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Coluna Vertebral ou Ráquis

Funções: Coluna Vertebral ou


1. Proteger a espinhal medula (componente do Ráquis
Sistema Nervoso Central, tal como o encéfalo) por meio
de sucessivos arcos ósseos vertebrais – corpo vertebral
+ pedículos + lâminas – que escudam a medula
vertebral de traumatismos externos, mas que também
permitem a saída e entrada das raízes (motoras e
sensitivas) dos nervos raquidianos (pelos buracos de
conjugação entre pedículos de vértebras adjacentes).
2. Permitir a mobilidade do tronco através da
organização em múltiplas peças ósseas (as vértebras,
que se movimentam entre si por meio dos seus
discos e das suas apófises articulares).
3. Oferecer área óssea alargada (apófises
espinhosas e transversas) para inserção de
músculos que movimentem a coluna, o tronco e a
cabeça.
4. Sustentar o peso da cabeça, membros superiores e
cabeça e transmiti-lo aos membros inferiores (o suporte
do peso é feito sobretudo pelos corpos vertebrais).
Ráquis ou Coluna
Vertebral: Função protetora
da espinhal medula (sistema
nervoso central)
Se durante a gestação for incompleto o
encerramento da coluna vertebral (ficando
aberta atrás), sobretudo na sua porção
inferior (formando-se um mielomeningocelo;
de que a chamada espinha bífida
é uma variante), isso expõe a medula
espinhal a compressão intra-uterina pelo
líquido amniótico causando lesão irreversível
da medula espinhal com consequente
paralisia irreversível dos componentes do
corpo que ficam abaixo do ponto mais alto
da falta de encerramento da parede
posterior da coluna vertebral
(habitualmente a coluna lombar com
consequente paraplegia).
Coluna Vertebral: buracos de conjugação
Tem que ser permitida a saída e
entrada das raízes dos nervos
raquidianos, o que se faz através
dos buracos de conjugação que se
situam lateralmente na coluna entre os
pedículos de vértebras sucessivas (a
armadura óssea protetora da medula não
pode ser totalmente estanque!).

Estes buracos de conjugação são pontos


vulneráveis da estrutura anatómica
da coluna que explica no homem
a frequência de compressões nervosas
(radiculites devidas a hérnias discais)
por compressão das raízes dos nervos
raquidianos ao atravessarem os
buracos de conjugação.
Coluna Vertebral:
Cervical, Torácica, Lombar e Sagrada

Vértebras
livres:
7 cervicais,
12 dorsais e
5 lombares.

Vértebras
soldadas:
5 sagradas e
4-5 coccígeas.
Dermátomo
Área da pele inervada por um único
nervo raquidiano ou espinhal.
A inervação do tronco está
organizada em anéis que se
prolongam pelos membros
superiores e inferiores. Lembra-nos
que descendemos de anelídeos e de
animais que caminham a quatro
patas (os anéis torácicos e lombares
prolongam-se pelos membros).
Curvaturas da Coluna Vertebral:
Primária (no útero) e Secundárias (formam-se durante o 1º ano).

A coluna numa
única curvatura
primária (o
regresso ao
conforto do útero
materno!).
As curvaturas secundárias surgem em três estadios: quando
o bébé começa a levantar a cabeça, a gatinhar e a andar.

1-2 meses

8 meses
12 meses
Curvaturas Secundárias da Coluna Vertebral
Cifose:
Concavidade anterior
(coluna torácica).

Lordose:
Convexidade anterior
(coluna cervical e lombar).

Curvaturas anormais:
Hipercifose,
Hiperlordose,
Escoliose.

(na linguagem
médica do dia à dia:
muitas vezes usam-se
os termos cifose e
lordose como
significando hipercifose
e hiperlordose).
As Curvaturas da Coluna Vertebral são Devidas ao
Ortostatismo da Espécie Humana
Regresso noturno à
posição uterina:
curvatura cifótica
única da coluna
vertebral
As Curvaturas da Coluna Alteram-se com a Idade:
A hipercifose torácica é normal no envelhecimento.
Escoliose
É o desvio lateral da coluna vertebral.
É sempre uma curvatura anormal.

Tipos de Escolioses:
idiopáticas (= de causa
desconhecida) ou adquiridas.
80% das escolioses são
idiopáticas.

A escoliose afeta 2 em cada 100


pessoas. Há uma forte tendência
familiar: se algum elemento da
família tiver escoliose este número
aumenta 2 para cerca de 20%.
A escoliose acarreta sempre
hipercifose
Escolioses
Alterações Posturais
Causadas pela
Escoliose

Assimetria (em relação ao


plano sagital mediano) da
cabeça, ombro e
anca.

Assimetria do espaço que


separa os dois membros
superiores do contorno do
tronco.

