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Ortopedia Pediátrica
Doenças dos MMSS
Pronação Dolorosa / Subluxação da cabeça do rádio

⚠ É a subluxação da cabeça do rádio.


Na maior parte das vezes o pediatria consegue resolver sozinho,
sem precisar chamar o ortopedista.

Fisiopato

Ocorre deslocamento do ligamento anular, na região da cabeça do rádio.

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História clássica

Criança foi atravessar a rua e alguém puxou, levantou ela pelo braço.
Brincadeira de rodar a criança.

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Quadro clínico

Criança 2-4 anos. Já começou a caminhar, por isso é levantada pelo


braço.

Postura clássica do paciente: Cotovelo fletido e antebraço pronado.


Pois está sentindo muita dor. Paciente chega chorando e sem

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movimentar o braço.

Diagnóstico

Não precisa radiografia.

Diagnóstico é clínico, com base na história e apresentação do paciente.

Tratamento

Redução. Supinação e flexão do braço. Quando é feito esse


movimento, é escutado um “click”. Imediatamente a criança para de
chorar.

Supinado: “posição de suplica”, mão para cima.

Paralisia do Plexo Braquial

⚠ É uma situação que pode ocorrer durante o parto.

Ocorre lesão das fibras nervosas por tração do plexo braquial!

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História típica / fatores de risco


Macrossomia

Paciente grande para a idade gestacional, parto mais traumático


com lesão das fibras.

Distócia de ombro/ espáduas

Uso de parto com fórcipes?

Há 2 tipos de paralisia do plexo braquial

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⚠ O “E” vem antes do “K”. Logo, a paralisia é mais alta no Erb
Duchenne. Lembrar da ordem alfabética.

Erb Duchenne

Lesão de C5-C6.

Ausência de reflexo de Moro! Marca característica em questão de


prova.

Postura típica: braço com rotação interna e pronação. Flexão do


punho pode ocorrer, se acometer C7.

Dica para lembrar a altura da vértebra que é acometida: falar o


alfabeto até chegar no “E”. A, B, C, D, E. São 5 letras. Começa em
C5.

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Klumpke

Menos comum.

É mais baixa do que a paralisia supracitada: lesão de C8-T1.

Ausência do reflexo de preensão!

Postura clássica: mão em garras. Flexão de interfalangianas. Punho


em hiperextensão.

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Síndrome de Horner - pode ser desenvolvida como uma
complicação
Ocorre devido lesão de fibras simpáticas cervicais.

Tratamento

⚠ Pensar que na maior parte das vezes não temos uma lesão
total do nervo. O que temos é um nervo “machucado”, mas que
com o tempo se recupera sozinho. Na maior parte das vezes a
recuperação é completa.

Imobilização intermitente.

Massagem.

Movimentação passiva a partir de 7 dias de vida.

Ausência de resposta = intervenção microcirúrgica.

Doenças do Quadril
Displasia do Desenvolvimento do Quadril - DDQ

👉 Ocorre uma imaturidade do desenvolvimento da articulação do


quadril.

E nem sempre essa imaturidade acaba em luxação. Por isso o


nome antigo caiu em desuso. Pode não haver luxação, ter
subluxação ou ter luxação.
Nome antigo: luxação congênita do quadril.

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Fatores de Risco
Posição pélvica durante a gestação.

Ao longo da vida intrauterina, criança está apertando a região do


quadril. Atrapalha a maturação dessa região.

Atenção: não é o parto pélvico o fator de risco.

História familiar.

Gemelaridade.

Espaço dentro do útero fica restrito.

Oligodramnia.

Espaço dentro do útero fica restrito.

Sexo feminino.

Diagnóstico
Exame físico.

São feitas manobras, como Barlow, Ortolani.

Manobras
São manobras em que tento detectar a DDQ em recém nascidos,
de forma precoce. Esse é o ideal.

Ortolani

Abdução do quadril + tração da coxa para cima.

Abro quadril e jogo ele para cima, tentando jogar a cabeça do


fêmur em direção ao acetábulo.

O que estamos procurando? Quero ver se o quadril da


criança está luxado.

Se for positiva, ela devolve o fêmur para o acetábulo, e


significa que estava luxado e corrigiu agora.

Ortolani conserta. Ortopedista conserta.

Com essa manobra tenho como objetivo ver se o quadril já


estava luxado.

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Barlow

Já fiz o ortolani, e deu negativo. Ainda não posso afirmar que


não tem DDQ. A luxação ele já não tem. Mas agora quero ver
se esse quadril é luxável. Quero ver se o quadril sai do lugar.

O movimento é oposto ao ortolani.

Vou fechar as pernas e empurrar a coxa para trás,


empurrando o quadri para trás.

Adução + posteriorização da coxa.

Se houver DDQ, sinto a cabeça do fêmur saindo de dentro do


acetábulo.

Com essa manobra tenho como objetivo ver se o quadril é


luxável.

Se qualquer uma das alterações estiver presente, é sinal de DDQ.

Sinais mais tardios: sinal de Galeazzi, sinal de Trendelemburg.

Sinais tardios

Se não for identificado com os testes do RN, pode ser identificado


mais tardiamente.

Sinal de Galeazzi

Existe uma discrepância na altura dos dois MMII. O membro


acometido fica mais baixo do que o membro normal,
mostrando que o quadril está fora do local.

