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CONSULTA GINECOLÓGICA
consulta
Oligomenorreia: sangramento pouco frequentes que podem cursar com pouco sangramento ou com
sangramentos abundantes.
o A oligomenorreia é diferente da amenorreia. Na oligomenorreia geralmente a paciente se queixa de um
ciclo bagunçado mais atrasado.
A amenorreia pode ser primária ou secundária.
o Amenorreia primária: por exemplo, paciente que nunca menstruou. No caso dessa paciente é importante
observar se ela tem caracteres secundários ou não. Se ela tiver, se espera até os 16 anos para ver se ela
não irá menstruar. Caso ela não tenha, começa-se a investigar antes, pois existem patologias/alterações
embriológicas, que serão suspeitas quando a paciente não tem desenvolvimento de caracteres sexuais
secundários ou se ela tem e não menstruou até os 16 anos.
o Amenorreia secundária: acontece na pessoa que já menstruou alguma vez na vida. Por exemplo, gravidez,
então, SEMPRE PEDIR BETA-HCG. Outras causas são DIU (causa iatrogênica), SOP, menopausa, problemas
de hipogonadismo, problemas centrais, tireoidopatias.
O ovário não para de funcionar, ele tem uma redução da produção de esteroide sexual após a menopausa, mas
ele está em constante atividade. Quando ainda somos embriões temos células germinativas que estão em
constante crescimento, os ovócitos apenas maturam com a presença das gonadotrofinas depois da menarca, mas
a primeira fase de crescimento das células germinativas não depende de gonadotrofina. Então, ter um ovário com
padrão diferente com várias células na parte mais externa do ovário, nem sempre significa que a paciente tem
uma síndrome de ovário policístico. Quando estamos dentro da barriga da mãe terão milhões de células
germinativas que entram em processo de atresia naturalmente, então muitos morrem. Quando a menina nasce
até a puberdade, ela tem em torno de 300 – 450 mil células germinativas e apenas depois que há a maturação do
eixo hipotálamo-hipófiseovário é que essas células vão evoluir para folículos secundários e a mulher vai passar a
ovular. Então tudo o que ocorre na vida da mulher pode interferir nisso. Após a menarca, a menina pode ter uma
oligomenorreia normal que é por conta da imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário.
Uma menina que evolui com tudo normal perto dos 11 anos vai começar a ter pulsos de GnR. Esse hormônio é
liberado de forma pulsátil, ele precisa ter uma amplitude adequada para estimular todo o resto do eixo. Ele
estimula então a produção de FSH e LH. O FSH estimula a maturação do folículo no ovário. Lembrando que a
primeira parte de maturação do folículo da célula germinativa não depende de gonadotrofinas. Ocorre o
mecanismo da dupla célula ovariana, começa a produzir estradiol. O estradiol faz feedback negativo para diminuir
a liberação de FSH, mas ele faz feedback positivo para o LH.
o (Ter ovário policístico no ultrassom não é critério diagnóstico para SOP)
relembrar
oligomenorreia
FISIOPATOLOGIA
MULTIFATORIAL
ASPECTO POLICÍSTICO
HIPERANDROGENISMO
ESCALA DE FERRIMAN-GALLWEY
Objetiva avaliar a presença e distribuição de pelos corporais a partir de sua topografia e pigmentação. Esta aferição é
feita por meio do escore modificado de Ferriman-Gallwey (FGm), que é utilizado tanto para avaliação inicial das
pacientes como para a evolução clínica (2, 11). Considera- se hirsutismo um escore de FGm maior ou igual a 8, embora
este valor possa diferir na literatura, já que existem diferenças étnicas importantes entre as populações femininas.
Com o ambiente bem iluminado, de preferência por luz natural, e a paciente adequadamente despida (uso de jaleco
e roupa íntima), procede-se à identificação dos pelos em áreas sensíveis aos androgênios. De acordo com a distribuição
dos mesmos, é obtido um escore que irá definir a intensidade do hirsutismo:
Diagnóstico diferencial
SOP não causa aumento de clitóris nem modificação de voz – pensa-se em anabolizantes
Avaliação laboratorial
Exames adicionais
tratamento
MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA = DIETA E ATIVIDADE FÍSICA
amenorreia secundária
amenorreia secundária
Definição:
o Ausência de menstruação em mulheres que menstruavam anteriormente, por, no mínimo, 6 meses (ciclos
irregulares) ou 3 ciclos consecutivos (ciclos regulares);
Das mulheres que não estão grávidas:
o 40% apresentam alterações ovarianas; o 20% alterações hipofisárias
o 35% disfunção hipotalâmica; o 5%, patologias uterinas
Todas as mulheres que buscam atendimento devido à amenorreia secundária deveriam iniciar investigação ou, no
mínimo, receber orientações adequadas, inclusive antes de decorridos 6 meses de ausência de menstruação.
PRIMEIRO PASSO: afastar a hipótese de gestação - história + exame físico (investigar estresse, perda de peso,
exercício extenuante, hiperandrogenismo, peso excessivo, etc)
SEGUNDO PASSO: Além de β -hCG, deve-se solicitar PRL (para excluir hiperprolactinemia), FSH (para excluir
falência ovariana) e tireotrofina (TSH) (para doenças tireoidianas). Se houver sinais de hiperandrogenismo,
também devem ser solicitados sulfato de desidroepiandrosterona (SDHEA), 17-hidroxiprogesterona (17-OHP) e
testosterona. Concomitantemente, pode-se realizar o teste da progesterona, que verifica, além da patência do
trato genital, a presença de estrogênio suficiente circulante
TERCEIRO PASSO: Conforme resultados dos exames, as primeiras conclusões são:
o PRL elevada – O nível de PRL pode estar transitoriamente aumentado devido ao estresse ou à alimentação.
Portanto, recomenda-se seguir a abordagem apropriada da hiperprolactinemia;
o TSH diminuída ou aumentada – Seguir investigação e tratamento para doenças da tireoide (hipertireoidismo e
hipotireodismo);
o FSH aumentado – Quando há hipoestrinismo, indica hipogonadismo hipergonadotrófico – isto é, falência
ovariana prematura (ou disgenesia gonadal nas amenorreias primárias). O cariótipo deve ser considerado em
pacientes com menos de 30 anos, e deve-se procurar causas autoimunes; Duas dosagens de FHS >40mUI/ml
com intervalo mínimo de 1 mês, sem uso de ACO
o FSH diminuído ou normal – Pode ser indicativo de hipogonadismo hipogonadotrófico. O teste da progesterona
é uma boa conduta se não tiver sido realizado no segundo tempo da investigação;
o Teste da progesterona positivo – As etiologias prováveis após prova de progesterona positiva são SOP,
interferência de medicamentos, perda de peso, estresse, exercícios físicos moderados a intensos ou disfunção
hipotálamo-hipófise autolimitada sem causa específica;
o Teste da progesterona negativo – Quando não ocorre sangramento de privação, é importante revisar a
anamnese da paciente em busca de história de infecção ou manipulação uterina, principalmente
instrumentada. Caso não haja essa possibilidade, passa-se diretamente ao “quinto tempo” da investigação.
Caso a história seja indicativa ou suspeita de alteração ou manipulação uterina, pode-se passar ao “quarto
tempo” da avaliação.
QUARTO TEMPO: Diante de uma prova de progesterona negativa e já excluídas as outras causas de amenorreia,
pode-se realizar o teste de estrogênio + progestogênio, o qual servirá para determinar se o fluxo menstrual é
ausente por inoperância dos órgãos-alvo ou por ausência de proliferação endometrial induzida pelo estrogênio.
QUINTO TEMPO: A obtenção de exames de neuroimagem nesse tempo é indicada, pois várias lesões orgânicas no
crânio podem causar disfunção no hipotálamo ou na hipófise. Quando diagnosticadas essas lesões, o principal
foco da atenção médica volta-se ao seu tratamento, sendo o retorno da menstruação geralmente uma
consequência natural.
IMC
USO DE MEDICAMENTOS
O uso de medicamentos que podem estar associados à amenorreia deve ser investigado: recente iniciação ou
descontinuação de contraceptivos orais, uso prolongado de contraceptivos de baixa dosagem, fármacos
androgênicos, como danazol, e progestogênios em alta dose, fármacos que podem cursar com aumento da
prolactina (PRL) sérica (metoclopramida, antipsicóticos, ranitidina, etc)
Vários medicamentos de uso comum podem agir no hipotálamo, depletando a circulação da dopamina (inibidor
da secreção da PRL) ou ocupando seus receptores, resultando em hiperprolactinemia: fenotiazinas,
antidepressivos tricíclicos, opioides, benzodiazepínicos, haloperidol, hormônios femininos, metildopa, verapamil,
metoclopramida, sulpirida, cimetidina, etc.
FOP
Os ovários podem deixar de produzir estrogênio suficiente para o crescimento endometrial como resultado de
irradiação gonadal, quimioterapia sistêmica, infecção (p. ex., abscesso tubo-ovariano), alterações no seu
suprimento sanguíneo (p. ex., após cirurgia pélvica, miomectomia) ou depleção de folículos (p. ex., após
cistectomias bilaterais, cauterizações ovarianas). A amenorreia secundária resultante pode surgir em períodos de
tempo variáveis após esses eventos. Quando os ovários deixam de produzir estrogênios antes dos 40 anos de
idade, acontece falência ovariana prematura (FOP).
Com frequência, a FOP é transitória ou passa por um período variável de transição antes de o ovário entrar em
falência permanente e levar à menopausa precoce.