As duas ancas não estão à


mesma altura.

Os membros inferiores
parecem ter comprimento
diferente.
Escoliose:
Tratamento
Escolioses Adquiridas:
Menos graves: corrigidas com
fisioterapia e natação durante a
infância e a adolescência.

Escolioses Idiopáticas:
As congénitas são as mais
graves: requerem coletes
ortopédicos durante o período
de crescimento até à realização
de cirurgia ortopédica corretiva.
Correção Cirúrgica
da Escoliose
Cifoescoliose
A escoliose nunca é pura:
acarreta sempre rotação da
coluna e hipercifose
compensatória.
Conclusão: não há escolioses,
mas sim cifoescolioses
porque a escoliose nunca vem
sozinha.
Classifique estas curvaturas da coluna vertebral

C – Curvas vertebrais da obesidade.


D – Curvas vertebrais do envelhecimento.
Elementos Anatómicos
das Vértebras:

1. Corpo.

2. Arco Vertebral -
- Corpo +
- 2 pedículos (anteriores) +
- 2 lâminas (posteriores).

3. Aparelho Apofisário:
- 4 apófises articulares (ou
zigapófises): 2 superiores e
2 inferiores.
- 2 apófises transversas,
- 1 apófise espinhosa.
(vértebra torácica como exemplo)
Faça a legenda
Buraco de
Conjugação

Orifício (neural
foramen) desenhado
pelos pedículos de
duas vértebras
sucessivas.

Por ele passam as


raízes dos nervos
raquidianos (ou
espinhais).

É o espaço
intervertebral
clinicamente mais
importante (aí se
formam radiculites
devidas a hérnias
discais).
Diferenças entre as Vértebras dos Vários Grupos
(caraterísticas patognomónicas)
Cervicais: buraco
transversário.
Torácicas: facetas
costais e buraco
vertebral redondo.
Lombares: apófise
costiforme (apófise
transversa
modificada), apófise
espinhosa
quadrilátera,
tubérculo mamilar.
Coluna Cervical
Existem 7 vértebras cervicais em todos os mamíferos !
(os outros grupos vertebrais apresentam número de vértebras que variam
conforme as espécies)

/ vértebras
Todos os mamíferos têm 7 e só 7 vértebras cervicais!
(mas número variável de vértebras dos outros grupos vertebrais)
Coluna Cervical
Buraco transversário
(exceto em C7 [+C6, por vezes]).

Corpo: apófises semilunares ou


uncinadas na face superior.

Buraco vertebral triangular.

A apófise transversa insere-se


no corpo e no pedículo.

Pedículos com chanfradura


superior mais profunda do que a
inferior.

Apófises articulares superiores


olhando para cima e para trás.

Apófise espinhosa bífida ou


bitubercular (exceto em C6 e C7).

C1 e C2 (atlas e áxis) têm


anatomia muito particular.
Coluna Cervical
Buraco de Conjugação, Pedículos e Apófises Transversas
Pedículos e Buraco de
Conjugação:
O bordo
superior do pedículo
inferior contribui mais
para este buraco do que o
bordo inferior do
pedículosuperior.

Apófises Transversas:
Para além do buraco
transversário, a da face
superior destas
apófises (na área que fica
atrás do buraco
transversário) forma uma
goteira onde assenta
gânglio de nervos
espinhais.
Buracos de Conjugação Cervicais
Para serem
visíveis em toda a
sua extensão (3 na
imagem) pede-se
ao radiologista
um raios-x de
incidência cervical
oblíqua lateral
(neste caso,
esquerda).

5, traqueia,
2, clavícula.
Estreitamento dos Buracos de Conjugação
Cervicais: Radiculite Cervical
Radiculite é a inflamação da raiz de
nervo raquidiano que é causada pela
sua compressão (por exemplo: devido
a estreitamento dos buracos de
conjugação ou devido a hérnia discal).
Manifesta-se por dor ao longo dos
dermátomos cervicais, ou seja, dor que
irradia do pescoço para ombro e para o
membro superior.
Buracos de Conjugação e Radiculite Cervical
Este raios-x revela uma
estenose (=estreitamento)
do buraco de conjugação
entre C6 e C7 devido a
desalinhamento das
apófises articulares
entre as duas vértebras.

Doente jovem que refere


dor cervical com irradiação
para o membro superior
que se instalou após
movimento extremo
durante jogo de ténis.
Raios-x de incidência oblíqua lateral direita

4. Buraco de
conjugação.
5. Apófise
uncinada da
face superior do
corpo vertebral.
Coluna Cervical:
Correlação entre anatomia
e radiologia.

