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FISIOLOGIA

APLICADA À
FISIOTERAPIA

Isadora Rebolho Sisto


Plasticidade neural
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Descrever a capacidade do sistema nervoso de se adaptar e modificar


diante diferentes estímulos e como ocorre a plasticidade neural.
„„ Reconhecer as adaptações do sistema nervoso íntegro e lesado.
„„ Relacionar as modificações no processo de aprendizagem e memória
com a plasticidade neural.

Introdução
Os neurônios são as células do sistema nervoso central (SNC) e possuem a
capacidade de estabelecer conexões entre si quando recebem estímulos
advindos do ambiente externo ou do próprio organismo. Os neurônios
estimulados geram impulsos de natureza elétrica e liberam íons e subs-
tâncias químicas que, lançadas nas sinapses, estabelecem ligações entre
eles. A cada novo estímulo, a rede de neurônios se recompõe e reorganiza,
o que possibilita uma diversidade enorme de respostas.
Plasticidade neuronal é o nome dado a essa capacidade que os neu-
rônios têm de formar novas conexões a cada momento. Por isso, pessoas
que sofreram acidentes, por exemplo, com perda de massa encefálica,
déficits motores, visuais, de fala e audição, se recuperam lentamente, e,
dependendo do grau da agressão, podem chegar à idade adulta sem
sequelas, ou com sequelas moderadas a graves.
Resumindo, a plasticidade neuronal pode ser definida como uma
mudança adaptativa na estrutura e nas funções do sistema nervoso (SN),
que ocorre em qualquer estágio da vida, como função de interações com
o ambiente interno ou externo ou, ainda, como resultado de injúrias, de
traumatismos ou de lesões que afetam o sistema neural.
Neste capítulo, você vai identificar a capacidade de adaptação do SN
frente a diferentes estímulos e como ocorre o processo de plasticidade
neural; relatar as adaptações que ocorrem no SN íntegro e lesionado e
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demonstrar a relação das modificações no processo de aprendizagem


e memória com a plasticidade neural.

Capacidade do sistema nervoso em


se adaptar e modificar
A plasticidade neuronal pode também ser conhecida como plasticidade neural
ou plasticidade cerebral e recebe essa denominação devido a sua capacidade
adaptativa no sistema nervoso central (SNC), ou seja, sua habilidade para
modificar sua organização estrutural própria e funcionamento. É a proprie-
dade do sistema nervoso (SN) que permite o desenvolvimento de alterações
estruturais em resposta à experiência e como adaptação a condições mutantes
e a estímulos repetidos (SILVERTHORN, 2017).
As interações organismo-ambiente vivenciadas por um indivíduo determi-
nam fundamentalmente a topografia e a função de suas respostas. As relações
entre os eventos ambientais e as respostas do organismo podem estabelecer
relações condicionais entre classes de comportamento e as classes de estímulos
que lhes são antecedentes ou consequentes (COSTANZO, 2011).
Em cada espécie, os indivíduos têm um repertório comportamental que,
de um lado, resulta da interação entre as contingências filogenéticas e ontoge-
néticas. As contingências filogenéticas atuaram durante a evolução e selecio-
naram classes de comportamento favoráveis à sobrevivência dessa espécie; as
contingências ontogenéticas foram estabelecidas pelas interações particulares
desse organismo com o seu ambiente, desde o início do seu desenvolvimento, e
selecionaram as classes de respostas eficazes para a adaptação a um ambiente
que muda constantemente (FERRARI et al., 2001).
As mesmas pressões evolutivas que determinaram as mudanças na topogra-
fia e na função das reações do indivíduo ao ambiente também determinaram
alterações na forma, no tamanho e nas funções do SN. O processo evolutivo
resultou em cérebros com uma abundância de circuitos neurais que podem
ser modificados pela experiência. Assim, a interação SN-ambiente resulta na
organização de comportamentos simples ou complexos que modificam tanto
o ambiente como o próprio SN. Essa capacidade denota a plasticidade do SN,
que está presente em todas as etapas da ontogenia, inclusive na fase adulta e
durante o processo de envelhecimento. A capacidade de modificação do SN
em função de suas experiências, tanto em indivíduos jovens como em adultos,
foi reconhecida apenas nas últimas décadas.
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O SNC possui uma rede neural complexa, com células altamente espe-
cializadas, que fazem milhares de conexões a todo momento e determinam
a sensibilidade e as ações motoras, traduzindo-as em comportamento. Na
presença de lesões, há um desarranjo nessa rede neural e o SNC inicia seus
processos de reorganização e regeneração (CURI; ARAÚJO FILHO, 2009).
A análise dos aspectos plásticos do SNC permite-nos relacioná-los a vários
fatores, como influência do ambiente (o ambiente terapêutico deve fornecer
condições adequadas para o aprendizado ou reaprendizado motor do paciente),
o estado emocional (motivação e depressão), o nível cognitivo (indivíduos
com menor déficit cognitivo respondem de maneira mais adequada à terapia),
entre outros, que interferem direta ou indiretamente na plasticidade do SNC
e, consequentemente, na reabilitação do paciente neurológico.

