Você está na página 1de 12

SEMIOLOGIA NEUROPEDIÁTRICA E CONVULSÕES NA PEDIATRIA

➢ Exame neurológico e do desenvolvimento da Curvas da OMS


criança de 0 a 7 anos
Parâmetros
Em qualquer idade
• Peso
Devem estar presentes todos os A reflexos miotáticos
fásicos, esperados para o adulto, bem como a
semiologia completa dos 12 pares de nervos cranianos,
e sensibilidades.
Semiologia normal do período neonatal até 7 anos
de idade
• Crianças Prematuras: Considerar a idade
concepcional
Subtrai-se a idade cronológica o número de semanas
correspondentes à diferença entre 40 semanas e a idade • Estatura
gestacional ao nascimento.
Ex: IG: 28 semanas aos 6m de idade cronológica
deverá apresentar semiologia neurológica
correspondente a 3 meses.
A linguagem compreensiva precede a expressiva e no
primeiro ano nos primeiros contatos com o meio o
bebê demonstra isto, quando reage positiva ou
negativamente aos estímulos.
Efetua tarefas simples por imitação sob comando, no
final do primeiro ano.
• Perímetro Cefálico
O bebê não permanece estático, demonstrando uma
riqueza e simetria de movimentos.
CRESCIMENTO
O crescimento físico é avaliado pela aquisição de peso
e altura apropriados e pelo aumento de todos os
órgãos.
Fase 1 (1 a 2 anos): crescimento rápido
Fase 2 (2 anos até o início da puberdade):
relativamente constantes.

Classificação Inspeção e medidas do crânio


Neonatos: até o 28° dia de vida Fita métrica- occipício e glabela
Lactentes: 29° dia a 1ano, 11 meses e 29 dias Deve-se levar em conta a estatura.
Pré-escolar: 2 a 4 anos Macro ou microcefalia ado o PC se encontra abaixo ou
acima de dois desvios padrões da média esperada para
Escolar: 5 a 10 anos u Adolescentes: 11 aos 19 anos
a estatura observada.
Formato
Avaliação do Crescimento
• A relação entre a distância biauricular e
Peso, estatura e IMC anteroposterior é igual a 11 (Diament)

Nathália Pascoal
• Braquiicéfalo – medida biauricular maior que a Segue na horizontal, com os olhos, a luz de uma
anterior lanterna colocada a 30 cm dos olhos.
Dolicocéfalo ou escafocéfalo Ao ouvir uma voz chamando-o, reage de algum modo:
mudando o ritmo da respiração ou abrindo mais os
Quando a medida biauricular é menor que a
olhos e demonstrando "atenção ou rodando a cabeça
anteroposterior, formato de quilha de navio.
para um dos lados como se quisesse localizar a fonte
Suturas do som".

Estas formas podem estar ou não associadas ao Colocado em DV, levanta a cabeça por alguns
fechamento precoce patológico das suturas coronárias segundos.
no caso da braquicefalia e sagital na escafocefalia).
Reflexos primitivos obrigatórios desde o nascimento:
Podem estar levemente sobrepostas ou separadas no
Sucção, voracidade preensão palmar, preensão plantar,
pré-termo RN a termo moro, colocação, encurvamento do tronco, cutâneo
- Cavalgamento de suturas pode ocorrer na primeira plantar em extensão.
semana pós nascimento por amoldamento da cabeça no Reflexos primitivos não obrigatórios: Marcha,
canal do parto. Após este período as suturas devem
RTCMK, sustentação, arrastre, endireitamento.
estar justapostas
Trigonocefalia
Dois meses
Secundária ao fechamento precoce patológico da
sutura metópica Posição prona: eleva a cabeça que é sustentada durante
a suspensão ventral.
Fontanela
Posição supina: a cabeça pende quando a criança é
BEGMÁTICA
puxada para se sentar.
+- 2 cm no Segue um objeto em movimento.
nascimento no sentido coronal e 3cm no sagital.
Sorriso social, virar a cabeça em direção aos sons.
9 m-50% não a apresenta Sons guturais.
1 a e 6m - 100% não a apresenta
LAMBDOIDEA
Três meses
Ou posterior presente em 40 % do RN a termo não Sorri reativamente.
ultrapassa 1 cm na sua extensão.
Olha para as próprias mãos.
• Fechamento- ocorre no 1° mês Junta as mãos.
Ao ouvir uma voz, fica atento.
Período Neonatal
Colocado em DV apoia-se sobre os MMSS fletidos.
Posição prona: postura semifletida. Desaparece o R. de Marcha e tônico-cervical
Posição supina: postura fletida e levemente rígida. assimétrico.

