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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CURSO DE FISIOTERAPIA

Exames de função muscular e do


desenvolvimento psicomotor
Profª.: Wilza Leite

Macapá – AP
2023
 Compreender o exame de função muscular pediátrico.

OBJETIVO DA AULA Aula teórico-prática


MOVIMENTOS DA CABEÇA
MOVIMENTOS DA CABEÇA Posição do lactente: Em DV com as extremidades
superiores de forma a permitir o apoio nos antebraços.
EXTENSÃO DO PESCOÇO
Ação do examinador: Oferecer um estímulo auditivo
ou visual (nome do bebê ou um brinquedo musical).

Ação do lactente:
Do nascimento aos 3 meses: O bebê levanta a
cabeça. O recém-nascido pode desobstruir a face virando
a cabeça ou pode balançar a cabeça. Um rolo pode ser
usado para proporcionar apoio debaixo dos braços. Aos
três meses, o lactente estará estendendo ativamente a
cabeça além de 45°.

4 a 6 meses: Levanta a cabeça até, pelo menos, 90° e


se mantém nessa posição.

7 aos 9 meses: Levantam a cabeça além de 90°.


MOVIMENTOS DA CABEÇA Resistência:
Para os graus 5 ou 4, exercer uma pressão delicada
EXTENSÃO DO PESCOÇO sobre a parte posterior da cabeça do lactente
enquanto se continua com o estímulo auditivo ou visual.

Para o grau 2: O lactente estende a cabeça através da


ADM parcial. O examinador deve considerar a
variação esperada para as diferentes idades.

Para os graus 1 e 0: Com o bebê em decúbito ventral e


a face virada para baixo, golpear os músculos
cervicais posteriores e observar se ocorre alguma
contração, ou levantar a cabeça ligeiramente
afastando-a da superfície e palpar para identificar
uma possível contração dos músculos cervicais
posteriores, enquanto se permite que a cabeça caia
por 5° na mão do examinador.

Outras posições: Suspensão horizontal.


MOVIMENTOS DA CABEÇA
FLEXÃO DO PESCOÇO (PARA A FRENTE) Posição do lactente: Decúbito dorsal com as mãos
do examinador segurando seus punhos e suas mãos.

Ação do examinador: Colocar o lactente sentado


enquanto se oferece um estímulo auditivo ou visual.

Ação do lactente:
Do nascimento aos 3 meses: Mantém-se a cabeça
do lactente atrás do corpo até ser alcançada a posição
sentada. O lactente mantém momentaneamente a
cabeça na vertical quando sentado.
4 a 5 meses: O lactente dobra o queixo e mantém a
cabeça em linha com o corpo.
6 a 7 meses: O lactente projeta a cabeça adiante da
linha do corpo.
MOVIMENTOS DA CABEÇA Resistência:
FLEXÃO DO PESCOÇO (PARA A FRENTE) Para os graus 5 ou 4, exercer uma pressão para trás,
sobre a fronte do lactente, enquanto se continua com o
estímulo auditivo ou visual. O examinador poderá ser
capaz de segurar ambos os braços do lactente com
uma mão e aplicará resistência com a outra, ou então a
resistência pode ser aplicada por um assistente.

Para o grau 2: O lactente flexiona a cabeça através da


amplitude parcial de movimento. Antes dos 6 meses
poderá ser difícil determinar quando se pode esperar
uma amplitude plena a partir da posição supina.

Para os graus 1 e 0: Com o lactente em decúbito dorsal,


levantar a cabeça ligeiramente, afastando-a da
superfície, e palpar para identificar uma possível
contração dos músculos cervicais anteriores, enquanto
se permite que a cabeça caia por 5° na mão do
examinador.
MOVIMENTOS DA CABEÇA
FLEXÃO DO PESCOÇO (LATERAL) Posição do lactente: O lactente é mantido
verticalmente, com as mãos do examinador ao
redor do tronco e sem apoio para a cabeça.

Ação do examinador: Inclinar o lactente


lateralmente por 5 a 10° (ou por uma distância
maior para lactentes mais crescidos) enquanto se
oferece um estímulo auditivo ou visual.

