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Afecções ortopédicas em

neonatologia

Profª Tatiana Rosa


Avaliação Ortopédica
• Além da avaliação de todos os sinais demonstrados pela criança como: padrão
motor com movimentação de quatro membros, resposta à movimentação ativa e
passiva e reflexos, ocorre a avaliação de alterações ortopédicas através do teste
de Barlow e Ortolani.
Avaliação Ortopédica
O Teste de Ortolani ou teste do quadril para bebês como também é chamado,
diagnóstica, por meio de flexões das perninhas das crianças associada a uma
abdução, a estabilidade do quadril, mostrando se há luxação.
Avaliação Ortopédica
Manobra de Barlow- Estabiliza-se a pelve do RN com uma mão. Com a outra mão
flexiona-se e aduz-se o quadril, ao mesmo tempo em que se aplica uma força
posterior. Se o quadril é deslocável sente-se um “click”.

https://www.youtube.com/watch?v=2hANq8dhZBY
Tocotraumatismo
• Algumas condições podem acontecer por estresse do nascimento
prematuro, levando a alterações neurológicas que podem perdurar
até o crescimento, evoluindo para uma encefalopatia crônica,
exigindo cuidados da equipe multiprofissional e atenção secundária
ou terciária de saúde.
• Outras afecções geralmente ortopédicas podem ocorrer por um
posicionamento inadequado do feto ou no momento do nascimento,
quando há uma intercorrência, ou quando este feto tem tamanho
inadequado à passagem do canal do parto.
Pé torto congênito
O Pé Torto Congênito (PTC) é uma deformidade decorrente de mau
posicionamento ou má formação do pé envolvendo partes ósseas e moles,
podendo acometer ambos os pés (aproximadamente 50%).
Possui etiologia desconhecida, mas pode ser relacionada ao mau alinhamento
ou postura intra útero, compressão mecânica, más formações osteomusculares e
defeitos genéticos.
Classificação – Alterações anatômicas
• Pé equino-cavo varo - se
apresenta em posição de
inversão forçada, também
chamado de “taco de golfe”.
Classificação – Alterações anatômicas
• Pé metatarso-varo -desvio
do antepé para a linha
mediana e a sola do pé tem
na sua borda lateral o
formato da letra C.
Classificação – Alterações anatômicas
• Pé equino calcâneo-valgo -
apresenta-se flácido e em
dorsiflexão exagerada, na
qual a face dorsal do pé toca
a face anterior do terço
inferior da tíbia.
Classificação – Alterações anatômicas
• Pé talo vertical - inversão do
arco plantar por uma face
plantar convexa, sendo
denominada também “pé
em mata-borrão” por talo
vertical, com rigidez à
manipulação.
Tratamento
O tratamento dependerá da gravidade das deformidades e se inicia
nos primeiros dias de vida.
Grau leve: regride espontaneamente (4 semanas) e a fisioterapia pode orientar a
realização da flexão plantar e alinhamento do pé três a quatro vezes ao dia.
Grau acentuado: indica-se a tala gessada com troca semanal, possui bom
prognóstico e corrige em aproximadamente seis semanas.
Em quadros mais graves, em que a deformidade impede o posicionamento,
pode-se realizar a cirurgia de correção e melhor posicionamento do pé.

https://www.youtube.com/watch?v=fT9HMI-O7nc

https://www.youtube.com/watch?v=5oVflSIOTys
Tala gessada

5 semanas
em média
para obter a
correção de
todos os
componentes
da
deformidade,
exceto pelo
equinismo.
Cirurgia de Correção - Tenotomia do tendão calcâneo é
a última etapa antes do gesso final (3 semanas de gesso)
Órtese - Denis-Browne

