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INTRODUÇÃO

AULA 1 – 23/02/2010

DIAGNÓSTICO

O diagnostico depende de uma determinação de todos os aspectos anormais deduzidos:


1. História Clínica
2. Exame Clínico
3. Exame Radiológico
4. Investigações especiais

CLASSIFICAÇÃO DOS DISTÚRBIOS ORTOPÉDICOS

- Traumatismos
- Deformidades: Congênitas e adquiridas
- Afecções articulares: artrites, luxação e subluxação, desarranjos internos
- Afecções dos ossos: infecções, tumores, afecções generalizadas do esqueleto
- Afecções das partes moles: inflamações, tumores
- Distúrbios neurológicos: poliomielite, paralisia cerebral, mielomeningocele, lesões de nervos periféricos.

ETAPAS DA MARCHA

1. Choque do calcâneo
2. Fase de estado: apóia o pé no chão e estabiliza
3. Desprendimentos dos artênios: tira o pé do chão para próximo passo
4. Fase de balanço: pé no ar

URGÊNCIAS

- Luxação (perda de uma congruência articular


- fratura luxação
- fraturas proximais do fêmur (normal// acomete idoso, tem risco de necrose e hemorragia)
- fraturas da pelve (sangra muito, podendo levar ao choque)
- disarticulações sustentadas ( não se deve fazer manobra de redução sem raio x antes)

Obs.: fratura luxação em tornozelo não se mantém apenas com redução e gesso. É necessário cirurgia com colocação
de parafuso. Em um OS, deve-se fazer a manobra de “descalçar botas” e usar tala, até a chegada do ortopedista.

Na fratura de cabeça de fêmur, é usado uma prótese de tompson. Essa fratura leva a compressão renal, pulmonar,
embolia. Não dá para colocar parafuso, pois a irrigação deste local é intensa.

EMERGÊNCIAS

- politraumatismos
- fratura luxação exposta
- artrite séptica

1. Fase pré-hospitalar: bombeiros


2. Fase hospitalar aguda: 1 a 2 horas  ABCDE
3. Fase hospitalar primária
4. Fase hospitalar secundária: 13 a 72 horas após o trauma. Debridamento de ferida.
5. Fase hospitalar terciária: > 3 dias
6. Fase de recuperação
A vantagem para estabilização precoce é evitar complicações. A primeira preocupação é com o choque
hipovolêmico.

SINAL DE DESTROT
É a certeza que houve lesão de bacia. Inchaço e hematoma gigantesco genital.

Deformidades dos Membros Inferiores

Deformidades do Quadril
 Deformidades Congênitas do Quadril
 A) Sinovite Transitória do Quadril;
 B) Luxação Congênita do Quadril;
 C) Doença de Legg-Calvé-Perthes;
 D) Coxa Vara Congênita;

Deformidades do Quadril
 A) Sinovite Transitória do Quadril
 início agudo no quadril, na coxa e/ou no joelho;

 estado geral: é bom, podendo no máximo, apresentar uma temperatura levemente aumentada;

 anamnese: são referidos traumas ou processos infecciosos relacionados com a sintomatologia;

 Exame Físico: quadril sintomático na posição antálgica de Bonnett (ligeira abdução da articulação, rotação

externa e flexão);
 TTO: Repouso na posição de Bonnett + analgesia

 B) Luxação Congênita do Quadril


 cabeça femoral está completamente separada do acetábulo, já no nascimento
 Diagnóstico: deve ser precoce e feito pelo pediatra
 Manobra de Ortolani / Barlow no RN
 Tratamento:
 Manter o contato concêntrico da cabeça femural no acetábulo displásico;
 Aparelho de Pavlik: nas primeiras semanas de vida;
 C) Legg-Calvé-Perthes
 É causada por avascularização da cabeça (epífise) femoral;
 Existe necrose avascular em diferentes estágios de reparação na cabeça femoral;
 QC: Claudicação antálgica + Dor insidiosa de média intensidade na face ântero-medial da coxa e do joelho
+ história de trauma;
 TTO: visa manutenção da funcionalidade e evitar sequelas, como imobilidade, dor;
 Prognóstico: varia conforme a idade e grau de acometimento
 D) Coxa-Vara Congênita Infantil:
 O ângulo cérvico-diafisário em crianças é de 135 a 140º e em adultos é de 120 a 140º. Na coxa vara esta
angulação esta diminuída.
 Surge por volta dos 3-4 anos, com claudicação, abdução limitada, sinal de Tredelemburg positivo (mede
força muscular do músculo glúteo médio), se houver coxa vara bilateral há marcha anserina com
hiperlorodose;
 Na coxa vara a angulação é menor que 90º e na coxa valga a angulação é maior que 140º;
 Tipos:
 Congênita;
 Adquirida;
 Diagnóstico Diferencial: Luxação Congênita do Quadril
 TTO: Osteotomia valgizante (intertrocantérica);
Deformidades dos Membros Infer.

