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MUSCULOESQUELÉTIC
O
• Fráturas pélvicas instáveis e fraturas abertas de fêmur → hemorragia abundante;
• Esmagamento → liberação de mioglobina → insuficiência renal aguda;
• Edema → síndrome compartimental aguda → se não tratada, disfunçã ou perda do membro;
• Fratura de ossos longos → embolia gordurosa → insuficiência pulmonar e
comprometimento da função cerebral;
• Ainda seguir ABCDE, porém as lesões musculoesqueléticas não podem ser ignoradas e
deixadas para depois!
• Reavaliação contínua – sempre!
→ Exames radiográficos
• Parte da avaliação secundária;
• Quais devem ser feitos depende dos achados clínicos, estado inicial do doente, estado
hemodinâmico e mecanismo do trauma.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
→ História
Mecanismo de trauma
• É importantíssimo, pois levanta suspeita de lesões que podem não ser aparentes de imediato.
Ambiente
• Fratura exposta em ambiente contaminado? Fragmentos de vidro? Temperaturas extremas?
Fontes de contaminação bacteriana? → antibioticoterapia inicial!
Estado anterior ao trauma e fatores predisponentes
• História AMPLA + Drogas? Álcool? Nível de atividade física? Doenças emocionais? Lesões
musculoesqueléticas prévias?
• Observações e cuidados pré-hospitalares
• Posição em que a vítima foi encontrada; quantidade estimada de sangue perdido; fraturas
expostas e ferimentos abertos; demora em abordagem inicial; função, perfusão e estado
neurológico do membro afetado; curativos e talas aplicados (pressão excessiva → lesões de
nervos, síndrome de esmagamento, síndrome compartimental);
• Documentar hora que ocorreu o trauma, dados clínicos e medidas terapêuticas da fase pré-
hospitalar.
→ Exame Físico
• Lesões óbvias → imobilizadas antes da chegada ao serviço de emergência;
• Despir paciente completamente;
• Conversar com o paciente, palpação das extremidades e revisá-las contínua e logicamente;
• Avaliar pele (perda de líquido, infecções), função neuromuscular, estado circulatório,
integridade dos ossos e dos ligamentos;
• Avaliação primária: lesões que colocam a vida do paciente em risco;
• Avaliação secundária: lesões que colocam o membro em risco;
• Reavaliação contínua: revisão sistemática para impedir que lesões passem despercebidas;
Olhe e pergunte: contração ativa (lesões nervos periféricos e função da musculatura); toda
fratura aberta é considerada exposta até que um cirurgião prove o contrário;
Palpe: perda de sensibilidade a dor: lesão de medula ou nervos periféricos; fratura: dor,
hiperestesia e mobilidade anormal; avulsões: acúmulo local de sangue → necrose; qualquer
mobilidade articular anormal indica existência de possível ruptura ligamentar;
Avaliação da circulação: pulsos distais das extremidades (hipotensão → Doppler) e
enchimento capilar dos dedos; perda de sensibilidade em luva ou em meia →
comprometimento vascular; lesão arterial: discrepâncias entre pulsos, resfriamento, palidez,
parestesia, ferimentos abertos e fraturas nas proximidades, hematomas em expansão,
hemorragia pulsátil;
Radiografia: qualquer área sobre um osso que apresente hiperestesia e deformidade →
fratura; condições hemodinâmicas normais → estudo radiológico.
→ Síndrome de esmagamento
Lesão
• Esmagamento de massa muscular → isquemia muscular, morte celular e liberação de
mioglobina → rabdomiólise → insuficiência renal aguda e coagulação intravascular
disseminada.
Avaliação
• Urina escura, + para Hb;
• Rabdomiólise → acidose metabólica, hipercalemia, hipocalcemia e CIVD.
Tratamento
• Fluidos endovenosos – precoce e agressivamente!;
• Débito urinário: 100 mL/h até que mioglobinúria desapareça.