Modelos sugestivos de plasticidade neural


Alguns estudos realizados em pacientes pós-acidente vascular encefálico (AVE)
gerararm modelos de ativação pós-lesão que sugerem uma reorganização
funcional tanto na área do córtex adjacente quanto no hemisfério contralateral.
Investigações morfológicas mostraram que esse tipo de plasticidade é mediado
por proliferação de sinapses e brotamento axonal (TEIXEIRA, 2008). As
alterações celulares que acompanham essas teorias são (SILVA, 2014):

1. Brotamento ou sprouting: ocorre um novo crescimento a partir de


axônios. Envolve a participação de vários fatores celulares e químicos;
resposta do corpo celular e a formação de novos brotos; alongamento
dos novos brotos; e a cessação do alongamento axonal e sinaptogênese.
2. Ativação de sinapses latentes: quando um estímulo importante às
células nervosas é destruído, sinapses residuais ou dormentes previa-
mente ineficazes podem se tornar eficientes.
3. Supersensitividade de desnervação: demonstrada no núcleo caudado,
ocorre após processo de desnervação, na qual a célula pós-sináptica
torna-se quimicamente supersensível devido a um desvio na supersen-
sitividade (pré-sináptica), causando acúmulo de acetilcolina na fenda
sináptica, ou por alterações na atividade elétrica das membranas.
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Etapas da plasticidade neural


A plasticidade do SNC ocorre, classicamente, em três etapas: desenvolvimento,
aprendizagem e após processos lesionais(4; TEIXEIRA, 2008; BORELHA;
SACCHELLI, 2009).

Desenvolvimento

Na embriogênese, tem-se a diferenciação celular, em que células indiferen-


ciadas, por expressão genética, passam a ser neurônios. Após a proliferação,
migram para os locais adequados e fazem conexões entre si. Os neurônios
dispõem de uma capacidade intrínseca sobre sua posição em relação a outros
neurônios, e seus axônios alcançam seus destinos graças aos marcadores de
natureza molecular e à quimiotaxia. A secreção de fatores de crescimento
ajuda o axônio na busca de seu alvo. A maturação do SNC inicia-se no período
embrionário e só termina na vida extra-uterina. Portanto, sofre influências dos
fatores genéticos, do microambiente fetal e, também, do ambiente externo,
sendo este último de grande relevância para seu adequado desenvolvimento.

