Você está na página 1de 55

Ana Cascardo

Doris Beraldo
2ªedição

Curitiba
Edição do Autor
2018
Livro

Pesquisa e elaboração
Ana Paula Cascardo e Dóris Beraldo

Revisão de textos
Alexandra Lemos

Criação de exercícios musicais


Ana Cascardo e Mara Fontoura

Produção de partituras
Juliana Côrtes e Fábio Cardoso

Editoração eletrônica
Ivana Podolan

Ilustrações
Edna do Rocio Becker

Produção executiva
Mara Fontoura

DVD

Produção e execução vocal


Ana Cascardo

Harmonização e execução instrumental dos exercícios vocais


Fábio Cardoso

Animações
Fóton Group

Gravação de exercícios vocais


Alvaro Ramos e Fred Teixeira

Gravação e masterização
Gramofone - www.gramofone.com.br

Captação de imagens e videolaringoscopia


Dr. Gustavo F. Nogueira e Dr. Paulo Antônio M. Camargo

Direção geral
Ana Cascardo e Dóris Beraldo

Produção
UAU Cine Tv

Dados internacionais de catalogação na publicação


Bibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira – CRB9 - 775

Cascardo, Ana, 1971-


Guia teórico prático da voz: técnica vocal / Ana Cascardo,
Doris Beraldo. - Curitiba, PR : Edição do autor, 2018.
56 p. : il., música ; 30 cm. + DVD

Acompanha DVD.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-923520-0-4
1. Canto – Instrução e estudo. I. Beraldo, Doris.
II. Título.

CDD ( 22ª ed.)


783.007

CG 9721854218
Agradecimentos

• Guia teórico prático da voz •


Nossa imensa gratidão a empresa Itaipú Binacional na pessoa do Sr.
César Eduardo Ziliotto que possibilitou a republicação deste livro e a
todos os colaboradores que aqui deixaram suas contribuições.

Que este material cumpra sua função de semear a arte e o aprimoramento


através do canto.

“Cantar é um ato fisico, mental e espiritual que objetiva proporcionar


prazer/reflexão/emoção à quem canta e à quem o escuta”.

Felipe Abreu

3
• Apresentação •

4
Apresentação
• Guia teórico prático da voz •
Para alguns profissionais, a voz é seu principal instrumento de trabalho.
Por este motivo entendemos que obter informações sobre sua produção
e os cuidados para mantê-la saudável deve fazer parte da busca do
aprimoramento destes profissionais.

Desta forma, este trabalho tem o objetivo de apresentar alguns conceitos


referentes a estas considerações, colaborando com a difusão do tema.
Não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas sim auxiliar a quem
busca o conhecimento para o aprimoramento de sua arte.

“O som é o elo comunicante do mundo material


com o mundo espiritual e invisível.”
O som e o sentido
José Miguel Wisnik

5
• Sumário •

6
Sumário
• Guia teórico prático da voz •
Sobre as autoras 09

Capítulo 1 12
A voz

Capítulo 2 14
Registro

Capítulo 3 15
Ressonância

Capítulo 4 16
Respiração

Capítulo 5 19
A Relação Entre Voz e Corpo

Capítulo 6 22
Aquecimento Vocal

Capítulo 7 23
Saúde Vocal

Capítulo 8 31
Exercícios de Aquecimento Vocal, Vocalizes e Trava-línguas

Glossário 51

Fontes Consultadas 54

7
• Sobre as autoras •

8
Sobre as autoras
• Guia teórico prático da voz •
Ana Cascardo

Mineira de Itajubá radicada em Curitiba é licenciada em Estudos Sociais


pela Univali (1993), graduada em Musicoterapia pela Faculdade de Artes
do Paraná (1998) e em 2014 concluiu o curso de Professional Coach Life
Certification pela Sociedade Latino Americana de Coach (SLAC). Desde
1993 atua no mercado paranaense como cantora, locutora, oficineira,
produtora cultural e preparadora vocal atendendo diversos artistas locais.
É professora de canto popular no Conservatório de MPB de Curitiba
desde o ano 2000.
Tem dois CDs lançados “Esta Noite vai ter Sol” e “Ana Cascardo convida
Trio Bonsai”. O primeiro CD teve a produção musical de Sérgio Santos e
a participação de artistas como André Mehmari e Chico Pinheiro. Já no
segundo CD a direção musical ficou por conta do próprio Trio Bonsai que
é formado por Paulo Braga, Mané Silveira e Guello. É autora do livro/CD
“Aquecimento e Manutenção da Voz”.

9
• Sobre as autoras •

10
• Guia teórico prático da voz •
Dóris Beraldo

Graduada em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica do


Paraná (1998). Especialista em Voz pelo Centro de Especialização em
Fonoaudiologia Clínica – CEFAC (2003). Aperfeiçoamento em Clínica de Voz
pelo INVOZ- Comunicação e Voz Profissional (2009) e Mestre em Música
pela UFPR (2015). Em 2017 concluiu o curso de Professional Coach Life
Certification pela Sociedade Latino Americana de Coach (SLAC). Realiza
atendimento clínico com uma grande variedade de profissionais de Voz
Falada e Voz Cantada. Faz o trabalho de aprimoramento da comunicação
em empresas, desenvolvimento da comunicação pessoal e interpessoal,
preparação de variadas situações comunicacionais para empresários,
executivos, políticos, jornalistas e palestrantes, entre outros. Atua como
professora universitária na área de Voz para cantores, atores e jornalistas.

