Você está na página 1de 10

DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL (DDQ)

Débora Takito – Hospital de Clínicas HC-UFPR 2020-2023

INTRODUÇÃO: VARIANTES DA DDQ


 É um espectro de desordens do desenvolvimento ➔QUADRIL INSTÁVEL
do quadril que se apresenta em diferentes idades ➔QUADRIL LUXADO
de diferentes formas. ➔QUADRIL SUBLUXADO
 American Academy of Pediatrics: “condição que a ➔DISPLASIA ACETABULAR
cabeça femoral tem uma relação anormal com o
acetábulo”
 As estruturas do quadril são normais durante a
➔QUADRIL INSTAVEL
embriogênese e se tornam gradualmente
Quadril contido e reduzido, mas lasso, instável, e, por
anormais
conseguinte, luxável, em decorrência da frouxidão
 Anormalidades do quadril que pode ser congênita
capsuloligamentar
ou desenvolver-se após o nascimento.
Acompanhado ou não pela displasia acetabular
 A displasia implica progressiva deformidade do
quadril, no qual o fêmur proximal, o acetábulo e a
➔QUADRIL LUXADO
cápsula articular são defeituosos.
A cabeça femoral não se articula com qualquer
 A luxação da cabeça do fêmur poderá ocorrer no
superfície articular do acetábulo verdadeiro
útero, ao nascimento ou após o nascimento.
Pode ou não ser reduzida
Acompanhado de algum grau de displasia acetabular.
Terminologia antiga:
“Displasia congênita”/ “luxação congênita do quadril”
➔QUADRIL SUBLUXADO
A cabeça sem contato total com o acetábulo, contato
Termo + adequado: 1980
somente com uma porção do verdadeiro acetábulo
Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)
apresenta alargamento da lágrima, angulo CE
- para incluir aqueles que apresentam normais ao
diminuído, e quebra do arco de Shenton.
nascimento e podem apresentar displasia ou luxação
Acompanhado de algum grau de displasia acetabular
no desenvolvimento.

TERMINOLOGIA
* Confusão na literatura sobre o que os autores
➔DISPLASIA ACETABULAR
consideram como “instabilidade”, “displasia”,
subluxação” e “luxação”. Ausência do desenvolvimento do acetábulo
Qualquer quadril com sinal de Ortolani (+)
“Quadris com DDQ em RN não são quadris
meramente normais com frouxidão capsular, são Quadril displásico: achado radiográfico, com
obliquidade aumentada e perda da concavidade
patológicos”
acetabular, com arco de Shenton intacto.
Alterações morfológicas no acetábulo, como o
≠ QUADRIL TERATOLÓGICO
aumento do ângulo acetabular (raso), favorecendo a
Luxação ocorrida no período pré-natal, desde os
má evolução de quadril instável
primeiros meses FORMA DISTINTA DE LUXAÇÃO
Pode ocorrer isolada, sem instabilidade ou luxação, ou
Alterações secundárias: no acetábulo, na cápsula,
vir acompanhada desses quadros
na cabeça e colo femorais
Luxação alta, de difícil redução
ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA:
Associada com outras sds neuromusculare,
especialmente aquelas com paralisia muscular 
Fatores necessários para que ocorram crescimento e
Mielomeningocele, Artrogripose, Agenesia
desenvolvimento normais da articulação do quadril:
lombossacral...
1) Equilíbrio geneticamente determinado do
crescimento das cartilagens acetabular e
trirradiada.
2) Uma cabeça do fêmur bem localizada e
centrada.
O labrum atua na formação acetabular também e
deve ser manipulado cuidadosamente no tratamento.
- Cartilagem acetabular: crescimento intersticial  ↑
do diâmetro do acetábulo.
- Cartilagem sob o pericôndrio: crescimento
aposicional
O acetábulo assume sua forma definitiva por volta
dos 8 anos.
Cartilagem trirradiada:
– Ílio, ísquio e púbis
– Centrada perfeitamente no fundo do acetábulo
– Morfologia em estrela de 3 pontas = condição
essencial para o crescimento concêntrico
– A cavidade dever ser esférica e profunda
*Os componentes da aa. do quadril, do acetábulo e da
cabeça do fêmur possuem a mesma origem de células 2) Cabeça do fêmur
mesenquimais primitivas. Entre 4-7 meses de idade surge o centro de
- 7ª semana de gestação: início do desenvolvimento ossificação do fêmur proximal com 3 áreas de
do quadril  surge uma fenda que dará origem ao crescimento principais
acetábulo e cabeça do fêmur.  Placa fisária
-11ª semana: Formação da aa. do quadril →  Placa de crescimento do trocânter
hipoteticamente poderia desenvolver uma luxação  Istmo do colo do fêmur.
(raro) O fêmur proximal se desenvolve em um padrão
* Apesar de apresentarem a mesma origem, os complexo e não tão bem esclarecido.
crescimentos desses dois membros são A cabeça do fêmur ossifica por volta dos 4 a 7 meses.
independentes.