Pode ser idiopática, associada a alterações genéticas/cromossômicas ou distúrbios autoimunes
A ocorrência de alguns sintomas de deficiência estrogênica, como fogachos, secura vaginal, diminuição da libido
e alterações no sono, pode estar associada a estágios iniciais de falência ovariana
TESTE DE PROGESTERONA
Verificar a patência do trato genital e a presença do estrogênio
Administra-se 5 a 10mg de acetato de medroxiprogesterona durante A prova de progesterona é uma maneira
7 a 10 dias. Decorridos 2 a 7 dias do fim da administração, se ocorrer indireta e clássica de determinar se há
hemorragia de privação, o teste será considerado positivo, e é estrogênio suficiente para produzir
possível concluir que:
proliferação endometrial. Hoje, entretanto,
o O trato genital é competente;
coma grande disponibilidade dos ensaios
o O endométrio prolifera-se em resposta aos estrogênios
circulantes; para estradiol sérico, o teste de
o O ovário secreta estrogênios, que apresentam níveis séricos progesterona pode ter pouco valor, visto
normais (maiores que 40 pg/mL); que uma coleta única pode aferir
o Hipófise e hipotálamo atuam conjunta e adequadamente, concomitantemente os níveis basais de
estimulando a secreção ovariana. vários outros hormônios e ser rapidamente
Anovulação – quando o teste é positivo (se der progesterona e ela elucidativa. O teste é válido, sim, no sentido
sangrar, significa que é esse hormônio que está faltando) – ou seja, de reafirmar à mulher que ela tem condições
um teste de progesterona positivo diagnostica como anovulação a de menstruar novamente, que a secreção de
causa da amenorreia. estrogênio não é marcadamente reduzida
Caso não ocorra hemorragia de privação, o teste é considerado (geralmente maior que 40 pg/mL) e que a
negativo. Isso acontece por algum dos seguintes motivos: Gestação; causa da amenorreia provavelmente é uma
Obstrução nas vias de drenagem ou ausência de útero; Inexistência
disfunção hormonal de mais fácil resolução.
de endométrio ou ausência de receptores endometriais para
estrogênio (amenorreia primária); Ausência de atividade estrogênica (hipogonadismo, em que os níveis de
estradiol são menores que 30 pg/mL).
SÍNDROME DE ASHERMAN:
o Traumatismo uterino, sinéquias uterinas;
o Única causa uterina de amenorreia secundária
o Curetagem, cesariana, miomectomia, ablação endometrial, embolia de artéria uterina, histerosocopia,
infecção intrauterinas.
Estenose cervical: hematométrio.
SÍNDROME DE SHEEHAN:
o Infarto agudo e necrose isquêmica da hipófise resultante da hemorragia pós-parto e de hipotensão
hipovolêmica;
o Sintoma clássico: falha na lactação pós-parto;
o Reposição de todos os hormônios periféricos dependentes da hipófise: corticoides, tireoidianos e esteroides
sexuais
▪ Repor com prednisona, levotiroxina e estrogênios e progestagênios, respectivamente
o As células hipofisárias podem ser lesionadas ou necrosadas em virtude de anoxia, trombose, doença autoimune
ou hemorragia. Quando isso ocorre após episódio hipotensivo da gravidez ou puerpério, chama-se síndrome de
Sheehan; quando não é relacionado à gravidez, denomina-se doença de Simmonds. Como pode ocorrer lesão
de toda a glândula, o pan-hipopituitarismo é possível, tendo como resultados a redução de outros hormônios
(adrenocorticotrofina/ACTH e TSH, além de FSH e LH) e o desenvolvimento de suas respectivas patologias
ADENOMAS HIPOFISÁRIOS;
CAUSAS HIPOTALÂMICAS:
o Extremos de estresse físico, nutricional e emocional;
▪ O estresse físico (bem como o emocional) aumenta os níveis sistêmicos de β -endorfinas e de
catecolestrogênio, que interferem em substâncias inibidoras do hipotálamo. Dessa forma, é frequente a
ocorrência de amenorreia em atletas e em mulheres que enfrentaram situações muito estressantes.
o Amenorreia pós-pílula;
o Pseudociese;
o Tumores hipotalâmicos;
o Doenças sistêmicas graves: diminuição na secreção de GnRH hipotalâmico e/ou quando está associada a
deficiências nutricionais (câncer, DM1, doença celíaca).
o Lesões anatômicas no tronco encefálico e no hipotálamo -como craniofaringeomas, doença granulomatosa
(tuberculose, sarcoidose) e sequela de encefalite- podem produzir tanto a amenorreia primária (por
interferirem na secreção de GnRH) quanto amenorreia secundária. Do mesmo modo, níveis elevados de PRL
(hiperprolactinemia) podem causar ambas, por uma ação direta no hipotálamo, reduzindo a liberação do GnRH.
o Mulheres com perda de peso ou restrição dietética importantes, como aquelas com desnutrição ou anorexia
nervosa, também podem ficar amenorreicas. Em indivíduos com redução importante da gordura corporal, são
observados redução na frequência dos pulsos de LH, reflexo da diminuição ou ausência de secreção de GnRH.
Em casos mais graves (bloqueio prolongado da liberação do hormônio hipotalâmico), pode haver inclusive
disfunção hipofisária concomitante, resultando em uma prova do GnRH sem elevação de gonadotrofinas.
Modificações no estilo de vida (às vezes, com ajuda de tratamento psiquiátrico) e nutrição adequada são
indicadas para reverter a situação.
o Há mulheres com amenorreia secundária que não têm história de uso de medicamentos, não realizam
exercícios extenuantes, não estão sob estresse, não perderam peso e não apresentam qualquer anormalidade
nos ovários, no útero ou na hipófise. Essas pacientes são designadas como portadoras de amenorreia
hipotalâmica funcional, ou disfunção hipotálamo-hipofisária de etiologia incerta – um distúrbio caracterizado
pela perda das variações cíclicas que ocorrem normalmente nos pulsos de GnRH, talvez como consequência da
produção inadequada de neurotransmissores do SNC.
▪ Essa condição é geralmente autolimitada e não traz maiores prejuízos à saúde, mas talvez demande
algum tipo de controle ou intervenção (indução da ovulação) quando se almejar a reprodução.
o As pacientes em amenorreia hipotalâmica têm perda da densidade mineral óssea (DMO), que está associada
à diminuição da produção de estrogênio. Pacientes que já apresentam osteopenia beneficiam-se com o uso
de anticoncepcional ou reposição hormonal, aumentando a DMO.
Quando o eixo hipotálamo-hipófise permanece bloqueado por longo período, seja por fatores fisiológicos (gestação) ou
medicamentosos (anticoncepção hormonal), pode não haver o retorno imediato da função hipotalâmica quando o
bloqueio é cessado. Após o parto, pode ocorrer amenorreia prolongada, inclusive na ausência de lactação. Também
pode haver amenorreia após interrupção do uso do anticoncepcional, sendo fisiológica até 6 meses após o último
comprimido ou 12 meses após a última injeção de medroxiprogesterona de depósito
GINECOLOGIA
Sud
“SINÔNIMOS” SUD
Hemorragia uterina disfuncional (todas as causas Apesar de ser o principal sintoma do carcinoma genital,
orgânicas excluídas). a causa mais frequente de sangramento anormal,
Hemorragia uterina endócrina. principalmente nos primeiros anos após a menarca e
Sangramento endometrial disfuncional. antes da menopausa, é o hormonal ou disfuncional.
Sangramento uterino anormal.
Causa hormonal: Não orgânica (genital ou extra-
É UM DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO genital) demonstrável – EXCLUSÃO.
Hemorragia uterina anormal pode ser: ORGÂNICA
Sangramento uterino anormal cuja origem se deve ou ENDÓCRINA (SUD).
exclusivamente a um estímulo hormonal Quando ENDÓCRINA: Ovulatória ou Anovulatória.
inadequado sobre o endométrio. Uma pessoa que não ovula não vai produzir
Sangramento disfuncional se corrige com progesterona, mas ela produz estrogênio, ou seja, o
hormônios, se não corrigir, NÃO é disfuncional, é endométrio cresce, às vezes ocorrendo sangramentos
orgânico. devido a esse crescimento do endométrio sem a ação
da progesterona.
Após a menarca, os pulsos das gonadotrofinas, do suficiente para realizar uma maturação folicular,
GnRH, ainda não estão maduros (o eixo ainda não está causando um sangramento desordenado devido a
maduro), fazendo com que o nível de FSH não seja imaturidade do eixo hormonal.
Exemplo: paciente com sangramento diferente, não usa ACO, colo do útero limpo. Preventivo de 2 meses atrás normal,
sem sinal de infecção, USG limpo, BHCG negativo. Então, se pensar em caso hormonal, ver se a paciente está ovulando
ou não. Na grande maioria das vezes os sangramentos disfuncionais são por ciclos anovulatórios.
ANOVOLUTÁRIO
Sangramento uterino disfuncional – anovolutário 80%.
Manifestação clínica da anovulação crônica - qualquer etiologia
Sangramento leve ou intenso.
Constante ou intermitente.
Geralmente sem sintomas de TPM - eventualmente cólicas (canal cervical).
Pode ser um ovário policístico.
No final da vida reprodutiva vão acabando o estoque de folículos da mulher, se ela não tem folículo, há uma dificuldade
de ovular e nem todo ciclo será ovulatório.
FISIOPATOLOGIA:
Extremos da vida reprodutiva.
Puberdade - imaturidade do EHHO.
Menacme - Feedback inadequado.
DIAGNÓSTICO
Afastar causa orgânica. Temperatura basal;
Paciente ovulando ou não ovulando. Dosagem de progesterona;
Clínico (anamnese - exame físico e ginecológico). Colpocitologia funcional;
Cristalização do muco cervical;
Anamnese + método que comprove OVULAÇÃO (difícil Ultrassonografia, etc…
de fazer, ir mais pela história clínica e pelo padrão de
ciclo menstrual da paciente). Puberdade (Disfuncional) → Menacme (orgânico).
