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AVALIAÇÃO DO

MEMBRO
SUPERIOR
Avaliação
Base para a definição dos procedimentos terapêuticos

Observação cuidadosa e levantamento de dados de forma criteriosa.

Informação deve ser clara e objetiva

Registrar a cada sessão a evolução do paciente!


1. Identificação do paciente 5. Observação física:
2. Queixa principal
3. Encaminhamento médico ● Inspecção na mão
● Palpação
4. História clínica:
● Edema
● Quando e como ocorreu a lesão ● Sensibilidade
● Tratamentos realizados ● ADM
● Medicação ● Força
● Exames complementares ● Testes funcionais
● Presença de outras doenças
INSPECÇÃO DA MÃO

● Arcos palmares
● Saliências ósseas
● Unha
● Pele Volar e dorsal
● Edemas
● cicatrizes
● Desvios e padrões posturais
● Atrofias musculares
● Deformidades
Palpação

● Temperatura
● Sudorese
● Cianose
● Pontos de dor
● Hipersensibilidade
● Crepitação ou rigidez
● Aderência cicatricial
Avaliação de edema
Edema - acúmulo excessivo de fluido extravascular e extracelular nos espaços
tissulares causado por uma alteração no equilíbrio de água e proteínas
através da membrana capilar.

OBJETIVO:

Estabelecer um valor de referência para monitorar o processo na doença e


avaliar a resposta ao tratamento .

● Medida volumétrica
● Medida circunferencial
MEDIDA Avalia a mudança na massa de um
segmento corporal através do
VOLUMÉTRICA deslocamento de água

Volúmetro- equipamento padronizado

● Recipiente para imersão


● Recipiente para coleta
● Recipiente para medida
PROCEDIMENTO
1. Posicionar o volumetria em uma superfície plana;
2. Encher o recipiente na água a temperatura ambiente até o nível indicado
3. Remover vestimenta ou acessório do membro do paciente;
4. Posicionar o paciente em pé
5. iniciar a imersão lentamente
6. Manter a posição até que o deslocamento na água se complete
7. Medir o volume deslocado e anotar
8. Realizar a medida do membro contralateral;
● Registar:
● Horário;
● Dia
● Medida em ml e mm³

< que 5 ml em relação ao membro


contralateral
CONTRA INDICAÇÃO
● Presença de feridas abertas
● Pinos percutâneos - como fios de Kirschner
● Fixadores externos
● Imobilização
● Atrofia ou instabilidade vasomotora;
MEDIDA Indicado para edema em poucas
articulações e dedos
CIRCUNFERENCIAL
Em torno do punho, na palma na mão,
falanges proximais e médias

As medidas devem sempre serem


comparadas com a mão contra-lateral
PROCEDIMENTOS

1. Detectar a região
a ser avaliada;
2. Posicionar o
paciente
3. Utilizar
marcadores
anatômicos
como referência
4. Realizar a
medida
circunferencial
5. Fazer a medida
contralateral
AVALIAÇÃO DE DOR
Dor é subjetiva, difícil de ser mensurada

Dor pode ser um indicativo de recuperação nervosa.

Uso de escalas análogica de dor - adaptadas para o nível de escolaridade 0 a 10

● Local na dor
● Intensidade
● Qualidade na dor
● quando ocorre
● Incapacidade decorrentes na dor
● Reação durante atividades
FORÇA MUSCULAR
Capacidade de um músculo produzIR tensão necessária para manter uma
postura,iniciar e controlar o movimento

Causas perda de força muscular :

● Distúrbios do neurônio motor


● Doenças musculares
● Doenças neurológicas
● Condições ortopédicas: fratura, queimaduras, AR, lesões na mão
OBJETIVOS

● Determinar se a fraqueza muscular está limitando o desempenho


funcional
● Evidenciar o desequilíbrio muscular
● Definir os objetivos de tratamento
● Avaliar necessidades de medidas compensatórias
● Manter o registro de progressão ou regressão do quadro
Avaliação
Mensura a contração máxima de um músculo ou grupo muscular , a partir
de critérios : grau de ADM durante contração do músculo , quantidade de
resistência contra qual o músculo consegue se contrair e evidenciar a
contração muscular