Crescimento e desenvolvimento

Elementos envolvidos no crescimento normal:


Cartilagem subcapital:
 Crescimento do colo do fêmur
 Responsável pelo crescimento de 30% do
MMII
Cartilagem do trocânter maior:
 Dela depende a determinação do ângulo de
varização
 É solicitada pelas forças de tração (glúteo
médio)
FISIOPATOLOGIA:
Cartilagem trirradiada (“Y”):
 Crescimento e morfologia do acetábulo
Alteração patológica mais comum do neonato:
 50% do desenvolvimento da pelve
NEOLIMBO
- Composta por cartilagem acetabular hipertrofiada.
Os quadris que permanecem deslocados desenvolvem
uma barreira secundária à redução:
1) Acetábulo – Complexo cartilaginoso
Pulvinar: tecido gorduroso que fica espessado no
acetabular
fundo do acetábulo.
O acetábulo se desenvolve a partir da cabeça
Ligamento redondo: fica alongado e fino e acaba
femoral  necessita do núcleo cefálico
ocupando um espaço dentro do acetábulo.
Estrutura tridimensional.
Ligamento transverso do acetábulo: fica
-Medialmente: trirradiada
hipertrofiado, podendo impedir a redução.
-Lateralmente: “cup-shaped”
Ao nascimento, o acetábulo é completamente
formado por cartilagem e com labrum
EPIDEMIOLOGIA:
O crescimento ocorre principalmente no labrum
1,5/1.000 nascidos vivos. (5:1000 Campbell)
(fibrocartilaginoso), a cápsula articular se insere acima
dele e no periósteo dos ossos da pelve.
Existe uma elevada variação racial e geográfica na
incidência.  depende da
população analisada
Mais comum em índios
americanos (Navajos)
A patologia é rara em
crianças africanas.
Negros e asiáticos
apresentam menor
incidência de DDQ.
Suíça: 1,7/1.000, China:
0,1/1.000, Índia: 50/1.000.

Luxação evidente é rara 1:1000 nascidos vivos.


Instabilidade do quadril: varia de 2,7 a 17:1000
Maioria em meninas  relaxina (meninas tem
receptor para esse hormônio)
 4:1 Campbell
 8:1 Sinzínio
Esquerdo: 60%
Direito: 20% (posição intra-útero). pior PX
Bilateral: 20% (o lado esquerdo + grave).

ETIOPATOGENIA MULTIFATORIAL e influenciada por:


➔FATORES FISIOLÓGICOS:
 Frouxidão ligamentar (relaxina)
- Um dos principais fatores da DDQ
- Frouxidão capsular por ↑ colágeno tipo III e
↓ colágeno tipo I  PRINCIPAL FATOR na
falha de manter a cabeça congruente e por
conseguinte desenvolver a DDQ. A cápsula
tem papel + importante que a estrutura óssea
em si.
- Atravessa barreira placentária
- ↑ efeito no sexo feminino, possuem
receptores
 Alterações hormonais (estrogênios)

➔FATORES MECÂNICOS:
 Excessiva anteversão femoral
 Anteversão acetabular
 Deficiência acetabular
A lateralização do fêmur produz um vetor de
força cisalhante que afeta a fise do acetábulo.
com mais do que 15º, as forças de lateralização
superam as de medialização e a subluxação é
inevitável
A única garantia que um quadril terá uma alta
sobrevida é a aparencia completamente normal
da radiografia.

