Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
Constituição geral do sistema nervoso
O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso
periférico (SNP) e as células que compõem esses sistemas podem ser divididas em duas
categorias: os neurônios (unidade funcional do sistema nervoso) e as células da glia
(células de suporte ou sustentação). Os neurônios são células especializadas na
sinalização elétrica e se comunicam por meio de contatos especializados chamados de
sinapses, enquanto, as células da glia atuam promovendo auxílio a integridade e
função neuronal. Referente ao SNC, o nosso cérebro é uma estrutura capaz de realizar o
processamento consciente do pensamento e todas as funções intelectuais nos hemisférios
cerebrais, além do processamento de informações sensitivas e motoras somáticas
captadas e enviadas ao SNP (PURVES, 2010; MARIEB, 2014).
3
Entretanto, a função motora preservada não é o único determinante para que o paciente
consiga realizar suas atividades. O desempenho da eficiência manual pode ficar
extremamente prejudicado se, erroneamente, compreendermos apenas a abordagem
motora como fator primordial no desenvolvimento da funcionalidade do indivíduo. A
melhora da sensibilidade tátil favorece a consciência corporal, facilitando a realização das
atividades cotidianas com maior segurança, prevenindo riscos de acidentes e evitando a
persistência da negligência corporal (RIBEIRO SOBRINHO, 1995; LENT, 2010).
Neuroplasticidade
Apesar de sua importância, os neurônios não sofrem divisão celular, pois grande parte dos
recursos celulares deles é dedicada à comunicação e ao transporte de mensagens
eletroquímicas para outros neurônios, não apresentando estruturas fundamentais ou
recursos para se multiplicarem.
Apesar de os neurônios conterem núcleo celular com organelas citoplasmáticas, eles não
possuem centríolos, que são organelas essenciais para a divisão celular. Sendo assim,
qualquer dano ou risco potencial ao sistema nervoso deve ser levado a sério, pois essas
células não sofrem replicação.
As lesões cerebrais são talvez as que provoquem maiores e mais extensos déficits
funcionais no ser humano. Elas provocam disfunções, paralisias e déficits, cognitivos,
sensitivos e motores, que acometem várias modalidades das inúmeras funções do cérebro
e do organismo humano. Contudo, apesar da gravidade que sejam as consequências
destas lesões, podem ser observadas melhoras espontâneas nos déficits funcionais ao
longo de semanas, meses e após vários anos, sendo este mecanismo denominado de
neuroplasticidade cerebral.
Ela é o meio pelo qual o organismo cria modificações funcionais duradouras permitindo a
acomodação entre os desafios do meio e as possibilidades do indivíduo e apesar dessa
capacidade regenerativa natural do sistema nervoso, estas recuperações funcionais são
parciais e funcionalmente pouco eficazes.
4
como remapeamento cortical. Embora a maior parte da capacidade do corpo de se
recuperar após um dano ao cérebro possa ser explicada pela melhora da área cerebral
danificada, estudos mostram que grande parte é o resultado da formação de novas
conexões neurais (neuroplasticidade) (RIBEIRO SOBRINHO, 1995; PURVES, 2010).
Modificações neurais
A lesão de um nervo por secção acarreta modificações no corpo celular dos neurônios, nos
segmentos proximal e distal à secção, no local da lesão e nos órgãos inervados. Na região
proximal à lesão, os axônios sofrem um processo de degeneração semelhante ao que
ocorre no coto distal, mas geralmente estendendo-se apenas ao nódulo de Ranvier mais
proximal. Em situações extremas, o processo de degeneração pode atingir o corpo celular
provocando a morte da célula, cujo mecanismo mais provável é a apoptose ou morte
celular programada. Se o processo de regeneração neuronal não ocorrer, alterações
podem se desenvolver nos órgãos-alvo (PURVES et al., 2010; KANDEL, 2014).
5
perdidos. É um tipo de regeneração que raramente ocorre, pois para que esse
reparo seja possível, diversos critérios devem ser satisfeitos. Primeiro, o tecido
nervoso deve reter uma população de células-tronco neurais multipotentes, capazes
de originar todos os tipos celulares encontrados em um encéfalo maduro que então
poderão se diferenciar em novos neurônios.
Novos estudos ainda são necessários para que haja uma melhor compreensão da biologia
celular e molecular do sistema nervoso para que esse avanço possa levar
6
Referências
KANDEL, E.R. Princípios de Neurociências. 5ª Edição, Porto Alegre, Editora MC HILL,
2014.