Perfil Lateral Esquerdo


1. T1 – corpo.
2. C7 – apófise
espinhosa.
3. C5 – lâmina.
4. C4 – face inferior da
apófise articular.
5. C4 – face superior de
apófise articular.
6. C2 – apófise
espinhosa.
7. C2 – dente.
8. C1 – arco anterior.
9. Traqueia
Raios-x de incidência anteroposterior

4. Apófise
espinhosa de
C7.
5. Corpo vertebral.
6. Apófise
uncinada.
Estenose de Buracos de Conjugação?
Onde ?
Atlas (C1) e Áxis (C2):
são diferentes de todas as outras vértebras cervicais.
Atlas (C1)

O atlas suporta o peso


do nosso mundo
pessoal (que está
dentro da nossa cabeça).
C1 ou Atlas
Duas massas laterais unidas por dois
arcos (anterior e posterior).

Duas grandes cavidades glenoides (para


sustentação dos côndilos do occipital)
formando a face superior das massas
laterais do atlas (de onde nascem as suas
curtas apófises transversas).

Apresenta dois arcos:


Anterior: com pequena superfície
articular para o dente do áxis que é
côncava e lisa (na face posterior do arco
anterior).
Posterior: com sulco para artéria vertebral
(na face superior do arco).

Corpo reduzido a pequeno tubérculo


anterior. Apófise espinhosa reduzida a
pequeno tubérculo posterior.
Atlas e Áxis
C2 ou Áxis
O seu corpo prolonga-se para cima pelo
dente ou apófise odontoideia.

Facetas articulares do dente:


Anterior – em relação com a face
posterior do arco anterior do atlas.
Posterior – em relação com o
ligamento transverso do atlas.
Áxis
Apófises articulares superiores
com facetas planas.
Apófise espinhosa
parcialmente bitubercular.
Imagem radiográfica transoral anteroposterior para
visualização do atlas e áxis [realiza-se com o doente mantendo a boca aberta]
1. Apófise odontóide. 2. Massas laterais do atlas. 3. Corpo do áxis.
Rx anteroposterior (AP) com a boca aberta

1, Apófise
transversa do
atlas.
2, Massa lateral
do atlas.
3, Apófise
odontoideia.
4, Apófise articular
inferior do
atlas.
5, Apófise articular
superior do
áxis.
Caso Clínico: fratura e desalinhamento do áxis
NEJM 2017; 376:1782May 4. É para ler !

A 25-year-old man presented to the emergency department with severe neck pain after he was involved in a
high-speed collision between two vehicles. He had full strength in his arms and legs, normal sensation to light
touch and pinprick, and no sphincter disorders. A lateral radiograph (Panel A) showed disruption of the
intervertebral disk between the C2 and C3 vertebrae, posterior angulation of the C2 vertebra fragment, fracture
of the left pedicle of the axis, and a small inferior anterior fragment (arrow). An axial computed tomographic
scan (Panel B) confirmed that the right and left pedicles of the C2 vertebra were fractured. Traumatic
spondylolisthesis of the axis, also known as a hangman’s fracture, is caused by hyperextension of the neck.
These fractures are classified according to the degree of anteroposterior deviation, presence of disruption of the
posterior longitudinal ligament, position of the fracture line, and presence of a facet-joint dislocation. Stable
fractures with minimal displacement may be managed conservatively with external immobilization, but unstable
fractures, as in this case, require surgical stabilization. The patient underwent anterior fusion of the C2 and C3
vertebrae, and at follow-up 4 years later, he had no neurologic deficits and was free from pain.
C6 e C7
C7 perde a forma bitubercular da sua
apófise espinosa que é aguçada cama nas
vértebras torácicas.
(é a “espinha” mais saliente que se palpa na
base da nuca); pode perder o seu buraco
transversário (fica uma chanfradura).

C6 – também pode perder (é menos


frequente) o seu buraco transversário.
Coluna Cervical:
Correlação entre anatomia e radiologia.

Perfil lateral direito.

1. Apófise odontoideia do áxis.


2. Arco anterior do atlas.
3. Corpo vertebral do áxis
4. Apófise articular superior de C3.
5. Arco posterior do atlas.
6. Espaço entre a face posterior do arco anterior do
atlas e a face anterior da apófise odontoideia.
7. Apófise articular inferior de C4.
8. Rebordo do pedículo de C3.
9. Lâmina de C5.
10. Base da apófise espinhosa de C4.
11. Disco intervertebral entre C5 e C6.
12. Apófise espinhosa de C7.
13. Cartilagens articulares das apófises de C5 e C6.
Coluna cervical observada por imagem de raios-x de
incidência oblíqua anterior direita
Incidência ideal para observar os
buracos de conjugação.