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Puberdade:
Vulvovaginites;
Abusos sexuais;
Abortamentos;
Tumores;
Discrasias sanguíneas;
Alterações ponderais;
Distúrbios da tireóide - hepáticos - renais - adrenais
etc…
Menacme:
Leiomiomas;
Pólipos;
Adenomiose;
Tumores;
Infecções genitais;
Complicações da gravidez etc…
TRATAMENTO
OVULATÓRIO:
Geralmente esclarecimento e observação; CLIMATÉRIO:
Progestogênio na segunda metade do ciclo; Tratamento basicamente é o mesmo.
Esquema cíclico de E+P; Avaliação prévia do endométrio (afastar
Contraceptivo hormonal oral. neoplasia).
Curetagem é diagnóstica, nem sempre terapêutica.
SANGRAMENTO ANOVULATÓRIO:
Puberdade: geralmente só esclarecimento e
observação.
Se necessário: 10 dias de…
o Progesterona pura natural 300mg/dia VO.
o 5-10mg de Acetato de
medroxiprogesterona.
o 1 a 5 mg de nortetisterona.
o 5mg de nomegestrol.
MENACME:
Basicamente o mesmo da puberdade.
Lembrar de anovulação crônica - ovários
policísticos, hiperplasia do endométrio.
GINECOLOGIA
pólipos endometriais
Lesões compostas por células glandulares e 12% das mulheres entre 45 – 50 anos
estromais, similares às constituintes do (perimenopausa)
endométrio uterino.
Receptores hormonais – similar ao endométrio Foi visto através de estudos que pacientes que tem
também (RP e GPR 30). maior apresentação de receptor de progesterona e
Sésseis ou pedunculados. proteína de crescimento 30 podem ser mais propensas
< 1% mulheres abaixo de 30 anos. e tem relação com o aparecimento de pólipos
Prevalência aumenta com a idade. endometriais. Mas ao certo não se sabe como ele surge
QUADRO CLÍNICO
Frequência real desconhecida.
Frequentemente assintomático.
Sangramento excessivo ou achado incidental em US por outra indicação.
SUA varia 10 – 30% - depende do status hormonal.
Relação com infertilidade desconhecida
Toda vez que tem um pólipo dentro do endométrio, apesar do risco baixo de malignidade (mas como existe risco de
malignidade), sempre se orienta a realizar a retirada da lesão, mesmo que a paciente não esteja com sangramento
anormal.
FATORES DE RISCO
Idade; Terapia hormonal (TH);
Presença de pólipo cervical; Tabagismo, menopausa, paridade – sem
Sobrepeso; associação significativa.
DIAGNÓSTICO
USG com power dopples (diferenciação pólipo x lestes fibroides).
USTV 3D (diferenciação de patologias benignas do útero).
Histeroscopia – visão direta (padrão ouro – para diagnosticar e tratar).
Histerossonografia com solução salina.
Classificação da Adenomiose:
Grau 1: 1/3 do miométrio.
Grau 2: 2/3 do miométrio.
Grau 3: todo o miométrio (adenomiose profunda).
Histologicamente: leve – moderada – grave (número de ilhas endometriais presentes no miométrio).
Quadro Clínico:
35% assintomáticas. Hipermenorragia / metrorragia.
Dismenorreia. Dispareunia (em alguns casos).
Dor pélvica.
No exame físico pode se perceber um útero aumentado de tamanho. Pode haver suspeita maior através dos exames
de imagem complementares.
Diagnóstico:
Histológico, biópsia? Técnica invasiva.
USG – barato e amplamente disponível.
o casos com miomatose uterina e úteros de grande volume, aliar a RM.
RM de pelve (em casos de dúvida ou quando necessita de uma visão mais tridimensional).
CRITÉRIOS ULTRASSONOGRÁFICOS: CRITÉRIOS EM RM:
Cistos miometriais. Zona juncional > 12 mm.
Áreas miometriais focais ou difusas mal definidas Espessamento focal da zona juncional (transição
de aumento e diminuição da ecogenicidade. do endométrio para o miométrio).
Faixas filiformes de atenuação posterior. Cistos miometriais (com ou sem sangue) – 50%.
Assimetria entre as paredes miometriais.
Tratamento:
O tratamento depende muito da clínica da paciente, do desejo reprodutivo e de diversos outros fatores...
Sem desejo reprodutivo? Histerectomia.
Com desejo reprodutivo? Tratamento conservador: taxa de gravidez após remoção de SIU e anel de 41%.
Progestagênio oral – DIENOGESTE 2 mg/dia (realizado de maneira contínua, sem pausa e nem todas as pacientes
têm bloqueio da ovulação com esse tratamento, então não o considerar como método contraceptivo).
SIU – LNG – Mirena.
Anel vaginal liberador de Danazol (não tem disponibilidade no Brasil).
Terapia isolada com análogo do GnRH embolização da artéria uterina.
Cirurgia conservadora (adenomiomectomia – não é algo bem estabelecido)
Geralmente aquela paciente que tem um achado de exame (fez um ultrassom por outro motivo e acabou descobrindo
uma adenomiose), teoricamente ela pode apenas acompanhar. Porém aquelas pacientes que têm sangramento
abundante, dismenorreia excessiva, não consegue ter relação sexual, tentou tratamento clínico sem sucesso... nesses
casos, se ela já tem prole constituída, pode se pensar em retirar o útero.
A histerectomia é uma das cirurgias mais realizadas desnecessariamente no mundo.
leomioma::
Problema de saúde pública. Incidência aumenta com a idade (> 35 – 25 anos, <
77% idade reprodutiva. 50 anos).
30% sintomáticos.
Não se sabe como ele aparece no útero. Vários estudos mostram que existem fatores genéticos, combinados com
terapias estrogênicas que podem aumentar o risco dessa nodulação benigna que podem acometer todos os
compartimentos do útero. Quando o mioma está para fora do útero/da camada serosa, chama-se ele de subseroso.
Quando ele está pegando a parede do útero se chama de intramural e quando ele está em contato com a cavidade
uterina se chama de intracavitário ou submucoso (geralmente é esse mioma que costuma cursar com sangramento).
Mioma subseroso raramente causa sintomas, a não ser que seja muito grande que possa comprimir alguma estrutura
adjacente, mas geralmente o mioma que irá atrapalhar e dar sangramento será o mioma submucoso.
Fatores de risco:
Citogenéticos / genéticos. Obesidade e sobrepeso – androstenediona.
9x + prevalente raça negra. Pressão arterial diastólica aumentada – lesão
Exposição a estrogênios: menarca precoce, muscular lisa.
nuliparidade, intervalo partal grande. Atividade inflamatória pélvica (DIP – DIU).
Mioma subseroso nunca vai ser promovedor de infertilidade
Mioma intramural não é fator de infertilidade
Miomectomia laparoscópica/ aberta - subseroso
Diagnóstico:
Maioria assintomáticos;
Aumento do fluxo menstrual;
Quando o útero está comprometido com muitos
Algia pélvica;
nódulos, às vezes se sente no toque vaginal um útero
Infertilidade;
aumentado não relacionado a gravidez... esse útero
Aumento do volume abdominal;
aumentado pode causar sintomas compressivos para
Compressão trato intestinal/urinário/venoso;
outros órgãos do trato intestinal, urinário e venoso.
Sangramento vaginal;
Fadiga, astenia, dispneia, descoramento…
Exame Físico:
Útero volumoso – 12,9% Existe uma condição que é quando o mioma exterioriza
Útero aumentado, irregular, contornos bocelados. pelo orifício cervical chamado de mioma parido.
Mioma parido: EE – colo entreaberto com Geralmente a paciente acaba procurando a
exteriorização do nódulo – sangramento profuso. emergência/serviço médico com um sangramento
Torção de leiomioma seroso pediculado – abdome aumentado e no exame especular observa-se o colo
doloroso no local da torção + massa palpável. entreaberto com um nódulo saindo e um sangramento
abundante.
Exames complementares:
US pélvica transabdominal ou transvaginal – uso de doppler para diferenciar pólipo x mioma submucoso.
Histerossonografia simples ou tridimensional.
Ressonância magnética.
Urografia ou urorresonância (em caso de suspeita de compressão da parte da bexiga).
Tratamento clínico:
SIU-LNG;
Progestagênios; No caso de miomas muito volumosos ou útero de
ACHO; volumes muito aumentado, às vezes é necessário
Análogo de GnRH; fazer uma terapia com análogo de GnRH que vai
Ácido tranexâmico (controle de sangramento); bloquear o eixo para tentar diminuir o volume do
AINEs (controle de dor). útero e tornar a cirurgia mais tranquila.
Tratamento Cirúrgico:
Histerectomia total ou subtotal (aberta / VLP / vaginal).
Miomectomia (histeroscópica ou laparoscópica).
Embolização do mioma uterino (EMUT) – estudada recentemente
O tratamento cirúrgico às vezes é necessário para aquela paciente que não melhora do sangramento, não se adapta
ao DIU, que tá com anemia grave, que tem contraindicação ao hormônio...
Se a paciente não tem desejo de ter filhos, pode ser realizado uma histerectomia. Caso ela tenha desejo reprodutivo e
tem um mioma subseroso, pode ser realizado uma miomectomia.
malignidade ou hiperplasia
CA colo uterino; CA endométrio; Hiperplasia endometrial
Hiperplasia Endometrial:
Proliferação das glândulas endometriais, cuja relação da glândula para o estroma é maior que aquela observada
no endométrio normal.
Glândulas podem mostrar atipias que podem progredir ou conviver com o câncer do endométrio.
Estimulação estrogênica crônica sem efeitos compensatórios da progesterona.
FATORES DE RISCO:
Terapia estrogênica; Anovulação crônica (pela não contraposição da
Obesidade – androstenediona; progesterona);
Tamoxifeno.