 Posição intra-uterina anormal


- Alta associação com apresentação pélvica.
- O parto cesárea não afeta o prognóstico da
DDQ.
- ↑ da incidência em primogênitos e
complicações por oligodrâmnio.
- O quadril E é o mais acometido: posição
intra-uterina com o quadril E aduzido contra
o sacro materno.  posição OCE
- É pior se os joelhos estão extendidos

CLASSIFICAÇÃO:
 TÍPICA
 TERATOLÓGICA
“Apresentação pélvica (Agripino) ↑ probabilidade Associada a outras desordens
de luxação em mais de 14 x no lactente a termo” Deformidades graves = acetábulo, cápsula e fêmur
proximal
Flexão do quadril nos últimos meses de gestação + Mielomeningocele, artrogripose, agenesia
apresentação pélvica = displasia residual ou luxação lombossacral e anomalias cromossômicas.
Instabilidade:
– Quadril está contido e reduzido, mas, é lasso é CONDIÇÕES ASSOCIADAS:
instável EM RN DEVEMOS SUSPEITAR QUANDO
– Luxável, em decorrência da frouxidão  História familiar positiva
capsuloligamentar  Oligohidrâmnios / Macrossomia
– Pode haver ou não displasia concomitante  Primíparas/ 1º filho
– Evolução:  Sexo feminino (4-8:1)
• 60% se estabilizam na primeira semana de vida  Posição pélvica (Agripinos) ↑ 14x
• 88% se estabilizam até 2 meses de vida (sem  Mais comum: esquerda > bilat / direita
tto)
• 10% tendem a evoluir para subluxação/luxação
ASSOCIAÇÕES
1. Torcicolo (+ COMUM):
 Posição pós-natal associação com 15-20%.
- ↑ da incidência em RN mantidos presos com 2. Metatarso Aducto:
quadris em extensão associação 2-10%
- Lembrar dos índios Navajos – em 3. Plagiocefalia
hiperextensão 4. Calcâneo-valgo
Contratura em extensão dos joelhos

➔FATORES GENÉTICOS:
 Incidência em gêmeos chega a 34%.
DIAGNÓSTICO:
Critérios de Wynne-Davies para frouxidão Importante o diagnóstico precoce e o tratamento
ligamentar imediato.
 Flexão do polegar Nem todos os casos de DDQ podem ser identificados
 Dorsiflexão dos dedos ao nascimento.
 Hiperextensão do cotovelo e do joelho>15º Avaliação dinâmica: exames periódicos até a idade da
 Dorsiflexão do TNZ>60º. marcha.

AVALIAÇÃO CLÍNICA:
Pelo fato de a condição ser assintomática, deveria
realizar screening em todos os RN e crianças. Os
testes mais comuns são sinal de Barlow e sinal de
Ortolani.
Em um quadril normal ao nascimento, é apresentar GALEAZZI (-)
extremamente difícil deslocar o quadril, mesmo após
incisar a capsula articular. A força de retenção é -Lembrar ➔ diagnóstico
semelhante a de uma ventosa. diferencial com fêmur curto
Ao nascimento (pré-natal e teratológica), aparente no congênito.
1º ano de vida (instabilidade pós-natal) e outras Sinal de Peter-Bade (1907)
clinicamente silenciosas (subluxação e displasia Assimetria das pregas e dobras
acetabular) cutâneas (coxas, poplíteas e
glúteas)
Dobra vai além da abertura
1) Neonato: anal, estendendo-se posterior e
Sinal de lateralmente.
Ortolani causada pelo excesso de pele
Examinador no quadril encurtado.
provoca Sinal de Hart
subluxação da Contratura em adução do
cabeça do quadril
fêmur no acetábulo. Limitação progressiva da
Positivo: LUXAÇÃO abdução do quadril afetado.

+ fidedigno em crianças > 6


Sinal de Barlow meses
Instabilidade
Sinal tardio + confiável!
Teste da Pistonagem
Telescopagem
quadril em 90º.