Fixa face humana na sua linha de visão, movimento de


´´olhos de boneca``.
Sinais de alerta no primeiro trimestre
Preferência pela face humana
SINAIS DE ALERTA
- Não apresenta controle da cabeça;
Até 1 mês de idade
- Tendência a deixar a cabeça e pescoço para trás
Olha para o rosto das pessoas que o observam. (hiperextensão) ou quando sentado tende a se jogar
constantemente para trás;

Nathália Pascoal
- Não é capaz de fixar os olhos ou sorrir; Sétimo mês
- Dificuldade para trazer e manter a cabeça na linha Rola sobre seu eixo.
média do corpo;
Sentada, possui equilíbrio lateral
- Dificuldade para apoiar-se sobre os antebraços.
De pé: suporta mais peso, dá saltinhos.
Inclina-se para pegar grandes objetos
Quatro meses
Transfere objetos de uma mão para a outra, pega com a
Sons guturais ("AN GU"). palma radial.
Colocado sentado cabeça fica firme. Prefere a mãe, gosta de espelho.
Início de preensão palmar voluntária, levando o objeto Forma polissílabos vogais.
a boca.

Oito meses
Quinto mês
Alcança, olha, passa para a outra mão, e explora o
Mantêm-se sentado com apoio. objeto.
Segura seus pés. Começa a deslocar-se sentada, com as mãos e as
nádegas.
Passa objetos de uma mão para a outra.
Em decúbito ventral, pode girar sobre si mesma até
Ri alto. Dá gargalhadas. ficar em decúbito dorsal.
Preensão voluntária, procura utilizar a pinça radial.
Seis meses Repetição de sílabas com ´´A``: mama, pa-pa, da-da.
Inicia sons vocálicos: "AAAAÃA”.
Localiza som (molho de chaves) na altura dos ouvidos.
Nove meses
Em DV estende os membros superiores e eleva o tórax. Lalação: "BAA BAA BAA" "TAATA TA" MA-MA".
Muda decúbito.
Localiza som ao lado e acima da cabeça (até 13
Sentado, o tronco ainda cai para a frente e para os meses).
lados.
Sentado, fica sozinho, tronco ereto, sem cair.
Posição trípode.
Recusa aproximação de pessoas estranhas.
Apanha o objeto e passa para outra mão.
Descobre objeto que observa ser escondido ao seu
Reflexos primitivos ausentes, exceto o de preensão alcance.
plantar e cutâneo-plantar em extensão. Fica em pé agarrada a grade.
Engatinha.
Sinais de alerta do segundo trimestre
É capaz de abrir a mão para soltar um objeto.
SINAIS DE ALERTA Usa a pinça digital.
- Dificuldade de manter a postura sentada;
Sentada em cadeira alta, atira objetos no chão e olha-os
- Dificuldade de rolar ou rola fazendo extensão da cair.
cabeça (jogando a cabeça para trás);
- Mãos fechadas;
- Dificuldade para brincar na posição de bruços e de
lado.

Nathália Pascoal
Sinais de alerta do terceiro trimestre - Não procura objetos que viu serem escondidos.
SINAIS DE ALERTA
- Não engatinha; Quinze meses
- Não se arrasta; Anda sozinho, escala escadas.
- Não se senta sem apoio; Faz torre de 3 cubos, faz uma linha com lápis, coloca
uma uva-passa em uma garrafa.
- Não sustenta o peso nas pernas;
Demonstra o que deseja apontando o objeto, abraça os
- Usa só uma mão para brincar;
pais.
- Sentado não muda de posição.
Atende a comandos simples.
Dá nome a objetos familiares, ex: ´´bola`` Segue
Décimo mês instruções simples como: ‘pegu o brinquedo’.