O tamoxifeno é utilizado como hormônio terapia adjuvante no tratamento do câncer de mama. Na mama tem efeito
antiestrogênico, porém o endométrio tem um efeito pró-estrogênio, então causa uma hiperplasia de endométrio.
Então pacientes que estão fazendo tratamento para câncer de mama, pré-menopausa geralmente, que tem receptor
hormonal positivo no câncer, utiliza-se o tamoxifeno. Dessa forma, é importante uma vigilância vigorosa dessas
pacientes por conta de sangramentos vaginais ao utilizar essa medicação.
O tamoxifeno é um modulador/ ativador seletivo do receptor de estrogênio, então em alguns órgãos ele tem efeito
pró-estrogênio e em outros anti-estrogênio. (Na mama, atua nos receptores, bloqueando, já no endométrio, ativa).
EXAMES COMPLEMENTARES:
USTV; Curetagem uterina de prova; Histerossalpingografia;
Biópsia endometrial Histeroscopia com biópsia; TC e RM.
aspirativa; Histerossonografia;
Geralmente um endométrio até 12 mm ou dependendo da fase do ciclo menstrual, ele pode estar um pouco mais
espessado em pacientes do menacme. Pacientes pós menopausa sem terapia de reposição hormonal, a espessura
endometrial é até 5 mm, acime disso considera-se como espessado. Para mulheres que fazem TH pode-se considerar
um pouco a mais (7 mm).
Quando há espessamento através do ultrassom é possível realizar uma biópsia endometrial aspirativa, curetagem de
prova e o padrão ouro é a histeroscopia com biópsia.
TRATAMENTO:
CONSERVADOR (quando as células não estão muito alteradas, pacientes mais jovens) – hiperplasia típica
(simples ou complexa) – ACM (acetato de medroxiprogesterona), agonista GnRH, mirena.
ACM 10 mg/dia por 14 dias/mês.
Ressecção histeroscópica (mais recomendado).
Histerectomia – risco de progressão para carcinoma – congelamento de endométrio no intra-operatório.
Câncer de colo de útero:
Segundo câncer mais comum entre as mulheres no Brasil.
Pico de incidência entre 45 e 49 anos de idade (mas pode acontecer tanto antes, quando depois dessa idade).
Mortalidade chega a 41% nos países em desenvolvimento.
Infecção HPV oncogênicos – 16 e 18.
DIAGNOSTICO: ESTADIAMENTO:
HISTOPATOLÓGICO – biópsia. É clínico!
Rastreamento – Papanicolau anual entre 25 – 60 FIGO encoraja
anos de idade. RM onde for disponível.
Citologia convencional, citologia em base líquida, Norteia o tratamento. Na suspeita de uma lesão de
pesquisa de DNA do HPV. colo é necessário realizar o toque retal para fazer a
Inspeção direta do colo uterino com ácido acético. avaliação dos paramétrios.
Citologia positiva – colposcopia – biópsia área
suspeita TRATAMENTO:
Depende do estádio.
O que leva a pensar em um câncer de colo de útero? Conização – estádios iniciais, desejo reprodutivo.
Nos casos mais avançados, a história clássica da Cirurgia – Wertheim Meigs – histerectomia
paciente é: sangramento que ninguém consegue tratar, radical.
hemorragia, sai uma água tipo “água de carne”, que Quimioterapia.
tem um cheiro estranho. Geralmente isso se dá em Radioterapia.
casos de lesões exofíticas do colo do útero, que já tem Braquiterapia
Ca de endométrio:
Quinta neoplasia mais frequentes nas mulheres no Brasil.
Não rastreável.
DCV, DM, HAS, obesidade, perimenopausa.
Tipo I – endometrióide, mais comum, originado HE (hiperplasia endometrial).
Tipo II – negras idosas, prognóstico desfavorável.
Tipo III – hereditário, síndrome do CA colorretal hereditário sem pólipos – HNPCC.
Paciente perimenopausa, pós menopausa com sangramento causa mais frequente é atrofia, mas sempre descartar
hiperplasia ou câncer de endométrio.
Diferente do câncer de colo de útero e de mama, o câncer de endométrio não tem um método de rastreio.
BIOÉTICA EM OBSTETRÍCIA
Princípios fundamentais
aspectos importantes
GRAVIDEZ: o Toda gestante tem direito ao
o Transição existencial; acompanhamento pré-natal;
o Necessidades e expectativas; o Toda gestante tem direito de conhecer e ter
o Gestação desejada x Situação inesperada; assegurado o acesso à maternidade em que
o Gestação indesejada. será atendida no parto.
DIREITOS DA GESTANTE: o Toda gestante tem direito a receber
o Direitos sociais: atendimento preferencial e informações sobre testes diagnósticos
queixas morais ou físicas (delegacia da avançados em medicina que podem ser
Mulher); usados em sua pessoa;
o Direitos à assistência à saúde. o O Juiz levará em consideração o âmbito em
DIREITOS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE: que a paciente esteja sendo atendida – SUS x
o A parturiente poderá optar pela presença de Sistema suplementar:
uma acompanhante, ele deverá ser: o Ter atenção sobre exames que não estão
▪ Seu esposo ou pai de seu filho; disponíveis no SUS, lembrar de explicar a
▪ Seu parente do sexo feminino; possibilidade de realizar para o paciente e
▪ Amiga; verificar sua necessidade – Escrever no
▪ Companheiro, parente ou pessoa prontuário sobre a indicação
amiga. ▪ Caso dor necessário, deve-se
o Toda gestante tem direito ao acesso a encaminhar para secretaria de saúde
atendimento digno e de qualidade no do município, assim, ela ficará
decorrer da gestação, parto e puerpério; responsável pela realização
esterilização voluntária:
A masculina possui maior demanda, sendo de 10/12 por semana.
Toda pessoa que possuir mais de 25 anos, tem o direito de pedir uma esterilização definitiva.
Muitas vezes os municípios tentam afunilar a demanda, com o número de filhos, como colocar número mínimo
de filhos para realização da esterilização.
A esterilização voluntária em mulheres requer um centro cirúrgico, pois deve-se fazer uma laparoscopia ou em
vídeo, não podendo fazer em ambulatório. Tendo assim, uma demanda muito maior.
o No Marieta não pode realizar laqueadura
Em homens e mulheres com capacidade civil plena e >25 anos de idade, ou pelo menos, com 2 filhos, desde que
observado o prazo mínimo de 60 dias e a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será
propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por
equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce
Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por 2
médicos.
É condição para que se realize e esterilização o registro de expressa manifestação da vontade em documento
escrito e firmado, após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de
sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes;
É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de
comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores
o Proibido realização de laqueadura junto com, por exemplo, retirada de ovários ou outros procedimentos.
o Se realizar parto normal, deve-se esperar 40 dias para realização da laqueadura
Art. 15. Realizar esterilização cirúrgica em desacordo com o estabelecido no art. 10 desta Lei:
o Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, se a prática não constitui crime mais grave.
o Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço se a esterilização for praticada:
▪ I - durante os períodos de parto ou aborto, salvo o disposto no inciso II do art. 10 desta Lei.
▪ II - com manifestação da vontade do esterilizado expressa durante a ocorrência de alterações na
capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou
incapacidade mental temporária ou permanente;
▪ III - através de histerectomia e ooforectomia;
▪ IV - em pessoa absolutamente incapaz, sem autorização judicial;
▪ V - através de cesária indicada para fim exclusivo de esterilização.
Art. 16. Deixar o médico de notificar à autoridade sanitária as esterilizações cirúrgicas que realizar.
o Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa
aborto
Ainda é crime no Brasil, tanto aos terceiros que provocam o aborto, como a própria gestante
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
o Art.124: provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque: Pena – detenção de 1(um) a
3 (três) anos.
Aborto provocado por terceiro
o Art.125: provocar aborto, sem o consentimento da gestante: pena – reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos.
o Art.126: provocar aborto com o consentimento da gestante: pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
o Parágrafo único: Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é
alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
“Professora não escreve no prontuário em m caso leve de aborto, pois se enquadra em sigilo médico, porém, em
casos que podem a vir complicar ela coloca no prontuário para proteção.
Aborto em caso de gravidez resultante de estupro (por definição, menos de 20 semanas e menos de 500 gramas.
o Em caso de anencefalia e em casos de aborto necessário (para salvar a vida das gestantes)
Aborto eugênico
o Avanço científico frente a lentidão do aspecto jurídico:
o Anencefalia é o único aprovado
▪ Outras más formações incompatíveis com a sobrevivência extra-uterina
O Código de Ética descreve:
** Revelar segredo sem a justa causa ou dever legal, causando dano ao paciente, além de anti-ético é crime.
o Portanto, ato ter ciência de tentativa de aborto da paciente, o médico não poderá revelar o fato a
autoridades policiais e/ou judiciais, posto que a comunicação ensejará procedimento criminal contra a
mesma.
o Vale ressaltar que, se o abortamento foi praticado contrariamente à vontade da paciente, o médico deve
buscar o seu consentimento ou de seu responsável legal, para comunicar o crime.
o Art. 103 – É vedado ao médico revelar segredo médico referente a menor de idade, inclusive a seus pais ou
responsáveis legais, desde que a menor tenha capacidade de avaliar seu problema e conduzir-se por seus
próprios meios
violência sexual
ESTUPRO
Art 213. Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça
ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR
Art. 214. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal
PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA
Art. 22.4. Presume-se violência, se a vítima:
o Não é maior de 14 anos
o É alienada ou débil mental, e o agente conhecia a circunstância
o Não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO AO ESTUPRO:
Profilaxia para IST e gravidez. Deve-se encaminhar para PA São Vicente, Hospital Marieta e Hospital Pequeno
Anjo. Não atender fora desses locais, pois pode prejudicar as provas do estupro (deve-se apenas acolher).
reprodução assistida
PRINCÍPIOS BÁSICOS As instituições devem manter, de forma
Probabilidade efetiva de sucesso permanente, em registro de dados clínicos de
Consentimento informado do casal forma geral, características fenotípicas dos
Proibição de escolha de caracteres doadores buscando semelhança com as
Finalidade terapêutica e humanitária receptoras e pela análise do registro das
Exigência para as clínicas gestações.
