gerais de
exercícios.

POSTURA – ACHATAMENTO LOMBAR

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FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

10 AVALIAÇÃO EM DESVIOS ANTEROPOSTERIORES

A avaliação musculoesquelética, em casos de desvios anteroposteriores


deve incluir:
 Testes de alinhamento postural: tanto com fio de prumo quanto
segmentares, nas vistas posterior, lateral e anterior.
 Testes musculares:
 Comprimento muscular: flexores de quadril, isquiotibiais, inclinação
anterior para músculos posteriores, tensor da fáscia lata, redondos e latíssimo do
dorso.
 Força muscular: extensores da coluna, abdominais superiores e
inferiores, tronco lateral, flexores e extensores do quadril, adutores e abdutores do
quadril e trapézio médio e inferior.
Os exames radiológicos evidenciarão as alterações de desvios da coluna,
ajudando assim a diagnosticar e prever um prognóstico de cada caso.
Mais adiante verificaremos a especificidade de uma avaliação postural
diante os princípios da Reeducação Postural Global.

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10.1 TRATAMENTO CONSERVADOR PARA DESVIOS ANTEROPOSTERIORES

O tratamento será traçado através da avaliação prévia da postura


apresentada, e determinando a prescrição de alongamentos ativos e passivos,
fortalecimentos, conscientização de respiração, alinhamento e postura adequada,
recorrendo, em certos casos, ao uso de eletroterapia com ondas curtas e crioterapia
para aliviar a dor. Aplicam-se, conjuntamente, massagens e manipulação da coluna
vertebral.
Podemos utilizar como método associativo a utilização de acessórios como
cintas elásticas corretivas.

CORRETOR POSTURAL

FONTE: arquivo pessoal.

Mais adiante verificaremos a utilização da Reeducação Postural Global


aplicada com seus princípios e utilização aos desvios e alterações posturais da
coluna vertebral.

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------------- FIM DO MÓDULO II -------------

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MÓDULO I

FIM DO MÓDULO I

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FIM DO CURSO

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