Se locomove para os lados apoiando-se nos móveis.


Engatinha. Dezoito meses

Pega objetos com o movimento de pinça, solta objetos Primeiras palavras-frases: Brinca imitando (telefone no
em sua mão para outras pessoas. ouvido, tenta rabiscar).

Olha quando chamado pelo nome Aponta para o que quer.

Brinca de esconde e acha Torre de 2 cubos.

Dá tchau Vence obstáculos, abre porta.

Desenvolve o sentido de permanência do objeto. Anda sem ajuda.

Tem medo de estranhos. R. Cutâneo-plantar em flexão.

Entende o não.
2 anos

Doze meses Combina 2 palavras.

Lalação: "Mama", "Papa", "Dado". Associa ideias: aperta o interruptor e olha para a
lâmpada. Aponta para a bolsa por. ex., da mãe e diz
Procura o objeto que cai ou rola de suas mãos. "mamãe".
Preensão usando os dedos polegar e indicador (Pinça). Imita trabalhos caseiros.
Põe-se em pé com apoio. Retira a roupa.
Em DV, senta-se sem ajudo. Usa a colher.
R. de Apoio lateral e paraquedas. Aponta para partes do corpo.
R. de Preensão plantar ausente. Aponta para figuras em um livro.
Faz rabiscos no papel.
Sinais de alerta no quarto trimestres Torre de quatro cubos.
SINAIS DE ALERTA Chuta uma bola.
- Não fica na posição de pé mesmo com apoio; Sobe e desce de uma cadeira.
- Não realiza mudanças de posturas (deitada virar para
os lados, depois se sentar, engatinhar e tentar ficar de
pé); 2 anos e 6 meses

Nathália Pascoal
Nomeia figuras simples. 4 anos e 6 meses
Copia traços, sem direção. Compreende frio, cansaço, fome.
Joga a bola de cima para baixo. Compreende perto, longe, em cima, em baixo.
Sobe escada, colocando os dois pés em cada degrau. Abotoa a roupa.
Corre.
5 a 6 anos
3 anos Compreende frio, cansaço, fome.
Frases gramaticais. (EU). Compreende perto, longe, em cima, em baixo.
Diz o próprio nome completo. Abotoa a roupa.
Gagueira fisiológica. Pergunta o significado das palavras.
Brinca de faz-de-conta.
Copia um círculo. 7 anos
Copia traço na vertical. Noção de hora, dia, mês e ano.
Torre de 8 cubos. Fornece o endereço completo.
Até 3a e 6m faz ponte. Descreve o que vê.
Anda para trás 3 metros puxando um carrinho. Copia triângulo e inicia a cópia do losango.
Equilíbrio estático com olhos abertos. Amarra o cordão do sapato.
Pedala triciclos. Reconhece direita e esquerda no próprio corpo.
Coloca os sapatos, não faz laço. Salta e bate duas palmas, antes de tocar os pés no chão.
Eudiadococinesia.
4 anos Fica parado em pé, por 10 segundos com um pé atrás
do outro (ponta de pé-calcanhar).
Vai sozinho ao vaso sanitário.
Joga bola em uma altura 30 x 30 cm e 2 m, fazendo
Controle da enurese noturna. abdução do MS (ioga por cima).
Frases completas. Ainda troca letras: R por L. S por T;
Anda colocando o calcanhar na ponta do outro pé, para
ou suprime as letras (sapato por pato).
frente 2 metros, com olhos abertos.
Usa plural.
Conhece as cores primárias.
Senso de humor, noção de perigo.
Desenho de memória a figura humano.
Preensão do lápis igual adulto.
Fica longe da mãe sem protestar.
Copia cruz.
Conta histórias, fala sem trocar letras.
Noção de "mais comprido".
Escolhe amigos.
Lava as mãos e ajuda no banho. Se veste sem ajuda.
Agarra uma bola arremessada.
Sobe escada alternando os pés. PUBERDADE
Equilíbrio estático com olhos fechado.
- Puberdade: F 8 anos M 12 anos
- Estirão:

Nathália Pascoal
F - Início aos 12 anos (8 – 9 cm/ano) Reflexo de acomodação e convergência:
M – Início aos 14 anos (10 – 12 cm/ano) A fixação de um objeto distante produz midríase, e
fixação de um objeto próximo, miose. (Realizado com
- F -10 anos: Crescimento das mamas a ajuda da criança).
- M – 12 anos: Aumento dos testículos, crescimento
A convergência se a chança está fixando bem o objeto,
peniano
a aproximação do objeto na linha média, força a
convergência ocular, ocasionando miose bilateral.

➢ Nervos Cranianos
II OCULOMOTOR, IV PATÉTICO OU TROCLEAR,
I- Olfatório VI ABDUCENTE

Todas as funções sensoriais iniciam sua mielinização • Responsável pelos movimentos oculares
no período fetal e estão amadurecidas no 19-semestre, • II MOTOR- O globo ocular olhando para frente é
pós-natal.
responsável pela adução, movimento para cima e para
Após o 4°- ou 5°- ano de idade é possível pesquisar o baixo e pela elevação da pálpebra superior (musc retos,
olfato ado a criança pode fornecer informação mediais, superiores e inferiores, oblíquos inferiores e
fidedigna elevadores das pálpebras)

Pesquisa-se cada narina separadamente . IV: o globo ocular aduzido - movimento para baixo
(musc. oblíquos superiores)
Café, piche não irritantes da mucosa nasal, pois os
irritantes estimulam as terminações nervosas do • VI - globo ocular olhando para frente é responsável
Trigêmeo e não olfatório. pela lateralização do olho (inerva músculos reto
laterais)
PESQUISA DA MOTRICIDADE EXTRINSECA
II- Óptico OCULAR: inspeção, foco luminoso largo de luz fosca.
A papila ou disco óptico do RN é de coloração mais cubo 4x4 cm de cor vermelha, fita métrica ou face
clara que a do adulto, a mácula e o restante da retina humana do examinador por ex.
são semelhantes aos do adulto. IG: 34 sem- orientação da luz
Reflexo de piscamento- II nervo(óptico) aferente e VII Pré-termo-fixação do foco luminoso breve
par (facial) eferente.
Termo- acompanha brevemente a luz no sentido
Incidindo-se um foco luminoso nos olhos do bebê, horizontal
desde o pré-termo viável, com olhos abertos ou
fechados, em sono ou vigília há fechamento imediato Até o 3°- mês- segue no sentido vertical e em círculo
das pálpebras. Não desaparece com a idade.

V trigêmeos
II e III- Parassimpático
Sensibilidade da face- estímulo táctil. Ex: algodão,
Inspeção do tamanho das pupilas que devem ser iguais ponta de espátula de madeira, há reatividade do bebê

Midriáticas- efeito de drogas simpaticomiméticas Reflexo Córneo Palpebral-filete de algodão nas


como a cocaína, por excitação das vias simpáticas córneas há fechamento das pálpebras bilateralmente e
como em hipoxia ou por herniação do uncus simetricamente.
comprimindo a porção parassimpática do III nervo
Reflexo Glabelar leve toque na glabela ocorre
Mióticas- por efeito de drogas depressoras do SN fechamento imediato das pálpebras, simétrico e
como morfina. benzodiazepínicos e barbitúricos. bilateralmente.

Reflexo fotomotor e consensual: Com a luz de uma Reflexo orbicular dos lábios- Percute-se a porção
lanterna obliquamente sobre uma pupila há constrição superior no filtrum há contração da musculatura
pupilar do mesmo lado estimulado (fotomotor e orbicular dos lábios. Não é obrigatório no RN e se
indiretamente do outro (consensual). presente é hipoativo.