Sinal de Trendelemburg

Observando a marcha, quando ele se apoia pelo membro, a


pelve toda fica deslocada.

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Ultrassonografia.

Tratamento

👉 Forço com que a cabeça do fêmur fique junto com o acetábulo.

< 6 meses

Suspensório de Pavlik.

Objetivo: manter a cabeça do fêmur no lugar.

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6-24 meses

Redução fechada + imobilização.

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>2 anos

Tenotomia adutora + osteotomia.

Sinovite Transitória do Quadril - cai muito em prova

👉 Queixa de dor no quadril + relato quadro infeccioso prévio.


IVAS por exemplo, ou infecção viral inespecífica.

✅ É uma artrite reativa após quadro infeccioso.

Se quadro infeccioso não está presente, não tenho como pensar


nessa doença.

Quadro Clínico
7-14 dias após IVAS.

Inflamação na articulação do quadril se manifesta com dor na


articulação.

Dor em região anterior do quadril.

Claudicação.

Pode ter febre baixa.

Não tem grandes limitações do movimento.

Não tem sintomas sistêmicos associados.

Diagnóstico
Clínico.

Dor no quadril e mais nada após IVAS.

Tratamento
Repouso + sintomáticos.

Repouso relativo, e não absoluto. Se aguentar brincar, vai brincar.

É uma condição auto limitada, que melhora sozinha.

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As 2 próximas patologias do quadril são semelhantes e podem se confundir
entre si.

Doença de Legg-Calvé-Perthes
Nome dos 3 médicos que descreveram a doença.

✅ É uma necrose avascular da cabeça do fêmur, de causa


desconhecida.

Necrose avascular idiopática da epífise femoral.

🚸 Legg, Calvé, Perthes. Tudo nome pequeno, é doença de criança


pequena.

📌 O quadro clínico é o mesmo da epifisióliose. A idade de


acometimento é diferente, o que permite diferenciar na prova.

Epidemiologia
Meninos - mais comum.

2-12 anos. Pico entre 4 e 8 anos.

Quadro Clínico

📌 O quadro clínico é o mesmo da epifisiólise.

Dor inguinal, em coxa ou joelho.

A dor pode ser referida em joelho, mesmo o problema sendo no


quadril. Atenção: criança com dor no joelho, olhar para o quadril
também!

Claudicação.

Reclama de dor quando encosta pé no chão.

Limitação da abdução e rotação interna do quadril.

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Diagnóstico
Clínico + radiografia.

Incidências clássicas do rx:

Incidência AP e incidência de Lowenstein.

Achado radiográfico:

Destruição da cabeça femoral.

80% dos casos é de acometimento unilateral - comparar 1


lado com outro.

Tratamento

📌 Já ocorreu a necrose da cabeça do fêmur. A tendência é que o


próprio organismo forme novamente a estrutura óssea. No
tratamento, vou ajudar com que essa neoformação óssea
ocorra da forma adequada.

📌 A cabeça do fêmur e o acetábulo são um a forma do outro. É


importante mantê-los juntos, para que o acetábulo molde a
nova formação da cabeça femoral.

Imobilização

Imobilizão inguinomaeolar em abdução e rotação interna.

Vou imobilizar a cabeça do fêmur dentro do acetábulo.

Indicada para grupos específicos, pois nos demais a neoformação


ocorrerá adequadamente de forma espontânea:

Idade > 6 anos (> 5 anos nas meninas).

Se já chegou nessa idade e não resolveu sozinho, não irá


mais.

Reabsorção do pilar lateral.

Subluxação da cabeça femoral.

Cirurgia

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Para casos refratários.

Epifisiólise

🚸 Tem bastante letras, acomete crianças maiores.

📌 Na epifisiólise ocorra um deslizamento da cabeça femoral em


relação ao colo do fêmur. Esse deslizamento ocorre através da
placa de crescimento.

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Epidemiologia
Meninos.

10-15 anos. Adolescência.

Biotipos:

Adiposo genital - gordinho.

Alto e magro - teve estirão de crescimento acelerado.

Ocorre bilateralmente em 60% dos casos.

Quadro Clínico
Claudicação.

Limitação da rotação interna e flexão E.

Membro afetado: pode ficar em rotação externa. jogado para o lado.

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Sinal de Drehman: rotação externa e abdução involuntária quando o
examinador flete a coxa.

Diagnóstico
Clínica + radiografia.

Sinal de Trethowan.

Lembrar de um sorvete. Se bem servido, vai ficar para o lado de


fora da casquinha. Se não ficar, está alterado.

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Tratamento
Cirúrgico!

Ocorre fixação com parafuso canulado no centro da epífise.

Impedir a progressão do deslizamento.

Doenças dos MMII


Doença de Osgood-Schlatter

📌 Doença localizada na Tuberosidade da Tíbia. Notar que tem um


monte de Ts no nome da doença.

É um processo inflamatório com fragmentação do osso, devido


esforço repetitivo. Treino de basquete, vôlei. Criança que faz
esporte. Dor no joelho.

Quadro Clínico

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Dor + tumoração na região anterior do joelho.

Passo a mão na região anterior do joelho e existe uma tumoração


palpável ali.

Diagnóstico
Clínico + radiografia.

Radiografia não é obrigatória.

Posso enxergar fragmentação da tuberosidade da tíbia.

Tratamento
Repouso + Analgesia.

Não precisa ser repouso absoluto, se a criança tolera caminhar


tranquilamente.

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