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Processamento Auditivo e

suas Disfunções
Janaína Benício Marques

Maio - 2015
Audição Normal
 Capacidade que o ser humano tem de:
Detectar;
Discriminar;
Interpretar sons.

 Anátomofisiologia da Audição:
Energia sonora;
Energia mecânica;
Energia elétrica.

 Audição nos idosos. RUSSO e SANTOS, 1997


Via Auditiva

Receptores

Neurônios I

Neurônios II

Neurônios III

Neurônios IV

Cortex
Cerebral

MACHADO, 2000
Como ocorre o Processamento
Auditivo?

Sistema Auditivo Sistema Auditivo Áreas centrais não


Periférico; Central auditivas:

Conexão temporo-
Lobo frontal; Lobo occipital; Corpo caloso.
pariental;

BUSS et al., 2010


Disfunção do Processamento

 O que é?
Refere-se a qualquer alteração nos processos envolvidos
na detecção e na interpretação de eventos sonoros.

 Quem pode apresentar disfunções?


Crianças;
Adultos:
Idosos.

KATZ; WILDE, 1999


Manifestações Comportamentais

• problemas de produção de sons, principalmente / r / -


/ l / /s/ - / ∫/;
• Problemas de linguagem expressiva;
Oralidade • Dificuldade em entender palavras com duplo sentido;

• Inversões de letras;
• Disgrafias;
Escrita • Dificuldade de compreender leitura.

PEREIRA e CAVADAS in FROTA, 2003


Manifestações Comportamentais

• Agitados,hiperativos ou muito quietos;


• Distraídos;
• Desajustados;
Socialização • Isolados.

PEREIRA e CAVADAS in FROTA, 2003


Manifestações Comportamentais

• Problemas de leitura, gramática, ortografia,


matemática;
Desempenho • Desempenho escolar variável quanto a posição do
Escolar aluno na sala;

• Atenção ao som prejudicada;


• Dificuldade em compreender em ambiente ruidoso.
Audição

PEREIRA e CAVADAS in FROTA, 2003


Manifestações Clínicas

 Limiares de Audibilidade;

 Imitanciometria Acústica;

PEREIRA e CAVADAS in FROTA, 2003


Manifestações Clínicas

 Prejuízo:

Localização sonora;

Memória auditiva;

Identificação de palavras decompostas acusticamente;

Identificação de sílabas/palavras/frases na presença de


mensagem competitiva;
PEREIRA e CAVADAS in FROTA, 2003
Manifestações Clínicas

 Prejuízo:

Não responde com a mesma eficiência a diferentes estímulos


sonoros;

Latência na apresentação de respostas;

Precisa de estímulos de maior duração;

PEREIRA e CAVADAS in FROTA, 2003


Disfunção do Processamento

 Quem é candidato a Avaliação de Processamento Auditivo?

Audição normal ou protetizados com ganho funcional do


Aparelho Auditivo adequado;

Zumbido;

Reconhecimento e/ou compreensão da fala;

KATZ; WILDE, 1999


Disfunção do Processamento

 Quem é candidato a Avaliação de Processamento Auditivo?

Dificuldade de acompanhar conversação com presença de


ruído concorrente;

Dificuldade unilateral apesar de limiares simétricos;

Histórico de desatenção;

Fracasso na Terapia Fonoaudiológica. KATZ; WILDE, 1999


Diagnóstico

 Identifica inabilidades auditivas;

 O tipo de disfunção;

 Relação entre percepção, aprendizagem e qualidade de vida;

 Diagnóstico diferencial;

KATZ; WILDE, 1999


Anamnese

Histórico da
Queixa:
Histórico Doenças
Idade: Gênero: • Quem observou;
• Há quanto familiar; infecciosas;
tempo;
• Em que contexto.

PEREIRA e SCHOCHAT, 1997


Anamnese

Dominância Otite média Aspectos Uso de Exames


Manual; recorrente; emocionais; drogas; pregressos.