Teste de Klisic:
Limitação da abdução criança com luxação bilateral
SINAL + CONFIÁVEL do quadril. Traçar uma linha
Progressivo deslocamento entre a EIAS e trocânter maior
póstero-lateral e cranial
Normal ➔ A linha cruza pelo
da cabeça femoral
umbigo
Mantém entre 6-12 m
Luxado➔ A linha passa abaixo
(Normal: 90°)
do umbigo
Assimetria de pregas
↑ da extensão do quadril e
glúteas e poplíteas
joelho
(Aumentada no lado
Normal = nasce com 15 a 20°
afetado)
de contratura em flexão do
quadril e do joelho
Correção por volta 2 – 3 meses
Na DDQ ➔ quadril e joelhos
2) Criança: No 2º-3º mês de vida outros sinais estendidos
aparecem: Linha de Nelaton
Sinal de Nelaton-Galeazzi Entre a tuberosidade isquiática
assimetria do comprimento e a espinha ântero-superior.
dos MMII. Normal: trocânter maior na
Encurtamento aparente do linha ou abaixo dela
fêmur Luxado: Trocanter maior acima
Não é encontrado no RN, a da linha
menos que a luxação tenha
ocorrido no útero.
Sinais tardios 3) Criança que deambula:
A criança caminha com o toque dos dedos e não do
OBS➔ DDQ bilateral pode calcâneo (toe-walk) no lado afetado.
Claudicação (fraqueza do glúteo médio) e Reprodução das manobras de Barlow e Ortolani com o
encurtamento aparente do membro quadril em posição neutra.
Trocânter maior proeminente Posição supina
Geno valgo compensatório Plano transverso
Teste de Trendelenburg. O movimento de até 6mm no quadril E e 4mm no
Em pé com joelho e quadril quadril D são considerados normais.
fletidos. Observar a crista
ilíacaposterior Técnica de Suzuki:
corresponde a imagem anterior simultânea de ambos
os quadris(inicialmente em extensão e depois fletidos
e abduzidos). O objetivo e mostrar o relacionamento
Excessiva lordose é da cabeça do fêmur com o acetábulo e a posição do
comum, sendo necessária deslocamento. Em quadris normais esta posição não
uma contratura em flexão se altera com o exame em flexo- abdução.
do quadril Linha P ou linha púbica: na superfície anterior dos
ossos púbicos
Linha E: a partir da margem lateral do osso púbico e
perpendicular à linha P
As cabeças cartilaginosas dos fêmures estão
localizadas após a linha P, com um espaço muito
estreito entre a cabeça do fêmur e essa linha. Da
Teste de Thomas mesma forma, não existe espaço medial entre a
normalmente o quadril e cabeça cartilaginosa do fêmur e a linha E.
joelho de um RN
apresenta 15 a 20o de
flexão que desaparece c/
02 a 03 meses de idade.
Na LCQ o teste de
Thomas mostra
esta perda de contratura
em flexao do quadril
quando o joelho e Nos quadris luxados ou subluxados a cabeça femoral
estendido (em extensão) movimenta-se anteriormente a linha P
formando um espaço entre a margem medial da
AVALIAÇÃO POR IMAGEM: cabeça e a linha E.
No quadril em flexão abdução a cabeça femoral está
ULTRASSONOGRAFIA: deslocada posteriormente. O grau de deslocamento
Melhor método até os 6 meses de idade, pois posterior e dividido por Suzuki em 03 categorias :
demonstra as partes cartilaginosas do acetábulo, colo Tipo A: a cabeça mantém contato com a parede
e cabeça do fêmur. interna do acetábulo
Tipo B: o centro da cabeça está em contato c/ a borda
posterior acetabular
Tipo C: o centro da cabeça esta atras da borda
posterior acetabular