11
A Voz
• A Voz •

Partindo do pressuposto que as pregas vocais (PPVV) são essenciais para


a produção vocal, consideramos fundamental conhecer o funcionamento
do aparelho fonador. Saber como a voz é produzida, suas possíveis
variações e cuidados para mantê-la saudável são ferramentas úteis no
desenvolvimento de quem usa a voz como seu instrumento de trabalho.

A voz é produzida na laringe, a partir da vibração das PPVV durante a


expiração.

Durante a inspiração o ar passa pela boca/nariz, faringe, laringe, (onde


estão localizadas as pregas vocais que se encontram abduzidas, ou
abertas) - Figura 01-, traquéia e chega até os pulmões, onde acontecem
trocas gasosas. O ar então volta pelo mesmo caminho durante a
expiração, passando pela traquéia, laringe, onde encontra as pregas
vocais abduzidas, faringe e é expelido pelo nariz/boca. Porém durante
a produção vocal as PPVV fazem repetidos movimentos de vibração,
aproximando uma prega vocal da outra, movimentos estes que dão
origem ao som - Figura 02.
Figura 01
Figura 02

Esta vibração ocorre em torno de 220 vezes por segundo (220 Hz) nas
mulheres, enquanto nos homens em torno de 110 vezes por segundo
(110 Hz). Quanto mais rápida a vibração, mais agudo é o som. Entretanto
este som produzido na laringe (fonte sonora) não corresponde ao som
que ouvimos de nós mesmos ou de outras pessoas. O que ouvimos

12
• Guia teórico prático da voz •
sofreu ação do efeito de ressonância (filtro sonoro) que é o resultado
da modificação que o sinal laríngeo sofre ao passar pelo trato vocal
(compreende o espaço que vai da boca/narinas até as pregas vocais).
Ao passar por estes espaços (cavidade nasal, rinofaringe, cavidade oral,
orofaringe, e laringe) e pelos articuladores (língua, palato, dentes e lábios)
o som é modificado, o que resulta na fala que escutamos (fig. 03). Ou seja,
os diferentes sons que podemos realizar dependem de alterações das
estruturas de todo o trato vocal. Esta plasticidade é amplamente utilizada
pelo cantor, gerando os sons mais orais ou nasais e assim por diante.

Cavidade Oral

Cavidade Nasal
Palato Nasofaringe
Lábios
Dentes
Orofaringe
Língua
Faringolaringe
Laringe

Esôfago
Traquéia

Pulmões

Figura 03

Como estas vibrações ocorrem muito rapidamente, o que possibilita


a sua visualização é a utilização da luz estroboscópica nos exames
de videolaringoestroboscopia e videonasofibroscopia. Esta luz
permite a clara visualização da vibração da onda mucosa das PPVV.
Consideramos a utilização desta luz muito importante para o diagnóstico
e acompanhamento da saúde vocal cantor, uma vez que qualquer
modificação da onda mucosa deste profissional, resulta em diferenças
significativas em sua performance vocal.

13
Registro
• Registro •

Dá-se o nome de registro vocal ao conjunto de sons emitidos por um


mesmo mecanismo vibratório e muscular, que apresenta um determinado
timbre sonoro e corresponde a uma zona de emissão homogênea da
extensão vocal.

Os registros são divididos basicamente em basal (ou fry), modal


(subdividido em peito, médio e cabeça) e falsete. Na literatura encontram-
se referências dos registros de flauta e assobio para a voz feminina na
região de sobreagudos (a partir do Dó 5 do piano).

Antigamente acreditava-se que o registro estava relacionado a aspectos


puramente ressonantais. Porém, pesquisas recentes demonstram que
o registro está intimamente ligado à atividade dos músculos envolvidos
durante a produção da voz cantada. Enquanto ocorre a emissão de
notas graves há predominância do músculo Tireoaritenóideo, chamado
também de músculo vocal. Já na emissão de notas mais agudas este
músculo tem sua atividade diminuída, havendo a participação mais ativa
do Cricoaritenóideo. Isso significa que ao produzir um som em registro de
cabeça, o cantor estará trabalhando com grupos musculares específicos,
e não exatamente ressonando os sons na cabeça.

As zonas de passagem são as regiões onde há a troca de registro, ou


seja, troca do predomínio muscular durante a produção do som. É muito
comum, nos cantores sem treino vocal, este ajuste muscular acontecer
de maneira brusca, ocasionando as chamadas “quebras de passagem”.
Com o estudo do canto esta característica deve ser corrigida e substituída
pela passagem de um registro para outro com equilíbrio dos grupos
musculares envolvidos, o que pode levar anos.

14
Ressonância

• Guia teórico prático da voz •


Após ser gerado pelas PPVV (fonte sonora) o som é amplificado e
modificado ao passar pelo trato vocal (filtro sonoro), que corresponde
à laringe, orofaringe, cavidade oral, rinofaringe, cavidade nasal e pelos
articuladores que são língua, palato mole, palato duro, dentes e lábios,
produzindo o “efeito de ressonância” do som, como pudemos observar
na fig. 03.

Assim os diferentes tipos de sons que podemos produzir, sejam eles mais
orais ou mais nasais, por exemplo, dependerão diretamente dos ajustes
destas estruturas.