→ Síndome compartimental
Lesão
• Pressão osteofascial do músculo → isquemia (edema, curativo apertado) e necrose, em
qualquer lugar onde o músculo esteja contido em um espaço fechado delimitado por fáscia
(geralmente perna, antebraço, pé, mão, coxa e região glútea);
• Se não identificado e tratado → déficit neurológico, necrose muscular, contratura isquêmica,
infecção, possível amputação;
Avaliação
• Qualquer lesão de uma extremidade pode resultar em síndrome compartimental;
• Fatores de risco são: fraturas de tíbia e antebraço, curativos e dispositivos de imobilização
apertados, esmagamento importante de músculo, queimadura, exercício intensivo,
compressão prolongada, alta permeabilidade capilar;
• Alterações dos pulsos distais ou tempo de enchimento capilar não são sinais confiáveis para
o diagnóstico de síndrome compartimental;
• Pressão tecidual > 30 – 45 mmHg → diminuição do fluxo sanguíneo capilar → lesão
anóxica músculo e nervo;
• Pressão diastólica – pressão do compartimento = delta-P → <30 mmHg → síndrome
compartimental;
Tratamento
• Retirar dispositivos de imobilização e curativos;
• Reavaliar constantemente durante 30-60 minutos → se não houver melhora → fasciotomia
descompressiva!
→ Lesões articulares
Lesão
• Quando não resultam em luxação, geralmente não comprometem vitalidade do membro,
mas podem comprometer a sua função.
Avaliação
• Relato de impacto anormal sobre articulação;
• Exame físico: hiperestesia ao longo dos ligamentos comprometidos, hemartrose e
instabilidade da articulação ao movimento passivo.
Tratamento
• Devem ser imobilizadas;
• Reavalia-se estado vascular e neurológico;
• Consulta com cirúrgião.
→ Fraturas
Lesão
• Descontinuidade do córtex ósseo, associadas a mobilidade anormal, lesão das partes moles,
dor e crepitação;
• Podem ser abertas ou fechadas.
Avaliação
• Dor, edema, deformação, hiperestesia, crepitação e mobilidade anormal no local da fratura;
• Reavaliar periodicamente estado neurológico do membro;
• Radiografias.
Tratamento
• Imobilização, incluindo articulações acima e abaixo da fratura;
• Reavaliar estado neurológico e vascular;
• Avaliação de um cirúrgião para tratamento possível.
PRINCÍPIOS DE IMOBILIZAÇÃO
• Devem ser imobilizadas durante a avaliação secundária, antes que o paciente seja
transportado;
• Reavaliação do estado neurovascular após imobilização!;
• Lesões instáveis de coluna → prancha longa, mas → lesões por pressão! → transferência
para superfícia acolchoada com padiola articulada ou rolamento lateral em bloco.
→ Fraturas de fêmur
• Imobilização temporária com talas de tração. Tração no nível do tornozelo ou superfície da
pele; porção proximal: contra a coxa e quadril (anel) + tiras acima e abaixo do joelho;
• Fraturas de quadril podem ser imobilizadas de maneira semelhante com um dispositivo de
tração → porém, o mais comum é tração na pele ou bota de tração feita de espuma;
→ Lesões de joelho
• Deve permanecer em flexão de aproximadamente 10 graus, a fim de diminuir estiramento de
estruturas neurovasculares;
→ Fraturas da tíbia
• Padrão ouro: talas em forma de goteira, longas e bem acolchoadas, de papelão ou metal;
• Se prontamente disponíveis, aparelhos gessados para imobilizar perna, joelho e tornozelo.
→ Fraturas do tornozelo
• Talas de papelão ou outras, desde que acolchoadas.
CONTROLE DA DOR
• Analgésicos e imobilização adequada reduzem dor e desconforto;
• Pacientes com lesões muito grandes que não sentem dor podem ter lesões associadas (lesões
intracranianas, hipóxia) ou podem estar sob influência de entorpecentes;
• Narcóticos, relaxantes musculares e sedativos → utilizados com prudência! → atenção a
possível parada respiratória.
LESÕES ASSOCIADAS
• Podem estar a segundas lesões não facilmente perceptíveis;
• Portanto, revisar história, repetir exame físico (muita atenção com mãos, punhos, pés,
articulações acima e abaixo da fratura, luxações) e exame visual (dorso! Coluna, pelve) e
revisar radiografias.