Verifique que a contribuição do bordo


superior de cada pedículo é maior para
o perímetro do buraco de conjugação
do que do bordo inferior.
Coluna cervical observada por imagem de raios-x
de incidência posteroanterior
Incidência ideal para observar
apófises transversas.
Faça a
correlação entre
anatomia e
radiologia
Tape a legenda e
tente fazê-la

1. Anterior arch of the atlas


2. Dens of axis
3. Posterior arch of the atlas
4. Soft palate
5. Root of the tongue
6. Transverse process
7. Intervertebral disc
8. Inferior articular process
9. Superior articular process
10. Zygapophyseal (facet)
joint
11. Spinous process of C7
2nd-7th: The bodies of 2nd
to 7th cervical vertebrae
Aplique os seus
conhecimentos
anatómicos para
legendar a imagem
Anatomia Radiológica da Coluna Cervical:
Rx simples (perfil lateral) TAC (corte sagital) RMN (corte sagital)

Rx: apenas as estruturas ósseas são nítidas; a imagem que é a soma do total
de cada vértebra.
TAC: as estruturas ósseas vertebrais apanhadas no plano do corte tomográfico
são visíveis e em excelente detalhe; as estruturas moles visíveis sem
detalhe.
RMN: tanto as estruturas ósseas como as estruturas moles que são
apanhadas no corte tomográfico são bem visíveis e com o máximo detalhe.
Compressão dos nervos raquidianos devido a lesão
de C5-C7: radiculite com dor e parestesia com irradiação para
ombro e membro superior (de C1 a C3 na irradia para o MS)
Causa comum:
movimento de chicote da
cabeça e pescoço em acidente
de viação.
Alterações da Coluna Cervical com a Idade

Espondilose: espondilo (=vértebra)


+ ose (=alteração).

Espondilose denomina alteração da


anatomia de uma ou mais vértebras
que pode envolver diminuição da
altura dos corpos e dos discos
intervertebrais e formação de
osteófitos (= prolongamentos
ósseos anormais [“spur” em inglês] ;
vulgo: “bicos de papagaio”). Os
osteófitos são a causa mais comum
de dor crónica na espondilose.
Espondilose Cervical
A espondilose cervical é uma
doença que afeta os adultos de
meia-idade e de idade avançada
que apresentam degenerescência
dos discos intervertebrais e das
vértebras da coluna cervical (com
formação de osteófitos ou “bicos
de papagaio”).
A espondilose cervical produz um
estreitamento do canal medular
cervical e comprime a medula
espinhal ou as raízes nervosas
espinhais, ocasionando dor crónica
irradiando para o ombro e membro
superior se ocorrer (o mais comum)
na metade inferior da coluna
cervical.
Espondilose Cervical
O médico poderá abordar o
tratamento com um colar
cervical, tração cervical, anti-
inflamatórios, analgésicos e
relaxantes musculares. A
cirurgia estará indicada para
evitar que os sintomas
evoluam quando a
perturbação se agudiza ou
no caso de a imagem
tomográfica obtida por
ressonância magnética
nuclear mostrar uma
compressão grave.
Alterações da Coluna Cervical com a Idade
Estreitamento dos buracos
de conjugação por
osteófitos com consequente
compressão das raízes
nervosas espinhais e
potencial radiculite, com dor
intensa que irradia desde o
pescoço para o ombro e ao
longo do membro superior.
Que indica a seta?
Corte axial por RMN de vértebra cervical.
Faça a legenda.
Entre que
corpos vertebrais
está colocada
uma prótese
metálica?
Coluna Vertebral Torácica: T1 a T12
Coluna Torácica: T1 a T12
A relação articular com as costelas
altera a anatomia das vértebras
torácicas pela presença de facetas
articulares costais em:
(1) Corpo vertebral (quatro
hemifacetas na maioria das vértebras);
(2) Apófise transversa (uma faceta na
face anterior de cada uma destas
duas apófises transversas).
Vértebras Torácicas: características anatómicas
Facetas costais no corpo vertebral (4) e
nas apófises transversas (2).

Os corpos vertebrais aumentam


progressivamente de volume de T1 a
T12 (suporte de cada vez mais peso
corporal).

Buraco vertebral circular (triangular nas


cervicais e lombares).

Apófises transversas ficam claramente


entre os pedículos e as lâminas.

Apófises articulares em plano cada vez


mais oblíquo, com as apófises
superiores olhando para trás e para fora.

Apófise espinhosa longa e inclinada


para baixo.
Articulação entre Vértebras e Costelas
Para a maior parte das
vértebras e costelas (há
exceções que estão no
próximo slide), a regra é
a seguinte.
Cada costela articula-se
com:
(a) dois corpos
vertebrais, sendo
um da vértebra do
mesmo número da
costela e outra da
vértebra de número
inferior (está
acima);
(b) Com a apófise
transversa da
vértebra do mesmo
número da costela.
Caraterísticas Particulares
de T1 e T9-T12
T1: Só tem uma faceta costal
em cada face lateral do
corpo vertebral (para 1ª
costela) e uma hemifaceta
no bordo inferior (para a 2ª
costela).

