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Avaliação Formadora

Júlia Rodrigues, Ana Rita, Ozana, Gabriella Moreira, Mayara Rodrigues e Aline Elis

Análise de Caso Clínico A Partir da Teoria de Vygotsky

Em sua teoria, Vygotsky defendia que o aprendizado se dá pela interação social, que o
desenvolvimento do indivíduo é resultado da relação com o outro e com o mundo que o cerca.
Especificamente, ele entendia que a mente e suas funções são originadas na cultura e na interação
com os outros, gerando o aprendizado, essencial para o desenvolvimento humano.

O sentido no qual se desenvolve o pensamento


não é do indivíduo ao social, mas do social ao
individual. A interação social é a origem e o
motor da aprendizagem. (OLIVEIRA, Marta
Kohl. Vygotsky. Aprendizado e
Desenvolvimento. Um processo sócio-
histórico. São Paulo: Scipione, 1993.)

No caso clínico relatado, a paciente de 10 anos apresentava dificuldades de atenção e


concentração durante as aulas, dificuldade para ler, muito quieta, tímida, requisitos baixos de
aprendizagem referente idade e série e o fato de ser repetente no 3º ano do ensino fundamental no
colégio. Sua mãe também evidenciou ter percebido leve diferença no comportamento da criança
por volta dos 06 para 07 anos, relatando parecer dispersa, esquecida e muito nervosa.

O objetivo desta análise foi visualizar o possível período de desenvolvimento psíquico da criança,
bem como suas eventuais dificuldades. Com isso, relacionar o caso e avaliar as possibilidades de
ajudá-la a superar seus obstáculos com apoio da psicologia de Vygotsky. A metodologia utilizada
foi o estudo de bibliografia com enfoque da teoria histórico-cultural e a análise foi norteada a partir
da periodização de desenvolvimento psíquico atrelado a outros conceitos de do autor.

Em tese, observa-se que suas potencialidades apontavam a necessidade interna de autonomia,


expressão de seus sentimentos, sem abrir mão de alguns comportamentos infantis ainda, mas seu
meio social não oferece totalmente tais condições. Ela se sente extremamente apegada a visão da
mãe e não lhe é oferecido o incentivo de cisão.

Pode-se notar também a ausência da interação social durante a fase de desenvolvimento da criança,
onde ela não vivenciou contato com outros semelhantes e conviveu apenas parcialmente com os
irmãos de idades mais avançadas. Fica evidente quando sua mãe relata que costuma ser tímida em
ambientes fora do contexto familiar, porém comunicativa em casa. Também sobre a dificuldade da
paciente de lidar com o ambiente escolar, ela relatou que é bastante afetiva, porém tem dificuldades
de amigos na escola. Além de ser extremamente tímida e dispersa em meio as outras crianças.
De acordo com Vigotski, a mediação afetiva é um fator essencial do desenvolvimento psíquico e
deve ser compreendida em unidade junto com o intelecto, sendo muito importante em todas as
etapas da vida do sujeito. Concluímos que, tendo em vista a fase de desenvolvimento em que a
menina se encontrava, vê-se que um dos principais motivos de seu agravo estava em seu meio
social. Isso impossibilitou a realização de suas necessidades internas e das funções básicas do
período em questão, que são a força motriz do desenvolvimento psíquico da criança.

Nesse sentido, faz-se necessária a presença da criança com o meio, de modo a propiciar um
desenvolvimento saudável. Uma vez que haverá a ausência do contato externo a sua família nesse
papel de desenvolvimento. Pode-se colocar em evidencia o incentivo a criança a se desprender da
figura da mãe, onde ela se refugia e não se envolve com o meio social externo.

Aplicando a teoria de Vygotsky e trabalhando a interação da paciente com seu meio sociocultural,
espera-se como resultado, então, o desaparecimento dos sintomas de timidez e as dificuldades de
aprendizagem. Isso sugere, portanto, que ela gere autonomia em seu processo de desenvolvimento.

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