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CONSIDERAÇÕES GERAIS DAS AMPUTAÇÕES

1 - Introdução
• ambi = ao redor de/em volta de e;
• putatio = podar/retirar.
• Amputação é a retirada, geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro;
• O termo está relacionado com terror, derrota e mutilação, trazendo de forma
implícita, uma analogia com a incapacidade e a dependência;
• Era o fim de um processo mórbido, nunca desejado e sempre evitado;
• Durante anos, cirurgias foram consideradas pouco nobres, realizadas sob a
responsabilidade de residentes em medicina inexperientes ou iniciantes;
• Isso fez com que os bons cirurgiões se afastassem dessas operações e, como
consequencia, os pacientes amputados sofreram por estarem desprovidos de boas
condições cirúrgicas e de processos de reabilitação, os quais iniciavam-se durante
a cirurgia.
• Cotos mal acabados externa e internamente acarretavam complicações, má
adaptação as próteses, e até mesmo reamputações com exagerada frequência;
• O paciente submetido a esse tipo de cirurgia entrava no hospital sentindo-se um
homem normal; ao ser amputado, tornava-se um mutilado e a partir desse momento
era considerado um ser inválido;
• Para esses pacientes, a amputação acabava destruindo todas as suas perspectivas
futuras, incapacitando o indivíduo para o resto de sua vida;
• Na realidade, a amputação deve ser concebida pelo paciente como o início de uma
nova fase, sem quaisquer patologias ou deformidades sérias, as quais
possivelmente, poderiam, se ainda existentes, incapacitar tais indivíduos;
• No entanto, ainda é comum encontrarmos pessoas com sequelas importantes, as
quais impossibilitam qualquer tipo da função com o membro acometido;
• Com as guerras, com o elevado número de acidentes de diversos tipos e com a
evolução das drogas que prolongavam a vida de certos pacientes, a população de
amputados aumentou consideravelmente, resultando em uma reformulação nos
conceitos acerca das amputações;
• Atualmente, experientes cirurgiões ortopédicos e vasculares dedicam-se às
amputações para eliminar tecidos moles e ósseos irremediavelmente lesados e, em
um segundo momento, reconstruir as partes ósseas, musculares e cutâneas, de
modo que proporcionem ao coto capacidade adequada de sustentação e
mobilidade;
• As amputações podem ter indicações eletivas, como nos casos de doenças e
malformações ou indicações de urgência, como em traumas importantes e em
casos de infecção grave;
• As amputações iniciam-se com um estudo cuidadoso das condições de
permeabilidade vascular no nível da amputação e uma inspeção detalhada dos
tecidos lesados;
• O sucesso de um processo de reabilitação não depende somente de uma equipe
multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes
sociais, terapeutas físicos e técnicos ortopédicos, mas também da aceitação da
amputação, da colaboração com a reabilitação e principalmente da motivação e da
dedicação do próprio paciente.

2 - Fatores para um bom tipo de coto


Um bom coto de amputaçõa deve ser firme, sem aderências cicatriciais, contraturas
articulares e neuromas, porém, isto dependerá de alguns fatores, tais como:
• Mioplastia: é utilizada para fixar as extremidades dos musculos antagônicos e
também utilizada para proteger o coto ósseo distal;
• Miodese: é considerada como a reinserção dos músculos e tendões seccionados à
extremidade óssea amputada, geralmente realizada através do periósteo,
porporcionando à musculatur o poder de contração. Uma boa mioplastia e miodese
resultarão em um coxim firme, o que é característico de um bom coto de amputação;
• Hemostasia: é realizada através da amarrias e cauterização dos vasos sanguíneos,
visando conter as hemorragias;
• Neurectomias: deve ser realizada com leve tração nervosa e corte brusco. O coto
nervoso deve estar profundo e protegido pelos tecidos musculares, prevenindo
neuromas terminais. As lesões por tração como a neuropraxia e neurotmese devem
ser evitadas;
• Tecidos ósseos: o bom tratamento ósseo com resecção das arestas e
arredondamento das bordas deve ser realizado para se evitar áreas ósseas
salientes e crescimento de espículas;
• Suturas: devem ser realizadas em vários planos para se evitar aderências
cicatriciais e sem tendões exagerados, o que pode causar pontos de isquemia e
deiscência de sutura;
• Posicionamento: o coto de amputação deve ser posicionado corretamente para se
evitar as retrações e encurtamentos musculares.

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