T9: Só tem 2 hemifacetas


(superiores) para as 9ª
costelas (que também se
articulam com T8).

T10-T12: 2 facetas costais


(completas) em cada corpo
vertebral.

T11 e T12: Sem facetas


costais nas apófises
transversas.
Alterações com o Envelhecimento:
A Hipercifose Torácica
A osteoporose do envelhecimento
torna os corpos vertebrais mais
curtos adiante do que a trás
levando ao aumento do
encurvamento torácico. A
osteoporose também pode causar
fratura vertebral espontânea.
Compressão de nervos espinhais torácicos
É uma situação rara em comparação com a radiculite cervical ou lombar. A
sintomatologia (dor e parestesia [= perda de sensibilidade e sensação de
formigueiro]) irradia no tórax segundo os dermátomos (a azul em baixo) e,
no caso das vértebras mais baixas, pode irradiar para o membro inferior.
Faça as legendas
Coluna Lombar: de L1 a L5
Vértebras Lombares
As apófises transversas são
costiformes (assemelham-se
ao início de uma costela).

Têm um tubérculo mamilar no


vértice de cada apófise
articular superior.

Têm um tubérculo acessório


nas apófises costiformes
(transversas).

Buraco vertebral triangular (como


nas vértebras cervicais).

Apófises articulares segundo um


plano quase vertical
(limitando a rotação entre as
vértebras), com as superiores
olhando para trás e para dentro.
Vértebras Lombares
De L1 a L5, corpos
vertebrais progressivamente
mais volumosos (aumento
progressivo do peso que
suportam).

Apófise espinhosa
quadrangular.

Tubérculo acessório na
face posterior das
apófises costiformes
(apófises transversas
modificadas).

Tubérculo mamilar no limite


posterior das apófises
articulares superiores.
A coluna lombar é aquela que apresenta com mais
frequência fraturas ósseas e hérnias discais
(é a porção da coluna móvel que suporta mais peso e que menos rotação permite)

Atenção: a maioria
das dores na região
lombar (lombalgias)
são de etiologia
muscular e não
vertebral.
A fratura mais frequente da coluna lombar (fratura
de esforço, devida a rotação excessiva) reconhece-se
pela presença radiológica (raios x de incidência
oblíqua) de “coleira” no “Scottie Dog” (terrier escocês)
“Scotty Dog”no Perfil Lateral de Rx das Vértebras Lombares:

Nariz: apófise transversa.

Olho: pedículo.

Orelha: apófise articular superior.

Pescoço (onde passa a haver a


“coleira” [branca no raios-x], em caso
de fratura): é a “pars interarticularis”
(ou seja, a “coleira” é o ponto de
junção dos pedículos com as
lâminas, é área de fraqueza
estrutural das vértebras lombares).

Pata: apófise articular inferior.


Scotty

“Scotty Dog”
Quando o “Scottie Dog” tem coleira = há
fratura de esforço na junção (pars
interarticularis) entre pedículo e lâmina de
uma vértebra lombar.
Onde está o “Scottie Dog”?
Em particular o seu pescoço?
Fratura Lombar de Esforço
(“Scottie Dog com coleira”)
Causas mais frequentes:
- Levantamento de pesos excessivos
com a coluna em inclinação lateral e
fazendo a sua rotação.
- Rotação excessiva e rápida da coluna
vertebral (golfe !).
Espondilolistese: deslocamento anterior ou posterior de uma vértebra com
potencial compressão da raiz do nervo raquidiano. A espondilolistese é mais frequente
na coluna lombar do que nas outras regiões da coluna.
É causa frequente de dores lombares crónicas em
pessoas de meia idade que passam os dias
sentadas ao computador (conheço alguém assim!).

A mais frequente: espondilolistese lombossagrada..


Espondilolistese:
Graus e correção cirúrgica.
A que nível da coluna é a espondilolistese destes doentes?
Compressão de Nervos Espinhais Lombares
A compressão de raízes
nervosas espinhais lombares é
a mais frequente das situações
deste género na coluna vertebral.
Num segundo lugar de frequência,
mas próxima, temos a frequência
de compressões de nervos
cervicais.
As compressões de nervos
torácicos são pouco frequentes.
As raízes nervosas lombares
reúnem-se no nervo ciático que
inerva todo o membro inferior.
A ciatalgia é uma dor que se
inicia na região lombar e irradia
para a anca e para todo o
membro inferior.
Compressão de Nervos Espinhais Lombares
A sintomatologia envolve
tanto dor (ciatalgia),
dificuldade motora e
alteração da sensibilidade
(com parestesias:
dormências, formigueiros)
irradiando para o pé
segundo os dermátomos
lombares.

