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Fisiologia do

Sistema Nervoso
Tamires Marielem de Carvalho Costa
Fisiologia do Sistema
Nervoso

Introdução
Existem dois sistemas de controle no nosso organismo, os quais coordenam todas as
funções celulares de maneira orquestrada e genial: o sistema endócrino, que veremos
em breve, e o sistema nervoso, que vamos conhecer neste conteúdo. Enquanto o
sistema endócrino atua de maneira mais lenta, utilizando-se de seus mensageiros
químicos, o sistema nervoso atua de maneira mais rápida através do conjunto de
células e potenciais elétricos.

Esses dois sistemas regulam todas as nossas atividades desde as mais evidentes
(como o sorriso, os movimentos corporais, as expressões faciais) até as mais
complexas (como o pensamento, o sentimento) e todos os processos fisiológicos
que constroem o organismo.

Assim, é fantástico saber como tudo isso funciona, mesmo que muitas informações
ainda não sejam conhecidas e intriguem a humanidade; o que veremos neste
conteúdo abrirá sua mente para o universo fisiológico do sistema nervoso.

Vamos iniciar nosso estudo?!

Objetivos da Aprendizagem
• ao final deste conteúdo, o aluno compreenderá o funcionamento do sistema
nervoso em toda sua complexidade, sendo capaz de identificar seus compo-
nentes, as divisões e características do tecido nervoso, assim como suas prin-
cipais ações – potencial de ação, sinapses e padrões de comunicação neural.

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Organização do Sistema Nervoso
O sistema nervoso é composto por mais de 100 bilhões de células nervosas
de diferentes tipos que se comunicam o tempo todo por meio de sinais elétricos
e químicos, com o objetivo de manter a homeostase do organismo. Ele é dividido
didaticamente em dois: o Sistema Nervoso Central (SNC), composto por encéfalo e
medula espinhal; e o Sistema Nervoso Periférico (SNP), composto por nervos que
estabelecem as conexões por todo o organismo.

A célula nervosa, também chamada de neurônio, é a unidade básica desse sistema.


Ele se comunica com outro neurônio através de sinais elétricos e químicos e são
muito eficientes e rápidos nessa função.

Saiba mais
O vídeo que indicamos a seguir é muito interessante sobre a
formação de memórias, o que completa muito o assunto sobre o
sistema nervoso: https://www.youtube.com/watch?v=Bj-7axay48
w&list=UUlu474HMt895mVxZdlIHXEA&index=275.

Esse sistema conta também com um grupo de células que estruturam e dão suporte
aos neurônios – as células da Glia. Esse grupo responde por cerca de 90% das células
encontradas no sistema nervoso, porém, ocupam menos espaço, ramificando-se menos
que os neurônios. As células da Glia ou Gliais são diferentes no SNP e SNC e se diferem
também de acordo com as funções que exercem. Na sequência, vamos ampliar nosso
conhecimento e conhecer mais sobre cada componente do sistema nervoso.

Neurônios
Os neurônios têm diferentes formatos e tamanhos de acordo com a sua localização e
função, mas todos apresentam características semelhantes. Todos eles apresentam
um corpo celular – semelhante ao de outras células, em que fica o núcleo e as demais
organelas, sendo aqui que ficam as informações genéticas, em que ocorre a produção
de proteínas – e apresentam estruturas alongadas chamadas de processos, como os
dendritos e axônio. Observe a figura a seguir.

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Figura 1– Anatomia do neurônio
Fonte: Silverthorn (2017, p.230).

Os dendritos são prolongamentos que saem do corpo celular neuronal – semelhantes


a dedos – e que podem ter diferentes tamanhos; são ramificados e sua função é,
principalmente, a de recepção do impulso nervoso que chega de outros neurônios
– impulso aferente. O interessante nessa estrutura é a sua capacidade de síntese
proteica devido à frequente presença de ribossomos, isto permite um remodelamento
de formato ainda maior, o que expande a capacidade de recepção de sinais.

O axônio também é um prolongamento bem longo que parte do corpo celular neuronal
e também faz a comunicação com outro neurônio. Porém, aqui, o transporte do
sinal é para fora do neurônio, o que chamamos de condução eferente do sinal. O
axônio também é conhecido como fibra nervosa, e possui várias partes importantes
no processo de transmissão sináptica. Logo que sai do corpo celular, o axônio tem
uma porção mais alargada, que chamamos de cone axônico. É nessa região que os
sinais elétricos são gerados na grande maioria dos neurônios, aqui chamados de
zona de gatilho. A partir desse ponto, o impulso elétrico percorre toda a fibra axônica
até atingir sua extremidade e passar para outro neurônio, que recebe esse impulso
através de seus dendritos ou do corpo celular.

A porção final do axônio é chamada de terminal axônico e é aqui que ocorre a troca de
informações entre os neurônios, visto que alguns são recobertos por várias camadas
de uma substância isolante que chamamos de mielina. A sua produção é feita por
células especializadas que auxiliam o sistema nervoso, as quais vamos conhecer
na sequência. Nos neurônios que têm o axônio mielinizado, encontramos pequenos
espaços, os nódulos de Ranvier, que permitem que o impulso elétrico “salte” no axônio
fazendo com que a transmissão seja muito mais rápida do que a que acontece nos
neurônios sem mielina.

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É muito importante também saber que cada neurônio, dependendo do tecido em que
se encontra, promoverá o processo de passagem do impulso elétrico de maneira
diferente, e assim encontraremos diferenças na extremidade distal dos axônios desses
neurônios. Eles podem ser divididos em grupos distintos de acordo com sua função:
neurônios aferentes são aqueles que levam a informação para o SNC; neurônios
eferentes levam a informação a partir do SNC; e os interneurônios conectam neurônios
no interior do SNC, uma vez que a maioria é desse tipo.

As alterações físicas e químicas do ambiente são percebidas pelos neurônios


aferentes que têm em sua extremidade os receptores sensoriais. Estes são capazes
de perceber as alterações do ambiente que são convertidas, logo em seguida, em
informações elétricas, que são transmitidas para o SNC.

Os nervos, que compõem o SNP, são conjuntos de neurônios aferentes e eferentes,


e de axônios que estão distribuídos no nosso organismo. Os interneurônios
se encontram dentro do SNC e apresentam tamanhos e formatos diferentes.
A complexidade das ações é o fator determinante para a quantidade e o tipo de
neurônios encontrados em um tecido.

Falamos muito do impulso elétrico e que a transmissão de uma célula para outra
acontece com a ajuda dos neurônios. Essa modificação química ou elétrica que
ocorre para a transmissão da informação é o que chamamos de sinapse, tendo em
vista que existem dois tipos principais: a elétrica e a química; esses dois grupos serão
abordados posteriormente neste conteúdo e são fundamentais para o entendimento
da comunicação nervosa. A maioria das sinapses ocorre através do dendrito de um
neurônio (recebe a informação) e o axônio de outro (transmite a informação). No
entanto, outras partes também podem participar desse processo, como o corpo
celular que também recebe informações, por exemplo.

Dentro desse contexto de sinapses acontecendo, podemos classificar os neurônios


de duas maneiras: neurônio pré-sináptico, encontra-se antes do ponto de transmissão
do sinal, e conduz a informação; e neurônio pós-sináptico, aquele que recebe a
informação, e se encontra após o ponto de transmissão do sinal, conforme ilustrado
na figura a seguir (BORGES et al., 2015).

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