Nathália Pascoal
VII Facial • Lesões do ramo laríngeo superior-alt da tonalidade da
voz
Responsável pela motricidade facial, gustação dos 2\3
anteriores da língua, salivação parotídea e lacrimacão. • Gustação- 1\3p post da língua quando a criança >
5anos
Observa expressões quando chora ou sorri, reforça o
sulco nasogeniano, quando acompanha um objeto com
os olhos elevando os supercílios, também o
XI- Acessório
piscamento.
Tonicidade dos musc. Esternocleidomastóideo e
• Obs bebê dormindo, o fechamento incompleto das
pálpebras pode ser sinal de comprometimento trapézios, observar trofismo e tono.
periférico do nervo facial.
. Lesão unilateral - inclinação da cabeça e
Função gustativa- gotas de limão sal ou açúcar rebaixamento do nível do ombro
• Função lacrimal - teste de papel filtro colocado sobre
o conduto lacrimal. A lacrimação com choro é
observada até 10 dias após o nascimento a termo. XII- hipoglosso

• Lesões centrais do N. facial somente o andar superior Motricidade da língua, deve ser examinada ato ao
da face é acometido (apagamento do sulco trofismo.
nasogeniano) motilidade, força muscular e centralização da linha
• Lesões periféricas - as porções superiores, incluindo média.
o olho, e inferior são comprometidas Lesão unilateral- dentro da boca a língua está desviada
para o lado oposto ao da lesão. Ao exteriorizá-la há
desvio para o mesmo lado da lesão;
VIII - Vestibuloclocear
Deve ser testado desde o nascimento pois é importante
para o desenvolvimento da linguagem. ➢ Epilepsia

Som de campainha, chocalho o bebê fixa atento, ou Definição


modifica o movimento corporal • EPILEPSIA- É definida pela Liga Internacional de
Até o final do 1°- mês- 100% se voltam em direção ao Epilepsia (ILAE) como:
som 1- Conceitual
Até o 6°- mês- localiza o som a altura e abaixo dos 2- Operacional.
ouvidos estando sentados e até os 13 meses acima da
cabeça • Definição operacional: Presença de pelo menos 2
crises epilépticas não provocadas, separadas por mais
R dos olhos de boneca- Ao se desviar a cabeça para de 24hs e por suas consequências neurobiológicas,
um dos lados, há desvio conjugado dos olhos para o cognitivas, psicológicas e sociais. Essa definição
lado oposto. Integridade das vias vestíbulo- oculares. requer pelo menos 2 crises não provocadas.
• Definição conceitual (2014): ao menos 2 crises não
IX e X – Glossofaríngeo e Vago provocadas que ocorram em um período maior de 24h.

• Deglutição, mobilidade do palato e a voz- funções • Ou uma crise não provocada ou reflexa e a
motoras probabilidade de apresentar novas crises similares

Gustação, reflexo do vomito e esternutatório- funções • com o risco de recorrência geral depois de 2 crises
não provocadas (ao menos 60%) nos próximos 10
autonômicas. anos.
• Emitir a vogal "A" para avaliar a elevação do palato • Ou a presença do diagnóstico de uma Síndrome
superior ou observar o palato do bebê quando estiver Epiléptica.
chorando.

Nathália Pascoal
• Esses conceitos permitem o diagnóstico de Epilepsia diminuem o umbral e provoca uma crise epiléptica
ainda que tenha a ocorrência de 1 só crise epiléptica. crise aguda não provocada:
• Epilepsia Resolvida: refere-se aos indivíduos que Ocorre em ausência de um evento agudo que possa
tenham uma síndrome epiléptica dependente da idade e provocar a diminuição do umbral convulsivo depois de
que tiveram sobrepassado esta idade; uma crise não provocada, a possibilidade de apresentar
um novo evento é de 40 a 52 %. a possibilidade de
• ou indivíduos sem crises pelo menos por 10 anos e se apresentar um novo episódio de crise epiléptica depois
encontram sem medicação a pelo menos 5 anos.
de 2 crises não provocadas e não febris a 4 anos é de
Crise epilética 73%.