Os dermátomos do nervo
ciático irradiam para a face
posterior do tronco e ao
longo de todo o membro
inferior.
Alterações Lombares do Envelhecimento:
Diminuição da altura do
corpo vertebral.
Diminuição da altura dos
discos vertebrais.
Osteófitos (pequenos
crescimentos ósseos
anormais).
Fraturas espontâneas dos
corpos vertebrais.
Desalinhamento:
espondilolistese.

Todas estas alterações ocorrem ao


longo de toda a coluna do idoso,
contribuindo para a diminuição da
altura total do tronco em idades
avançadas.
Que elementos anatómicos estão envolvidos nesta fratura vertebral?
L2 e Cauda Equina
É ao nível de L2 que
termina a medula espinhal
compacta.
Segue-se a “cauda
equina” formada pelos
nervos sagrados que
deixam de formar tecido
nervoso compacto e se
separam dentro da porção
mais baixa do canal
vertebral, descendo
individualmente em “cauda
de cavalo” (ou equina) para
dentro do sacro. A “cauda
equina” é formada pelos
nervos sagrados os quais
enervam a bacia e os
órgãos genitais.
Punção Lombar
Faz-se abaixo de L3 (a crista ilíaca
está ao nível de L4) para não atingir
a medula espinhal compacta já que abaixo
de L3 está-se já ao nível da cauda
equina e os feixes nervosos
“fogem” à frente da agulha.

Faz-se para colheita de amostra


de liquor, ou líquido
cefalorraquidiano, presente
no espaço subaracnoideu ; o
liquor rodeia todo o sistema
nervoso central (não só a medula
Espinhal, como também o encéfalo).

Aplicações da punção lombar: a


amostra de liquor é útil no
diagnóstico de meningites
e de hemorragias cerebrais.
Anestesia Epidural:

Utilizada nas cesarianas (e em outras


cirurgias pélvicas) e em cirurgias do
membro inferior. Resulta em anestesia da
porção do corpo que fica abaixo do plano
vertebral em que injeta o anestésico,
podendo o doente ficar acordado durante a
cirurgia. É feita sempre abaixo de L2.
Osteoporose Normal Osteopetrose
Osteopetrose, também conhecida como doença de mármore óssea e doença
de Albers-Schonberg, é uma doença extremamente rara e hereditária, que causa
o endurecimento dos ossos, tornando-os mais densos, ao contrário do que
acontece na osteoporose, em que os ossos se tornam menos densos e menos
elásticos.
O espessamento e rigidez é desigual ao longo dos ossos, o que faz com que os
ossos na osteopetrose sejam mais suscetíveis a fratura, já que não toleram tão
bem os movimentos articulares, isto é, não resistem às pressões induzidas,
devido à perda de flexibilidade que resulta da matriz óssea passar a ter maior
conteúdo em sais de cálcio e menor em fibras e proteínas do tecido conjuntivo.
Os corpos das vértebras ficam mais opacos aos raios-x na osteopetrose, Osteopetrose
enquanto que na osteoporose ficam mais transparentes aos raios-x.
Faça a legenda
Traduza de Grego
A que nível
vertebral
estamos?
Que elementos anatómicos das vértebras lombares consegue distinguir numa
imagem por raios-x postero-anterior (PA) da coluna vertebral?
A que grupo vertebral pertencem estas vértebras?
Vértebras soldadas
entre si formam o
Sacro e o Cóccix
Sacro

O nome de osso sagrado


ou sacro tem origem
grega e deriva do facto de
este osso desenhar a
parede óssea que protege
atrás o útero, órgão onde
decorre a gestação,
fenómeno misterioso para
os gregos que por isso o
consideravam como um
fenómeno sagrado.
Sacro

Orientação:
Face côncava é anterior;
Porção mais espessa do osso é
superior.
Sacro: Face Anterior
Face côncava e relativamente lisa que se
relaciona para diante com o reto (medialmente:
adiante dos corpos vertebrais sagrados) e o com o
músculo piramidal ou piriforme pélvico
(lateralmente: para fora dos buracos sagrados).

Apresenta linhas transversais que indicam os


limites das 5 vértebras sagradas que se
encontravam separadas por cartilagem e tecido
conjuntivo no feto e depois se fundiram por
ossificação.

Os corpos das cinco vértebras sagradas (S1 a S5)


soldam-se nas linhas transversais sagradas.

Quatro pares de orifícios anteriores dos canais


sagradas (correspondem aos buracos de conjugação
ou intervertebrais dos outros grupos vertebrais).
Sacro: Face Posterior
É uma região muito rugosa,
indicando a sua função
essencial: área de inserção para
músculos e ligamentos.