Aprendizagem

Esse processo pode ocorrer a qualquer momento da vida de um indivíduo,


propiciando o aprendizado de algo novo e modificando o comportamento
de acordo com o que foi aprendido. A aprendizagem requer a aquisição de
conhecimentos, a capacidade de guardar e integrar essa aquisição, para pos-
teriormente ser recrutada quando necessário. Durante esse processo, ocorrem
modificações nas estruturas e no funcionamento das células neurais e de suas
conexões, bem como o crescimento de novas terminações sinápticas, aumento
das áreas sinápticas funcionais e o incremento de neurotransmissores.
A reabilitação física, entre outros fatores, tem por objetivo favorecer o
aprendizado ou reaprendizado motor, que é um processo neurobiológico pelo
qual os organismos modificam temporária ou definitivamente suas respostas
motoras, melhorando seu desempenho, como resultado da prática. A prática
ou a experiência promovem, também, modificações na representação do
mapa cortical.
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Após lesão neural


A lesão promove no SNC vários eventos que ocorrem, simultaneamente, no
local da lesão e distante dele. Em um primeiro momento, as células trauma-
tizadas liberam seus aminoácidos e neurotransmissores, os quais, em alta
concentração, tornam os neurônios mais excitados e mais vulneráveis à lesão.
Neurônios muito excitados podem liberar o neurotransmissor glutamato, o
qual alterará o equilíbrio do íon cálcio e induzirá seu influxo para o interior
das células nervosas, ativando várias enzimas que são tóxicas e levam os
neurônios à morte. Ocorre, também, a ruptura de vasos sanguíneos e/ou isque-
mia cerebral, diminuindo os níveis de oxigênio e glicose, que são essenciais
para a sobrevivência de todas as células. A falta de glicose gera insuficiência
da célula nervosa em manter seu gradiente transmembrânico, permitindo a
entrada de mais cálcio para dentro da célula, ocorrendo um efeito cascata.
De acordo com o grau do dano cerebral, o estímulo nocivo pode levar as
células nervosas à necrose, havendo ruptura da membrana celular, fazendo
com que as células liberem seu material intracitoplasmático e, então, lesem o
tecido vizinho; ou pode ativar um processo genético denominado apoptose,
em que a célula nervosa mantém sua membrana plasmática, não liberando,
portanto, seu material intracelular, não havendo liberação de substâncias com
atividade pró-inflamatória e, assim, não agredindo outras células. A apoptose
é desencadeada na presença de certos estímulos nocivos, principalmente pela
toxicidade do glutamato, por estresse oxidativo e por alteração na homeostase
do cálcio.
Os mecanismos de reparação e reorganização do SNC começam a surgir
imediatamente após a lesão e podem perdurar por meses e até anos. São eles:

„„ Recuperação da eficácia sináptica — que consiste em fornecer ao


tecido nervoso um ambiente mais favorável à recuperação. Nessa fase,
a recuperação é feita por drogas neuroprotetoras, que visam a uma
melhor oferta do nível de oxigenação e glicose e à redução sanguínea
local e do edema;
„„ Potencialização sináptica — esse processo consiste em manter as
sinapses mais efetivas, por meio do desvio dos neurotransmissores para
outros pontos de contato que não tenham sido lesados;
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„„ Supersensibilidade de denervação — em caso de denervação, a célula


pós-sináptica deixa de receber o controle químico da célula pré-sináptica,
e para manter, dessa forma, seu adequado funcionamento, a célula
promove o surgimento de novos receptores de membrana pós-sináptica;
„„ Recrutamento de sinapses silentes — existem, mesmo em situações
fisiológicas, algumas sinapses que, morfologicamente, estão presentes,
mas que, funcionalmente, estão inativas. Essas sinapses são ativadas
ou recrutadas quando um estímulo importante às células nervosas é
prejudicado;
„„ Brotamentos — esse fenômeno consiste na formação de novos brotos
de axônio, oriundos de neurônios lesados ou não lesados.

A reorganização neural é uma propriedade do SNC que está presente no curso de


vida e ocorre independentemente de lesão, não sendo, portanto, uma propriedade
exclusiva dos cérebros jovens.