De acordo com a região do trato vocal onde há o predomínio da


amplificação sonora podemos encontrar diferentes focos de ressonância.
A literatura cita as seguintes denominações:

• foco nasal (amplificação predominantemente na região nasal) e suas


subdivisões: rinolalia aberta ou hipernasal (desvio do fluxo oral para
a cavidade nasal), rinolalia fechada (presença de alteração nasal
orgânica), hiponasalidade (redução da nasalidade por diminuição da
passagem de fluxo de ar nasal) e denasalidade (ausência completa
de nasalidade durante a emissão de sons nasais);

• foco faríngeo (caracterizado por voz metálica e estridente);

• foco cul de sac (produzido a partir do abaixamento do dorso da língua


– “panelinha na língua”);

• foco laringofaríngeo (caracterizado por som abafado e sem projeção).

15
Respiração
• Respiração •

A respiração é fundamental para a produção vocal, pois é a partir do fluxo


aéreo expiratório que a fonação é desencadeada.

O modo respiratório mais adequado é o nasal, pois através dele é feita a


purificação, a umidificação e o aquecimento do ar pelas narinas.

Porém, na fala e no canto, embora seja mais comum a utilização da


respiração oral, é recomendada a utilização da respiração mista, ou seja,
a respiração buconasal. Isto se deve à necessidade de respirações mais
rápidas e por poder direcionar, dessa forma, uma maior quantidade de ar
para dentro dos pulmões num espaço de tempo mais curto, o que seria
impraticável fazendo-se apenas uso da respiração nasal.

Vale lembrar também que não há necessidade de se fazer uma respiração


ruidosa, com contração da musculatura ao redor do nariz, tão pouco
com constrição da região da faringolarínge. Quando isso ocorre há um
estreitamento da passagem do ar, possível ressecamento do trato vocal,
elevação de laringe e tensão da musculatura extrínseca.

A respiração ruidosa pode ter ainda outras origens de ordem orgânica ou


funcional como, rinites alérgicas, problemas pulmonares ou movimentos
paradoxais de laringe. Nestes casos é necessário o tratamento adequado.

É o mús
torácica d
por uma

diafragm

16
• Guia teórico prático da voz •
Em relação ao tipo respiratório, o que a literatura nos apresenta como
mais apropriado para situações de fala e canto é o chamado “respiração
costodiafragmática-abdominal”. Na inspiração as costelas móveis se
alargam lateralmente, abaixandoo diafragma comconseqüenteexpansão
abdominal (fig.04). E na expiração as costelas se mantêm numa posição
de expansão, com a parede abdominal movendo-se para dentro (fig.06).
Esse tipo respiratório possibilita uma ampliação equilibrada da caixa
torácica e o favorecimento do apoio, com maior controle sobre saída
de ar, ou seja, o controle de fluxo aéreo, adaptando-o às necessidades
exigidas em cada caso, e, sobretudo respeitando a fisiologia corporal.

Diafragma:
É o músculo principal da respiração (fig. 07). É ele quem separa a
caixa torácica da cavidade abdominal. Tem a forma de uma cúpula e
é constituído por uma fina parede músculo-tendinosa. Na inspiração o
diafragma se contrai perdendo sua curvatura, empurrando o abdômen
para fora, já na expiração ele volta à posição inicial.

17
• Respiração •

Como se trata de um músculo, para sua automatização e fortalecimento,


é necessário a prática regular de exercícios específicos para este
condicionamento. Sugerimos a realização de exercícios respiratórios por
pelo menos 5 (cinco) minutos, 3x ao dia até o estabelecimento desse
padrão.

Sugestões para exercícios:


Daremos sugestões de alguns exercícios respiratórios para o
condicionamento e estabelecimento da respiração costodiafragmática-
abdominal que consideramos a mais eficiente e apropriada para situações
de fala e canto profissional.

a) Expire em fff, faça pausa, inspire enchendo a região abdominal


e expandindo-a para frente, faça pausa, solte em xxx, mantendo o
som uniforme em relação à intensidade durante toda a inspiração.

b) Expire em fff, faça pausa, inspire enchendo a região abdominal,


faça pausa, solte o ar com a consoante “s” em staccatto.

c) Expire em fff, faça pausa, inspire enchendo primeiro a região


abdominal, depois complete a inspiração enchendo a região das
costelas, faça pausa, expire o ar primeiro da região abdominal,
solte em xxx contando mentalmente quatro tempos, procurando
sustentar as costelas abertas. Observe se há elevação do tórax,
isso não deve ocorrer.

d) Expire em fff, faça pausa, inspire e inicie uma contagem (1, 2, 3...)
em voz média até onde conseguir sem o uso de ar residual. Faça o
controle dessa saída de ar.

Obs: Você pode realizar os mesmos exercícios acima variando o uso das
fricativas surdas “f”, “x” e “s”. Observe que durante a emissão da fricativa
“s” o controle de saída de ar não sofra interferência da língua, que deve
permanecer sem tensão.

18
• A Relação entre voz e corpo •
Relação entre voz e corpo
A voz está intimamente relacionada com o corpo, principalmente aos
aspectos que dizem respeito à postura e à tensão corporal. Um estado
de tensão corporal localizado na região cervical irá refletir na respiração,
articulação e outros fatores envolvidos na produção vocal.

A prática de exercícios de alongamento de forma regular faz parte do


aquecimento corporal, e é recomendada para todo profissional da voz.

Aquecimento Corporal
Antes de qualquer atividade que envolva a voz faça um bom aquecimento
corporal para fortalecer a musculatura, trabalhar pontos de tensão e
favorecer dessa forma uma posição mais estável da laringe no pescoço.