Do plano sagital mediano


para fora:

Crista sagrada
abre em cima e em baixo para formar
as aberturas do canal sagrado.

Sulco sagrado lateral.

Tubérculos sagrados posteromediais.

Buracos sagrados posteriores.

Tubérculos sagrados posterolaterais.


Sacro: Base
Corresponde à face superior de
S1 que inclui o seu corpo e as
suas apófises transversas, as
asas do sacro.

Promontório: é o bordo anterior


da face superior do corpo de S1.
Apresenta a abertura superior do
canal sagrado (contém a
porção terminal da cauda de
cavalo) e a sua abertura inferior
(hiato sagrado).

Apófises articulares de S1
para se articularem com L5
(dirigem-se para cima).
Canal Sagrado e Cauda Equina (ou de Cavalo)
A medula espinhal compacta
termina ao nível de L2 formando a
partir daí a cauda equina que
vai atravessar o canal sagrado e
originar os nervos sagrados
(os seus ramos anteriores saem pelos
orifícios anteriores do canal sagrado e fazem
a inervação de vísceras pélvicas e da parede
anterolateral da bacia; os ramos
posteriores inervam a parede glútea da
bacia).
Sacro: Bordos Laterais
Porção espessa
(superior):
Face auricular do sacro para
inserção de ligamento interósseo
e para a articulação com o osso
ilíaco.

Porção fina
(inferior):
Para inserção dos dois
ligamentos ciáticos
(sacrotuberositário ou ciático
maior e sacroespinhoso ou
ciático menor) que definem
os dois buracos ciáticos,
maior e menor.
Sacro: Vértice
Abertura inferior do canal
sagrado (hiato sagrado).

Cornos sagrados.

Faceta articular oval para o


cóccix.
Tetraplegia e Paraplegia
Alteração com o
Envelhecimento:
A fusão óssea (sinostose)
lombossagrada é frequente no
envelhecimento. É habitualmente
assintomática. É também designada
como sacralização de L5.
Traduza !
Algo de anormal?
Que vértebra
sagrada está
afetada?

(Tomografia em
corte sagital por
RMN)
Cóccix (do grego: algo que é parecido a um bico de cuco)
3 a 5 (ou mais) vértebras (número variável).
São as vértebras caudais do ser humano.
Primeira vértebra coccígea: apresenta pares
de cornos superiores e laterais; e superfície
oval superior para articulação com sacro.
O cóccix encontra-se frequentemente
fraturado no adulto (basta uma queda
desamparada sobre um superfície dura caindo de
nádega no chão para o cóccix fraturar).
Coccidinia (dor no cóccix)
Gravura Medieval: a cauda como símbolo diabólico
Gravura Medieval: possessão pelo diabo expressa-se por cóccix comprido
Esterno e Costelas
Parede Torácica:
Esterno e Costelas
Esterno:
Orientação.

A extremidade mais larga é


superior.
A face côncava é posterior.
Esterno
Composto por 3 peças:
Manúbrio, Corpo do
Esterno e Apêndice
Xifoide.

Manúbrio: articulação
com clavícula e as duas
primeiras costelas.

Corpo: seis facetas costais


(para receber as cartilagens
da 2ª à 7ª costelas).

Apêndice Xifoide: para


inserção dos músculos
retos do abdómen.
Esterno
Conceito de esternebras:
são como que as vértebras
anteriores do tronco que
se fundiram entre si, com
as linhas de fusão
indicadas por linhas
horizontais de ossificação.

Ângulo esternal (ou ângulo


de Louis): entre corpo e
manúbrio (variável de
pessoa para pessoa).

Osso escolhido para


biópsia de medula óssea
para diagnóstico de
leucemia (não para obter
medula para transplante).
Esternebras
Separadas pelas linhas horizontais do
corpo esternal que são cartilagíneas no
recém-nascido. Podem levar à presença
no adulto de orifícios cartilagíneos
devido a ossificação Incompleta do corpo
do esterno (razão porque se escolhe o
manúbrio local da para de biópsia
medular).
Esterno Observado em Raios-X Simples Postero-Anterior do Tórax:
a sobreposição da imagem do esterno com a das vértebras, traqueia e
coração impede uma boa observação do contorno esternal.
Esterno
em Raios-X
de Perfil

Nota alguma
anomalia ?
Anomalias Anatómicas do Esterno:
tórax escavado (pectus excavatum) e
tórax em carina (pectus carinatum).
Esterno: Tórax escavado e em carina
Ambas as anomalias se
devem a crescimento
excessivo das últimas
cartilagens costais, o que
pode levar o esterno a:

