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LESÃO MEDULAR

Prof. Dora C. A. S.
REVISÃO
NEUROANATÔMICA
• Definição de medula espinhal;
• Partes da medula espinhal;
• Nível da lesão óssea pode ou
não corresponder ao nível de
lesão neurológica.
DERMÁTOMOS E
MIÓTOMOS
• Cada raiz nervosa recebe
informações sensitivas que vem
de áreas da pele chamadas de
DERMÁTOMOS.
• Da mesma forma, cada raiz
nervosa inerva um grupo de
músculos, recebendo
informações motoras dando
origem aos MIÓTOMOS.
DERMÁTOMOS

Refere-se a área da pele


inervada por neurônios
sensitivos.
MIÓTOMOS
Refere-se aos nervos motores
que inervam um grupo muscular
Classificação e terminologia
da lesão medular

• QUADRIPLEGIA (TETRAPLEGIA)
• PARAPLEGIA

• LESÃO COMPLETA
• LESÃO INCOMPLETA
TETRAPLEGIA
QUADRIPLEGIA
• Perda funcional motora e
sensitiva acima ou ao nível
neurológico de C8, com
acometimento em MMSS e MMII.
PARAPLEGIA
• Perda funcional abaixo do nível
de C8 sem comprometer os
MMSS.
LESÃO COMPLETA
• Não há função motora e
sensitiva preservada abaixo do
nível da lesão.
LESÃO INCOMPLETA

• Funções motora e/ou sensitiva


estão preservadas, nem que
seja parcialmente, abaixo do
nível da lesão.
DEFINIÇÃO DE LESÃO
MEDULAR
• Trata-se de uma afecção
neurológica que afeta a
condução de sinais motores e
sensitivos decorrente de uma
área lesionada.
CAUSAS
• 80% das lesões são de origem
traumática (arma de fogo, arma
branca, acidentes automobilísticos e
motociclísticos, esportes e quedas;

• Os outros 20% possuem origem não


traumáticas (tumorais, infecciosas,
vasculares e degenerativas).
INCIDÊNCIA
• Afeta mais o gênero masculino,
em uma proporção de 5:1;

• Varia com a idade, sendo maior


entre os 20-39 anos.
NÍVEL SENSITIVO E
MOTOR
• O termo “nível sensitivo” é
usado para o mais baixo
segmento medular que
apresenta funções sensitivas
normais em ambos os lados do
corpo;

• O “nível motor” é similarmente


definido em relação a função
motora.
NÍVEL NEUROLÓGICO
• Trata-se do mais baixo
segmento da medula com
sensibilidade e função motora
normais em ambos os lados do
corpo.
• Os segmentos com as funções
normais podem ser diferentes de
um lado para o outro do corpo
quando se avalia a sensibilidade
e a motricidade.
FASE DE CHOQUE
• É o período em que as sequelas
ainda não se instalaram
completamente.
• O quadro clínico fica indefinido,
geralmente é marcado por hipotonia,
arreflexia, hiporreflexia, hipoestesia
que caminham para hipertonia
(espasticidade).
• Pode ser de semanas até 6 meses.
NÍVEL DE LESÃO E
PROGNÓSTICO FUNCIONAL
• Nível C1 – C3: dificuldade para
respiração voluntária;

• C4: limite da sobrevivência e


depenedência total;

• Nível C5: independência parcial -


alimentação c/ adaptações e
dependência para as demais atividades;
• Nível C6: Independência na
alimentação, escrita e parcialmente
nos cuidados de higiene;

• Nível C7-C8: cadeira de rodas normal;

• Nível T1-T3: preservação dos


membros superiores, porém o
equilíbrio de tronco é precário;

• Nível T4-T5: paraplegia e déficit da


musculatura abdominal e
paravertebral baixa;
• Nível T6-T10: locomoção em cadeira
de rodas;

• Nível T11-T12: Marcha não funcional


com uso de bengalas, andadores,
próteses, muletas;

• Nível L1-L3: Marcha com tutores


longos sem cinto ou curtos. Dispensa
o uso de cadeira de rodas.

• Níveis sacrais: alterações urogenitais


e esfincterianas. Marcha preservada.
ZONA DE PRESERVAÇÃO
PARCIAL
• Refere-se aqueles dermátomos
e miótomos que estão
localizados abaixo do nível
neurológico e que se mantém
parcialmente inervados.
• Este termo (ZPP) é usado
somente para lesões
incompletas.
SÍNDROMES CLÍNICAS
Síndrome do Cordão Central

Lesão ocorrida quase que


exclusivamente na região
cervical e que produz reduzida
sensação sacral e maior
enfraquecimento dos MMSS do
que dos MMII.
É mais comum em pessoas
idosas portadoras de artrite
cervical.
Síndrome da Cauda Equina

Refere-se ao acometimento da cauda


equina ainda dentro do canal
medular.
Normalmente ocorre com fratura
abaixo do nível L2 e resulta em
paralisia do tipo flácida e graves
restrições para bexiga e intestinos,
como incontinências e constipações.
Síndrome da Artéria Anterior da
Espinha (cordão anterior)

Refere-se a uma lesão na artéria


anterior da espinha que se
origina da artéria vertebral e
basilar que supre os 2/3
anteriores da medula.
A lesão produz perda variável da
função motora e sensitiva para
dor e temperatura, preservando,
no entanto, a propriocepção.
Síndrome de Brown-Sequard

É causada pela secção de metade


da medula. Isto resulta em perda
motora do mesmo lado da lesão e
sensitiva do lado oposto.
É comum funcionamento normal do
intestino e da bexiga e é possível
que a pessoa possa andar, ainda
que com auxílio de órteses.
Síndrome do Cone Medular

É a lesão do cone medular e das


raízes nervosas lombares
dentro do canal vertebral, o que
normalmente resulta em uma
bexiga, intestino e MMII
hipotônicos e arrefléxicos.
BEXIGA FLÁCIDA
• Ocorre quando a lesão afeta
precisamente os segmentos
sacrais (S1, S2 e S3),
provocando uma bexiga flácida
(hipotônica), que vai
armazenando urina sem ter
força para micção, somente
quando a bexiga fica cheia a
urina é expelida de uma só vez.
BEXIGA ESPÁSTICA
• Ocorre quando a lesão é acima
da área sacral, promovendo um
aumento de tônus
(espasticidade), provocando
uma bexiga hipertônica que não
consegue armazenar urina, todo
líquido que chega na bexiga é
enviado para uretra para
eliminação.
TRATAMENTO
FISIOTERAPÊUTICO
• Atingir a independência
funcional adequada a cada nível
de lesão;
• Atingir e manter a reintegração
do indivíduo na comunidade;
• Orientar quanto à mobilidade no
leito;
• Atingir equilíbrio ao sentar;
• Normalização do tônus;
• Orientar quanto à adaptação na
cadeira de rodas e sua
locomoção nesta;

• Estimular o ortostatismo
através de prancha ortostática
ou uso de órteses;
• Manutenção da ADM e trofismo;
• Evitar contraturas e
deformidades;
• Fortalecimento muscular;
• Treino de transferências;
• Treino de equilíbrio e
coordenação;

• Treino de marcha;
• Manutenção das vias
respiratórias – higiêne brônquica
e reexpansão pulmonar;
• Prevenção de osteoporose e
escaras.
PONTOS DE ESCARAS

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