Proibição de fim comercial Evitar que um doador tenha produzido mais de
Sigilo entre os participantes duas doações, de sexos diferentes, em área de 1
milhão de habitantes.
PRINCÍPIOS GERAIS Não será permitido que médicos e demais
Não selecionar sexo; integrantes dos serviços participem como
Manipulação de oócitos humanos só para doadores nos programas de RA.
procriação;
Número de embriões a serem transferido < 4; CRIOPRESERVAÇÃO DE GAMETAS OU PRÉ-EMBRIÕES
Proibida a redução embrionário. As instituições poderão usar o método da
Tempo máximo de pré embriões in vitro = 14 dias; criopreservação ao material considerado
Doadoras temporárias de útero devem ser da excedente, que não poderá ser descartado ou
família; destruído, devendo o casal exprimir sua vontade
A doação uterina não pode ter fim comercial. em relação ao destino dos pré-embriões, em
casos de separação ou quando desejarem doá-los.
DOAÇÃO DE GAMETAS E PRÉ- EMBRIÕES
A doação nunca terá caráter lucrativo ou DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTO DE PRÉ-EMBRIÕES
comercial As técnicas poderão ser utilizadas exclusivamente
Os doadores não devem conhecer a identidade no diagnóstico e tratamento de doenças genéticas
dos receptores e vice-versa, podendo em ou hereditárias, com precisas indicações e
situações especiais serem fornecidas informações suficientes garantias de sucesso, sendo
sobre os doadores para médicos. obrigatório o consentimento informado do casal.
direitos trabalhistas da gestante
Toda gestante tem direito:
De ter sua falta ao trabalho justificada, sempre que for necessário seu comparecimento a exame ou consulta
pré-natal. Deverá para tanto apresentar a “Declaração de Comparecimento”;
De mudar de função ou de setor de trabalho quando apresentar risco potencial a sua saúde ou do concepto.
Para tanto deverá apresentar atestado médico comprovando tal necessidade.
À estabilidade de emprego: enquanto estiver grávida e por até cinco meses após o parto.
À licença maternidade de 120 dias, com salário integral e benefícios legais a partir do 8º mês de gestação.
De amamentação, até o recém nascido completar 6 meses, a puérpera tem o direito de ser dispensada do seu
trabalho todos os dias, por dois períodos de 30 minutos, para amamentação de seu filho.
GINECOLOGIA
Dor pélvica, cíclica, que ocorre logo antes ou durante o período menstrual.
50% das mulheres em idade fértil.
Primária: relacionada ao próprio período menstrual.
Secundária: secundária a alguma doença dos órgãos genitais. Exemplo: endometriose, adenomiose, mioma, DIP.
DISMENORREIA PRIMÁRIA
Sem lesões nos órgãos pélvicos.
Adolescentes / mulheres jovens.
Tabagismo.
Ciclos menstruais normais.
Causada pelo Aumento da produção de prostaglandinas (P), que provoca contrações uterinas dolorosas.
Essa paciente não vai ter nenhuma lesão, ao examinar, não terá nenhuma IST, não terá leucorreia...
Prestar atenção na anamnese. A paciente vai ter um ciclo menstrual normal (“só quando eu fico menstruada”,
“quando eu sinto que vou menstruar, eu tenho uma cólica, a menstruação desce e a cólica intensifica, passa a
menstruação e melhora”, “depois que eu tomo AINE melhora a dor” → faz com que se pense em dismenorreia
primária). Após a fase lútea há um aumento das prostaglandinas (PGF2alfa) e leucotrienos que afetam os vasos
do endométrio. Esse fenômeno pode causar vasoconstrição e consequentemente cólica. O tabagismo pode
aumentar esses mediadores inflamatórios, e então, nesse grupo de pacientes, a cólica pode ser mais frequente.
Dessa forma, o aumento das prostaglandinas causa contração uterina dolorosa.
Geralmente o tratamento da dismenorreia primária são com agentes contra prostaglandinas. Dessa forma,
comumente são utilizados AINEs.
DISMENORREIA SECUNDÁRIA
Alterações do sistema reprodutivo.
Endometriose.
o O que se quer descartar é principalmente uma endometriose. A endometriose geralmente é uma dor pélvica
crônica. A paciente relata que tem sempre essa dor, que ela não está necessariamente restrita ao período
peri-menstrual. Ela pode ter essa dor constante. Pode ter dispareunia e outros sintomas que acompanham. O
ultrassom transvaginal nem sempre vai dar o diagnóstico de endometriose. Esse é um diagnóstico difícil,
principalmente nas pacientes mais jovens. Depois que a mulher já tem endometriose por alguns anos, nota-
se, às vezes, um útero “menos móvel” na hora do toque vaginal, há alguns indícios de endometriose nos
exames de imagem. Porém, quando a paciente é mais jovem, talvez não seja tão sintomática.
Miomas uterinos.
DIP.
o Pode ser aguda ou crônica. Pode ser causada por Chlamydia. E, ainda, pode ter sintomas pouco específicos.
Dessa forma, é importante de lembrar de questionar os hábitos dessa paciente, o comportamento sexual
(múltiplos parceiros? Uso de preservativos durante a relação sexual? Se já fez algum tratamento para alguma
IST? Já fez algum procedimento no colo do útero?).
Anormalidades na anatomia. Causas obstrutivas (estenose do canal cervical...).
o Às vezes as pacientes que têm alguma causa obstrutiva na saída do trato genital podem ter dismenorreia
secundária. As anomalias como septo vaginal transverso, estenose do canal cervical pode gerar dor.
DIU (principalmente o de cobre – irritativo).
o O dispositivo intra-uterino é um corpo estranho dentro do útero. Então, nos primeiros meses de uso, até ter
um período de adaptação, a paciente pode ter um pouco mais de dismenorreia secundária à presença de DIU
no útero.
o Costuma-se utilizar o SIU (mirena – sistema intra-uterino liberador de levonorgestrel) como tratamento de
dismenorreia, mas no começo enquanto a paciente está se adaptando, pode ter a presença de cólica. Então,
pode ser as duas coisas: a dismenorreia ser secundária a ele ou ele ser o tratamento. Um pouco controverso.
Então, nos casos de dismenorreia por DIU, se pensa mais nos DIUs de cobre.
DIAGNÓSTICO
Clínico;
Imagem → USG TV para tentar elucidar as causas.
No exame físico pode ser observado um aumento de tamanho do útero no toque vaginal, uma redução de
mobilidade do útero no toque. Especular - o toque doloroso pode levar a pensar em uma DIP, cervicite, ISTs.
Chlamydia, Gonococco, Mycoplasma – bactérias que podem causar infecções pélvicas crônicas – realizar o
diagnóstico de exclusão).
TRATAMENTO
AINE – principalmente da primária;
Analgésico;
ACHO;
DIU;
Tratamento alternativos: Ácido graxos, magnésio, acupuntura... → as vezes há uma paciente que não tem desejo
contraceptivo e tem contraindicação ao uso de AINE (alergia, tabagismo pesado), então ela pode fazer o uso de
tratamentos de segunda linha.
Cirurgia;
Acompanhamento psicológico → muito importante nas pacientes com dores pélvicas crônicas.
OBS:
Uma paciente que não tem desejo contraceptivo e tem uma dismenorreia primária, se tenta o tratamento com
anti-inflamatório. Já se a paciente tem desejo contraceptivo e não tem contraindicação ao uso de
anticoncepcional, pode se realizar um esquema cíclico de 3 meses de ACHO ou até anticoncepcional contínuo,
para avaliar se vai melhorar, na grande maioria das vezes melhora os sintomas. Por isso existe a teoria que o
fenômeno da ovulação está ligado ao desencadeamento inflamatório.
Já o DIU pode ser utilizado para tratar uma miomatose, adenomiose, até na própria endometriose pode ser
utilizado para estabilizar o endométrio.
A cirurgia, no caso da endometriose, pode ser feita quando a paciente não está responsiva ao tratamento, os
exames de imagem não são elucidativos → o padrão ouro do diagnóstico da endometriose é a
videolaparoscopia.
É muito importante que a paciente comece a tomar o AINE dois a três dias antes de menstruar efetivamente,
totalizando cinco dias de uso de anti-inflamatório. A paciente que não sabe que vai menstruar, no primeiro de
fluxo menstrual, ela toma o remédio. E se paciente observar alguns sinais como, entumecimento da mama,
inchaço, cólica leve, ela pode começar a tomar também. O ideal é que seja antes da menstruação descer.
O exame padrão ouro é a videolaparoscopia, mas ultrassonografia pélvica com preparo intestinal e ressonância
são os mais efetivos. A ressonância de pelve é mais utilizada para avaliar endometriose profunda, quando se
quer avaliar a parte intestinal, mas às vezes há presença de glândulas endometriais na parte mais anterior, e
então a ultrassonografia com preparo ajuda bastante.
CA 125 pode ser um marcador de endometriose.
Se achar que pode ter algum teor psicológico, avaliar e sugerir uma psicoterapia para a paciente
dor do meio
Mittleschmerz;
Dor na ovulação ou “dor do meio do ciclo”;
o Quando o folículo eclode, como está repleto de estrogênio e outras substâncias além do ovócito, irrita o
peritônio. A dor muda de lado pois depende do lado da ovulação
20% das mulheres experimentam;
Todos os ciclos ou intermitente;
Dor abdominal/pélvica.
A dor do meio geralmente acaba alternando de localização.
