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Anatomia e fisiologia da

voz
Grijalba Rodrigues
Fonoaudiólogo
CRFa 5-11044
Produção da voz
• Integração dos sistemas:
• Respiratório;
• Fonador;
• Ressoador;
• Articulador.

• Feedback auditivo
Sistema Respiratório
Sistema Respiratório
• Tipos respiratórios
• 1. Superior (clavicular);
• 2. Mista (torácica);
• 3. Costodiafragmático-abdominal (total).
• Voz profissional.

Behlau e Pontes, 2001


Importante!!!
• A intensidade (VOLUME) vocal depende do aumento da
pressão subglótica (aérea) controlada pela tensão das PPVV.

Músculos

Vogais
Fluxo de ar
(Shape)

Emissão
Vocal
Laringe
Laringe
Laringe

Linha
mediana do
pescoço

C3 – C6
Localizando a laringe...
Laringe – Porção Glótica

Respiração Fonação
ABDUÇÃO ADUÇÃO
Cartilagens
MÚSCULOS

INTRÍNSECOS EXTRÍNSECOS

Abdutores Adutores Tensores Levantadores Depressores


Músculos Extrínsecos
LEVANTADORES DEPRESSORES

Supra-hióideos Estilofaríngeo
Infra-hióideos
Milo-hióideo
Esterno-hióideo
Digástrico
Omo-hióideo
Estilo-hióideo

Genio- Esternotireóideo
hióideo

Tireo-hióideo
Músculos Extrínsecos

LEVANTADORES DEPRESSORES
Músculos Intrínsecos

Cricoaritenóideo Posterior
Abdutores (CAP)

Cricoaritenóideo Lateral
MM. INTRÍNSECOS

(CAL)
Adutores

Inter-aritenóideo (AA)

Cricotireóideo (CT)
Tensores

Tireoaritenóideo (TA)
Músculos Intrínsecos
Fonte: Pinho, 2014.
Vídeo 1
Anatomia - Estruturas
da Laringe
Importante!!!
• CT – Alonga as PPVV e aumentam a tensão da mucosa;
• TA – Encurta as PPVV e reduzem a tensão da mucosa;
• CAP - Respiração;
• CAL + AA – Fonação;
• TA – Tons graves;
• CT – Tons agudos.
Voz Profissional
Com ênfase na voz do telejornalista
Voz profissional
• Indivíduos que utilizam a voz como instrumento de trabalho.
• Professores, Padres/Pastores, Operadores de Telemarketing,
Atores, Cantores, Vendedores, Radialistas, TELEJORNALISTAS,
entre outros.

Uso
contínuo

Fadiga
vocal

Problemas
vocais
Voz profissional
• É imprescindível produzir uma voz de forma saudável!

VOZ
Aquecimento e SAUDÁVEL
Desaqueciment
Conhecimento o vocal
fisiológico
Higiene Vocal
Voz profissional
• IDENTIDADE VOCAL!

• “Para todas as profissões em que a voz é o meio de


subsistência do profissional, ter o conhecimento de como a
sua voz causa impressões e informações subjetivas é de muito
valor para que se possa ter um maior autocontrole e para
conseguir exercer a função mais plenamente”. (RUSSI , 2016).
Psicodinâmica vocal
ROUCA INTENSIDADE REDUZIDA
• Cansaço/Estresse • Medo/Insegurança/Timidez

MONÓTONA R. LARINGO-FARINGEA
• Falta de interesse • Tensão emocional

GRAVE R. NASAL
• Segurança/Autoridade • Sensualidade/Infantilidade

AGUDA VELOCIDADE LENTA


• Infantilidade/Dependência • Monotonia/Falta de interesse

INTENSIDADE FORTE VELOCIDADE ACELERADA


• Energia • Ansiedade/Nervosismo
Voz no Telejornalismo
• Os telejornalistas devem apresentar uma boa qualidade vocal,
entre outras características, para que possam dar as notícias
de forma clara e coerente.

• A preocupação desses profissionais voltou-se não apenas para


tratar ou prevenir disfonias, mas também para o
aperfeiçoamento vocal, aprimorando a comunicação.
Comunicação no Telejornalismo

Verbal Não verbal

Entonação Vestimenta

Articulação Gestos

Ritmo Emoções

Qualidade vocal Postura


Comunicação no Telejornalismo
Comunicação no Telejornalismo
Comunicação no Telejornalismo
• É preciso que as informações verbais e não verbais do
telejornalista e a imagem que a emissora pretende passar
estejam em consonância.