Ação do lactente:
Do nascimento aos 3 meses: O lactente
evita que a cabeça caia para os lados.
4 meses: O lactente corrige a cabeça de
forma que a face fica na vertical.
MOVIMENTOS DA CABEÇA
FLEXÃO DO PESCOÇO (LATERAL)

Resistência:
Para os graus 5 ou 4, empurrar a cabeça lateralmente na direção da inclinação. É
necessário um assistente para aplicar a resistência enquanto o examinador mantém o
apoio ao redor do tronco.

Para o grau 2: O lactente flexiona lateralmente a cabeça através da amplitude


parcial de movimento. Antes dos 4 meses poderá ser difícil determinar quando se
pode esperar uma amplitude plena.

Para os graus 1 e 0: Com o lactente em decúbito lateral, levantar a cabeça


ligeiramente, afastando-a da superfície, e palpar para identificar uma possível
contração dos músculos cervicais laterais, enquanto se permite que a cabeça caia
por 5° na mão do examinador.
MOVIMENTOS DO TRONCO
4 a 6 meses: Os músculos abdominais ajudam a
MOVIMENTOS DO TRONCO projetar o corpo para a frente. Se os estabilizadores
FLEXÃO DO TRONCO vertebrais cervicais e os abdominais forem ativos, o
esternocleidomastóideo flexionará a cabeça. Se
inativos, o esternocleidomastóideo estenderá a cabeça
durante a condução para a posição sentada. Haverá
flexão dos quadris e joelhos.
Posição do lactente: Decúbito dorsal com as mãos
do examinador segurando seus punhos e suas mãos.
7 a 12 meses: Os músculos abdominais se
contraem a fim de projetar o lactente para a frente.
Ação do examinador: Conduzir o lactente para Os quadris se flexionam e os joelhos se estendem,
colocá-lo sentado enquanto se oferece um estímulo alongando os músculos isquiotibiais e colocando o
auditivo ou visual. lactente na posição sentada.

Ação do lactente:
Do nascimento aos 3 meses: Os músculos
abdominais não participam durante os primeiros 2
meses. A partir de aproximadamente 3 meses, os
músculos abdominais e flexores do quadril tornam-
se ativos e proporcionam estabilidade ao tórax.
MOVIMENTOS DO TRONCO
FLEXÃO DO TRONCO
Resistência:
Para os graus 5 e 4, empurrar com delicadeza para trás, através Outras posições: Decúbito dorsal.
do tórax do lactente, enquanto se mantém um estímulo auditivo ou
visual. É necessário um assistente para aplicar a resistência enquanto
o examinador segura os punhos e as mãos.

Para o grau 2: O lactente é incapaz de ajudar através da


amplitude plena de movimento para alcançar a posição sentada,
ou então os quadris não se flexionam através da amplitude plena.

Para os graus 1 e 0: Com o lactente em decúbito dorsal, segurar seus


dois punhos com uma única mão. Conduzir o lactente para colocá-lo
sentado enquanto se realiza a palpação para identificar as
contrações abdominais, ou então levantar a cabeça e os ombros
do lactente afastando-os da superfície e realizar a palpação para
uma possível contração, enquanto se permite que o tronco caía por
5 a 10° na mão do examinador.
MOVIMENTOS DO TRONCO
EXTENSÃO DO TRONCO
Posição do lactente: O lactente é mantido horizontalmente
no espaço, com as mãos do examinador apoiando-o debaixo
do tórax ou do abdome.

Ação do examinador: Estímulo auditivo ou visual.

Ação do lactente:
4 a 6 meses: Levanta a cabeça e a parte superior do tronco
em extensão acima do plano do resto do corpo. As pernas
estão em linha com o corpo. A extensão do tronco pode ser
observada em um lactente com 5 meses de idade.
7 a 9 meses: Levanta todo o tronco em extensão e coloca
as pernas estendidas acima do plano do tronco.
MOVIMENTOS DO TRONCO
EXTENSÃO DO TRONCO

Resistência:
Exercer uma leve pressão para baixo, sobre a parte superior ou inferior do tronco do
lactente, enquanto se prossegue com o estímulo auditivo ou visual e com o apoio debaixo do
abdome.

Para o grau 2: O lactente estende o tronco através de uma amplitude parcial de movimento.