Estático de Graf
Analisa o fêmur proximal e o contorno da pelve
Imagem coronal do quadril, com 45o de flexão e 15o de
rotação interna
2 métodos de mensuração
Dinâmico de Harcke:
1 linha de referência (vertical): traçada com base na desenvolvimento ósseo do acetábulo, com ângulo α
posição da cápsula e labrum e outra com base no variando entre 43-48° e o ângulo β entre 70-77°.
fundo ossificado do acetábulo. IIC  importante identificar, é o quadril pré-luxado
que irá luxar
IId: apresenta contorno deficiente do teto ósseo,
sendo o ângulo α entre 43-49° e o ângulo β >77°,
atingindo o estágio de descentralização.
TIPO III: trata-se de um quadril excêntrico, pois já se
perdeu a íntima relação entre a cabeça e o acetábulo.
O contorno ósseo acetabular é pobre, com valores
menores do que 43° para o ângulo α e maiores do que
77° para o ângulo β.
IIIa: quando a cartilagem acetabular se deforma em
direção cefálica, porém mantém o seu aspecto
anecógeno normal.
 2 ângulos: IIIb: Se a pressão sobre essa cartilagem é mantida, ela
Ângulo Alfa: linha de referência + linha passando pelo irá sofrer alterações estruturais, passando de hialina a
teto ósseo. fribrolamelar, sendo vista como um tecido ecógeno.
- Complementar ao IA. Medida da inclinação do TIPO IV: é o quadril luxado, onde se torna difícil
aspecto superior do acetábulo. reconhecer os pontos de referencia para realizar as
- Quanto menor o ângulo, maior o risco de luxação. mensurações, pois a cabeça saiu da articulação e
-Normal >60° comprime a cartilagem do teto, deslocando-a para o
Ângulo Beta: linha de referência + linha passando interior da cavidade acetabular.
pelo teto cartilaginoso.
- Avalia o componente cartilaginoso do acetábulo
- Quanto maior o ângulo, maior o risco de luxação.
- Normal<55°
- >77°  quadril está subluxado e lábio evertido

RADIOGRAFIA
CLASSIFICAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA – GRAF Alterações podem ser evidentes com 3-6 meses de
Realizada na 6ª semana de idade. idade.
 Quadris normais Atualmente não se utiliza RX p/ diagnóstico de DDQ.
 Quadril imaturo/anormal Exige posicionamento correto do paciente para não
 Quadril subluxado dar falso positivo ou falso negativo
 Quadril luxado Torres – apenas 5-10% dos rx são uteis para o
TIPO I: Corresponde ao quadril normal, onde o ângulo diagnóstico.
alfa mede 60° ou mais e é subdividio em: Incidencia: AP
Ia: ângulo β < 55°
Ib: ângulo β ≥55° Linha de Hilgenreiner (Y horizontal)= tangente as
TIPO II: A cabeça femoral é coberta mais à custa da imagens em lágrima
cartilagem acetabular do que do teto ósseo, não Linha de Ombrédanne e Perkins (vertical) =
estando necessariamente bem centralizada. Nesse perpendicular a linha de Hilgenreiner, no ponto mais
tipo são enquadrados cinco subtipos lateral do acetábulo. Delimita os quadrantes de
IIa: teto ósseo de 50 – 59° / teto cartilaginoso 55-77° Ombrédanne
IIb: mesmas medidas, mas a idade da criança é >3 m
IIc: apresenta instabilidade devido ao pequeno
Quadrantes de Ombrédanne = no quadril normal o a. Aparecimento atrasado do centro de ossificação
núcleo da cabeça localiza-se no quadrante ínfero- da cabeça femoral
medial. b. Maturação irregular do centro de ossificação
11) Bifurcação (frangeamento do teto acetabular na
Linha de Menard-Shenton ou Ménarde = segue a infância tardia) – Ponseti
curvatura superior do forame obturado e continua em 12) Hipoplasia da pelve (ilio)
curva junto ao colo do fêmur. É interrompida nas 13) Fusão adiada (junção isquiopúbica)
luxações precoces 14) Atitude de adução de extremidade

Índice Acetabular (Kleinberg and Lieberman): LINHA DE CALVÉ


- Traçado de linha de Hilgenreiner à extremidade Estende-se à margem
superior do acetábulo (inclinação do acetábulo) lateral do ílio a partir da
- Normal 30° (27-35°) convexidade do
acetábulo até o colo do
Ângulo Center-Edge: 20-25º fêmur. Deve tocar a
margem lateral do colo do
fêmur.

ÍNDICE DE EXTRUSÃO DE REIMERS (P/ PC)


Porcentagem que a cabeça está lateral à linha de
Perkins.