Verbal Não verbal

Entonação Vestimenta

Articulação Gestos

Ritmo Emoções

Qualidade vocal Postura


Comunicação no Telejornalismo
• Segundo Lopez (2004), um bom profissional deve transparecer
seriedade, mas sem se distanciar do público, passando as
notícias como se estivesse em uma conversa natural com o
telespectador.

• Porém, manter essa naturalidade com a leitura do


Teleprompter é um desafio para os telejornalistas.
Voz no Telejornalismo
• Para Vilches (1995) o som e a voz são mais importantes,
quantitativamente (e qualitativamente), do que a imagem.

• Alguns parâmetros vocais analisados pelo fonoaudiólogo no


telejornalismo.
Qualidade vocal CPFA

Pitch Velocidade da fala

Loudness Prosódia

Ressonância Expressões faciais

Articulação Gestos
Voz no Telejornalismo
Ênfase

Ritmo
Recursos Inflexão
Vocais

Pausas
Voz no Telejornalismo
Mãos

Postura
Recursos Expressão
Facial
Corporais

Meneios
de
Cabeça
Avaliação e terapia dos
distúrbios vocais
Comportamento Vocal
• Voz Normal X Voz Alterada
• Voz Adaptada:
• Aceitável socialmente;
• Não interfira na inteligibilidade da fala;
• Adequado a idade e gênero;
• Transmita a mensagem emocional do discurso.
Disfonia
• “Toda e qualquer dificuldade na comunicação oral que impeça
a produção natural da voz”. (BEHLAU; PONTES, 1995).
Lesões
Laríngeas

Comportamento
Dist.
vocal Neuromusculares
inadequado
DISFONIA

Condição Fatores
de Saúde Psicoemocionais
Classificação das Disfonias

Disfonia

Funcional Orgânica

Orgânico-funcional
Avaliação vocal
• ANAMNESE e Avaliação comportamental;
• Queixa / Duração;
• Motivo da consulta;
• Grau de conscientização;
• Sinais e Sintomas.
• Auto avaliação;
• Avaliação acústica auditiva;
• Exame do ORL.

Obs.: Durante toda a conversa


já observa a VOZ, CPFA e as
habilidades comunicativas.
Avaliação vocal

• Como avaliar???

Protocolos A. do ORL A. Acústica da voz

Avaliação Perceptivo-Auditiva
Avaliação vocal
• 7 Categorias de sinais e sintomas vocais (Roy et al, 2004).

• ROUQUIDÃO = Lesões de massa;

• FADIGA/CANSAÇO/ESFORÇO = Fendas/Tensão muscular;

• PRESENÇA DE AR NA VOZ = Fendas/Paralisia de PV;

• QUEBRA/EXTENSÃO VOCAL = Hiperemia/Edema de PV/Falta de técnica;

• DESCONTROLE DE FREQUÊNCIA = Muda vocal/F. emocionais ou neurológicos;

• DESCONTROLE DE INTENSIDADE = Abuso/fadiga vocal/Dist. Neuro.

• SENSAÇÃO DESAGRADÁVEL DURANTE A EMISSÃO = Tensão muscular/L.


Orgânicas.
Avaliação Perceptivo-auditiva
• Protocolos mais utilizados:

• RASATI (Pinho, 2003);


• GRBASI (Dejonckere et al, 1996);
• CAPE-V (Asha, 2003)
Avaliação Perceptivo-auditiva
• RASATI

• R = Rouquidão;
• A = Aspereza; 0 – Normal
• S = Soprosidade; 1 – Leve
• A = Astenia;
2 – Moderado
3 – Severo
• T = Tensão;
• I = Instabilidade.

Vogais de Amostra:
/a/ - /e/
Tipos de Voz
• Fonte:
• Rouquidão;
• Rouco-molhada;
• Soprosidade;
• Aspereza;
• Instabilidade;
• Trêmula.
• Fonte e Filtro:
• Tensa-estrangulada;
• Infantilizada;
• Filtro:
• Pastosa.
Avaliação Perceptivo-auditiva
• Tempo Máximo de Fonação (TMF)

• Cronômetro; Homem: 20’’


Mulher: 14’’
• Vogais /a/, /i/, /u/ ≤ 10’’ Patológico
• Relação /s/ e /z/
Normal:
s/z entre 0,8 e 1,2’’
< 0,8 = Hiperfunção
> 1,2 = Hipofunção
Ataque vocal
• Configuração glótica no início da emissão.

• ISOCRÔNICO/SUAVE;
• ASPIRADO/SOPROSO;
• BRUSCO.
Exame físico do paciente
• Observação visual em repouso e durante a fala.

• Palpação!