PEREIRA e SCHOCHAT, 1997


Anamnese

Escuta bem Demonstra


Compreende • Em ambiente Localiza o Demonstra agitação
bem a silencioso? som? desatenção? e/ou
conversação? • Em ambiente
ruidoso?
irritabilidade?

PEREIRA e SCHOCHAT, 1997


Anamnese

Tem boa memória: Demorou para Teve dificuldade:


aprender
Possui tendência ao Nomes? Aprender a ler?
isolamento? •falar?
Lugares? •andar? Aprender a escrever?
Situações? Escolares?

PEREIRA e SCHOCHAT, 1997


Avaliação
 Avaliação Periférica:

Audiometria Tonal;
Audiometria Vocal;
Impedanciometria;

 Avaliação Central:

Testes Dióticos;
Testes Monóticos; PEREIRA e SCHOCHAT, 1997
Testes Dicóticos.
Testes Dióticos
 Tarefa de Localização:
 Teste de Localização sonora em cinco direções.
 Alteração: Prejuízo de Decodificação.

 Tarefa de Ordenação Temporal


 Teste de memória para sons verbais e não verbais em sequência.
 Alteração: Prejuízo de Organização.

 Tarefa de Fusão Auditiva


 Intervalo entre os sons.
 Alteração: Prejuízo de Decodificação. MORAES et. al; 2011
Testes Monóticos
 Tarefa Monótica com estímulos verbais do tipo frases ou
palavras.

10 frases ou 10 palavras apresentados simultaneamente a


mensagem competitiva composta por história (Teste SSI).
Logoaudiometria Pediátrica (Teste PSI)
Figura - Fundo

 Teste de Baixa Redundância:


CVC
Fechamento binaural PEREIRA e SCHOCHAT, 1997
Testes Dicóticos

 Tarefa dicótica com estímulos não- verbais familiares.

Não – verbal de de escuta direcionada;


Cachorro – galo;
Igreja – Chuveiro.

Testes ambientais competitivos – CES;


serrote – Música
Crianças brincando – Tosse
PEREIRA e SCHOCHAT, 1997
Testes Dicóticos
 Tarefa dicótica com estímulos verbais do tipo palavras
familiares.

Teste Consoante – vogal de escuta direcionada;


(pa-ta) (fa-sa).
Escuta de Digitos (TDD);
(5,4-8,2) (9,3 – 0,7).

Dissilabos alternados (SSW).


(Bota – fora) (pega – fogo);
PEREIRA e SCHOCHAT, 1997
(Leite – branco) (sopa – quente);
Avaliação Complementar

 Outros Testes:

Sentenças para avaliar o Reconhecimento de Fala;

Consciência Fonológica:

Percepção Auditiva para Deficientes Auditivos.

PEREIRA e SCHOCHAT, 1997


Resultados e Suas Implicações

 Prejuízo de Decodificação:

Análise e síntese dos sons da fala (Este som é de fala?).

 Consequências:

Consciência fonológica;
Dificuldade com leitura e soletração;
Atraso de linguagem discreto;
Dificuldade de articulação /r/;
PEREIRA e SCHOCHAT, 1997
Dificuldade na linguagem receptiva.
Resultados e Suas Implicações

 Prejuízo de Codificação:

Aprendizado da língua (Qual o significado?).

 Consequências:

Consciência fonológica;
Dislexia; - Prejuízo severo de aprendizagem;
Alto grau de dificuldade com leitura e soletração;
PEREIRA e SCHOCHAT, 1997
Resultados e Suas Implicações

 Prejuízo de Organização:

 Representar eventos sonoros no tempo.