Sugestões para exercícios


Tronco e ombros
• Movimentos de contração (elevar os ombros na direção das orelhas)
e descontração (soltá-los);

• Movimentos circulares no sentido ântero-posterior;

19
• Guia teórico prático da voz •

Pescoço
• Levar a cabeça para um lado, segurando-a com a mão por alguns
instantes (orelhas no sentido dos ombros), e repetir para o outro lado;

• Pender a cabeça para baixo levando o queixo em direção ao peito e


segurar alguns instantes;

• Micro-movimentos da cabeça (“não” e “sim”), observando a soltura


do pescoço;

20
• A Relação entre voz e corpo •
Boca, Mandíbula e Língua
• Lábios protruídos (fazendo um bico) e sorriso de boca fechada (fazer
o exercício abrindo a boca de forma gradual);

• “Beijo de velha” (lábios estirados), “beijo de moça” (lábios protruídos);

• “Boca de macaco” (passar a língua na parte interna dos lábios em


movimentos circulares) e depois em movimentos mais amplos nos
dois sentidos;

• Língua para fora da boca e para dentro (em direção ao palato mole);

• Estalo de língua;

• Realizar o bocejo, de forma bem relaxada, pois ele alarga naturalmente


a garganta e libera a tensão dessa região. Observar se o dorso
da língua encontra-se alto, porém sem tensão, como se estivesse
produzindo o som “NGA”. Evite provocar “panelinha na língua”,
movimento esse que força o abaixamento da laringe (faça o suspiro).

21
Aquecimento vocal
• Guia teórico prático da voz •

Como um atleta precisa preparar seus músculos antes de suas atividades


físicas, o profissional da voz também deve aquecer a musculatura do
aparelho fonador. Isso evita o esforço e a sobrecarga desnecessários
dessa musculatura, prevenindo o aparecimento de lesões e alterações,
que comumente surgem quando não há uma preparação adequada.
Estes são quesitos básicos para a saúde vocal do profissional da voz
favorecendo seu desempenho.

Sugestões para o aquecimento vocal


Sons nasais leves, alternâncias dos sons N (ponta da língua atrás dos
incisivos superiores, no palato duro) e M (língua repousada na boca,
dentes entre abertos e lábios fechados), em escalas ascendentes com
projeção no centro da face. Obs: Observar se o som fica gutural (na
garganta). Isso não deve acontecer! Faça sempre esse exercício em fraca
intensidade e deixando o som vibrar na máscara.

Alongamento em glissandos ascendentes com o som das fricativas V, Z e


J (pense nos fonemas sem os sons das vogais), alternadamente. Lembre-
se de que todo aquecimento deve ser feito com pouca intensidade e
de forma gradual. Para realização deste exercício deve-se observar se
há soprosidade na emissão das consoantes. Isso não deve ocorrer! As
consoantes devem ser emitidas com mais sonoridade e menos escape
de ar.

Exercícios de vibração de língua e lábios em escalas ascendentes e


descendentes. Deve-se observar que no exercício de vibração de língua,
os lábios devem estar protruídos (fazendo um bico) não lateralizados e a
emissão deve ser em fraca intensidade;

Exercícios com trava-línguas. (exercícios sugeridos no capítulo 8).

Desaquecimento Vocal
Nos casos de uso intenso da voz, deve-se fazer o desaquecimento vocal
para retornar ao seu ajuste usual, recuperar os músculos mais exigidos e
diminuir a fadiga.

Quando possível, fazer repouso vocal ou usar a voz em fraca intensidade,


sem provocar o cochicho;

Bocejo com suspiros em glissandos descendentes;

Massagem laríngea (movimentos laterais, de cima para baixo na altura da


laringe) e relaxamento da musculatura de pescoço e língua.

22
Saúde vocal

• Saúde vocal •
Saúde Vocal
Como vimos, a voz é resultado da utilização conjunta de vários órgãos
e depende de algumas condições físicas para ser produzida de maneira
adequada. Existem alguns procedimentos que auxiliam na preservação
da qualidade da voz, evitando o aparecimento de alterações e doenças
no aparelho fonador, provocadas pelo mau uso ou abuso vocal.
Basicamente, para mantermos a saúde vocal precisamos ter em vista o
maior rendimento da voz com o mínimo esforço.

Citaremos agora alguns destes comportamentos, ou hábitos que auxiliam


na preservação da qualidade vocal:

Hidratação
Devemos lembrar que as PPVV são revestidas por mucosa. Se esta
mucosa estiver ressecada ela fica muito suscetível a desenvolver
alterações, devido ao atrito de uma PV contra a outra durante a fala e o
canto. Com as PPVV hidratadas elas podem vibrar de maneira livre, com
atrito reduzido e maior flexibilidade.

A sugestão é ingerir líquidos (água, sucos, etc.) de forma gradativa durante


todo o dia, para que a hidratação seja permanente.

Outra maneira de hidratar a mucosa das PPVV é de forma direta com o


uso de nebulizador e soro fisiológico.

Alimentação
A alimentação do profissional da voz é um fator que merece atenção.
As grandes quantidades devem ser evitadas, por dificultarem o suporte
abdominal e a movimentação livre do diafragma. Uma dieta rica em
proteínas, por favorecer o fortalecimento muscular, é recomendada.