Quem toma anticoncepcional de maneira adequada não ovula, então não tem dor do meio. Essa dor é para
pacientes ovulatórias.
sangramento intermenstrual
Spotting;
Causas:
o ACHO; se for tomado de forma inadequada pode causar um sangramento ou a paciente que está tomando
continuamente faz uma atrofia do endométrio e pode ter sangramento. Além disso, pacientes que tomam
anticoncepcional de baixa dosagem pode causar spotting;
o Sistêmicas;
o Estruturais; mioma submucoso, problemas no colo do útero.
o Gestação (pode causar um sangramento bem fraquinho). Ou se a paciente engravidou, tem o fenômeno da
nidação, essa formação pode causar sangramento de escape.
Sangramento de nidação. Confunde com o tempo de menstruação
Cicatriz da cesárea pode formar um “buraquinho”, então onde o útero foi suturado pode fazer uma área de
entrance/ falha, que pode acumular sangue. Quando tem algum fazer que desloque esse sangue, a mulher
sangra.
Pacientes que tem o exame físico ginecológico normal (não há nada no colo do útero), exames de imagem normais,
não tem nenhuma IST, mas ela reclama que às vezes tem um sangramento de escape no meio da cartela, uma opção
é aumentar a dose do componente estrogênico para analisar se há melhora no sangramento. Importante avisar para
o paciente que se ela está tomando todos os dias no mesmo horário, em termos de eficácia contraceptiva está tudo
certo, pois pode ser por atrofia do endométrio. Importante descartar outras causas!!
tpm x tdpm
Prevalência: 75 a 80%
Grande número de sintomas.
Diversos sintomas.
TRATAMENTO
Inespecífico:
ACHO;
ISR (inibidor seletivo de recaptação de serotonina... etc)
Ansiolítico (segunda opção)
Espironolactona.
Geralmente a TPM a ginecologia consegue resolver. Já se não consegue resolver é preciso da ajuda do psiquiatra
tanto no diagnóstico, quanto no tratamento.
Mastalgia é marcador de ovulação. Logo, a mulher que não ovula, não tem mastalgia e sim mastodínea (porque
não é cíclica)
Existem questionários e avaliações que a paciente passa durante o ciclo menstrual em universidades maiores.
Então, eles dão um relatório com vários sintomas, por exemplo, ansiedade (quantos dias do ciclo ficou, com o
que melhorou), compulsões por alimentos com açúcar... A paciente preenche esse relatório por todo o período
menstrual, por 3 meses, e leva para eles fazerem uma análise.
Se são mais sintomas psíquicos/comportamentais consegue-se realizar o tratamento com inibidores da
recaptação de serotonina, por exemplo, a fluoxetina é a medicação padrão-ouro na dose de 10 mg em uso
contínuo para o tratamento da TPM quando predominam esses sintomas.
Já quando a paciente tem mais sintomas orgânicos, como entumecimento das mamas, cólica, pode se tentar o
tratamento com anticoncepcional oral.
Se os sintomas são mais desesperadores, como alteração de sono, pode dar ansiolíticos – porém, mais da alçada
do psiquiatra.
Sintomas de inchaço pode passar um anticoncepcional (drospirenona) associado a espironolactona
(mineralocorticoide) para melhorar edema, melhora a pele também...
Explicar para a paciente que isso pode acontecer, que está descrito, para ela não se sentir culpada e tentar
melhorar o relacionamento (pode haver um impacto muito grande com os parceiros).
GINECOLOGIA
ANTICONCEPÇÃO HORMONAL
Pontos importantes
ÍNDICE DE PEARL = número de falhas X 12 meses x o Histórico de TVP/ TEP: não usar estrogênio
100 mulheres / número total de meses de o AVC/IAM prévio em uso de ACO prog: não
exposição usar progesterona/ Se não usava nada: pode
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE: usar progesterona isolada
o Categoria 1: o método pode ser utilizado sem o Enxaqueca sem aura e até 35 anos: pode usar
qualquer restrição tudo, utiliza-se os combinados e inicia a
o Categoria 2: o uso do método em apreço pode enxaqueca – retira-se o estrogênio, apenas
apresentar algum risco, habitualmente menor progesterona. Sem aura com mais de 35 anos:
do que os benefícios decorrentes de seu uso. não pode usar estrogênio/ Com aura: não
▪ Pode ser utilizado com cautela e mais pode usar estrogênio
precauções, especialmente em o Sangramento vaginal inexplicável: não pode
acompanhamento clínico rigoroso. usar DIU
o Categoria 3: o uso do método pode estar o Epilepsia não tem contraindicações, porém os
associado a um risco, habitualmente medicamentos para ela têm.
considerado superior aos benefícios o Endometriose, TU benigno de ovário, NICs:
decorrentes de seu uso. pode usar tudo
o Categoria 4: o uso do método em apreço o História própria de CA de mama:
determina um risco à saúde, inaceitável. O contraindicação absoluta de uso de ACO
método está contraindicado. hormonais, logo, só DIU de cobre
CATEGORIA 1 e 2: pode ser usado o Cirrose descompensado: pode usar tudo/
cirrose descompensada: não pode usar
CATEGORIA 3: Não pode ser usado
hormonal
CATEGORIA 4: não deve ser usado
o Doença da vesícula biliar: não pode usar
Pós-parto: estrogênio oral (posso usar injetável pois não
o Amamentação entre 6 semanas e 6 meses: vai passar pelo metabolismo hepático)
apenas progesterona o TU hepático benigno (adenoma): não pode
▪ Minipílula, injetável progesterona, usar nada/ se for hiperplasia nodular focal:
implante, DIU de cobre e DIU pode usar tudo
progesterona. o TU hepático maligno/ Ins. Hepática: não pode
o Amamentação depois de 6 meses (introdução usar nada (sobrecarga hepática)
alimentar, não tem mais aleitamento materno o Anticonvulsivantes que não sejam
exclusivo): pode usar qualquer coisa lamotrigina: posso usar qualquer injetável
o Pós-parto sem amamentação com mais de 21 (pois vai ter interação enzimática)
dias: pode usar tudo ▪ Lamotrigina: não pode estrogênio
o Pacientes com aborto séptico: não posso usar o Se a paciente tem mioma que distorce
DIU cavidade uterina: não pode usar nenhum DIU
o DIP: pode usar tudo, menos colocar DIU (se
Uso de anticoncepcionais hormonais ela já tiver DIU, não retira)
o Paciente hipertensa: evitar uso de estrogênio o Idade não contraindica estrogênio
progesterona isolada
MINIPÍLULA
Uso contínuo; Efeito na mobilidade do óvulo;
Espessamento do muco cervical e decidualização Recomendado no aleitamento/perimenopausa;
do endométrio; Podem fazer anovulação em alguns ciclos;
Não impede anovulação; Índice de Pearl 0,5 (3-7).
DESOGESTREL
Cerazete - Progesterona isolada Mesmos efeitos e mesma posologia das
Maior eficácia; minipílulas;
Além de espessamento do muco cervical e Índice de Pearl 0,2.
decidualização do endométrio, também faz Desvantagem: sangramento de escape (por atrofia
anovulação; endometrial) pois o combinado, com o estrógeno,
Utilizado em SOP (progesterona estabiliza/protege tem menos escape.
endométrio), amamentação, endometriose Vantagem: não diminui libido, pois não afeta tanto
(primeira linha é ACO combinado, segunda linha a SHBG, logo, tem testosterona livre.
desogestrel e dienogeste)
Drospirenona:
Slinda É antiandrogênica: diminui efeitos de
Mesmos efeitos e mesma posologia do hiperandrogenismo (incluindo libido);
desogestrel; o (faz o efeito contrario da progesterona – logo,
Faz anovulação; diminui pelo, oleosidade de pele e libido)
Menor eficácia quando comparado ao desogestrel; Índice de Pearl 4 (informação da bula).
Cartela 24+4 (placebos), logo, vai sangrar;
Injetável:
Medroxiprogesterona 150mg: aplicação trimestral; formando massa óssea. A diminuição de DMO é
AMPD (acetato de medroxiprogesterona de recuperada quando para de usar o medicamento),
depósito); amenorreia (por até um ano).
Anovulação; Indicado em SOP (mas como o padrão das
Causa retenção hídrica, ganho de peso (único ACO pacientes já é ter maior peso, não é bom nesse
que engorda), diminuição em Densidade Mineral aspecto), sangramento anormal.
Óssea (evitar em pacientes jovens, que estão
Implante subdérmico:
melhor índice de Pearl o Padrão desfavorável: spotting um pouco
Etonogestrel: liberação lenta (3 anos de duração); maior, sangra o mês todo.
Eficácia muito alta: mais eficaz que LT (Pearl 0,05- Pode ser usado para qualquer quadro que precise
0,1); de amenorreia, porém esta não é garantida 100%
Espessamento do muco cervical, atrofia (é um teste)
endometrial e anovulação; Bom para paciente que está amamentando, pois
Maior desvantagem é o padrão menstrual: maioria geralmente já está em amenorreia, ovulando
é favorável, embora possa haver alterações no pouco, então o bloqueio de amenorreia é mais
padrão de sangramento. garantido
SIU:
Levonorgestrel (progesterona androgênica); Altera a viscosidade muco cervical, a motilidade
Mirena e Kyleena; tubária e modifica o endométrio;
o (PROTOCOLO SUS ITAJAÍ PARA INDICAÇÃO DE Ação local, pouco efeito sistêmico, sem anovulação
MIRENA: endometriose, adenomiose, HIV em 25%;
com falha com outra terapia hormonal, SUD Desvantagem: Spotting (inicial) e acne;
com falha de todos os medicamentos Bom para endometriose, adenomiose, SUA, SUD,
hormonais disponíveis) proteção endometrial em paciente em TH
o Kyleena é só um contraceptivo, as vantagens Índice de Pearl 0,14
adicionais são apenas do mirena
anticoncepcionais combinados
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRACEPTIVOS EM GERAÇÕES:
Primeiras gerações: COC com dose EE >= 50ug associado a um dos progestagênios: noretindrona, noretisterona,
linestrenol ou noretinodrel
Segunda geração: COC com dose de EE < 50 ug associado a um dos progestagênios: levonorgestrel ou norgestrel
Terceira geração: < 50 associados gestodeno, desogestrel ou norgestimato
Quarta geração: < 50 associado a drospirenona, clormadinona e ciproterona.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PROGESTAGÊNIOS EM CONTRACEPÇÃO:
Nomegestrol: seletivo, efeito endometrial; Desogestrel, gestodeno: androgênico mais
Ciproterona, clormadinona: antiandrogênicos; seletivo;
Dienogeste: uterotrófico; Drospirenona: antimineralocorticóide.