 Consequências:

 Dificuldade de ignorar ruído de fundo;


 Memória;
 Dificuldade de compreensão em condições desfavoráveis;
 Reação negativa à ruídos intensos;
 Hiperativas;
PEREIRA e SCHOCHAT, 1997
 Disgrafias.
Resultados e Suas Implicações
Prejuízo de Integração – Prejuízo de Integração –
Tipo I Tipo II

 Problemas severos de  Dificuldade de discriminação


consciência fonológica; de fala no ruído;
 Disléxicos;  Nos testes audiométricos,
respondem melhor à fala e ao
 Baixa integração auditiva-
estímulo tonal, sendo algumas
visual;
vezes, confundidos com
 Dificuldade em reproduzir simuladores.
formas geométricas e letra
cursiva.

STEINER, 1999
Resultado da Avaliação Efeitos na compreensão Impacto social Necessidade educacional
da linguagem

Normal Compreende a fala em - -


> 71% ambiente desfavorável.

Leve - Discreta dificuldade; - Dispersos; - Lugar preferencial;


56 a 71% - Distância do - Auto-estima; - Treino para vocabulário e fala.
interlocutor; - Imaturos;
- Baixa atenção.

Moderado - Conversação - Desatentos; - Treino auditivo verbal


41 à 55% controlada. - Comunicação difícil; - Fonoterapia
- Perdem sinais - Auto-estima.
acústicos;
- Atraso de
linguagem.

Severo - Incapaz de - Julgadas como - Treino auditivo verbal


0 à 41% acompanhar pouco - Fonoterapia
conversação em competentes;
ambiente - Auto-estima;
desfavorável. - Isolamento.
- Dificuldades
escolares.
- Atraso de linguagem FROTA, 2003
Testes Complementares

 Testes Eletrofisiológicos:
PEATE– Potencial Evocado Auditivo de Troco Encefálico.

 Técnicas de Imagem:
Eletroencefalografia Quantitativa;
Magnetoencefalografia;
Ressonância Magnética;
Tomografia.

PEREIRA e SCHOCHAT, 1997


Recursos que podem ser associados

 Recursos Visuais;

 Sistema de Amplificação em sala de aula;

 Sistema FM;

 Protetores Auriculares Unilaterais.

 Protetores Auriculares Bilaterais.

PEREIRA e SCHOCHAT, 1997


Terapia

 Pode ser feita do método convencional ou também na


Cabine Acústica;

 Fundamentada no processo de avaliação;

 Desenvolver as habilidades auditivas em defasagem;

 Nível de dificuldade gradativo;


SCHETTINI, ROCHA e ALMEIDA, 2007
Referências

 BUSS, L.H, et. al. Processamento auditivos em idosos: implicações e soluções. Rev. CEFAC. 2010
Jan-Fev; 12(1); 146-151.
 FROTA, S. Fundamentos em Fonoaudiologia – Audiologia. 2ed. Guanabara Koogan, 2003.
 KATZ, J. Tratado de audiologia clínica. 4ed. Manole, 1999.
 MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2ed. Atheneu, 2000.
 MORAES, T.F.D, et. al. Processamento auditivo em crianças com fissura labiopalatina com e sem
história de otite. Int. Otorrinolaringol. (Impr.) v.15, n4. São Paulo. Oct./Dec. 2011.
 RUSSO, I.C.P; SANTOS, T.M.M. A prática da audiologia clínica. 4ed. Cortez, 1993.
 SCHETTINI, R.C; ROCHA; T.C.M; ALMEIDA, Z.L.D.M. Exercícios para o desenvolvimento de
habilidades do processamento auditivo. Editora Independente, 2007.
 STEINER, L. Processamento Auditivo Central. Cefac. Porto Alegre,1999.
 PEREIRA, L.D; SCHOCHAT, E. Manual de avaliação do processamento auditivo central. Lovise,
1997.
 PEREIRA, CAVADAS in FROTA, S. Fundamentos em Fonoaudiologia – Audiologia. 2ed. Guanabara
Koogan, 2003.
 KOZLOWSKI, L. A efetividade do treinamento auditivo na desordem do processamento auditivo
central: estudo de caso. Rev. Bras. Otorrinolaringol. V.70, n. 3, 427-32, mai.jun. 2004.

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