Para os graus 1 e 0: Com o lactente em decúbito ventral, golpear a parte superior do tronco
e observar se ocorre alguma contração. Levantar as extremidades inferiores e a pelve
afastando-as da superfície e realizar a palpação para possíveis contrações das nádegas,
enquanto as pernas são abaixadas por uma pequena distância.
7 a 9 meses: O controle abdominal (e pélvico)
MOVIMENTOS DO TRONCO em flexão e extensão é muito ativo. O lactente
EXTENSÃO E FLEXÃO DO TRONCO consegue sentar-se independentemente e será capaz
de ajustar-se aos desvios do peso que ocorrem como
resultado dos movimentos da cabeça e dos braços. A
pelve pode ser mantida na posição neutra.

Posição do lactente: O lactente fica sentado.


Ação do examinador: Estímulo auditivo ou visual.

Ação do lactente:
6 meses: Possui suficiente atividade abdominal (e dos
extensores vertebrais) no plano sagital (flexão e
extensão) para sentar-se independentemente por pelo
menos 1 minuto. O bebê carece de atividade suficiente
do tronco nos planos transversal e frontal e cairá
frequentemente, com desvios do peso para essas direções.
Resistência:
MOVIMENTOS DO TRONCO Para os graus 5 e 4, empurrar o lactente com
EXTENSÃO E FLEXÃO DO TRONCO delicadeza, para trás ou para a frente, aos 6
meses. Dos 7 meses em diante, o lactente
consegue responder à resistência aplicada em
todos os planos. A resistência é mínima durante o
7° mês e poderá aumentar à medida que se
obtém o controle pleno aos 9 meses.

Para o grau 2: O lactente fica sentado com uma


inclinação anterior.

Para os graus 1 e 0: Apoiar o lactente na posição


sentada e realizar a palpação para possíveis
contrações dos músculos abdominais e
extensores do tronco.

Outras posições: Posição de quatro apoios.


MOVIMENTOS DO TRONCO 6 meses: O lactente desliza da posição
supina para o decúbito ventral utilizando a
ROTAÇÃO DO TRONCO rotação do tronco.

Posição do lactente: Decúbito dorsal. 8 a 9 meses: O lactente desliza da posição


Ação do examinador: Utilizar um estímulo auditivo supina para o decúbito ventral utilizando
ou visual acima e ao lado da cabeça do lactente. dissociação. O ombro roda em uma direção e
o quadril roda na outra direção.

Ação do lactente:
4 meses: O lactente desliza de uma posição supina
para o decúbito lateral utilizando uma postura fletida
com ambos os quadris e joelhos em flexão.

5 meses: O lactente desliza da posição supina para o


decúbito lateral utilizando a rotação do tronco e a
separação das pernas.
MOVIMENTOS DO TRONCO
ROTAÇÃO DO TRONCO
Resistência:
Para os graus 5 e 4, empurrar o lactente com
delicadeza de volta para a posição de bruços.

Para o grau 2: O lactente movimenta-se através de


uma amplitude parcial de movimento na tentativa de
assumir a posição sentada.

Para o grau 1: O lactente tenta rodar o tronco para


cima a partir de uma posição de bruços.

Outras posições: Rotação para a posição sentada.


MOVIMENTOS DAS EXTREMIDADES SUPERIORES
MOVIMENTOS DAS EXTREMIDADES SUPERIORES
FLEXÃO DO OMBRO

Posição do lactente: Decúbito dorsal, com o examinador


Outras posições: Decúbito dorsal com o
oferecendo-lhe um brinquedo acima da cabeça.
examinador oferecendo-lhe suas mãos.
Ação do examinador: Encorajar a alcançar o brinquedo. Posição sentada.

Ação do lactente:
6 meses: Consegue alcançar um nível acima da cabeça
utilizando a flexão do ombro e a extensão do cotovelo.