Sabe-se que leite e seus derivados devem ser evitados antes do uso
intenso da voz, pois aumentam a viscosidade do muco, dificultando
a articulação das palavras e a vibração das PPVV. Já os alimentos
adstringentes, como maçã e o salsão são recomendados.

Deve-se tomar cuidado com alimentos condimentados ou gordurosos,


assim como café e sucos cítricos em excesso, por favorecerem o
aparecimento do refluxo gastroesofágico. A presença do refluxo deixa
a laringe avermelhada, sensível para o desenvolvimento de lesões.
O refluxo também pode não apresentar sinais laríngeos possíveis de
serem detectados, por este motivo na presença de sintomas do refluxo
(azia, queimação) deve-se procurar orientação médica e exames
complementares, pois sem dúvida a presença desta alteração dificulta o
aquecimento vocal e interfere na qualidade da voz.

23
• Guia teórico prático da voz •

Prática de exercícios físicos


A prática de exercícios físicos sem dúvida proporciona muitos benefícios
para a saúde em geral. Sabe-se que da mesma forma acontece com a
voz, por fortalecer a musculatura do corpo e da laringe aumentando a
resistência vocal.

Porém, falar ou cantar fazendo exercícios físicos gera uma sobrecarga


no aparelho fonador, uma vez que neste momento ocorre aumento no
fechamento das PPVV e mudança no padrão respiratório, já que o esforço
físico solicita do corpo respiração mais rápida (proporcionada pelo padrão
superior).

24
• Saúde vocal •
Os exercícios que exigem muito da região cervical como tênis, boxe,
vôlei e musculação, não são recomendados, pois aumentam a tensão na
região da laringe. Já exercícios de alongamento, abdominais, e natação
podem auxiliar o fortalecimento, apoio e atividade respiratória.

Uso de Álcool
Os efeitos do consumo excessivo de álcool antes do uso profissional da
voz podem ser de várias ordens: desidratação no trato vocal, irritação da
mucosa do aparelho fonador, além de uma sensação de amortecimento
e diminuição da sensibilidade na região das PPVV. Como conseqüência
o abuso vocal é muito freqüente assim como a imprecisão articulatória,
interferências na velocidade, ritmo e entonação da fala e qualidade vocal
distorcida.

Uso de cigarros e drogas


Fumar é um hábito que, além de ser muito nocivo à saúde, é extremamente
irritante para a mucosa que reveste o trato vocal. Além disto, a fumaça
do cigarro resseca as PPVV e diminui a movimentação dos cílios que
estão presentes em toda extensão da mucosa, aumentando a retenção
de muco e sensação de pigarro.

A maconha é uma droga que tem o efeito vasodilatador. O seu uso agride
as mucosas que revestem laringe, faringe e cavidade bucal, também age
na destruição dos cílios do trato, lesa o tecido pela temperatura elevada
da fumaça, favorece edemas das PPVV e agravamento da voz.

No caso da cocaína, o efeito é o contrário. Ela causa vasoconstrição,


podendo ocasionar lesões e irritações nas mucosas de todo o trato
vocal o que interfere diretamente na ressonância da voz. A fadiga vocal é
comumente encontrada.

25
• Guia teórico prático da voz •

Ambiente com ar condicionado


Como sabemos, a hidratação é fundamental para a saúde da voz. Porém,
o ar condicionado reduz a umidade do ar, levando a um ressecamento
da mucosa que reveste o trato vocal. Esta situação agride as PPVV e
predispõe a produção de voz mais tensa e com esforço. A solução para
os casos onde a permanência em ambientes com ar condicionado é
inevitável é o aumento da ingestão de líquidos.

Vestuário
As regiões do pescoço e do abdômen devem permanecer livres.
Compressões nestes locais podem criar tensão na região da laringe e
dificultar a excursão da musculatura abdominal, fundamental para a
função respiratória.

Sapatos com salto alto, que provocam postura tensa e desnivelamento


das PPVV também devem ser evitados.

26
• Saúde vocal •
Tossir e pigarrear
Tanto o pigarro como a tosse improdutiva (seca, constante e sem secreção)
são hábitos muito nocivos para a mucosa das PPVV. Quando isto acontece
uma prega vocal atrita-se contra a outra de maneira muito brusca,
contribuindo para o aparecimento de alterações. Deve- se investigar a
causa real desse hábito daninho, que muitas vezes está intimamente
ligado à alergias respiratórias, presença de refluxo gastroesofágico e até
mesmo falta de hidratação.

Falar em ambientes ruidosos


Em ambientes ruidosos é comum aumentar a intensidade da voz por
causa da competição sonora. Porém esta atitude aumenta o desgaste
vocal. Para que isso não ocorra sugere-se aumentar a articulação das
palavras e projetar a voz na máscara, diminuído desta forma o impacto
gerado.

27
• Guia teórico prático da voz •

Gritar sem suporte respiratório


O grito é uma atitude muito prejudicial, pois normalmente é feito com
tensão na região cervical e sobrecarga vocal. Como resultado as PPVV
golpeiam-se uma contra a outra, favorecendo um grande desgaste,
aumentando o risco de aparecimento de lesões em sua superfície ou até
mesmo hemorragias submucosas. Muitas vezes este comportamento não
pode ser evitado, nestes casos deve-se procurar aumentar a intensidade
da voz, fazendo uso do apoio da musculatura respiratória.

