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Discussão de

Caso
Eduardo Soares
University of California San
Francisco School of Medicine
Seis membros do corpo docente da UCSF receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou
Medicina
Introdução
INTRODUÇÃO – Pé plano flexível

• Não há valores médios clínicos ou radiólógicos


universalmente aceitos do ∆ arco longitudinal.
• Não é em uma única articulação
>> Uma deformidade clínica reconhecível criada por
desalinhamento em várias articulações adjacentes do pé.
>> As principais no complexo subtalar
Pé plano flexível

• Um pé plano tem eversão excessiva do complexo subtalar


durante a carga
• Ocorre angulação em valgo, RE, dorsiflexão do calcâneo em
relação ao tálus e flexão plantar do calcâneo em relação à tíbia.
• Navicular  abdução + dorsiflexão
>>> Gera uma ‘queda’ no mediopé, com <<< rebaixamento
do arco longitudinal
• O antepé fica supinado em relação ao retropé
Pé plano flexível

• O uso de pegadas para a avaliação é falho


• Ainda não há uma definição exata e aceita de pé plano
• ‘Apesar disso, sabe-se que existem pés com arcos mais baixos do
que outros’
• Ressalta-se que: a planicidade é menos importante que a
mobilidade
• Incidência de 23%
Pé plano flexível

• Harris e Beath
• Flexível ou hipermóvel  Boa mobilidade do complexo
subtalar e do tornozelo
• 2/3 dos pés planos
• Pouca ou nenhuma causa potencial de incapacidade
• Quando acompanhada de tendão de Aquiles curto, pode gerar
alguma limitação funcional (25% dos casos)
Pé plano flexível

• Harris e Beath
• Pé plano rígido  caracterizada por movimento subtalar
rígido
• Comumente acompanhado de coalizões tarsais
• Causa de dor e incapacidade em ¼ dos pacientes
Etiologia e História Natural

• A altura do arco longitudinal é determinada pelo formato dos ossos e


pela frouxidão dos ligamentos do pé
• Menor influência dos músculos locais
• Pode ser discreto durante a postura estática  + proeminentes ao
movimento
• Pé plano flexível está presente desde o nascimento
• O arco longitudinal se desenvolve espontaneamente durante a primeira
década de vida
• A maioria dos adultos com pé plano são assintomáticos
Seguimento

• O prognóstico para o aumento da altura do arco e a prevenção de dor a


longo prazo é excelente para crianças com PP flexível
• Assim, é essencial definir precocemente o tipo de pé plano
• Por muitos anos, foram usados: sapatos corretivos, suportes de arco,
cunhas de calcanhar
• Alguns estudos sugerem que alguns tipos de sapatos podem prejudicar
o desenvolvimento do arco e levar ao pé plano
• >> O uso de palmilhas corretivas parece ser ineficaz para tratar, mas podem
reduzir os sintomas
Seguimento

• Encurtamento do tendão calcâneo


• Dor com sustentação do peso
• Dificulta a dorsiflexão durante a marcha
• O estresse da carga é transmitido para a Art. Talonavicular
• Alongamentos para o tendão podem aliviar os sintomas
• A cirurgia raramente (ou nunca) é indicada nos casos de pé plano flexível
• A maioria dos procedimentos cirúrgicos foi abandonada devido à falha em
alcançar a correção ou o alívio
• Ex: artrodese modificada de Hoke
• Curto prazo bons resultados VS Longo prazo  o desalinhamento talonavicular
Seguimento

• A cirurgia pode ser indicada quando as medidas conservadoras


falharam
• Nos casos com encurtamento do tendão de Aquiles:
• O alongamento + osteotomia de alongamento do calcâneo >> podem corrigir a
eversão severa do complexo subtalar
• Evitando artrodese

• Pé plano rígido
• Identificado  reconhecido e tratado
• Osteotomia do cuneiforme medial ou primeiro metatarso
Considerações

1. A maioria dos pacientes com pé plano flexível tem bom prognóstico


mesmo sem tratamento cirúrgico
2. O Arco longitudinal se desenvolve espontaneamente durante a
primeira década de vida
3. Pode-se criar ou modificar a altura do arco do pé na criança, mas
isso não teve resultados demonstrados cientificamente.
4. Não há estudos prospectivos documentando a prevenção da dor ou
de incapacidade no uso da terapêutica profilática (cirúrgicas ou não-
cirúrgicas)
Skewfoot
Skewfoot

• Raro e ainda mal definido


• Combinação de deformidade do antepé do metatarso adulto
+ deformidade do retropé do pé plano
Skewfoot – Pé torto - Definição

• ‘Pé torto’ foi introduzido em 1949


• Usado para um grupo de deformidades incluindo o metatarso aduto;
metatarso varo; metatarso adutovaro e metatarso adutocavovaro
• Tendência a hereditariedade
• Bem avaliado no plano sagital
• Várias tentativas de classificar  ‘sem’ sucesso universal
Skewfoot – Pé torto - Definição

• Pé torto – tem duas deformidades em direções opostas:


• Navicular é abduzido e dorsiflexionado (assim como no pé
plano)
• O 1º metatarso está aduzido e em flexão plantar no cuneiforme
medial
Skewfoot – Pé torto – Etiologia e H. Natural

• Ainda não é bem definido


• ‘Uma deformidade rara caracterizada por adução do antepé
associada a deformidade em valgo do retropé com história
natural desconhecida.
• A prevalência de limitação a longo prazo é indefinida
• Pode haver dificuldade em calçar sapatos
Pé torto – Seguimento e Tratamento

• Relato de correções com uso de moldes seriados


• Podem ser tratados conservadoramente
• Após o uso de moldes seriados (gesso)
• Podem converter o caso para um pé plano
• Pois a deformidade em valgo do retropé não pode ser corrigida com gesso
Pé torto – Seguimento e Tratamento

• Na exp. Pessoal do autor:


• O tendão de aquiles está contraído na maioria do casos persistentes e
sintomáticos de pé torto em crianças maiores e adultos
• Em pacientes mais velhos, o manejo cirúrgico é pouco eficaz para
os sintomas
• O alongamento pode aliviar sintomas leves, mas não cura
Pé torto – Tratamento

• Indicações:
• Pé torto que não respondeu ao TTO conservador
• As deformidades que precisam ser tratadas:
• Adução e flexão plantar do antepé sobre o médiopé com deformidade máxima no
meio do cuneiforme medial
• Eversão excessiva do complexo subtalar
• Angulação em valgo; rotação externa e dorsiflexão do calcâneo em relação ao tálus.
• Abdução e dorsiflexão do navicular
• Contratura do tendão de aquiles
Pé torto – Tratamento

• Artrodese subtalar ou tripla / Osteotomia de alongamento do


calcâneo / Osteotomia de cunha de abertura do cuneiforme medial
• Altas taxas de complicações:
• Osteoartrode degenerativa
CONCLUSÃO

• O pé torto é uma deformidade rara e mal definida


• Prevalência, etiologia e história natural desconhecidas
• O manejo de crianças mais velhas e adultos jovens deve se basear nos
sintomas
• O manejo não-cirúrgico é pouco aplicável
• O tratamento cirúrgico deve corrigir todos os componentes da
deformidade, com meta de tentar preservar a movimentação.
OBRIGADO

Gavriil Abramovich Ilizarov


15 de junho de 1921

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