LINHA DE ANDREN-VON ROSEN (1958)

1) Linha de Hilgenreiner
2) Linha de Perkis
3) Quadrantes formados pelas linhas acima
4) Índice acetabular
5) Linha/arco de Shenton
6) Luxação superior da cabeça femoral
7) Luxação lateral da cabeça femoral
8) Figura em U da sobra da gota de lágrima (Kohler)
9) Coordenada Y (Ponseti)
10) Displasia epifisária da cabeça
- Relação entre o eixo
do fêmur e o acetábulo.
- RX AP c/ abdução de
45o e rotação interna
máxima.
- Passa uma linha pelas
diáfises femorais, que
devem se cruzar no centro da transição lombossacra
- O prolongamento do eixo do fêmur passa próximo a TRATAMENTO:
borda lateral do teto acetabular ou passando pelo 1) Neonatos:
centro do acetábulo e formar um ângulo de 45 o com
L4.
Luxação = linha passa pelo acetábulo e incide em L3
ou mais proximal.
Cuidado: as vezes, para fazer o RX terminamos
reduzindo o quadril, o que dá falso negativo.

ARTROGRAFIA
Em desuso. Utilizada na década de 60 para
planejamento cirúrgico.
Definição dos limites da cápsula
Estruturas que impedem a redução concêntrica:
– Limbo invertido
– Ligamento redondo  hipertrofia
– Pulvinar  hipertrofia
– Alongamento e constrição da capsula – imagem
em ampulheta
– Iliopsoas
– Ligamento transverso  hipertrofia

Suspensório de Pavlik é a primeira indicação de


tratamento em quadris luxados que podem ser
reduzidos pelo examinador pela manobra de Ortolani.
Posicionamento: 120º de flexão do quadril (faixa
anterior) + abdução do quadril pela gravidade (faixa
posterior).
Hiperflexão do quadril pode produzir paralisia do
nervo femoral ou causar luxação inferior da cabeça.
A maioria dos bebês precisa trocar o suspensório pelo
crescimento em 3-4 semanas.
A progressão do quadril deve ser monitorada com US
repetido após 3 semanas com o suspensório.
Após 6 semanas:
Exame clínico + US normal  descontinuar
suspensório, RX controle com 3-4 meses e 1 ano de
idade. Follow-up até maturidade esquelética.
TOMOGRAFIA:
Quadril mantém luxado  exame do quadril sob
Útil para controle de redução com gesso
anestesia.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA:
2) Idade 1-6 meses:
E o melhor exame para avaliar estruturas ósseas e não
Suspensório de Pavlik também é a primeira escolha.
ósseas, além de controle da redução e isquemia da
Avaliação clínica e US semanalmente.
cabeça (usada neste caso com gadolínio).
Fatores associados com falha no tto com suspensório:
Desvantagem de alto custo e necessidade de
Idade >7 semanas no início do tto
anestesia geral
Luxação bilateral
Sinal de Ortolani negativo
3) Idade 6 meses – 2 anos:
Redução fechada: O quadril é reduzido mantendo em
flexão de 90º e abduzido gradualmente. Depois que
uma redução palpável é sentida, o quadril é
mobilizado para determinar o arco de movimento no
qual se mantém a redução.
Redução aberta: Quando há falha em se manter a
redução fechada.

4) Idade maior que 2 anos:


A cabeça femoral está geralmente em uma posição
mais proximal e a musculatura que atravessa o quadril
está severamente contraída.
O encurtamento femoral faz parte do tratamento nas
crianças mais velhas.
Crianças entre 2-3 anos podem necessitar de uma
osteotomia pélvica para cobertura acetabular (Salter
ou Pemberton).

COMPLICAÇÕES:
NAV: presente em 5% dos casos. A causa mais comum
é a imobilização prolongada numa posição que causa
pressão excessiva na cabeça femoral, como extrema
adbução ou RI. Classificação de NAV de Bucholz-
Ogden.
Redução inadequada e reluxação
Displasia acetabular residual:
Crianças <8 anos: osteotomia de Salter e Pemberton.
Crianças > 8 anos: osteotomia pélvica tripla de Steel,
osteotomia dupla de Sutherland, osteotomia de Ganz
e osteotomia de Dega.
Os quadris que não podem ser concetricamente
reduzidos, podem ser tratados com procedimentos
que fazem cobertura da cabeça femoral com
estruturas que se tornarão fibrocartilagem, como a
osteotomia de Chiari e Shelf.

Você também pode gostar