- inclinar-se para dentro do


tórax, o chamado pectus
excavatum (o mais
frequente).
ou
- inclinar-se para fora:
fazendo proeminência no
tórax, o chamado pectus
carinatum.
Tórax Escavado
(1:600 pessoas)
Tórax Escavado: leva a
compressão cardíaca (abaixo);
compare com o normal (à direita).
Correção cirúrgica do tórax escavado
Correção cirúrgica do tórax escavado
Correção cirúrgica:
antes (esquerda) e
depois (em baixo).
Tórax em Carena ou Carina
(1:1000 pessoas)
Correções não cirúrgica (colete compressor) e
cirúrgica do tórax em carina (ou carena).
Algo de anormal nestes cortes tomográficos
sagitais do esterno?
Costelas
Costelas: Classificação
Tendo em conta a sua
relação com o esterno:
1. Verdadeiras (ou
esternais): 1ª à 7ª.
2. Falsas (ou
aesternais) da 8ª à
12ª. Subdividem-se
em:
- a. Vértebrocondrais
- articulam-se
indiretamente com o
esterno através de
uma cartilagem
comum - 8ª a 10ª.
- b. Flutuantes - não
se articulam com o
esterno - 11ª e 12ª.
Costelas: Elementos Anatómicos
Extremidade Anterior -
Continua-se pela cartilagem
costal, a qual liga a costela
ao esterno.

Corpo -
Faces: lateral e medial.
Bordos: superior e inferior (este
com a goteira ou sulco
subcostal).

Extremidade Posterior -
Cabeça (para articular, através
de duas facetas com os
corpos vertebrais), colo e
tubérculo (este para se
articular com a face anterior
das apófises transversas
vertebrais).
Costelas e Vértebras
Em geral, a cabeça da
costela articula-se com o
corpos da vértebra do
mesmo número e da
vértebra de número
inferior, e o tubérculo
costal com a apófise
transversa da vértebra
do mesmo número.

As primeiras e últimas
costelas são exceção à
regra (ver aula sobre
vértebras torácicas).
Costelas: as primeiras e as últimas são diferentes
Primeira Costela
É a mais curta das
costelas.

Faces:
Superior e inferior.
Bordos:
Lateral e medial.
Cabeça:
Uma única faceta
articular.

Sulco para artéria


subclávia na face
superior que é
limitado pelos
tubérculos de
inserção dos
músculos escaleno
anterior (adiante) e
médio (atrás).
Costelas Flutuantes:
não se articulam com o esterno
11ª e 12ª:

Sem cartilagem
costal.

Sem tubérculo
articular para a
apófise transversa.

Uma única faceta


vertebral.
Ângulo Costal e Linha
Médio-Axilar

Ângulo Costal – ponto em que


a costela muda subitamente de
direção (zona de fratura quando
há compressão de toda a caixa
torácica em conjunto).
Fratura de Costelas:
o diagnóstico é radiológico e o tratamento
é imobilização com ligadura (não requer
cirurgia). É uma fratura muito dolorosa
devido à dor desencadeada pelos
inevitáveis movimentos respiratórios.
Fratura do Esterno e das Costelas

A fratura das
costelas é muito
mais frequente do
que a do esterno.

As costelas de
posição intermédia
(da 4ª à 9ª) são as
que mais fraturam.
Fratura Costal e Luxação Condrocostal
Calo Ósseo
Costal
Variação Anatómica: a Costela Cervical
Presença de uma (ou duas)
costela adicional.
Situa(m)-se no pescoço.

Pode(m) comprimir o plexo


braquial e/ou a artéria
subclávia.

Resultado: parestesias
(alteração da sensibilidade,
com dormência e
formigueiros) do membro
superior.
1:400 pessoas.
Costela Cervical
Costela
Cervical.
Onde?
Osso Hioide
Único osso que não
se articula com
nenhum outro osso
do corpo humano.

Situa-se na porção
alta do pescoço, logo
abaixo do pavimento
bucal e acima
da laringe (suspende
a laringe).

Facilmente palpável.
Osso Hioide

Serve de inserção
para vários
músculos e
ligamentos.

O seu movimento
para cima e para
baixo (arrastando
a laringe consigo)
é essencial
na fonação e na
deglutição.
Osso Hioide

Osso em U constituído
por corpo que se
prolonga por duas
apófises longas (cornos
maiores).

Na área de fronteira
entre corpo e cornos
maiores situam-se os
cornos menores.
Osso Hioide
O corpo apresenta duas
faces (anterior e
posterior), crista sagital
e dois bordos (superior
e inferior).

A apófise estiloide do temporal


origina-se no pescoço
conjuntamente com os primórdios
do osso hioide (são todos
componentes do 2º arco branquial
ou faríngico do embrião) e a apófise
migra depois para cima até se fundir
com a face inferior do rochedo.
Faça a legenda
Onde está o osso hioide?
Fim da
Osteologia !

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