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ATLS

TRAUMA
MUSCULOESQUELÉTICO

Prof. Italo Filipe Cardoso Amorim


2021
Explicar a importância das lesões
musculoesqueléticas em doentes com
múltiplas lesões

Descrever as prioridades do atendimento e


reanimação dos doentes com lesões de
extremidades, distinguindo as fatais

OBJETIVOS
Identificar as medidas auxiliares
necessárias no tratamento imediato de
hemorragia potencialmente fatal

Atentar-se aos princípios de imobilização


adequada

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INTRODUÇÃO

• Lesões do sistema musculoesquelético são muito


prevalentes, frequentemente possuem aparência
dramática.

• Alto poder distrativo das lesões mais urgentes e


com prioridade no atendimento.

• Importante reconhecer a lesão de extremidade


potencialmente fatal e compreender sua
associação com lesões torácicas e abdominais
graves.

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QUAIS RISCOS?
• SANGRAMENTOS

• SÍNDROME DO COMPARTIMENTO

• MIOGLOBINÚRIA

• EMBOLIA GORDUROSA

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LESÕES QUE OFERECEM RISCO À VIDA

LESÃ0 QUE NÃO OFERECE RISCO À VIDA,


ASSOCIADO A TRAUMA MULTISSISTÊMICO
TIPOS QUE OFERECE RISCO À VIDA

TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO
ISOLADO QUE NÃO OFERECE RISCO À VIDA

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NÃO MODIFICAM PRIORIDADE
DO ABCDE

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FOCO NO C

• SANGRAMENTOS

• EXTREMIDADES FRATURADAS

• AMPUTAÇÕES ( TOTAL OU PARCIAL)

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AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E
REANIMAÇÃO

• Reconhecer e controlar hemorragias de lesões musculoesqueléticas.

• Lesões potencialmente fatais são: hemorragia arterial grave, fratura bilateral do fêmur e Sindrome de Crush.

• CONTROLAR SANGRAMENTOS

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MANEJO
• COMPRESSÃO MANUAL

• CURATIVO SOB PRESSÃO

• TORNIQUETE
• Ocluir fluxo arterial e venoso;
• Tempo: após 1h PODE ser relaxado/
CONSIDERAR ESTABILIDADE
HEMODINÂMICA

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• Tempo de intervenção > 1 hora, realizar uma
única tentativa de desinsuflar o torniquete
( em doentes estavéis).

• Aplicação de Clamp Vascular em ferimentos


abertos não é recomendado.

• Se houver fratura associado a ferimento


aberto com hemorragia, necessário duas
pessoas – uma para alinhar a fratura e outra
para comprimir o sangramento.

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REIMPLANTE

• Um paciente com lesões múltiplas que requer ressuscitação intensiva e / ou cirurgia de emergência para
extremidades ou outras lesões não é candidato ao reimplante.

• Geralmente é realizado em pacientes com lesão isolada na extremidade.


• MEDIDAS:
1) lave bem a parte amputada em solução isotônica (por exemplo, lactato de Ringer)
2) envolva-a em gaze úmida estéril;
3) embrulhe a peça em uma toalha estéril umedecida da mesma forma
4) coloque em um saco plástico e transporte com o paciente em uma caixa de resfriamento isolada com
gelo picado.
******Tenha cuidado para não congelar a parte amputada.

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FRATURA DE FÊMUR BILATERAL

• Este tipo de fratura indica que o paciente foi submetido a uma força
significativa e deve alertar sobre lesões associadas.

• Maior risco de perda sanguinea, complicações pulmonares e óbito

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SÍNDROME DE CRUSH

• Refere-se aos efeitos clínicos da lesão muscular, que se não tratada, evolui com insuficiência renal aguda e choque.

• Muito comum em pacientes vitima de esmagamento, principalmente em coxas e panturrilhas.

• Combinação entre a lesão direta no músculo, isquemia e morte celular com a liberação de mioglobina.

• Rabdomiólise  acidose metabolica  hipercalemia  CIVD

• Infusão precoce e agressiva de fluidos e alcalinização da urina.

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MEDIDAS AUXILIARES NA AVALIAÇÃO

As medidas auxiliares incluem a imobilização de fraturas e estudo radiográfico, quando a


fratura é suspeita como sendo a causa do choque.

Imobilização  Tem como objetivo realinhar a extremidade lesionada o mais próximo


possível da posição anatômica e prevenir o excesso de movimento. Ocasiona o controle
do sangramento, reduz a dor e previne comprometimento neurovascular.

Fraturas expostas não devem ser alinhadas e sim debridadas e limpas primeiramente.

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A redução da luxação deve ser feita por médicos experientes e
seguido de imobilização.

Em caso da fratura ser a causa do estado de choque, o doente deve


ser radiografado durante a avaliação primária, caso contrário, pode ser
realizado durante a avaliação secundária.

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AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

• A história e o exame físico são elementos importantes na avaliação secundária.

• Avaliar o mecanismo da lesão, para auxiliar na identificação de lesões que podem não ser aparentes
de imediato
Qual a localização do doente antes da colisão? E após? O veiculo foi danificado? Houve
explosão?

• Avaliar o ambiente

• Exame físico adequado ( OLHAR, PERGUNTAR E PALPAR)

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LESÕES QUE COLOCAM O
MEMBRO EM RISCO
• Fraturas e lesões expostas
Comunicação entre o ambiente externo com o osso ou articulação.