Falar muito durante quadros gripais


Falar excessivamente durante quadros gripais ou crises alérgicas
pode causar danos irreversíveis, pois nestas ocasiões as mucosas
que revestem o trato vocal estão inchadas e podem sofrer uma grande
agressão no atrito provocado pela fonação. O ideal é aumentar a
hidratação, fazer repouso vocal ou o menor uso da voz possível, com o
mínimo de exigência.

28
Vocal••

Saúde
Saúde Vocal
Vocal
SaúdeVocal
••Saúde

• Saúde vocal •
Sono:
Sono
Sono:
Como a produção da voz é uma atividade que exige muito gasto
Como aa produção
energético,
Como da
o descanso
produção daé voz
voz éé uma
uma atividade
recomendado tanto que
que exige
exige muito
por proporcionar
atividade um bemgasto
muito gasto
energético,
energético, o
estar global, odescanso
como é recomendado
por influenciar
descanso tanto
de forma direta
é recomendado por
tanto na proporcionar
porqualidade um
umbem
da vocal.
proporcionar bem
estar
É global,
comum como
após umapor
boa influenciar
noite de de
sono forma
que osdireta na
sintomas qualidade
de fadiga da vocal.
vocal
estar global, como por influenciar de forma direta na qualidade da vocal.
desapareçam.
ÉÉcomum
comumapós apósuma
umaboa
boanoite
noitede
desono
sonoquequeosossintomas
sintomasde defadiga
fadigavocal
vocal
desapareçam.
desapareçam.

Auto-Medicação:
Auto-Medicação:

AAauto-medicação
auto-medicaçãoééuma umaatitude
atitudeque
quepode
podecomprometer
comprometeraasaúde
saúdegeral
geral
do
do indivíduo, acarretando em diversos problemas, assim como afetaraa
indivíduo, acarretando em diversos problemas, assim como afetar
Auto-Medicação
saúde
saúdevocal.
vocal.
A auto-medicação é uma atitude que pode comprometer a saúde geral
do indivíduo, acarretando em diversos problemas, assim como afetar a
Os
Os analgésicos
analgésicos que que contêm
contêm oo ácidoácido acetilsalicílico
acetilsalicílico (por
(por exemplo,
exemplo, aa
saúde vocal.
aspirina),
aspirina), aumentam
aumentam aa circulação
circulação sanguínea, podendo favorecer uma
Os analgésicos que contêm o ácidosanguínea, podendo
acetilsalicílico favorecer
(por exemplo, a uma
hemorragia
hemorragia nas
nasPPVV.
PPVV.
aspirina), aumentam a circulação sanguínea, podendo favorecer uma
hemorragia nas PPVV.
Os
Os antibióticos devem
antibióticosdevem ser
devemser tomados
sertomados
tomados somente
somente com prescrição médica,
Os antibióticos somente comcom prescrição
prescrição médica,
médica,
pois
poiso uso indiscriminado pode piorar a infecção e causar uma série de
pois oo uso
usoindiscriminado
indiscriminado pode
pode piorar
piorar a infecção
a infecção e causar
e causar uma uma
série série
de de
reações
reações colaterais como,
colateraiscomo,
reações colaterais como, por
porpor
exemplo,
exemplo,
exemplo,
alergias.
alergias.
alergias.

24
24
29
• Guia teórico prático da voz •

Os sprays e pastilhas para a garganta, além de irritantes à mucosa do

• Guia teórico prático sobre a voz •


trato vocal têm um efeito anestésico, o que leva o cantor a fazer mais
abuso vocal sem sentir que está se machucando, pois não sente dor. O
uso prolongado destes recursos pode causar o efeito rebote – inchaço da
mucosa na interrupção da medicação, além de ressecamento da mucosa
Os sprays e pastilhas para a garganta, além de irritantes à mucosa do
do trato vocal, dificultando a vibração das PPVV.
trato vocal têm um efeito anestésico, o que leva o cantor a fazer mais
Os calmantes agem diretamente na precisão articulatória e controle da
abuso vocalvocal,
qualidade sem sentir
além de que está seo machucando,
provocar pois
ressecamento das não sente dor. O
mucosas.
uso prolongado destes recursos pode causar o efeito rebote – inchaço
da mucosa na interrupção da medicação, além de ressecamento da
mucosa do trato vocal, dificultando a vibração das PPVV.

Os calmantes agem diretamente na precisão articulatória e controle da


qualidade vocal, além de provocar o ressecamento das mucosas.

Golpe de Glote:

O Golpe
AtaquedeVocal
GloteBrusco ou Golpe de Glote, como também é chamado,
O Ataquequando
acontece Vocal Brusco ou Golpe de
no fechamento dasGlote,
PPVV,como também
no início da éfonação,
chamado,uma
acontece
prega quando
vocal no fechamento
golpeia-se contra adas PPVV,emitindo
outra, no início da
umfonação, uma
som parecido
prega vocal golpeia-se contra a outra, emitindo um som parecido
com uma pequena tosse, em sons iniciados por vogais ou algumas com
uma pequena
consoantes tosse,
como, emexemplo,
por sons iniciados por
o “M” e vogais
o “K”. ou algumas consoantes
como, por exemplo, o “M” e o “K”.
Esseatrito
Esse atritoconstante
constante irrita
irrita aa mucosa
mucosa das
dasPPVV,
PPVV,podendo
podendocausar desde
causar desde
edemas, hiperemias, até o aparecimento de nódulos vocais. Este hábito
edemas, hiperemias, até o aparecimento de nódulos vocais. Este hábito
pode ser evitado, procurando emitir as palavras de maneira suave, com o
pode ser evitado, procurando emitir as palavras de maneira suave, com
uso do apoio e suporte respiratórios e não na garganta.
o uso do apoio e suporte respiratórios e não na garganta.