• Estruturas de interesse:
• Tensão excessiva na cintura escapular e OFA’s;
• Cavidades supraglótica;
• Osso hióideo;
• Posição vertical da laringe;
Reabilitação vocal
Reabilitação vocal

Terapia

Máx. Mínimo
rendimento esforço
Reabilitação vocal
• Realizar exercícios selecionados para fixar ajustes motores
necessários a uma fonação adequada.

• OBJETIVOS:
• Melhorar a função muscular;
• Melhorar a interação fonte-filtro;
• Mostrar ao paciente melhores ajustes vocais.
Reabilitação vocal
• Terapia tradicional:

• CPFA;
• Hirperfunção dos mm. Cervicais e laríngeos;
• Foco ressonantal;
• Frequência fundamental adequada para idade e gênero;
• Loudness;
• Pitch;
• Articulação;
• Resistência vocal.
Estratégias terapêuticas
• Exercícios respiratórios:

• Relaxamento cervical;
• CPFA;
• Fricativos;
• Exercitadores respiratórios;
• Vibrantes áfono e sonoro;
Estratégias terapêuticas
• Método de sons facilitadores;
• Método corporal;
• Método de OFA’s;
• Método de fala;
• Método de competência fonatória.
Estratégias terapêuticas
• Método de sons facilitadores;
• Técnica de sons nasais;
• Técnica de sons fricativos;
• Técnica de sons vibrantes;
• Técnica de sons plosivos;
• Técnica de som basal;
• Técnica de som hiperagudo;
Estratégias terapêuticas
• Método corporal;
• Téc. de Mov. Corporal com sons facilitadores;
• Téc. de massagem da cintura escapular;
• Téc. Manipulação digital de laringe;
• Téc. de massageador associado a fonação.
Estratégias terapêuticas
• Método de OFA’s;
• Téc. de deslocamento da língua;
• Téc. de rotação da língua no vestíbulo com som nasal;
• Téc. de estalo de língua com som nasal;
• Téc. Do bocejo-suspiro;
• Téc. Mastigatória;
• Téc. de abertura de boca.
Estratégias terapêuticas
• Método de fala;
• Téc. de voz salmodiada;
• Téc. de monitoramento auditivo;
• Téc. de modulação da frequência e intensidade na fala;
• Téc. de leitura somente de vogais.
Estratégias terapêuticas
• Método de competência fonatória;
• Téc. de fonação inspiratória;
• Téc. de sussurro;
• Téc. de sons disparadores (Ex.: tosse – disf. Psicogênica);
• Téc. de ataque vocal aspirado;
• Téc. de emissão de TMF;
• Téc. de escalas musicais;
• Téc. de esforço (empuxo);
• Téc. do “B” prolongado;
• Téc. do sniff.
Estratégias terapêuticas
• Exercício do trato vocal semi ocluído (ETVSO).

• Aumenta a interação fonte-filtro;


• Melhora a interação glote-supra glote;
• Promove fonação mais eficiente;
• PPVV levemente abduzidas;
• Fluxo aéreo e intensidade da coaptação glótica reduzida.
Estratégias terapêuticas
• Exercício do trato vocal semi ocluído (ETVSO).

• Vibrantes;
• Fricativos sonoros;
• “B” prolongado;
• Humming;
• Firmeza glótica;
• Finger kazoo;
• Fonação em tubos.
Referências
• RUSSI, Anna Carolina. Voz e telejornalismo : um estudo sobre a
construção vocal da credibilidade / Anna Carolina Russi ; orientador,
Cárlida Emerim - Florianópolis, SC, 2016.
• FEIJÓ, D. A fala. In: KYRILLOS, L.; COTES, C.; FEIJÓ, D. Voz e corpo na TV: a
fonoaudiologia a serviço da comunicação. São Paulo: Globo, 2003. p. 45-
66.
• RUSSI, A. C. Efeitos da atuação fonoaudiológica com alunos de
telejornalismo. 2013. 37 f. Monografia (Graduação) – Curso de
Fonoaudiologia, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
2013.
• LOPES, V. Considerações sobre a tonicidade na leitura oral no
telejornalismo. In: FEIJÓ, D.; KYRILLOS, L. Fonoaudiologia e
Telejornalismo: baseado no III encontro nacional de fonoaudiologia da
central globo de jornalismo. Rio de Janeiro: Revinter. 2004. p. 95-125.
• BEHLAU, M., PONTES, P. Avaliação e Tratamento das Disfonias. São
Paulo: Lovise, 1996.
• BEHLAU, Mara e PONTES, Paulo. Higiene vocal: informações básicas. São
Paulo: Lovise, 1993.
Obrigado!!

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