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Abortamento

Beatriz Manzke
Caroline Giulia Tobaldini
Definição
Lei do abortamento
Epidemiologia
Classificação
Formas clínicas e suas abordagens
Ameaça de abortamento
 Quase um abortamento
 Ainda não ocorreu e pode não acontecer.
 Probabilidade de evolução: 50%.
 Quadro clínico:
 Sangramento vaginal de pequena intensidade + cólicas leves ou
ausentes.
 Colo fechado
 Vitalidade ovular preservada
 Tamanho uterino compatível com idade gestacional.
 Conduta expectante
 Uso de antiespasmódicos em caso de cólicas, abstinência sexual e
repouso relativo
Abortamento inevitável

Progressão da ameaça de abortamento.

O material não foi expelido, mas o aborto irá acontecer


• Irregularidade do saco gestacional, colo pérvio

Quadro clínico:
• Aumento das cólicas e do sangramento
• Colo aberto.
• Não ocorreu eliminação do tecido fetal ou placentário
• Útero compatível com a idade gestacional.

Conduta: esvaziamento uterino


 Eliminação parcial dos produtos
ovulares -> restos intraútero
(conteúdo heterogêneo).
 Quadro clínico
 Colo aberto (maioria das vezes).
 Útero menor que o esperado para a IG
Abortamento  Colo fechado: diagnóstico é feito
através do USG (restos ovulares)
incompleto  Sangramento de colo fechado -> USG
para confirmar
 Define se o caso é completo,
incompleto ou retido.
 Conduta: Esvaziamento uterino
Abortamento
completo
 Expulsão de todo o material ovular.
 Quadro clínico:
 Sangramento escasso ou ausente
 Cólicas mínimas ou ausentes
 Colo fechado
 Útero menor que a IG
 Saída de material amorfo pela
vagina
 USG: espessura endometrial é
inferior a 15 mm.
 Conduta: encaminhamento para
acompanhamento ambulatorial
 Ascensão de germes produzindo infecção local ou
sistêmica.
 Agentes mais comuns: germes encontrados na flora
genital e intestinal
 Cocos anaeróbios (peptococcus e
peptostreptococcus), Gram-negativos (E. coli),
Clostridium perfringens e bacteroides.
Abortamento  Quadros graves que evoluem para choque

infectado séptico -> suspeitar de Clostridium


 Hemoglobinúria, icterícia e crepitação uterina.
(séptico)  Quadro clínico
 Febre, sensibilidade uterina, útero amolecido, odor
vaginal fétido, secreção purulenta, leucocitose,
dor abdominal intensa, alterações hemodinâmicas,
náuseas, vômitos, etc.
 O colo costuma estar aberto
 Sangramento é variável.
Abortamento infectado (séptico)

Grau 1: infecção limitada a


cavidade uterina. Mais
frequente;

Subdividido de acordo com a Grau 2: infecção se expande à


extensão da infecção: pelve (pelviperitonite);

Grau 3: peritonite generalizada


Conduta: antibioticoterapia
e infecção sistêmica com grave
imediata + esvaziamento
comprometimento do estado
uterino
geral
Abortamento retido

 Gestação com óbito embrionário, mas sem expulsão do material


 Quadro clínico:
 Paciente assintomática, diagnóstico pela USG de rotina.
 Pode ocorrer pequeno sangramento vaginal
 Volume uterino se estabiliza ou regride.
 USG: irregularidade do saco gestacional, alterações da vesícula vitelínica
e ausência de atividade cardíaca com comprimento cabeça-nádega ≥ 7
mm.
 Ou não se desenvolveu embrião (ovo anembrionado) ou o embrião não tem
batimentos cardíacos (missed abortion).
 Conduta: esvaziamento uterino
Sinais e Ameaça Inevitável Completo Incompleto Infectado Retido
sintomas

Sangramento Discreto Presente, por vezes Discreto ou Presente e variável Variável, as vezes com Ausente
intenso ausente odor fétido

Dor Discreta ou ausente Cólicas Ausente Cólica variável À palpação uterina, Ausente
toque e abdominal
Febre Ausente Ausente Ausente Ausente Presente Ausente

Útero Compatível com a IG Compatível com a Menor que o Menor que o esperado para Amolecido e doloroso a Menor que o
IG esperado para a a IG palpação esperado para a IG
IG
Orifício interno Fechado Aberto Fechado Fechado ou aberto Geralmente aberto, mas Fechado
do colo pode estar fechado