Resistência:
Para os graus 5 e 4, empurrar com delicadeza os braços
para baixo na direção da superfície e em extensão do
ombro.
Para o grau 2: Incapaz de colocar os braços em 90° de
flexão do ombro.
Para o grau 1: Observar tentativas de levantar os braços.
MOVIMENTOS DAS EXTREMIDADES Resistência:
SUPERIORES Para os graus 5 e 4, exercer uma pressão
EXTENSÃO DO COTOVELO delicada sobre a cintura escapular, levando
em conta a quantidade de extensão do
cotovelo que possa existir. Os braços podem
Posição do lactente: Decúbito ventral com o
ser colocados com delicadeza em flexão do
braços para a frente, para conseguir apoio.
cotovelo.
Ação do examinador: Estímulo auditivo ou
visual. Para o grau 2: O lactente será incapaz de
movimentar-se através da amplitude
Ação do lactente: esperada de extensão do cotovelo. O lactente
Do nascimento aos 3 meses: Capacidade cada poderia ser colocado sobre os braços apoiados
vez maior de levantar-se por meio dos braços e para determinar se é capaz de manter essa
apoiar-se nos cotovelos. posição momentaneamente.
6 meses: Levanta-se com apoio nos braços
plenamente estendidos. Para o grau 1: O examinador deve palpar para
identificar possíveis esforços de extensão.

Outras posições: Posição sentada.


MOVIMENTOS DAS EXTREMIDADES INFERIORES
MOVIMENTOS DAS EXTREMIDADES INFERIORES
FLEXÃO DO QUADRIL E DO JOELHO 7 a 9 meses: Adota e deixa de
adotar a flexão dos quadris e dos
joelhos quando se encontra na fase de
transição da posição de decúbito ventral
Posição do lactente: Decúbito dorsal.
para a sentada e da posição sentada
Ação do examinador: Observar os movimentos para a de decúbito ventral.
espontâneos. Coçar ou golpear os pés para estimular o
movimento.
12 meses: Ajoelha-se com flexão
dos quadris e joelhos e com os quadris
Ação do lactente: alinhados debaixo dos ombros.
Do nascimento aos 3 meses: O recém-nascido mantém
os quadris e os joelhos em flexão, com os pés apoiados sobre
a superfície e os joelhos e as coxas permanecendo no ar. Aos 3
meses, ocorre a extensão ativa, simétrica e recíproca.
4 a 6 meses: Flexiona os quadris e os joelhos e traz os pés
até a boca para brincar.
MOVIMENTOS DAS EXTREMIDADES
INFERIORES Resistência:
FLEXÃO DO QUADRIL E DO JOELHO Para os graus 5 e 4, aplicar resistência
para a flexão do quadril e do joelho nas
várias posições e movimentos
apropriados para a idade do lactente.

Para o grau 2: Exibe somente flexão


parcial do quadril e do joelho nas várias
posições e movimentos.

Para o grau 1: O examinador


palpa/observa tentativas de contração
dos flexores do quadril e do joelho.

Outras posições: Decúbito ventral.


MOVIMENTOS DAS EXTREMIDADES INFERIORES
EXTENSÃO DO QUADRIL E DO JOELHO

Posição do lactente: Decúbito ventral ou em suspensão horizontal,


com as mãos do examinador sustentando o lactente debaixo do tórax ou
do abdome.
Ação do examinador: Observar os movimentos espontâneos ou
coçar/golpear a região lombossacra ou as pernas para estimular o
movimento.

Ação do lactente:
4 a 6 meses: Estende as pernas, afastando-as da superfície. Aos 5
meses, o lactente balança na posição de bruços.
7 a 9 meses: Estende as pernas durante a suspensão horizontal.
12 meses: Ajoelha-se com os quadris estendidos e joelhos fletidos e
com os quadris alinhados debaixo dos ombros.
MOVIMENTOS DAS EXTREMIDADES Resistência:
INFERIORES Para os graus 5 e 4, empurrar com
EXTENSÃO DO QUADRIL E DO JOELHO delicadeza para baixo através da perna
estendida ou tentar flexionar a perna.

Para o grau 2: Exibe apenas extensão


parcial do quadril e do joelho nas várias
posições e movimentos.

Para o grau 1: O examinador palpa ou


observa para tentativas de contração
dos extensores do quadril e do joelho.

Outras posições: Posição ereta. Postura


ereta independente.
REFERÊNCIA

REESE, N. B. Testes de função muscular e


sensorial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan
S.A, 2000.

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