 Deformidades Torsionais dos MMII


 Considerações Gerais:
 Torção é o fenômeno fisiológico em que o osso gira em torno de seu próprio eixo. O exagero desta torção
é patológico, nos membros inferiores pode haver:
 a) Torção de tíbia
 b) Torção femural

 A lei de Wolff fala de anormalidades de pressão promovendo deficiência de crescimento, por exemplo, na
escoliose um núcleo de crescimento cresce mais que o do lado oposto.
 Outra consideração é a alteração da posição intrauterina para a posição ereta. Quando a criança nasce há
uma mudança brusca na posição do acetábulo, observa-se que algumas crianças quando começam a andar
mantém a posição fetal do acetábulo.

 A.1) Torsão Femural Externa:


“Toeing-out”;
É muito frequente na criança e quase sempre devido a torsão femural externa quando os membros
inferiores são estendidos, eles se encontram voltados para fora extremamente e os joelhos giram para
fora em torno de 90º graus;
 Enquanto eles são rodados para dentro, os joelhos só podem ser levados até a posição neutra;

 Essa situação acentua-se quando a criança adota posição de dormir em decúbito ventral;

 Com os fêmures girados externamente a torção femural externa permanecerá em acréscimo poderá, se

desenvolver uma torção tibial externa, como resultado de força externa associada, atuante sobre a tíbia;
 É rara essa posição de dormir após 2 anos de idade e o prognóstico é bom.

 B.1) Torsão Tibial Externa:


 Os desvios dos dedos dos pés para fora causados por torsão tibial externa pode ser compensando, como já

se disse, com torsão femoral interna;


 Pode, também, desenvolver-se devido desequilíbrio muscular de algumas condições paralíticas, ex.:

espinha bífita (mielocele ou raquisquise), paralisia cerebral e poliomielite;


 A rotação de todo o membro inferior ao nível do quadril, sem deformidade torsional, algumas podem ser

causadas nas crianças por Luxação Congênita do Quadril, Deslocamento epifisário proximal do fêmur.
 Essa alteração é fisiológica até os 2 anos de idade e acima dessa idade usar uma férula noturna

 A.2) Torsão Femural Interna:


 “Toeing-in”
 No útero materno os fêmures nunca estão girados internamente;
 Não é observada no recém nascido e muito pouco observada durante a infância;
 Caso a criança adquira o hábito de sentar-se no chão com os joelhos para frente, os fêmures giram
internamente e os pés para o lado de fora: “posição de assistir televisão”
 A força torcional associada que atua sobre o crescimento femoral produzirá gradualmente uma torção
femoral interna que se revelará quando a criança tiver idade por volta de 5 anos.
 O exame revela que quando os membros inferiores estendidos são girados para fora (externamente), os
joelhos podem ser levados ligeiramente além da posição neutra.
 Ao caminhar, os joelhos e pés estão para dentro
 Tratamento:
 Correção espontânea 7 a 8 anos;
 Exercícios de alongamento passivo;
 Sentar na “posição de sapateiro”;
 Férula de abdução;
 Osteotomia desrotativa;

 B.2) Torsão Tibial Interna:


 O fêmur costuma girar em sua porção proximal, já a tíbia gira em suas porções distais.
 Chegam aos 6 à 12 anos com pé de papagaio e pernas arqueadas que confunde com geno-varo. É visível a
incidência familiar.
 Tratamento
 Exercícios de alongamento
 Férula noturna – gesso bivalvado
 Após os 8 anos realizar osteotomia derrotativa – união do 1/3 médio com o 1/3 distal.
Torsão Tibial Interna:

 Deformidades Angulares:
 Considerações Gerais:
 É comum em RN e infantis;
 É a persistência da posição uterina dos membros inferiores em relação ao acetábulo;
 Correção espontânea entre 4 (varo) e 10 anos (valgo)

 A) Geno Valgo:
 Ligamento colateral medial é frouxo e visível ao exame físico;
 Pode haver correção espontânea (7-8 anos);
 Pronação do pé – usar palmilha;
 Se a distância bi-maleolar permanecer entre 7 a 10 cm na adolescência o tratamento é cirúrgico;
 Osteotomia supracondiliana de fêmur;
 Osteotomia de tíbia e fíbula;
 Em crianças menores realizar epifisiodese.
 Distância bimaleolar:
 Os graus clinicamente importantes são o III e o IV.
 0,1 a 2,5 cm – grau I
 2,5 a 5 cm – grau II
 5 a 7,5 cm – grau III
 Maior que 7,5 cm – grau IV

 B) Geno Varo:
 É do desenvolvimento, ou seja, pode ser fisiológico;
 Clinicamente se evidenciam as pernas arqueadas, tortas ou de cavaleiro;
 A deformidade consiste em marcha bamboleante e pés para dentro;
 A radiografia não demonstra nenhuma alteração ao nível da placa epifisária;
 O diagnóstico diferencial deve ser feito com a tíbia vara de Blount;
 O tratamento, em geral, é somente observação.

 C) Geno Recurvatum;

 D) Geno Antecurvatum
 E) Tíbia Vara de Blount:
 Há um distúrbio do crescimento da epífise proximal da tíbia;
 É mais freqüente em negros(maior frouxidão ligamentar);
 Tem rápida progressão, diferentemente do genu-varo;
 Etiologia e Tratamento:
 Pressão anormal (progressão);
 Negros – frouxidão ligamentar exagerada;
 Falha no crescimento da epífise medial proximal;
 Ocorrência familiar;
 Necrose Avascular (?);
 O tratamento é cirúrgico

Deformidades Congênitas do Pé
 A) Pé Eqüino Varo Congênito:
 Incidência de 2:1000 nascidos vivos;
 Etiologia controversa;
 Pode surgir como partes de síndromes genéticas ou associado a outras deformidades como: Luxação
congênita do quadril, mielomeningocele, artrogripose, mongolismo e alterãções do tecido conjuntivo;
 Tratamento:
 Mais precoce possível (logo após o nascimento ou com 8-10 dias);

 Aparelho gessado coxo-podálico com joelho em 90º de flexão;

 Cirúrgico: 5º - 6 º mês sem correção com o tto clínico;

 Prognóstico:
 Varia conforme tto precoce
 B) Pé Calcâneo Valgo:
 Extensão do pé não passa dos 90º em relação a perna;
 Dificuldade em estender o pé;
 Tratamento:
 Na maioria das vezes conservador com manobras feitas pela própria mãe;
 Quando não há melhora, recomenda-se imobilizações gessadas sempre com bom prognóstico;

 C) Metatarso Varo:
 Frequentemente diagnosticada no 3º-4º mês de idade;
 Não é grave – problemas para calçados e estético;
 Desvio para a linha média de todo o antepé, com alongamento da borda lateral e concavidade da medial;
 Tratamento: bota de gesso com pé em discreto equinismo seguida dois dias após cunha lateral, repetido
semanalmente;
Deformidades Diversas

 A) Bandas de Constrição:
 Banda fibrosa concêntrica profunda na metade superior do braço e perna;
 Provoca paralisia dos membros;
 Edema é devido a interferência do retorno venoso e linfático;

 B) Artrogripose:
 Os membros são deformados e rígidos;
 Aparência de um “boneco de pau”;
 Pés tortos associados;
 Hiperextensão do joelho;
 C) Síndrome de Marfan:
 mmii são longos e delgados em relação ao tamanho do tronco;
 Desenvolvimento precário do tórax, geno-valgo e pés hipermóveis;

 D) Síndrome de Mórquio:
 Forma familiar de distrofia óssea / herança autossômica recessiva;
 Condrodistrofia;
 Deficiencia da N-AC-GAL-6-Sulfato Sulfatase;
 Q.I normal / Nanismo acentuado;
 Cifose / Pectus carinatu;
 Deformidade epifisária proximal do fêmur;
 Constrição central dos metacarpos e falanges;

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