Órtese de abdução deve ser


usada por 3 meses após o final da
fase de gessos por tempo
integral, ou seja, pode ser
retirada apenas para banho. Após
este período deve ser mantida
por mais 3 anos para uso durante
o sono (12h/dia)
Torcicolo congênito
Se caracteriza por uma contratura da musculatura do pescoço que o
bebê adquiriu enquanto ainda estava no útero.
A partir dessas duas informações pode-se compreender, então, o
torcicolo congênito: a contração de um dos lados do músculo
esternocleidomastoideo, que acontece já no período da gestação e que
é percebida – e diagnosticada – após o nascimento da criança.
Tratamento Fisioterapêutico
https://www.youtube.com/watch?v=HFlBjRqPQ8w

https://www.youtube.com/watch?v=K2TScaqJ4cA
A Luxação Congênita do Quadril (LCQ)
Afecção que decorre de mau posicionamento intrauterino, e define-se pelo
deslocamento da cabeça femoral para fora da cavidade acetabular.
Incidência maior no sexo feminino e lado esquerdo, podendo também ser
bilateral.
Fatores predisponentes: bebês acima de 4000 g. e idade gestacional acima de
40 semanas, idade materna acima de 35 anos, primigesta, história familiar, posição
fetal pélvica e alterações morfológicas de membros inferiores.
Sinal de Galeazzi

Pregas cutâneas assimétricas


Tratamento
A colocação do suspensório de Pavlik já auxilia no crescimento adequado dos
ossos do quadril, diminuindo ou eliminando a luxação.

Uso apenas até os 6 meses de vida


Tratamento
• Se não ocorrer sucesso com o suspensório, inicia-se o tratamento com
aparelhos gessados ou o aparelho de Milgran (órtese que mantém os membros
inferiores abduzidos) até o início da marcha.
Tratamento
• Mas se não houver ajuste da luxação, pode-se realizar a cirurgia e fisioterapia de
acompanhamento para evitar ou minimizar as sequelas que podem ser
encurtamento de um membro inferior ou artrose de quadril.
Paralisia braquial obstétrica
A Paralisia Braquial Obstétrica (PBO) é uma afecção decorrente de um
tocotraumatismo, ou seja, algo aconteceu no momento do parto que culminou em
uma lesão neurológica importante que levará a sequelas de membros superiores na
criança.
Como fatores de risco há as crianças acima de 4000 g., obesidade e diabetes
materna, macrossomia fetal, apresentação pélvica.
A etiologia é de origem traumática, causada por tração do plexo braquial e
consequentemente lesão das fibras nervosas, podendo levar a graus diversos de
estiramento, ruptura ou avulsão das raízes nervosas do plexo braquial.
Apresenta-se como uma paralisia flácida parcial ou total.
Geralmente há lesão ou ruptura das raízes nervosas de C5 a T1, local onde está o
plexo braquial, que possui raízes sensitivas e motoras, levando a criança a alterações
nas aquisições motoras com o desenvolvimento.
❖ Apresenta-se como uma paralisia flácida parcial ou total.
Classificação
Pode ser de três tipos:
Paralisia das raízes altas ou Erb-Duchenne- acontece em 75% dos casos e acomete
as raízes C5 e C6; o membro superior apresenta-se em rotação interna e pronação
do antebraço, com impossibilidade de abdução ativa do ombro e mãos fletidas
ligeiramente.
Classificação
Paralisia de Klumpke- com lesão de C8 a T1 em que ombros e cotovelos apresentam-se
preservados, e outras partes do membro superior apresentam-se flácidas com déficit
sensitivo.
Classificação
A paralisia braquial completa acomete as raízes de C5 a T1, em que todo o membro é
flácido sem resposta sensitiva.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pelo exame clínico, durante o qual a criança apresenta
dificuldade nas respostas reflexivas e padrão motor.

Eletroneuromiografia (determinará a extensão da lesão e comprometimento


neuromuscular).

Ressonância magnética (se há alterações como deformidade em ossos ou


articulações).
Tratamento
Como tratamento inicial pode ser conservador, com imobilização por duas a três
semanas.
O tratamento cirúrgico ocorre nos casos de não recuperação da atividade do músculo
bíceps braquial até o 3º mês de vida, sendo necessário um enxerto nervoso.

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