As adaptações do SN íntegro e lesado


Quando o cérebro é acometido por uma lesão localizada com perda de uma
função (perceptiva ou motora), a capacidade do sistema de se reorganizar
dependerá basicamente da existência ou não de circuitos neuronais alternativos
que possam transmitir e substituir as estruturas morfofuncionais lesadas. Do
que foi dito anteriormente, podemos concluir que áreas corticais diferentes
apresentam níveis de plasticidade diferentes e consequentemente pacientes
com lesões cerebrais diferentes terão possibilidades diversas de recuperação.
As variáveis que afetam a recuperação funcional são: localização de lesão;
extensão e severidade do comprometimento neuropsicológico, etiologia e curso
de progressão do processo patológico, idade de início, tempo transcorrido
desde o início do quadro, variações na organização cerebral das funções,
condições ambientais, estilo de vida e fatores agravantes internos ou externos
(BORELHA; SACCHELLI, 2009).
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Alterações no encéfalo
Antigamente, acreditava-se que após uma lesão cerebral as conexões neu-
rais eram totalmente perdidas e nada se podia fazer a respeito. Contudo, um
paciente que experimenta os fenômenos da recuperação após lesão cerebral
possui um SNC anormal ou atípico, não só em termos das disfunções alteradas
ou perdidas, mas também em termos de conexões sinápticas, circuitos e vias
destruídas ou modificadas, devido à reorganização do SNC. Essa reorganização
é também responsável pelas modificações que são observadas clinicamente no
sistema neuromuscular dos pacientes. Por esses meios, diz-se que o indivíduo
pode reaprender atividades desenvolvidas por ele previamente de forma es-
pontânea e harmoniosa. Porém, esse processo é lento e gradual, devendo ser
valorizados os pequenos progressos de cada dia (CURI; ARAÚJO FILHO,
2009; BARRETT et al., 2014).
A neurogênese no cérebro adulto é modulada por vários mecanismos
fisiológicos e patológicos. Exercícios físicos e aprendizado são tidos como
estimulantes da neurogênese, enquanto privação de sono e ingestão crônica
de álcool e drogas de abuso são fortes inibidores. A epilepsia é uma condição
patológica na qual ocorre estimulação da neurogênese (TEIXEIRA, 2008).
Várias desordens afetivas parecem estar relacionadas com a inibição da
neurogênese. Estudos de imagem em pacientes com depressão maior unipolar,
transtorno de humor bipolar e doenças crônicas associadas a distúrbios psi-
quiátricos, como transtorno de estresse pós-traumático e doença de Cushing,
têm sistematicamente descrito atrofia hipocampal (TEIXEIRA, 2008).
A reabilitação do cérebro lesado pode promover reconexão de circuitos
neuronais lesados. Quando há uma pequena perda de conectividade, tende-se
a uma recuperação autônoma, enquanto uma grande perda terá lesões perma-
nentes da função. Também existem lesões potencialmente recuperáveis, mas
que, para tanto, necessitam de objetivos precisos de tratamento, mantendo
níveis adequados de estímulos facilitadores e inibidores. As mudanças orga-
nizacionais dependem da localização da lesão e são encontrados em ambos os
hemisférios cerebrais, dependendo de áreas lesadas e íntegras pré-existentes
e do processamento de redes difundidas e organizadas sem a formação de
novos centros (COSTANZO, 2011).
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O conhecimento dos mecanismos celulares e funcionais dos fenômenos


da plasticidade, tanto no SNC como no SNP, contribui para o esclarecimento
das causas dos desequilíbrios cinesiopatológicos no diagnóstico das perdas
da independência funcional dos pacientes (objetivo fundamental da avaliação
fisioterapêutica). Além disso, tem a função de nortear o programa de inter-
venção terapêutica a ser estabelecido. Isso contribui para o estabelecimento
de limites, da duração da intervenção ou da seleção de métodos e técnicas que
sejam mais apropriadas na facilitação da recuperação funcional normal do
SN após as lesões que o tenham acometido (CURI; ARAÚJO FILHO, 2009;
BORELHA; SACCHELLI, 2009).

Sinapses são conexões que permitem transmitir informação entre os neurônios. A


plasticidade sináptica consiste na capacidade de rearranjo por parte das redes neuro-
nais. Ou seja, perante cada experiência nova do indivíduo, as sinapses são reforçadas,
permitindo a aquisição de novas respostas ao meio ambiente. Por isso, a plasticidade
sináptica constitui um dos mecanismos mais importantes da plasticidade cerebral,
permitindo igualmente que uma lesão ao nível da transmissão de informação neuronal
seja recuperada através da criação de outras redes neuronais que possam substituir
os danos causados pela lesão.

