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1) DISPLASIA DE QUADRIL:
Definição: é uma afecção que acompanha a história da medicina e caracteriza-se por englobar todas as variações que
afetam a estabilidade coxofemoral em crescimento. Essa condição pode se manifestar tardiamente como um quadril
luxado ou durante a adolescência como um quadril com cobertura acetabular insuficientemente desenvolvida.
Fatores genéticos: Malformação musculoesquelética causada pela pressão extrínseca da musculatura uterina,
frouxidão capsular do quadril; até o momento é o fator mais importante na patogênese
Fatores mecânicos: Posicionamento do feto dentro da cavidade uterina (falta de espaço para feto se
desenvolver), posições durante a infância,
Fatores hormonais: Altos níveis de relaxina e estrogênio podem afetar negativamente a formação normal da
articulação.
Fatores de risco:
Sexo feminino
Apresentação pélvica
Histórico familiar
Torcicolo
Metatarso varo
Oligodramnios (volume de líquido amniótico abaixo do esperado para a idade gestacional)
Assimetria do quadril significativa e persistente
Outras anormalidades musculoesqueléticas significativas
Manifestações Clínicas:
Durante o período neonatal, geralmente não há outros sinais de anormalidade além dos dois testes clínicos: Ortolani
e Barlow. Esses dois testes clínicos podem estar sujeitos a muitos fatores que podem afetar sua confiabilidade.
II. Teste de Barlow: Realizada em dois tempos; é considerado um teste provocativo, ou seja, de luxação,
para se determinar um quadril luxável.
1º tempo: A criança é posicionada na mesa de exame em supino com os membros inferiores voltados em
direção ao examinador. As articulações coxofemorais são mantidas em flexão de 90 graus e as articulações
dos joelhos devem ser posicionadas totalmente fletidas. O dedo médio do examinador é colocado sobre o
grande trocânter. As coxas são levadas em abdução média e, ao ser realizado o movimento de supinação da
Edith Coradi Bisognin 5º período - Medicina
mão, é exercida uma força sobre o grande trocânter. Notando que a cabeça femoral entra no acetábulo,
pode-se concluir que ela se encontrava luxada.
2º tempo: consiste em realizar um movimento de pronação da mão e aplicar uma força sobre o polegar,
promovendo a retropulsão do quadril a ser examinado. Pode-se, com isso, deslocar ou não posteriormente a
cabeça do fêmur. Essa manobra é realizada do mesmo modo do lado oposto. Ao liberar o quadril testado, o
reposicionamento do fêmur deslocado ocorre de maneira espontânea. Caso haja dúvida, o exame pode
realizado individualmente para cada quadril da seguinte maneira: o examinador utiliza uma das mãos,
chamada mão pélvica, para manter a bacia estável, fixando o polegar e o terceiro dedo entre a sínfise púbica
e o sacro; com a outra mão o exame é realizado conforme descrito anteriormente.
Classificação:
Geralmente feita por método de Graf (USG, padrão ouro até 6 meses) e pela idade da criança
Definição: condição na qual há uma ausência parcial ou total do osso do fêmur, o osso longo localizado na coxa. Essa
condição é presente no nascimento e pode variar em gravidade, desde uma ausência parcial do fêmur até a completa
ausência do osso.
Etiologia: O defeito ocorre durante o período de morfogênese do embrião, entre a quinta e a sexta semana da vida
intrauterina, período em que o fêmur se encontra em formação. Não há evidência de uma entidade de causa
genética reconhecida como fator etiológico, e casos de ocorrência familiar não são descritos. Agentes traumáticos
físicos, químicos e infecciosos podem ser responsáveis pela gênese das más-formações das extremidades, incluindo a
DCF.
Fatores de risco:
Manifestações Clínicas:
3) PÉ TORTO CONGÊNITO:
Definição: diversas deformidades anatômicas no pé, de origem genética, em alguns casos podem ser bilaterais (50%)
Fatores de risco:
Sexo masculino
Histórico familiar
Restrição do espaço uterino
Oligodramnios
Manifestações Clínicas: podem variar em gravidade, desde casos leves até casos mais graves
Classificação:
Definição: É um dos distúrbios comuns que afetam o quadril durante a adolescência, geralmente dos 9 aos 16 anos, e
também é chamada de deslizamento, escorregamento, deslocamento do fêmur proximal ou coxa. Vara do
adolescente.