• Termo do grego, significa ser possuído. ➢ Etiologia

• Evento transitório • GENÉTICO

• Autolimitado, com início e fim determinados, (exceto • ESTRUTURAL


no mal epiléptico)
• INFECCIOOSO
• Com sinais e sintomas claros • METABÓLICO
• Ampla variedade de expressão decorrente do início
• IMUNE
do local dos sintomas no SNC.
• DESCONHECIDO
• A sintomatologia clínica pode ser objetiva ou
subjetiva FATORES QUE PODEM DESENCADEAR CRISES
• Os sintomas cognitivos podem ser relacionados a EPILEPTICAS
percepção, atenção, memória, execução, praxia ou fala
• Mudança súbita de intensidade luminosa\
• Consiste em dois ou mais fenômenos de forma fotoestimulação: televisão, computador, videogame.
sequencial ou simultânea, resultante de
• Privação do sono
hipersincronização da atividade neuronal.
• Libação alcoólica
CRISE EPILÉPTICA:
• Febre, ansiedade, cansaço
São sinais e sintomas transitórios gerados pela
atividade neuronal anormal excessiva no cérebro. • Algumas drogas e medicamentos
CRISES FOCAIS: • Distúrbios metabólicos
Se originam dentro de redes limitadas a um hemisfério
cerebral. Podem estar discretamente localizadas ou
amplamente distribuídas. Podem ter origem também Causas
em estruturas subcorticais. • Tce
O início é consistente, com padrões de propagação que • drogas ou tóxicos
podem implicar o hemisfério ipsilateral e lóbulo
contralateral. Podem ser descritas também pela sua • avc
semiologia.
• doenças degenerativas do cérebro
Algumas características podem identificar o hemisfério
• doenças infecciosas ou parasitárias
implicado, outras permitem identificar a área descrita
do cérebro, por exemplo o lóbulo que está involucrado. • distúrbios vasculares, metabólicos ou nutricionais
CONVULSÃO – Termo popular, mas não oficial, não • tumores
faz parte do glossário da ILAE. Muito usada para
definir Crise Tônico Clônicas. • fatores genéticos

