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Sua função, de maneira geral, é a condução de impulsos nervosos das regiões do corpo até o encéfalo
(coordenando as atividades musculares e os reflexos).
Pacientes politraumatizados devem sempre ser considerados portadores de trauma raquimedular,
mesmo se não apresentarem déficit neurológico. Para tanto, a imobilização adequada deve ser
realizada para todos os pacientes, bem como o rolamento em bloco.
A excessiva manipulação e a imobilização inadequada podem gerar lesões neurológicas adicionais e
piorar o prognóstico do paciente.
Epidemiologia
Em relação aos níveis medulares mais acometidos, o principal é o cervical, ocorrendo em cerca de
50% dos casos, devido a sua maior exposição e mobilidade, geralmente relacionado a mergulhos em
superfícies rasas. O Traumatismo Raquimedular na região cervical pode culminar em morte pela
apneia provocada pela lesão dos nervos frênicos. Em seguida, verifica-se o nível torácico,
contabilizando cerca de 29% dos casos, seguido pelo nível lombar (15%) e sacral (4%).
- Coluna cervical: 55% das lesões medulares.
- Coluna torácica: 15% das lesões medulares.
- Coluna toracolombar: 4% das lesões medulares.
Causas e perfis
Acidentes automobilísticos despontando como a principal causa de Traumatismo Raquimedular,
acumulando cerca de 30% dos casos. Nesse âmbito, devemos sinalizar a importância da ejeção,
muitas vezes pela não utilização do cinto de segurança, como um mecanismo de trauma frequente.
Acidente por mergulho em água rasa: 21% dos casos de TRM.
Queda da própria altura: 20% dos casos, comum principalmente na faixa etária senil.
Ferimentos por arma de fogo: cerca de 12% dos casos.
Acidentes esportivos ocorrem em cerca de 2% dos casos.
Cabe ressaltar que o TRM usualmente acomete a população jovem, de 15 a 40 anos, em plena idade
produtiva. Sendo assim, gera dependência e diminuição expressiva da qualidade de vida, com um
estigma associado muito importante, além do impacto para previdência, sendo portanto uma
importante questão de saúde pública.
Sabe-se que o homem é epidemiologicamente mais acometido que a mulher nos mecanismos de
trauma, em geral. O TRM não varia dessa observação, acometendo mais homens, em uma proporção
de 4 homens a cada 1 mulher.
Avaliação do paciente
Já, no local do incidente, se houver hipótese de lesão medular, o enfermo deve ser transportado ao
hospital com métodos de imobilização (por exemplo, o colar cervical rígido, com blocos laterais de
suporte, além do uso da prancha rígida).
Caso o paciente possua nível de consciência rebaixado, ou seja, muito novo para auxiliar no exame
clínico, é fundamental a radiografia da coluna. Contudo, quando há consciência, uma boa história
clínica pode indicar a presença do trauma raquimedular: presença de dor em algum local da coluna,
fraqueza e alteração na sensibilidade.
Além disso, deve-se lembrar do período de choque medular (fase em que há interrupção fisiológica
da condução pela medula e que termina, de modo geral, 24h após o acidente), já que nesse tempo há
uma incapacidade de testar os reflexos do paciente.
Para confirmar o término desse choque, deve-se realizar o reflexo bulbocavernoso: pressiona-se a
glande do paciente, observando a contração reflexa do esfíncter anal ou efetua-se uma leve tração da
sonda vesical; quando presente, o exame neurológico poderá seu executado.
Imobilização
- Critérios de imobilização: dor ou rigidez na coluna vertebral, déficit neurológico (paresia,
plegia, hipoestesia, anestesia), alteração do nível de consciência, evidência de uso de
drogas ou IE, Qualquer suspeita de TCE = imobilização
Imobilização pré-hospitalar
- Colar cervical rígido + suporte lateral (head block) em prancha rígida em posição neutra
(coluna estabilizada na prancha)
*Colar cervical: tamanho ideal (paciente): linha imaginária do ombro até a base do queixo (ângulo
inferior da mandíbula)
Em um segundo momento, a força é testada por meio de provas contra a resistência (por exemplo,
abdução do braço com a resistência do examinador) e contra a força da gravidade (um dos
mecanismos é estender os membros superiores para frente, com as mãos supinadas e os dedos
abduzidos e estendidos, permanecendo nessa posição por mais de dois minutos).
Assim, ela vai ser graduada em uma escala de 0 a 5 por grupo muscular, de acordo com a Tabela 1.
Ademais, testa-se os reflexos superficiais e profundos, essenciais para auxiliar no estabelecimento
do nível do trauma medular (Tabela 2).