Avaliação: Deve ser imediatamente identificado, não deve ser explorado.


Ferida aberta sobre uma articulação deve-se presumir que essa lesão está em conexão.

Tratamento: Uso de ATB o mais precoce possível para todos os doentes, remover toda a
contaminação grosseira e cobrir com compressa esteril úmida.

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• Lesões vasculares: Insuficiência vascular de um membro após o trauma.

• Avaliação: Uma lesão parcial apresenta-se com redução da temperatura,


alongamento do tempo de enchimento capilar, diminuição do pulso
periférico. Na lesão total, o segmento distal se torna frio, pálido e sem pulso
palpável.

• Tratamento: Revascularização cirúrgica precoce é necessária para restaurar


o fluxo arterial. Ocorre necrose muscular quando a interrupção de fluxo
ultrapassa 6 horas.

• Luxação concomitante com lesão vascular


• Angiotomografia

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• Síndrome
compartimental:
A pressão no compartimento osteofacial é suficiente para produzir
isquemia e necrose subsequente.

• As lesões de maior risco são fratura de tíbia e antebraço, lesões com


imobilizadores apertados, lesões por esmagamento graves,
queimaduras, aumento da permeabilidade capilar e atividade fisíca
excessiva.

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• QUANDO SUSPEITAR?

• Dor maior que a esperada e desproporcional, dor ao estiramento passivo, edema tenso do
compartimento, parestesia ou alteração na sensibilidade  SINAIS E SINTOMAS INICIAIS

• Ausência de pulso distal palpável é achado tardio e incomum.

• Diagnóstico baseia-se na história do trauma e nos sinais de alta suspeição.

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• Tratamento: única possibilidade é a FASCIOTOMIA.

TRATAMENTO • A demora em realizar o procedimento, causa mioglobunuria  alteração


na função renal.

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PRÍNCIPIOS DE IMOBILIZAÇÃO

• A menos que estejam associadas a lesões que ponham em risco a vida do doente, as lesões de
extremidades podem ser imobilizadas durante a avaliação secundária, e feitas antes do transporte.

• SEMPRE AVALIAR O ESTADO NEUROVASCULAR DO MEMBRO ANTES E APÓS A IMOBILIZAÇÃO.

• Fratura de fêmur
• Fratura de Joelho
• Fratura de Tibia
• Fratura de Tornozelo

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CONTROLE DA DOR

• O uso adequado de dispositivos de imobilização diminui consideravelmente o desconforto e a


dor, se a dor não for aliviada, retirar a imobilização e reavaliar o membro.

• Uso de analgésicos é indicado para doentes com lesão articular ou fraturas. Aqueles não
aparentam dor ou desconforto diante de lesões grandes, avaliar lesão intracraniana / medular.

• Considerar uso de sedativos, mas atentar-se a insuficiência respirátoria.

• Bloqueio regional pode mascarar Sindrome Compartimental, sempre estar atento.

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LESÕES ASSOCIADAS

• Pelo mecanismo do trauma, algumas lesões musculoesqueléticas costumam estar associadas


a uma segunda lesão que não é aparente de imediato e pode passar despercebida.

1) Rever a história do trauma, especialmente o mecanismo


2) Reavaliar completamente toda a extremidade, com enfâse em mãos, punho, pés, articulações
acima e abaixo de fraturas/luxações
3) Examinar visualmente o dorso, coluna e pelve
4)Documentar ferimentos abertos e lesões de partes moles
5) Rever radiografias após o fim do exame

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FRATURA DE CLAVICULA LESÃO TORÁCICA GRAVE ( CONTUSÃO)
FRATURA DE ESCÁPULA FRATURA DE ARCOS COSTAIS
FRATURA E/OU LUXAÇÃO DO OMBRO DISSOCIAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
FRATURA / LUXAÇÃO DE OMBRO LESÃO DE ARTERIA BRAQUIAL
LESÃO DE NERVO MEDIANO, ULNAR E RADIAL

FRATURA/ DE FEMUR FRATURA DE COLO DO FEMUR


LESAO LIGAMENTAR DO JOELHO
LUXAÇÃO POSTERIOR DO QUADRIL
LUXAÇÃO POSTERIOR DO JOELHO FRATURA DE FEMUR
LUXAÇÃO POSTERIOR DO QUADRIL

LUXAÇÃO DO JOELHO LESAO DE ARTERIA E NERVO POPLITEO


FRATURA- LUXAÇÃO DE PLATÕ TIBIAL

FRATURA DE CALCANEO FRATURA OU LESAO DE COLUNA


FRATURA- LUXAÇÃO DO TALUS E CALCANEO
FRATURA DO PLATO TIBIAL
FRATURA EXPOSTA 70% DE INCIDENCIA DE LESOES NÃO ESQUELETICAS
ASSOCIADAS

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• A maioria das lesões vão ser diagnosticadas
no exame secundário, principalmente ossos
e articulações que estão cobertos e
acolchoados.
LESÕES • Identificar lesões ou fraturas sem desvio
ÓSSEAS pode ser difícil, particulamente se o doente
não responde ao estímulo ou se apresenta

OCULTAS outras lesões mais graves.

• Não é incomum o diagnóstico de lesões dias


após o trauma, portanto, essencial reavaliar
o doente repetidamente.

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REFERÊNCIA
- AMERICAN COLLEGE OF SURGIONS COMMITTEE ON
TRAUMA . Advanced Trauma Life Suport - ATLS. 10 ed. , 2018.

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