Beta-hCG Positivo Positivo, na Negativo ou Negativo ou decrescente Negativo Negativo ou


maioria dos casos decrescente decrescente

USG Embrião e BCE Presença ou Útero vazio Restos ovulares (ecos Apresentação variável (a Embrião presente e
presentes ausência de BCE, hiperecogênicos) clínica é muito ausência de BCE
descolamento sugestiva)
ovular (SG em
processo de
expulsão)
Tratamento e
recomendações
 Conduta: depende da idade gestacional,
presença de feto intrauterino e dilatação
cervical.
 Casos de abortamento: administrar
imunoglobulina anti-D de 300 mcg, IM, para
pacientes Rh negativos.
 Expulsão espontânea – conduta conservadora
 Medida de exceção
 Só deve ser considerada em gestações
até oito semanas, com estabilidade
hemodinâmica e sem sangramentos
excessivos.
 Sangramento imprevisível, maior
intensidade de dor, demora na
recuperação, risco de curetagem de
urgência, discrasias sanguíneas
Tratamento e
recomendações
 Perfuração uterina conduta:
 Parar imediatamente o procedimento
 Manter conduta expectante com
infusão venosa de ocitocina.
 Laparotomia se sinais de irritação
peritoneal (abdome agudo)
 Nova curetagem deve ser realizada
através de visão direta
laparoscópica ou guiada por
ultrassonografia.
 Prevenção do tétano: se
abortamento provocado por
manipulação da cavidade uterina.
 AMIU (Aspiração Manual Intrauterina)
 Ambulatorial, sem necessidade de anestesia
geral ou internação.
 Menor risco de perfuração uterina e menor
necessidade de dilatação cervical.
 Procedimento de eleição em gestações com
Tratamento menos de 12 semanas.
 Menos traumático que a curetagem uterina ->
cirúrgico diminui risco de sinequias.
 Aspiração a Vácuo
 Semelhante à AMIU, porém necessita de
sistema de vácuo para sua realização.
Curetagem:

• Indicação: impossibilidade de realização da AMIU


Tratamento ou presença de grande quantidade de material.
• Maior risco de perfuração uterina.
• Feto intrauterino: só deve ser realizada até 12
cirúrgico semanas gestacionais -> depois dessa idade é
mandatória à expulsão fetal prévia

Microcesariana

• Esvaziamento do útero por via alta;


• Reservada aos casos de gestações mais avançadas
que não se resolveram por via vaginal e que
apresentam hemorragias volumosas.
Tratamento Clínico
 Ocitocina
 Perfusão venosa de ocitocina até expulsão do feto +
esvaziamento uterino cirúrgico -> diminui risco de
perfuração uterina e hemorraria
 Melhor resultado para os casos com mais de 16
semanas e colo favorável.
 Misoprostol
 Comprimidos colocado no fundo de saco vaginal
 Favorecer a expulsão fetal em quadros que se
desenvolvem após 12 semanas.
 Protocolos: dose de 200 mg a cada quatro horas, 400
mcg a cada 12 horas ou 800 mg a cada 24 horas.
 Pode ser usado de forma complementar ao tratamento
cirúrgico -> facilitar a entrada do instrumental, diminui
necessidade de dilatação cervical e complicações
cirúrgicas.
 Tratamento de escolha tanto para preparo cervical
quanto para expulsão de fetos em idades gestacionais
mais avançadas.
Antibioticoterapia

 Indicado no abortamento infectado.


 Esquema preferencial : gentamicina + clindamicina por sete a dez dias.
 Gentamicina (1,5 mg/kg/dose, 8/8 horas) ou amicacina (15 mg/kg/dia, 8/8 horas) +
Clindamicina (600 a 900 mg, a cada 6 a 8 horas) ou metronidazol (500 mg a 1 g, 6/6
horas).
 Ampicilina (500 mg a 1 g, 6/6 horas) ou penicilina cristalina (20 a 40 milhões de
UI/dia): associadas em caso de falha de resposta ao tratamento.
 Após início da antibioticoterapia deve-se realizar o esvaziamento uterino
 Não há necessidade de aguardar efeito do antibiótico para a realização do
esvaziamento uterino.
 Casos graves com peritonite e sepse e naqueles sem melhora após 48 horas do
tratamento: pode ser necessária a histerectomia, além da abordagem extensa
da cavidade peritoneal com lavagem exaustiva.
Questões
Resposta
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