Leiria-Fátima
ESCOLA DIOCESANA DE CATEQUISTAS: 2010-2011
Curso Geral – PSICOLOGIA EVOLUTIVA- INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Tema 2: Bases Fisiológicas da Psicologia
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Embora existam milhares de neurónios de vários tipos, formas e tamanhos
no organismo, todos eles apresentam a mesma estrutura. Todos os
neurónios são compostos por um corpo celular de onde nascem os diversos
prolongamentos, que permitem a ligação da célula a outros neurónios ou
tecidos, como as glândulas os músculos, controlados pelo sistema nervoso.
O corpo celular por apresentar várias formas (triangular, poligonal, ovóide,
fusiforme). O corpo celular é o ponto de partida para dois tipos de
prolongamentos encarregues de receber e transmitir impulsos desde e para
outras células adjacentes: as dendrites e o axónio.
As dendrites são prolongamentos curtos com várias ramificações, através
das quais os estímulos provenientes de outras células nervosas são
transmitidos ao neurónio. O seu número pode ser variável. O axónio é um
prolongamento único, presentes em todos os neurónios, através do qual o
impulso nervoso é transmitido às outras células nervosas ou a outros
tecidos. Embora todos os neurónios apresentem um diâmetro semelhante, o
seu comprimento pode variar: em alguns casos, pode ter alguns milímetros,
e noutros medir vários centímetros ou mais de um metro como acontece
com os axónios que compõem os nervos que chegam às zonas mais distais
do corpo. A parte final do axónio é de tal forma ramificada que o neurónio
está ligado a cada um dos elementos adjacentes.
O axónio encontra-se, na grande maioria dos neurónios, revestido por uma
série de camadas concêntricas, constituídas por uma substância gordurosa
esbranquiçada com propriedades isoladoras, denominada bainha de
mielina. Esta bainha de mielina é muito importante para a transmissão dos
impulsos nervosos.
Os neurónios comunicam entre si por impulsos nervosos.
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µv. Esta diferença é assegurada por um mecanismo bioquímico denominado
“bomba de sódio”.
O impulso nervoso é desencadeado por um qualquer factor que provoque
um brusco aumento da permeabilidade da membrana celular ao sódio, pois
a entrada de partículas deste leva a um aumento de carga positiva no
interior da célula, o que vai progressivamente invertendo a diferença de
potencial, num processo denominado despolarização. Ao atingir um
determinado ponto, casa haja estímulo suficiente, ou seja, caso se produza
uma inversão de cerca de 50 a 150 µv na carga eléctrica, desencadeia-se
um potencial de acção, em que a corrente se propaga por toda a célula até
à extremidade do axónio. Para alcançar novamente o estado eléctrico de
repouso, altera imediatamente a permeabilidade da membrana de potássio,
através de uma “bomba” que estimula a saída de iões K+ da célula e
também de sódio, que não consegue penetrar no seu interior. Graças a este
processo, denominado repolarização, consegue alcançar a situação de
repouso, na qual o neurónio deixa de gerar ou receber um novo impulso,
durante determinado período de tempo, denominado período refractário,
pelo que a realização de um novo potencial de acção apenas é possível
após o fim deste período.
Cada estímulo nervoso gerado no neurónio, devido a alterações metabólicas
espontâneas produzidas no interior da célula por mecanismos ainda pouco
claros ou como resposta a um determinado estímulo sobre a superfície
(eléctrico, táctil, térmico, etc.), percorre o axónio sob a forma de sinal
eléctrico até chegar à extremidade da fibra nervosa, onde o impulso é
transmitido a outros neurónios adjacentes, mas não por contacto directo,
mas através de uma ligação especial denominada sinapse.
Substância cinzenta e substância branca
Os órgãos do sistema nervoso central apresentam zonas compostas
basicamente por neurónios, designadas “substância cinzenta”, por essa ser
a cor predominante dos neurónios, e outras compostas essencialmente por
fibras nervosas correspondentes aos prolongamentos das células – os
axónios. A acumulação de fibras nervosas constitui a denominada
“substância branca”, já que cada uma delas se encontra rodeada por uma
bainha de mielina de cor branca.
Tronco Cerebral
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O tronco cerebral liga o cérebro à medula espinal. Um sistema de células
nervosas e de fibras (denominado sistema reticular activador), localizado
nas zonas profundas da parte superior do tronco cerebral, controla os níveis
de consciência e de alerta. Este também regula, automaticamente, algumas
funções do organismo, como a respiração, a deglutição, o controlo da
pressão arterial e a frequência cardíaca. Para além disso, contibui para o
ajuste da postura.
Se ocorrer uma lesão grave no tronco cerebral, perde-se a consciência e
todas estas actividades automáticas deixam de funcionar, dando origem à
morte.
Cerebelo
Cérebro
Lobos Frontais
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corpo. Na maioria das pessoas, o lobo frontal esquerdo controla a maior
parte das funções da linguagem.
Lobos Parietais
Lobos occipitais
Lobos temporais
Outras estruturas
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a) Sistema Nervoso Periférico
Efeitos do envelhecimento
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dos 80 anos, sempre que não surjam problemas neurológicos. O tempo de
reacção e de rendimento pode ser mais demorado, pois o encéfalo processa
os impulsos com maior lentidão. No entanto, é difícil distinguir os efeitos da
função cerebral sobre a função cerebral de outras perturbações frequentes
em pessoas adultas, como, por exemplo, depressões, acidentes vasculares
cerebrais, a existência de uma glândula tiróide hipoactiva (hipotiroidismo) e
as perturbações degenerativas como a doença de Alzheimer.
Com o envelhecimento, o número de neurónios do encéfalo tende a
diminuir, ainda que a perda varie muito em cada caso, dependendo do
estado de saúde da pessoa. À medida que o número de neurónios diminui,
formam-se diferentes ligações entre as células nervosas que persistem e
essas ligações podem ajudar a compensar a perda destas células. Além
disso, o encéfalo tem mais neurónios do que os que necessita para
funcionar com normalidade.
Em determinadas áreas do encéfalo, podem formar-se novas células
nervosas, mesmo durante a idade avançada.
À medida que se envelhece, a irrigação sanguínea do encéfalo diminui,
numa média de20%. Nas pessoas com aterosclerose com afectação das
artérias do encéfalo (doença vascular cerebral), a diminuição do fluxo
sanguíneo é maior, o que pode estar associado ao vício de fumar, aos altos
níveis de colesterol, à diabetes ou à hipertensão arterial. A redução do fluxo
sanguíneo, resultante destas doenças, pode provocar a perda prematura
das células nervosas do encéfalo e, por esse motivo, a função encefálica
destas pessoas diminuirá de forma prematura.
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