Não mede a resistência , coordenação ou capacidade de desempenho


Procedimentos
1. Explique o procedimento e demonstre o movimento desejado.
2. Posicione o paciente de modo que a direção do movimento seja contra a gravidade.
3. Estabilize o segmento proximal da à articulação que irá se movimentar para evitar substituições.
4. Instrua o paciente para movimentar ativamente até aposição final. Se ele não puder ativamente contra a
gravidade, coloque-o em uma posição com gravidade eliminada, e peça-lhe para movimentar ativamente nessa
posição.
5. Se o paciente puder movimentar ativamente contra a gravidade, diga a ele para manter a contração na posição
final.
6. Aplique resistência:
●à extremidade distal do segmento no qual o músculo se insere
●na direção de onde o movimento veio
●começando com resistência leve e aumentando para resistência máxima após um período de 2 a 3 segundos
7. Palpe sobre o movimentador principal para determinar se o músculo está contraindo ou se a gravidade e/ou os
músculos sinérgicos estão substituindo.
8. Registre o grau apropriado de acordo com a resistência tolerada antes do músculo quebrar, ou pela quantidade
de movimento obtido sem resistência em uma posição contra a gravidade ou com gravidade eliminada.
Sistema de Gradação para o Teste Muscular
Grau Definição Descrição

5 Normal O segmento se movimenta através da amplitude total contra a gravidade e suporta resistência máxima.

4 Bom O segmento se movimenta através da amplitude total contra a gravidade e suporta resistência moderada.

4- Bom menos O segmento se movimenta através da amplitude total contra a gravidade e suporta resistência menor do que moderada.

3+ Regular mais O segmento se movimenta através da amplitude total contra a gravidade e suporta resistência mínima antes de ser quebrada.

3 Regular O segmento se movimenta através da amplitude total contra a gravidade e é incapaz de suportar qualquer resistência adicional.

3- Regular menos O segmento se movimenta aquém da amplitude total contra a gravidade.

2+ Deficiente mais O segmento se movimenta através da amplitude total em um plano com a gravidade eliminada e suporta resistência mínima e, então, quebra.

2 Deficiente O segmento se movimenta através da amplitude total em um plano com a gravidade eliminada sem qualquer resistência adicional.

2- Deficiente menos O segmento se movimenta aquém da amplitude total em um plano com a gravidade eliminada.

1 Traço A tensão é palpada no músculo ou tendão, no entanto não ocorre movimentação na articulação.

0 Zero Não é possível palpar qualquer tensão no músculo ou tendão


EXEMPLO
Flexão do Cotovelo

Movimentadores Principais

Bíceps
Braquial
Braquiorradial

Posição Contra a Gravidade

Posição Inicial

Sentado em uma cadeira com o braço ao lado do corpo. A posição do antebraço


determina qual músculo está trabalhando primordialmente: antebraço em
supinação, bíceps braquial; antebraço em pronação, braquial; antebraço em
posição média, braquiorradial.

Estabilização

Estabilize a extremidade distal do úmero durante a ação. Enquanto a resistência é


aplicada, proporcione contrapressão na frente do ombro.
CONTRA-INDICAÇÕES
● Presença de alteração do tônus muscular -
presença de padrões primitivos e compensatórios
● Dor e fratura não consolidada
● Cirurgias recentes
FORÇA DE PREENSÃO E PINÇA
Mensuração na força de preensão palmar e de pinça

Medidas bilaterais

Valor na média final - média aritmética de 3 repetições.

Medida em Quilograma-forças( KGF)


DINAMÔMETRO DE JAMAR
DINAMÔMETRO DE PINCH GAUGE
Pinça de Ponta

Pinça Lateral

Pinça de três pontas


Procedimentos
1. Paciente sentados com os pés apoiados no solo
2. Ombro abduzido e cotovelo fletido a 90,
antebraço em posição neutra e punho entre 0 a
30 graus de extensão
3. Registrar os dados
PARÂMETROS
Normas do Dinamômetro em Libras: Média em Três Testes

Fonte Normas para a Idade: 20 30 40 50 60 70 75+

Ponta Homens Direita 18 18 18 18 16 14 14


Esquerda
Mulheres 17 18 18 18 15 13 14
Direita
Esquerda 11 13 11 12 10 10 10

10 12 11 11 10 10 9

Lateral Homens Direita 26 26 26 27 23 19 20


Esquerda
Mulheres 25 26 25 26 22 19 19
Direita
Esquerda 18 19 17 17 15 14 13

16 18 16 16 14 14 11

Palmar Homens Direita 27 25 24 24 22 18 19


Esquerda
Mulheres 26 25 25 24 21 19 18
Direita
Esquerda 17 19 17 17 15 14 12

16 18 17 16 14 14 12
CONTRA-INDICAÇÕES
Presença de dor
AMPLITUDE DE MOVIMENTO
Goniometria

medidas dos ângulos das articulações humanas

Avaliação do arco do movimento:

Passivo e ativo

Objetivos:

Capacidade do movimento, controle do movimento


e força muscular
Para mensuração na amplitude de movimento é preciso:

● como as articulações se movimentam


● os limites ósseos anatômicos,
● as posições e estabilizações necessárias
● correto alinhamento do goniômetro
outros goniometros
Procedimentos
1. Posicionar o paciente de forma adequada - posição anatômica
2. Demonstrar pro paciente o movimento a ser realizado
3. Estabilizar a articulação proximal a articulação a ser avaliada
4. Observar o movimento disponível
5. Posicionar o goniômetro. Braço fixo e braço móvel
6. Realizar a medida
7. Registrar os dados

Tempo: depende do número de articulações a serem avaliadas .


10 a 30 minutos
Tabela

Fonte: CAVALCANTI
& GALVÃO, 2011
EXEMPLO
Goniômetro para dedos
Instrumento feito de aço
inoxidável, usado para
medir o ângulo das
articulações
metacarpo-falangeanas e
interfalangeanas. O
transferidor tem
incrementos de 5º para
uma melhor leitura. O
comprimento total é de
14cm. Medidas em
polegadas e cm.
Flexão-Extensão Metacarpofalangeana do Polegar (MF)

Movimento do polegar na direção da palma no plano frontal


(0-50°) (Figs. 5-37 e 5-38).

Posicionamento do Goniômetro

Eixo: Na face dorsal da articulação MF

Braço Fixo: Na superfície dorsal ao longo da linha média do


primeiro metacarpo.

Braço Móvel: Na superfície dorsal ao longo da linha média da


falange proximal do polega
Teste de monofilamentos de
Semmes- Weinstein

Discriminador de dois pontos


SENSIBILIDADE estático

Estereognosia

Propriocepção

Cinestesia
●Avaliar o tipo e a extensão da perda
sensorial.
●Avaliar e documentar a recuperação
sensorial.
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO ●Auxiliar no diagnóstico.
●Determinar a deficiência e a limitação

SENSORIAL funcional.
●Proporcionar uma orientação para a
intervenção da terapia ocupacional.
●Determinar o tempo para o início da
reeducação sensorial.
●Determinar a necessidade de
orientação para evitar lesão durante o
funcionamento ocupacional.
●Determinar a necessidade de
dessensibilização.
Teste de monofilamentos de Semmes- Weinstein
Limiar ao toque leve ou pressão profunda

Indicações:

● Queimaduras, artrite (edema articular -


compressão nervosa)
● lesões traumáticas na mão- pele, músculos,
tendões e nervos periféricos podem estar
envolvidos;
● lesão medular, AVC e fraturas;
Procedimentos
Tempo : aproximadamente 10 minutos

Frequência: Semanalmente, até não


serem observadas alterações.

Mão do paciente apoiada em massa de


terapêutica ou toalha e visão ocluída
Monofilamentos para a Mão de Semmes-Weinstein
Número Diâmetro Força Código de Interpretação Função e Uso da Mão
do
(mm) Média Cor
Filamento
(g)

2,83 0,127 0,076 Verde Normal Normal

3,61 0,178 0,209 Azul Diminuição do toque leve A estereognosia e a percepção da temperatura e da dor são boas, próximo ao uso normal da
mão.

4,31 0,305 2,35 Roxo Diminuição da sensibilidade Diminuição no reconhecimento de objetos e estímulos dolorosos, dificuldade em manipular
protetora objetos.

4,56 0,356 4,55 Vermelho Perda da sensibilidade Percepção de dor, temperatura e reconhecimento de objetos amplamente deficiente. Não há
protetora manipulação de objetos sem a visão. Diminuição acentuada no uso espontâneo da mão.

6,65 1,143 235,61 Vermelho Perda de toda a Incapaz de identificar objetos e temperatura. Uso da mão apenas com orientação visual.
sensibilidade, exceto
alaranjado
pressão profunda

Sem – – Linhas Ausência de toda a Incapaz de identificar objetos, temperatura e dor. Uso mínimo da mão.
resposta a sensibilidade
vermelhas
6,65
INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A pontuação é o número marcado ou a força real do filamento mais


fino detectada pelo menos uma vez em três testes; os resultados são
geralmente registrados de acordo com um código-padrão de cores
utilizando lápis ou marcadores coloridos e um diagrama da mão.