Levonorgestrel: androgênico menos seletivo,
segurança;
ANEL VAGINAL
Etinilestradiol com etonogestrel; Bom controle do sangramento;
3 semanas, regime 21/7, 1 anl por ciclo; Pearl 0,64;
Mesmo mecanismo de ação dos ACOS; Possui efeito de 1ª passagem.
ADESIVO TRANSDÉRMICO
Etinilestradiol + norelgestromina; Peso corporal deve ser inferior a 90 kg;
Ausência do metabolismo de primeira passagem 1 adesivo por semana: regime 21/7;
hepática, níveis plasmáticos mais estáveis; Pearl 0,7.
Bom uso em síndromes disabsortivas intestinais Dorso, pescoço, baixo ventre, ombros
(ex. bariátrica);
LARCS
Contracepção reversível de longa ação Independem da ação do médico ou da usuária
Dispositivos intrauterinos e implante Taxas de gravidez de menos de 1%
contraceptivo
Choice - taxas de continuidade e satisfação dos LARCS foram de 87% em 12meses e 77% em 24meses
Método de curta duração tiveram taxas de continuidade variando de 38% a 43% em 24 meses.
ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA:
Método de Yuzpe:
duas doses de 100mcg de etinilestradiol e 500mcg
Levonorgestrel isolado:
Usa-se Levonogestrel na dose de 1,5mg em dose única ou fracionada em duas tomadas, com intervalo de 12horas.
A eficácia de ambos os métodos é inversamente proporcional ao tempo decorrido desde a atividade sexual
entre o quarto ou quinto dia, a taxa de falha é mais elevada, porém, a taxa do levonorgestrel
GINECOLOGIA
VULVOVAGINITES
Flora vaginal normal
80-95% são lactobacilos produtores de peróxido Ambiente dinâmico – influenciado por vários
de hidrogênio (acidificam o ph graças a fatores
degradação com o glicogênio) >200 tipos de bactérias. 109 unidades formadoras
Predomínio de aeróbios e <1% de anaeróbios de colônia/ grama de fluido vaginal
Vaginose bacteriana
40-50% das vulvovaginites DIAGNÓSTICO
Síndrome olimicrobiana onde ocorre a Deve ter 2 ou 3 das seguintes características
substituição dos lactobacilos por germes (critérios de amsel):
anaeróbios, principalmente Gardnerella vaginalis pH vaginal >4,5
e espécies de mobiluncus e bacteroides Corrimento brnaco-acinzentado, moderada
Associada a número de parceiras, DIU, quantidade, mais leitoso
espermicidas, ATBs e duchas vaginais Whiff test ou teste de aminas + com KOH. Um
ACOs contínuo é um fator protetor (mantem a resultado negativo, praticamente descarta VB
flora lactobacilar constante) Presença de clue cells à bacterisocopia
Tiro a flutuação hormonal da paciente (pois afeta
o Ph)
Riscos: abortamento, TPP (trabalho de parto
prematuro), endometrite, infecções operatórias e
facilitação de DSTs
SINTOMAS
50-70% são assintomáticas, as demais podem
apresentar sintomas irritativos mínimos
Clue cells
Principal queixa é o mau cheiro, semelhante a
odor de peixe
Este forte odor piora ao contato com o pH alcalino
(sangue, sêmen e KOH por ex)
Fluxo vaginal fluido, fino, de pequena quantidade
e de coloração geralmente acinzentada, porém
“nunca” amarelada
Frequente surgir no período trans ou pós
menstrual
TRATAMENTO o Usar clindamicina 300 mg, 12/12h por 7 dias
Tratar quando sintomáticas, gestantes e pré- ou creme vaginal por 7 noites
operatória de cirurgia pélvica GESTAÇÃO: metronidazol ou clindamicina são
Metronidazol 250 mg, 2 cp, VO 12/12 h por 7 dias seguros ao longo de toda gestação
Metronidazol gel 0.75%, 1 aplicador via vaginal à LACTAÇÃO: Preferir via tópica
noite, 5-7 dias PARCEIRO: não tratar
RECORRENCIA: retratar igual, se persistir, 2g VO,
SITUAÇÕES IMPORTANTES: 2x/sem por 6 meses
Alérgicos, usuários de warfarin, dissulfiram PREVENÇÃO DA RECORRENCIA: Ácido bórico com
metronidazol gel 2x/sem por 4-6 meses
tricomoníase
DST curável não viral mais frequente do mundo
Distribuição bimodal: 21-22 anos e 48-51 anos Bacterias que causam DIP: Clamídia, gonococo,
Uma vez diagnosticada = rastrear outras DSTs micoplasma, ureaplasma
virais e bacterianas o Não se vê em bacterioscopia no exame a
o HIV: anti HIV 1e 2 fresco da secreção vaginal
o HEPATITE C: Anti HCV o Cultura: ureaplasma e micoplasma
o HEPATITE B: HBsAg o PCR (painel de IST multiplex): clamídia e
o SÍFILIS: VDRL gonococo
Quadro clínico clássico somente em 15-20% dos o Levam a obstrução de trompas uterinas, em
casos pacientes jovens, e dor pélvica crônica e
Sempre lembrar do(a) parceiro(a)! agudização de DIP em pacientes mais velhas
Aumenta a susceptibilidade ao HIV em 2x e
também sua transmissão (rastrear tricomoníase
em pacientes com HIV)
Agente: trichomonas vaginalis (protozoário –
trofozoíta)
Riscos: ruprema, TPP, baixo peso fetal, CA DIP,
infertilidade, uretrite no homem
SINTOMAS
40% assintomática (rastreamento em HIV+ jovens,
gestantes?)
Fluxo vaginal moderado, amarelo-esverdeado, TRATAMENTO
algo purulento, fluido, bolhoso, mau cheiroso Paciente e parceiro! (não esquecer na gestação)
Inflamação local intensa, podendo haver prurido Sempre VO, nunca tópico
vulvar e ardor intenso, dispareunia, disuria e Metronidazol 2g (8cp de 250 mg), VO, dose única
polaciuria. para ambos
o Se HIV+, optar por esquema de 2 cp de
DIAGNÓSTICO 12/12h por 7 dias (logo, 28 cp)
Anamnese e especular (colo em “framboesa” – Secnidazol ou tinidazol 2g, VO, dose única
pontos hema) GESTAÇÃO: mesmo esquema VO (via tópica tem
Identificação de trichomonas vaginalis 50% de recorrência)
Outras opções – citopatologico, gram, cultura, RECORRENCIA: Metronidazol 500 mg, VO, 7 dias
PCR, teste rápido ou 2g diárias, por 3-5 dias
Pode ter vaginose junto de tricomoníase, pois as
duas gostam de pH alto
candidíase
75% das mulheres terão 1x na vida e 40-50% terão um novo surto
Fungo: cândida albicans – encontrada em quase toda microbiota humana
o Torulopsis glabrata, cândida tropicalis e cândida krusel
CLASSIFICAÇÃO
Não complicada (90%) -sintomas leves, De repetição – 4 ou mais episódios/ ano
infrequente e pacientes saudáveis Corrimento pastoso, disuria final (diferente de
Complicada (10%) -sintomas severos, de repetição cistite, que é disúria total), edema
e imunossuprimidas
CUIDADOS A MAIS
Não realizar ducha vaginal ou usar sabonete
íntimo
Retirar fatores alergênicos (papel higiênico
TRATAMENTO perfumado, hidratantes, perfume...
Indicado para alívio dos sintomas. Tipo de Modular o estresse!!!
tratamento conforme quadro clínico.
Abordar questões psicológicas ligada a algum tipo
CVV não complicada: de violência sexual
o Fluconazol 150mg, 1cp, VO dose única
Retirar protetor de calcinha, meia calça, suco de
o Miconazol 2% Creme, 1 aplicador via vaginal
cranberry e lubrificantes íntimos
à noite, 7 dias. Ou Nistatina 14 dias
Bebidas alcoólicas fermentadas e açúcar refinado
o Butoconazol, dose única intravaginal
em consumo abrupto e exagerado podem ser
CVV complicada:
gatilhos em alguns casos
Vaginose citolítica
“Igual a cândida mas na hora de identificar na bacterioscopia não vejo fungo/ nada”
Entidade pouco conhecida, ocorre geralmente em idade reprodutiva
Facilmente confundida com candidíase
QC: prurido vulvar, dispareunia e disúria. Às vezes cíclicos (fase lútea)
DIAGNÓSTICO
Especular: corrimento branco, leve intensidade
Bacterioscopico: aumento exagerado de lactobacilos e ausência de tricomonas ou fungos. Presença de núcleos
desnudados e fragmentos de citoplasma.
pH 3,5-4,5 e Whiff Test negativo
TRATAMENTO
Corrigir hábitos de higiene, uso de medicações, suspender probióticos, evitar absorvente interno.