As modificações no processo de aprendizagem


e memória com a plasticidade neural
O aprendizado e a memória são funções de nível elevado do SN. O aprendizado
é o mecanismo neural por meio do qual um indivíduo altera seu comportamento
como resultado de experiências. A memória é o mecanismo de armazenamento
do que é aprendido.
O aprendizado é categorizado como não associativo ou associativo. No
aprendizado não associativo, exemplificado pelo hábito, um estímulo repetido
provoca uma resposta, mas essa, gradualmente, diminui conforme se aprende
que o estímulo não é importante. O oposto do hábito é a sensibilização, onde
um estímulo gera aumento de probabilidade de resposta subsequente, quando
se aprende que é importante. No aprendizado associativo, ocorre a relação
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consistente no tempo do estímulo. No condicionamento clássico, existe a


relação temporal entre o estímulo condicionado e o estímulo não condicio-
nado, que provoca resposta não aprendida. Quando a combinação é repetida,
desde que a relação temporal seja mantida, a associação é aprendida; uma
vez aprendida, o estímulo, sozinho, provoca a resposta não aprendida. No
condicionamento operante, a resposta ao estímulo é reforçada, positiva ou
negativamente, tornando provável a mudança de resposta (COSTANZO, 2011;
CURI; ARAÚJO FILHO, 2009).
A plasticidade sináptica é o mecanismo fundamental que baseia o apren-
dizado. Ou seja, a função sináptica é variável e depende do nível anterior de
atividade pela sinapse. A responsividade de neurônios pós-sinápticos (força
sináptica) não é fixa, dependendo do nível anterior de tráfego sináptico. No
fenômeno de potencialização, a ativação repetida de uma via neuronal aumenta
a atividade dos neurônios pós-sinápticos dessa via. O período de maior atividade
pode ser breve, durando apenas alguns milissegundos, ou longa, por dias ou
semanas, na potencialização a longo prazo. No hábito, por outro lado, a maior
atividade sináptica diminui a atividade do neurônio pós-sináptico (CURI;
ARAÚJO FILHO, 2009).
O mecanismo da potencialização a longo prazo envolve vias sinápticas
que usam o neurotransmissor excitatório glutamato e o seu receptor N-metil-
-D-aspartado (NMDA). Quando os neurônios pré-sinápticos são ativados,
liberam glutamato, que se difunde através da sinapse, e ativam receptores
NMDA nas membranas pós-sinápticas. Os receptores NMDA são canais
de Ca2+ dependentes de ligantes e, quando abertos, permitem a entrada do
íon nas células pós-sinápticas. Com a estimulação de alta frequência (maior
atividade da via), mais Ca2+ se acumula nas células pós-sinápticas; a maior
concentração intracelular de Ca2+ aumenta a atividade da cinase proteica e,
por mecanismos não completamente entendidos, aumenta a atividade dessas
sinapses (CURI; ARAÚJO FILHO, 2009; BARRETT et al., 2014).

Caso real de um jovem que sofreu um acidente automobilístico evoluindo para um


traumatismo crânio encefálico (TCE) e seu processo de recuperação e neuroplasticidade:

https://goo.gl/ekFrPY
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Embora a característica mais relevante do cérebro que está envelhecendo seja a dimi-
nuição dos neurônios, as descobertas recentes de que não ocorre perda extensiva de
neurônios corticais em decorrência da idade em humanos enfraqueceram a premissa
da perda neuronal no envelhecimento. Seguindo essa perspectiva, pesquisas indicaram
que uma das principais causas da diminuição do cérebro humano velho é a perda
da substância branca das fibras mielinizadas localizadas nos hemisférios cerebrais.

BARRETT, K. E. et al. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
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Leituras recomendadas
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Plasticidade neural 11

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