CRISE AGUDA PROVOCADA: • traumatismos de parto

Ocorre por um insulto agudo ao cérebro ou uma • malformações cerebrais


desordem sistêmica, que de maneira temporal

Nathália Pascoal
Para ocasionar a geração de crises são necessários: o EPILEPSIA FARMACORRESISTENTE OU
desequilíbrio entre excitação e inibição do cérebro REFRATÁRIA:
relacionado ao disparo neuronal e descargas excessivas
- Epilepsias onde não há controle das crises com
de potencial de ação;
fármacos.
O descontrole de potencial da membrana neuronal e a
- Para definir uma epilepsia refratária deve-se cumprir
sincronização de células nervosas.
com vários critérios: diagnostico de certeza de
UMA ÚNICA CRISE NÃO DEFINE EPILEPSIA epilepsia, persistência das crises apesar do uso correto
e doses adequadas de 2 ou mais fármacos,
Toda convulsão é uma crise epiléptica?
- A condição de refratariedade é um processo
• Toda convulsão é uma crise epiléptica, mas além da
dinâmico, há casos que apresentam desde o início e
convulsão existem várias formas de crises epilépticas
outros tem uma evolução remitente recorrente.
• Crise de ausência: exemplo de crise epiléptica não
convulsiva.
Crises Focais
- Com ou sem consciência/motoras e cognitivas
CRISE EPILÉPTICA REFLEXA: São desencadeadas
por algum estímulo. Ex: Estímulos fóticos. - Sensitiva/ emocional/ afetiva
• Exemplos de crise epiléptica reflexa: epilepsia
fotosensitiva, epilepsia da leitura e epilepsia por água
Crises generalizadas
quente.
Motoras
• tônico
SINDROME ELETROCLÍNICO: Entidades clínicas
que se identificam por características eletroclinicas • Perda da consciência com contrações tônicas
específicas. generalizadas.
• duram menos de 2 minutos seguidos de um período
pós ictal com confusão
ENCEFALOPATIA EPILEPTICA: Termo que se
refere a várias síndromes nos quais a atividade > clônicas
epiléptica contribui a graves deficiências na cognição e
conduta, que não se explica só pela patologia • Perda da consciência, as vezes com a emissão de um
subjacente podendo haver exacerbação com a grito, seguida de contrações tônicas das 4 extremidades
progressão da doença. Ex: Síndrome de Lennox- durante alguns segundos e posteriormente com
Gastaut e Síndrome de West. contrações clônicas generalizadas simétrica ou
assimétrica.
• podem ou não ser acompanhadas de cianose,
ESTADO DE MAL EPILÉPTICO (EME): respiração estertorosa, sialorreia, midríase e
Caracterizada por crises convulsivas prolongadas com incontinência urinária.
duração maior que 5 minutos ou duas ou mais crises
sem recuperação completa da consciência entre elas, • duram de 2 a 3 minutos com um estado pós ictal onde
sendo uma emergência médica devido ao risco o paciente pode ter cefaleia, confusão, sono e dor
crescente de lesão cerebral e mortalidade que varia corporal generalizado.
entre 3 e 35% conforme o tempo de duração da crise, > mioclônicas
da idade do paciente e da etiologia.
• Contrações muito breves de grupos musculares, as
vezes generalizadas, de tal forma que pode fazer cair o
Síndromes epiléticas: Sinais e sintomas que podem ser paciente.
clínicos (história, idade de início, tipos de crises e > mioclônica- tônico -clônicas
modo de manietação destas). Achados de exames
complementares (EEG, Estudos de imagem), > miclônica-atônica
mecanismos fisiopatológicos e bases genéticas
definem uma síndrome epiléptica.

Nathália Pascoal
• Perda momentânea da consciência com queda súbita, Distúrbios paroxísticos em crianças com menos de 2
as vezes somente queda da cabeça (lenox anos de idade
Gastauld\dropp atacks)
> atônica
• Convulsões, especialmente convulsões febris são as
> espasmos epilépticos principais causas de distúrbios paroxísticos, porém
apneia e os ataques de perda de fôlego são
> outras relativamente comuns.
• História sequencial
Não motoras (ausência) • Vídeo caseiro
> típicas
• EEG
• Desconexão do meio por poucos segundos durante os
quais, o paciente se vê com o olhar perdido.
Crise convulsiva neonatal
• Pode apresentar-se ausência simples ou acompanhar-
se de fenômenos clônicos leves (parpadeio),
automatismos (deglutir ou realizar movimentos dos
• As convulsões são os principais distúrbios
lábios), fenômenos atônicos (queda da cabeça),
paroxísticos dos neonatos
fenômenos tônicos (contração dos músculos do
tronco), fenômenos autonômicos (ex: palidez, rubor, • As convulsões não controladas podem contribuir para
piloereção). a lesão cerebral adicional.
• Não há período pós ictal e o paciente recupera • A glicose cerebral diminui durante as convulsões
bruscamente seu estado de alerta total. prolongadas e a liberação de aminoácidos excitatórios
interfere na síntese de DNA
> atípicas
• As convulsões identificadas pelo EEG que ocorram
• Desconexão do meio mais prolongada que na
sem movimentos no neonato paralisado para a
Ausência típica frequentemente acompanhada de
assistência respiratória são importantes para o
fenômenos tônicos e recuperação lenta até o alerta
tratamento (PA elevado\FC elevado\ SAT 02 baixa
total. Ex: Lennox Gastault
• Prognóstico melhor no neonato a termo que
> mioclônicas
prematuro.
> mioclônicas-palpebrais
• A etiologia das convulsões é o determinante primário
do prognóstico.
Características dos espasmos epiléticos
Padrões das convulsões nos neonatos
• Um espasmo epiléptico é uma flexão súbita, extensão
ou flexo extensão mista dos músculos proximais e
• Abalo mioclônico
axiais.
• Apneia com enrijecimento tônico do corpo
• Dura de 1 a 2 segundos, mas tempo que uma crise
mioclônica, mas não tanto quanto uma crise tônica • Desvio tônico dos olhos para cima ou para um lado
(que dura mais de 2 segundos)
• Enrijecimento tônico do corpo
• Ocorrem salvas, com predomínio ao despertar.
• Movimentos clônicos focais de um membro ou de
• Podem ser simétricos bilaterais, assimétricos ou ambos os membros de um lado
unilaterais
• Movimentos clônicos multifocais dos membros
• Origem incerto focal ou generalizado.
• Riso paroxístico