Uso do Bicarbonato de sódio (2 opções):
o Banho de assento: 2-3 banhos na primeira semana e depois 1-2 vezes por semana para prevenir a
recorrência sintomática. Deve-se misturar 30-60g de bicarbonato de sódio em 5 cm de água na bacia ou
bidé, sentar por 15 min.
o Irrigações vaginais: irrigar a vagina com seringa 2-3 vezes por semana e depois 1-2 vezes para prevenir a
recorrência. Solução de 15-30g de bicarbonato de sódio em 0,5 L de água morna.
CARACTERÍSTICAS VAGINOSE TRICOMONÍASE CANDIDÍASE VAGINOSE
BACTERIANA CITOLÍTICA
pH vaginal Maior que 4,5 Maior que 4,5 Menor que 4,5 3,5-4,5
Tipo de descarga Fluxo vaginal fluido, Fluxo vaginal Fluxo vaginal pastoso, Corrimento
fino, de pequena moderado, flocular, branco- branco
quantidade e de amarelo- esverdeado, aderente a homogêneo
coloração geralmente esverdeado, mucosa – “tipo ricota”
acinzentada, aderente, purulento, fluido,
porém “nunca” bolhoso/espumoso,
amarelada mau cheiroso
Odor Odor fétido de peixe Mau cheiro/ fétido agridoce Atípico
Sintomas 50-70% são Inflamação local Prurido vulvar intenso, Dispaurenia,
Irritativos assintomáticas, as intensa, podendo eritema, edema vulvar e disúria, prurido
demais podem haver prurido queimação vulvovaginal e
apresentar sintomas vulvar e ardor ardência
irritativos mínimos intenso, perineal
dispareunia, disuria
e polaciuria
Achados Clue cells, aumento Colo em Exame a fresco – presença Hiperpopulação
microscópicos discreto dos leucócitos “framboesa” e de micélio, hifas, de lactobacilos
e colônias de bactérias identificação de pseudohifas, blastóporos na
trichomonas e bastoconídeos microbiologia
vaginalis
Citolise de
células
intermediárias
ricas em
glicogênio
KOH whiff teste PRESENTE (peixe) PRESENTE -as vezes AUSENTE AUSENTE
Tratamentos Tratar quando Tratar paciente e CVV não complicada: Tratar com
sintomáticas, gestantes parceiro. Fluconazol 150mg, alcalinização
Via Oral e e pré-operatória de Sempre VO, 1cp, VO dose única vaginal
cirurgia pélvica nunca tópico Miconazol 2% Creme,
Tópico Metronidazol 250 Metronidazol 1 aplicador via vaginal Creme vaginal
mg, 2 cp, VO 12/12 2g (8cp de 250 à noite, 7 dias. Ou com tampão
h por 7 dias mg), VO, dose Nistatina 14 dias borato e
Metronidazol gel única para Butoconazol, dose duchas vaginais
0.75%, 1 aplicador ambos única intravaginal de água com
via vaginal à noite, Se HIV+, optar CVV complicada: bicarbonato
5-7 dias por esquema Fluconazol 150mg,
Alérgicos, usuários de 2 cp de 1cp, VO, repetir em 7
de warfarin, 12/12h por 7 dias. Ou 3 doses (dia
dissulfiram - Usar dias (logo, 28 1, 4 e 7)
clindamicina 300 cp) Itraconazol 200mg,
mg, 12/12h por 7 Secnidazol ou 1cp VO, 12/12h por 1
dias ou creme tinidazol 2g, dia, repetir em 7 dias
vaginal por 7 VO, dose única
noites (GESTANTES – via tópica –
creme vaginal de nistatina
por 14 dias ou clotrimazol
1% por 7 dias)
GINECOLOGIA
EPITÉLIO COLUNAR
A localização da JEC varia dependendo da idade,
O epitélio que reveste o canal endocervical e as
estado menstrual e outros fatores, como gravidez
criptas endocervicais consiste de uma única
e uso de métodos anticoncepcionais.
camada de células colunares mucoprodutoras.
A metaplasia escamosa do colo uterino indica a
Estas células são altas e cilíndricas e são dispostas
substituição fisiológica do epitélio colunar evertido
em um arranjo em “cerca”.
na ectocérvice por um epitélio escamoso recém
formado Os núcleos são, na sua maioria, situados
basalmente, adjacentes à membrana basal, mas
A região do colo uterino onde metaplasia ocorre é
durante a secreção mucosa ativa podem ser
denominado de zona de transformação
deslocados pelo muco e empurrados em direção
ao centro das células.
EPITÉLIO ESCAMOSO
A camada superficial: células superficiais maduras,
que não são queratinizadas.
o Os núcleos dessas células são pequenos e
METAPLASIA ESCAMOSA
citoplasma abundante e achatado.
Nome dado ao processo pelo qual um tipo
o Essas células não estão mais amadurecendo e
diferenciado de epitélio parece se transformar em
esfoliam.
outro tipo diferenciado de epitélio.
A camada intermédia: células escamosas em
o Normalmente é uma alteração adaptativa que
maturação com núcleos ligeiramente maiores,
ocorre em resposta à irritação crônica, ou em
vesiculares.
resposta a estímulos hormonais.
o A quantidade de citoplasma aumenta à
medida que as células amadurecem
Uma vez que a mulher atravessa a puberdade e imagem II - ilhas de epitélio escamoso no epitélio
atinge a maturidade, alterações hormonais fazem glandular (essas bolinhas são orifícios glandulares, um
com que o colo uterino everta, o que, por sua vez, dos sinais da zona de transformação)
faz com que o frágil epitélio glandular seja exposto
ao ambiente mais ácido da vagina. imagem III - cistos de Naboth (cistos de muco, por conta
da produção de muco pelas células glandulares dos
ESTÁGIOS DA METAPLASIA: orifícios) - quando o epitélio escamoso recobre o
glandular, formando um cisto (glândula ainda está
I.Hiperplasia das células de reserva: células colunares de ativa)
reserva no epitélio endocervical começam a se dividir.
II.Metaplasia escamosa imatura: células de reserva se
multiplicam para formar uma multi-camada de células
parabasais imaturas. Uma camada superficial de
células colunares mucinosas pode ser vista
frequentemente na superfície
Processo fisiológico, não precisa se preocupar
III.Metaplasia escamosa madura: as células imaturas
diferenciam-se em epitélio escamoso maduro, o qual é
quase indistinguível do epitélio escamoso original,
criptas endocervicais podem ser vistas na
profundidade do epitélio escamoso superficial
identificando sua origem como metaplásico
Uma menina pré puber vai ter seu colo/ JEC mais
exteriorizado
A olho nu: epitélio escamoso – mais rosado/
esbranquiçado. Epitélio colunar – mais
avermelhado (pois é muito próximo da lâmina
basal, onde há os vasos sanguíneos)
COLPOSCOPIA
Ácido acético: promove a desidratação das células, fazendo com que as células escamosas com núcleo largo/denso
e grande quantidade de material nuclear (células displásicas) reflitam a luz e adquiram coloração esbranquiçada.
o A rapidez, a intensidade e a duração desse efeito estão diretamente relacionadas com a gravidade da lesão.
Lugol (Schiller): células ricas em glicogênio coram e tornam-se marrom—escuras (iodo positivo, schiller negativo),
enquanto células desprovidas de glicogênio (células glandulares e displasia) não coram e tornam-se cor de
mostarda (iodo negativo, schiller positivo).
o Portanto, áreas de ectoplasma não se coram, e o método não permite fazer grandes considerações para
tecidos glandulares.
o Queremos um iodo positivo, Schiller negativo!
COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA
Teste DNA-HPV
COLETA IDEAL O alto valor preditivo negativo do teste HPV
Ausência de sangramento, duchas e permite identificar mulheres com baixo risco de
medicamentos intravaginais, bem como desenvolver lesões precursoras e/ou ser
abstinência sexual de 72 horas anteriores à coleta. diagnosticadas com lesões significativas nos
próximos 3-5 anos, afastando-as, com segurança
Obs. Em puérperas, quando possível, deve-se
dos rastreamentos frequentes.
aguardar de seis a oito semanas para o exame.
A coleta é feita primeiro com o lado da espátula de Rastreamento primário sem uso da citologia, nos
Ayre na ectocérvice girando 360 graus e logo em Estados Unidos, a Sociedade de Ginecologia
seguida faz-se a coleta da endocervical com a Oncológica (SGO) e a American Society of
escova endocervical que deve ser girada em 360 Colposcopy and Cervical Pathology (ASCCP), em
graus. 2015, assim como a ACOG, em 2016, sugerem o
o Em seguida as células coletadas são teste de HPV para rastreamento em mulheres
esfregadas na lâmina na mesma sequência e acima de 25 anos
então é aplicado o fixador. o Se o teste de HPV resultar negativo,
Na citologia em meio líquido as células são SGO/ASCCP recomendam que as mulheres
coletadas com a espátula de Ayre e misturadas na acima de 65 anos de idade e sem história de
solução líquida do frasco. alterações anteriores interrompam o
o A coleta também é feita com a escova rastreamento
endocervical que possui a ponta destacável, Com a introdução das vacinas para HPV, o
que é depositada no líquido fixador rastreamento das mulheres com risco para câncer
A coleta dupla (ecto e endocervical) é preconizada de colo uterino deverá ser realizado com o
no sistema público de saúde do Brasil para garantir emprego da biologia molecular, ou seja, com testes
que o colo seja visualizado e priorizado durante o de HPV.
procedimento.
vagina
Câncer de vulva
A paciente pode apresentar prurido (60/70% dos casos) ou ser assintomática (20%).
Vulvoscopia → ácido acético 5% (primeira escolha) ou azul de Toluidina
CONDUTA
NIV I: seguimento (lesão não-verrucosa)
NIV II e III: Imiquimode/exérese (vulvectomia simples)/ablação a laser