30
Exercícios

• Exercícios •
Os exercícios aqui sugeridos podem ser acompanhados pelo DVD.
Eles obedecem a uma tessitura média da voz. No entanto cuide para
que sejam feitos de forma gradativa, respeitando o seu limite vocal,
sem esforço e sempre observando se há conforto na emissão. Os trava-
línguas sugeridos não têm nesta proposta o intuito de resolver problemas
articulatórios. Somente colocam de maneira mais lúdica alguns aspectos
que consideramos importantes a serem trabalhados durante a fala ou
canto, como a intenção e interpretação do texto, levando-se em conta as
entonações, pausas, ritmo, ênfases, entre outros.

Lembramos que todos os exercícios para aquecimento vocal devem ser


realizados em fraca intensidade (porém sem soprosidade) e respeitando
as mudanças de registro. Procure realizar estes exercícios em frente a um
espelho, para correção de possíveis tensões ou más posturas durante
sua produção.

Sugerimos que antes da realização destes exercícios vocais, seja feito


um bom alongamento corporal, além dos citados neste livreto para
condicionamento do apoio respiratório.

Consideramos ainda primordial o acompanhamento de um professor de


canto como observador e orientador para a prática da boa técnica vocal.
Em caso de qualquer alteração na voz, como por exemplo, fadiga,
soprosidade ou rouquidão procure a avaliação de um fonoaudiólogo
especialista em voz ou de um médico otorrinolaringologista. Além disso,
se você faz o uso intenso da voz, crie o hábito de monitorar a saúde de
sua laringe, realizando pelo menos um exame de videolaringoscopia por
ano, como prevenção.

E bom estudo!!!

31
• Guia teórico prático da voz •

Exercício 1

Fricativa Sonora V

Sugestão: Z
J

32
• Exercícios •
Exercício 2

Fricativa Sonora Z

Sugestão: Z
J

33
• Guia teórico prático da voz •

Exercício 3

Vibração de Língua

Sugestão: vibração de lábios

34
• Exercícios •

Exercício 4

Vibração de Lábios

Sugestão: vibração de língua

35
• Guia teórico prático da voz •

Exercício 5

Controle Diafragmático

Spa spa spé spé spi spi spó spó spu

36
• Exercícios •
Exercício 6

Ressonância

Sugestão: hum mi hum mi hum


hum mo hum mo hum

37
• Guia teórico prático da voz •

Exercício 7

Vogais abertas e fechadas

Sugestão: aé - aéi - aéió - aéióuôiêa

38
39
• Exercícios •
• Guia teórico prático da voz •

Exercício 8

Vogais abertas e fechadas

Sugestão: aéóêiôu - uôiêóéa

40
• Exercícios •
Exercício 9

Vogais combinadas

Sugestão: ueueu - uiuiu


oaoao - oeoeo

41
• Guia teórico prático da voz •

Exercício 10

Fricativa Sonora J

Sugestão: V
Z

42
• Exercícios •
Exercício 11

Trava-língua
A fala que ele fala falha
Fale a fala que lhe falha
Falha fala, fala falha
Fala que lhe falha

43
• Guia teórico prático da voz •

44
• Exercícios •
Exercício 12

Trava-língua
Se vai vem fosse e viesse vai vem ia
Mas como vai vem vai e não vem
Vai vem não vai

45
• Guia teórico prático da voz •

46
• Exercícios •
Exercício 13

Trava-língua
Luzia lustrava o lustre listrado
O lustre lustrado luzia

47
• Guia teórico prático da voz •

Exercício 14

Trava-língua
Não tem truque troque o trinco
Traga o troco e tire o trapo do prato
Troque o trinco não tem truque
Troque o troco e traga o trapo do prato

48
49
• Exercícios •
• Guia teórico prático da voz •

50
Glossário

• Glossário •
• Abdução:
Movimento que afasta um membro ou parte dele do eixo mediano do
corpo.

• Ácido acetilsalicílico:
Composto salicilado administrado por via oral, em supositórios ou em
injeção endovenosa, para combater a inflamação, dores e febre. Possui
também atividade coagulante. Sin.: aspirina.

• Adstringente:
Que provoca a constrição dos tecidos. Capaz de inibir as secreções.

• Adução:
Movimento que aproxima um membro ou parte dele do eixo mediano do
corpo. V. adutor.

• Altura:
Está relacionada com a freqüência das vibrações das pregas vocais. Se
a freqüência é baixa, a voz é grave; se a freqüência é elevada, a voz é
aguda.

• Antero-póstero:
Prefixos que significam na frente, na parte anterior e atrás, na parte
posterior respectivamente.

• Extensão vocal:
É a totalidade de sons emitidos por uma voz, do grave ao agudo, não
importando a qualidade.

• Faringolarígeo:
Relativo à faringe e à laringe.

• Gastroesofágico:
Relativo ao estômago e ao esôfago.

• Glissando:
É o deslizar rápido e contínuo de uma nota para outra.

• Glote:
Parte média da cavidade da laringe, limitada superiormente pelas pregas
vestibulares e inferiormente pelas pregas vocais.