Nathália Pascoal
Movimentos que parecem com as convulsões Crise convulsiva febril
neonatais

• Apenas 2% das crianças, cuja primeira convulsão


• Apneia não convulsiva está associada a febre, terão convulsões não febris
(epilepsia) aos 7 anos de idade
• Mioclonia noturna benigna
• O preditor mais importante de epilepsia subsequente
• Mioclonia patológica é um estado neurológico ou do desenvolvimento
• Movimento normal anormal

• Opistótono • As convulsões febris simples são familiares


transmitidas por herança autossômica dominante com
• Tremores estímulo dependentes uma penetrância incompleta.
• Mais de 3 convulsões febris não são usuais, e a
Tratamento das convulsões neonatais criança pode apresentar convulsões não febris
posteriormente
• Peça um EEG de todo lactente que não esteja
- Levetiracetam neurologicamente normal ou que tenha história
familiar de epilepsia.
- Oxcarbazepina
- Fenobarbital
Profilaxia se:

CNEP
• Convulsões febris complexas nas crianças com
déficits neurológicos
• Epilepsia- diagnóstico clínico
• História Familiar de Epilepsia ou de convulsões
- Conhecimento das manifestações clínicas das CE e febris recorrentes.
dos outros sinais clínicos característicos das diferentes
• Status epilepticus febril
síndromes epilépticas.
• Convulsões febris com uma frequência maior que
• EEG- 1°- exame positivo- 50 % dos casos 4 exames-
uma em 15 minutos.
90 % positivos 10% - Não apresentam alteração
eletroencefalográfica 2%- descargas epilépticas na pop
normal.
O que fazer?
• Qualquer evento paroxístico de descargas epilépticas
cerebrais, e que tenha sido confundido ou
eventualmente tratado como CE. • Voltar a cabeça do paciente para o lado, se possível
- CNEF - origem fisiogênica com uma almofada ou travesseiro

Diagnóstico Diferencial- sincopes cardiovasculares, • Não colocar a mão dentro da boca do paciente para
hipoglicemias, parassonias, movimentos involuntários. puxar a língua

- CNEP- ou psicogênica-+ frequentes- 5 a 30% dos • Levar ao hospital com tranquilidade


atendimentos em ambulatórios de Epilepsia e em 20 a • Se crise durar mais de 5minutos, levar imediatamente
60% nos centros de epilepsia de difícil controle. ao hospital.
- Principal problema de diagnóstico diferencial com
Epilepsia
O estado de mal epiléptico (EME/convulsivo
- VEEG e avaliação psiquiátrica concomitante- CID 10 generalizado e o não convulsivo são uma emergência
F44.5-convulsões dissociativas, do grupo de médica e neurológica definida como atividade
transtornos de conversão (dissociativos). convulsiva contínua ou convulsões repetitivas com

Nathália Pascoal
duração igual ou superior a 5 minutos com recuperação
da consciência sem intervenção.
Geralmente, o EME é definido por episódios com
duração igual ou superior a 30 minutos; no entanto,
esse período foi reduzido a 5 minutos para enfatizar a
gravidade da condição e a necessidade de tratar com
urgência.

Nathália Pascoal

Você também pode gostar