Etiologia: multifatorial, podendo ocorrer por disfunções hormonais, traumáticas, genéticas/hereditárias, anatômicas
(excessiva retroversão de colo), inflamatórias
Fatores de risco:
Sexo masculino
Idade entre 9-16 anos
Raça negra
Distúrbios endocrinológicos
Manifestações clínicas:
Definição: é uma infecção transitório no quadril, também é a causa mais comum de dor no quadril em crianças,
autolimitada, associada a processo infeccioso recente, reações alérgicas ou trauma.
Etiologia: A causa exata da sinovite transitória do quadril não é totalmente compreendida, mas acredita-se que possa
ser desencadeada por uma resposta inflamatória a uma infecção viral leve ou a um evento imunológico. Embora não
haja uma causa específica identificada, alguns fatores têm sido associados à sinovite transitória do quadril. Esses
fatores incluem:
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Infecções virais: Acredita-se que uma infecção viral prévia possa
desencadear a resposta inflamatória na membrana sinovial do quadril.
Infecções virais comuns, como resfriado comum, infecção do trato
respiratório superior ou gastroenterite, têm sido relatadas em alguns
casos.
Resposta imunológica: Em alguns casos, a sinovite transitória do
quadril pode ser desencadeada por uma resposta inflamatória
imunológica desproporcional do corpo, mesmo na ausência de infecção
ativa.
Fatores genéticos: Existe uma predisposição genética para a sinovite
transitória do quadril. Alguns estudos sugerem uma associação entre certos genes e o desenvolvimento
dessa condição, mas a pesquisa ainda está em andamento para esclarecer melhor essa relação.
Fatores de Risco:
Meninos
Idade entre 3-12 anos
Infecção viral/bacteriana recente (otite, TGI, vias aéreas superiores)
Predisposição genética
Manifestação Clínica:
6) DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES:
Definição: É uma doença que causa necrose avascular autolimitada na cabeça do fêmur, acomete crianças entre 4-12
anos principalmente.
Etiologia: multifatorial, sendo a principal teoria vascular, associada a deficiência das proteínas C e S, que levam a
formação de micro êmbolos e infarto da cabeça do fêmur; além dos componentes genéticos (distúrbio do
crescimento e desenvolvimento), fatores ambientais, sequelas de sinovite, fatores nutricionais, fumantes passivos.
Fatores de risco:
Sexo masculino
4-10 anos
Histórico familiar
Anormalidade de fatores vasculares
Exposição ao fumo passivo ou uso de esteroides
Manifestações clínicas:
Definição: desvio do eixo normal da coluna, principalmente em plano frontal; ocorre comumente em crianças e
adolescentes. A forma mais comum é a de etiologia idiopática (80% dos casos)
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Etiologia: multifatorial, podendo ocorrer por etiologia idiopática (causa desconhecida), congênita, paralítica
(associada a doenças que causam paralisia cerebral), distrofias musculares, doenças neuromusculares que cursam
com fraqueza muscular. Pode ser classificada em primaria ou secundária (ocorre por uma doença preexistente), ou
em estrutural e não estrutural
Fatores de risco:
Sexo feminino
Idade entre 10-18 anos
Histórico familiar
Assimetria corporal
Postura inadequada
Sedentarismo
Lesões ou trauma subjacente
Manifestações clínicas:
REFERÊNCIAS:
Júnior, Dioclécio, C. et al. Tratado de pediatria. v.2. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Editora Manole,
2021.
Hebert, Sizínio, et al. Ortopedia e Traumatologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2017.
MARIEB, E. N.; WILHELM, P. B.; MALLATT, J. Anatomia Humana. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2014. ISBN 978-85-4301-496-8.
LIMA, Emílio Pandeló et al. Uma análise da displasia do desenvolvimento de quadril no Brasil: revisão de
literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 15, n. 7, p. e10698-e10698, 2022.
DAVID, Vinícius Escobar; DE OLIVEIRA RODRIGUES, Victor; DE SIQUEIRA, Emílio Conceição. Uma abordagem geral
da Osteogênese imperfeita. Revista Eletrônica Acervo Médico, v. 23, n. 3, p. e12125-e12125, 2023.
RODRIGUES, Michelle Lopes. A eficácia do tratamento fisioterapêutico no torcicolo congênito: uma revisão de
literatura. 2022.
Skinner, Harry, B. e Patrick J. McMahon. Ortopedia ATUAL. Disponível em: Minha Biblioteca, (5a edição). Grupo A,
2015.