• Hiperemia:
Sin. de congestão. (a. hiperemiado, hiperêmico)

51
• Guia teórico prático da voz •

• Intensidade:
É a propriedade do som em ser fraco, médio ou forte. É determinada pela
pressão do fluxo aéreo subglótico, e à adução glótica (fechamento das
pregas vocais).

• Muco:
Produção da secreção das glândulas mucosas. O muco exerce uma ação
protetora sobre as mucosas que ele recobre.

• Mucosa:
Membrana que reveste as cavidades naturais do organismo, com
superfície sempre úmida.

• Músculo cricotireóideo:
Músculo intrínseco da laringe, tensor, responsável pelo alongamento das
pregas vocais, durante a emissão de tons agudos, causando a redução
da quantidade de massa mucosa solta para vibrar.

• Músculo tireoaritnóideo:
Músculo intrínseco da laringe, também chamado de músculo vocal,
predominantemente adutor e rico em fibras brancas. É responsável pela
produção de tons graves.

• PV:
Abreviação comumente usada na literatura para prega vocal.

• PPVV:
abreviação comumente usada na literatura para pregas vocais.

• Protruído:
Estado de um órgão ou de uma parte dele que se encontra empurrada ou
puxada para frente.

• Rinolalia:
Modificação da ressonância normal da voz devido à obstrução ou à
abertura exagerada do nariz ou da rinofaringe.

• Staccato:
Sin. destacado. As notas que se sucedem destacadas, perdendo a
metade do valor.

• Subglótico:
Que está localizado abaixo das pregas vocais.

52
• Glossário •
• Timbre sonoro:
É o que dá personalidade ao som de uma voz ou instrumento,
diferenciando-o dos demais. É a qualidade do som, sua “cor”. Ex: o som
de um piano ou violão...

• Trato vocal:
Espaço delimitado anteriormente por lábios e narinas e posteriormente
pelas pregas vocais.

• Vasoconstrição:
Diminuição do calibre de um vaso por constrição de suas fibras musculares.
De maneira geral está sobre ação do sistema nervoso simpático.

• Vasodilatação:
Dilatação de um vaso, especialmente de uma arteríola.

53
Fontes consultadas
• Guia teórico prático da voz •

1. ANDRADA e SILVA, M. A.; COSTA, H. O. Voz Cantada: Evolução,


Avaliação e Terapia Fonoaudiológica São Paulo: Lovise, 1998.

2. BEHLAU, M. Higiene Vocal Para o Canto Coral. Rio de Janeiro: Revinter,


1997

3. BEHLAU, M.; DRAGONE, M.L.S.; NAGANO, L. A Voz que Ensina. Rio


de Janeiro: Revinter, 2004.

4. BEHLAU, M.; PONTES, P. Avaliação e Tratamento das Disfonias. São


Paulo: Lovise, 1996.

5. BEHLAU, M.; PONTES, P. Higiene Vocal Cuidando da Voz. Rio de


Janeiro: Revinter, 1999.

6. BEHLAU, M. (org.); Voz: O Livro do Especialista I. Rio de Janeiro:


Revinter, 2001.

7. BEHLAU, M. (org.); Voz: O Livro do Especialista II. Rio de Janeiro:


Revinter, 2004.

8.CAMPIGNION,P.Respir-Ações:ARespiraçãoparaumaVidaSaudável. São
Paulo: Summus, 1998.

9. DINVILLE C. Os Distúrbios da Voz e sua Reeducação. Enelivros, 2001.

10. ESTIENNE, F. Voz Falada, Voz Cantada: Avaliação e Terapia. Rio de


Janeiro: Revinter, 2004.

11. FERREIRA, L.C.; ANDRADA E SILVA, M.A. Saúde vocal: Práticas


Fonoaudiológicas. São Paulo: Rocca, 2002.

12. KYRILLOS, L.; COTES, C; FEIJÓ, D. Voz e Corpo na TV: A


Fonoaudiologia a Serviço da Comunicação. São Paulo: Globo, 2003.

13. L. MANUILA, A MANUILA, P. LEWALLE, M. NICOULIN. MANUILA –


Dicionário Médico. Rio de Janeiro: MEDSI, 2001.

14. LE HUCHE, F.; ALLALI, A. A Voz: Anatomia e Fisiologia dos Órgãos da


Voz e da Fala. Porto Alegre: Artmed, 1999.

15. PACHECO, C.; BAÊ, T. Canto: Equilíbrio entre Corpo e Som. São
Paulo: Irmãos Vitale, 2006.

16. PINHO, S. M. R. Fundamentos em Fonoaudiologia: Tratando os


Distúrbios da Voz. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

54
• Fontes Consultadas •
17. PINHO, S. M. R. Manual de Higiene Vocal Para Profissionais da Voz. 4
ed. Barueri: Pró-Fono, 2007.

18. PINHO, S. M. R.; PONTES, P. Músculos Intrínsecos da Laringe e


Dinâmica Vocal. Rio de Janeiro: Revinter, 2008.

19. PINHO, S.M.R. Temas em Voz Profissional. Rio de Janeiro: Revinter,


2007.

20. PINHO, S.M.R. Tópicos em Voz. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2001.

21. RICORDI, O.L. Compêndio de Teoria Elementar da Música. São Paulo


1966.

22. SANDRONI, C. 260 Dicas Para o Cantor Popular: Profissional e


Amador. Rio de Janeiro: Lumiar, 1998.

23. ZEMLIN, W.R. Princípios de Anatomia e Fisiologia em Fonoaudiologia.


4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

55

Você também pode gostar