O limiar normal de toque para adultos é a percepção do filamento


marcado 2,83 (força 0,08 g).
Teste de percepção
de dor Capacidade de percepção de
estímulos dolorosos ou teste de
sensibilidade protetora
Percepção de
temperatura Kit de termômetros calibrados

Ou de forma subjetiva - tubos de


ensaio água fria a 4 graus e água
quente a 40 graus
Discriminador de dois pontos estático

Distância mínima em que paciente


consegue distinguir se está sendo
tocado por um único ponto ou por dois
PROCEDIMENTOS
Iniciar com uma separação de pontos de 5 mm.

Levemente aplique um ou dois pontos


(aleatoriamente sequenciado) em uma direção
transversal ou longitudinal na mão; mantenha por
pelo menos 3 segundos ou até que o paciente
responda.

Gradualmente ajuste a distância de separação para


encontrar a menor distância que o paciente pode
perceber corretamente.
Identificar objetos comuns , como
chave, caneta, escova de dentes.
ESTEREOGNOSIA
Habilidade de identificar objetos a partir Visão ocluída e superfície dorsal
do tato sem auxílio na visão na mão apoiada na mesa.
Movimento o segmento
corporação ser testado em
digestas posições e solicita que o
paciente reproduz o movimento
no outro segmento

PROPRIOCEPÇÃO
RESULTADO:
Capacidade de identificar a posição do
segmento corporal no espaço sem auxílio intacta, Deficitária,Ausente
na visão

Positivo, negativo ou 0
Examinador movimenta o
segmento corporal em vários
graus de ADM e o paciente indica
a direção do movimento :para
cima ou para baixo
CINESTESIA
Percepção do sentido do movimento RESULTADO:
articular Deficitária ou ausente
PROTOCOLOS DE DASH

TESTES FUNCIONAIS Teste de função manual de


Jebsen-Taylor

Box and Blocks Test (BBT) Teste


caixa de blocos
Disfunções do braço, ombro e mão
Objetivo

Medir o impacto de uma condição de saúde na funcionalidade do membro superior;


Medir o impacto dos cuidados de saúde realizados por problemas no membro
superior.

Condição de Saúde

Qualquer doença, perturbação ou lesão com impacto na funcionalidade do membro


superior

Número de itens -30


RESULTADOS

A pontuação é apresentada numa escala de orientação


negativa de 0 (máxima funcionalidade) a 100 (máxima
incapacidade). O DASH inclui ainda dois módulos opcionais
(Módulo trabalho e Módulo esporte/música) com 4 itens
cada (1 a 5), pontuados também numa escala de 0 a 100.
Teste de função manual de Jebsen-Taylor
O Teste de Jebsen-Taylor (TJT) é utilizado para avaliar a função manual através
de sete tarefas que simulam atividades comuns. Ele avalia o desempenho da
tarefa com relação ao tempo de realização, fornecendo dados sobre a
adaptação ou normalização da função.
sete subtestes (1) escrever, (2) virar cartas, (3)pegar objetos pequenos, (4) alimentar-se, (5) empilhar blocos, (6)
pegar objetos grandes e leves e (7) pegar objetos grandes e pesados.

Resultado: tempo registrado para o desempenho de cada tarefa


TESTE CAIXA DE BLOCOS
Avaliar e treinar a destreza manual grossa
unilateral de pessoas com disfunções
neurológicas ou musculoesqueléticas

Pontuaçao: quantidade de blocos transferidos


durante os 60 segundos. Pontuações mais altas
indicam melhor destreza manual grossa.

https://www.youtube.com/watch?v=KKwmhwQik
nU&t=2s
NINE HOLE PEG TEST
Desenvolvido para testar e treinar a coordenação motora
fina das mãos e para auxiliar no diagnóstico de distúrbios
neurocognitivos.

Avalia coordenação visual e destreza manual.

O teste consiste em colocar os nove pinos nos nove


buracos, um por vez, e depois retirá-los e recolocá-los no
compartimento. A pontuação é definida pelo tempo, em
segundos, necessário para completar o teste. O tempo pode
ser registrado pelo avaliador com um cronômetro.
TESTE DE OBSERVAÇÃO

Simulação no desempenho de atividades

Padrões de preensão

marcação do tempo
REFERÊNCIAS
FERRIGNO, I. S. V. Terapia da Mão:fundamentos para a prática clínica.São Paulo: Santos, 2007.

TROMBLY, C. A. Terapia ocupacional para disfunções físicas. 5 ed. São Paulo: Santos, 2008.

FREITAS, P. P. Reabilitação da Mão. São Paulo: Atheneu, 2005.

CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C.R.C. Terapia ocupacional:fundamentação e prática. Rio de janeiro: Guanabara Koogan,
2011.

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