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01.1 – Holoprosencefalia
- Após a formação do prosencéfalo, que se diferencia em
telencéfalo e diencéfalo, é preciso que haja uma separação. Essa
separação geralmente ocorre de posterior e caudal para anterior
e ventral. Ou seja, a última estrutura a se separar é geralmente a
base do lobo frontal.
- O espectro da holoprosencefalia, que é quando não se tem essa
separação completa, sempre vai nesse gradiente. Quando ela é
muito grave, todo o encéfalo está comprometido, colado um
hemisfério no outro. Nas formas mas sutis, geralmente ele está
todo aberto, com apenas a base do lobo frontal ligada uma a
outra.
- Podemos classificar a holoprosencefalia em: Alobar, semilobar
e lobar.
- A tabela a seguir caracteriza bem cada uma das formas.
- A forma alobar está relacionada a formas mais graves
enquanto, a forma lobar está relacionada a formais mais leve.
- Na forma alobar, pode-ser ter um aspecto em ciclope. A face é
um indicativo de grau de alteração que vai ter no encéfalo do
paciente. A semilobar é variável. Na lobar as vezes o paciente só
terá um inciso central único ou nenhuma alteração, do ponto de
vista de exame físico.
- Na forma lobar tem-se um holoventrículo, que é uma
característica típica. Na semilobar só os cornos temporais
estarão presentes, o restante do sistema ventricular não estará
visível. Na forma lobar os cornos frontais serão rudimentares,
com o restante do sistema ventricular bem formado.
- O septo pelúcido estará ausente em todas as formas, pois há
um distúrbio da linha mediana.
- A foice cerebral estará ausente na forma alobar, podendo estar
parcialmente formada na semilobar e bem formada na lobar.
- A fissura inter hemisférica estará sempre ausente na forma
alobar.
- O hemisfério cerebral assume um aspecto típico em
“panqueca” na forma alobar.
- Os tálamos e núcleos da base estarão fundidos na alobar e
geralmente também estarão fundidos na semilobar. Na forma
lobar geralmente estarão separados.
– Holoprosencefalia alobar
- Falha na clivagem dos hemisférios cerebrais
- “Ausência dos lobos e cornos temporais, bem como da fissura
inter hemisférica”
- Cérebro com aspecto típico em “Panqueca”
- Presença de um holoventrículo.
- Substância cinzenta e branca contínuas através da linha média.
02.1 – Microcefalia
- “Circunferência cerebral abaixo de 2 desvios padrões ou mais
para a idade”. Então o diagnóstico de microcefalia é clínico,
através do perímetro cefálico.
- O exame de imagem é solicitado para se avaliar o córtex abaixo.
Se esse córtex está normal, com lisencefalia, com polimicrogiria
ou algum outro distúrbio.
02.2 – Macrocefalia
- “Circunferência cerebral acima de 2 desvios padrões ou acima
do percentil 98”.
- Aqui o médico solicitante quer saber se existe alguma
hidrocefalia ou se o encéfalo inteiro está muito aumentado,
como na síndrome de ...
- Proliferação aumentada, redução da apoptose e algumas
doenças metabólicas também podem resultar em um cérebro
aumentado.
02.4 – Hemimegalencefalia
- Normalmente é um crescimento hamartomatoso de um
hemisfério cerebral ou de parte dele.
- “pacientes nos primeiros dias de vida, apresentando-se com
epilepsia intratável, alteração psicomotora e hemiparesia
contralateral”.
- Geralmente é uma epilepsia bem grave, mas as vezes é só uma
hemiparesia.
- Frequentemente esses pacientes têm alterações corticais e da
mielinização adjacente desse córtex mal-formado.
- Aqui, nós podemos ter a dúvida se o hemisfério esquerdo está
aumentado ou se o hemisfério direito está diminuído. E a grande
dica nesses casos é que, se o lado direito estivesse hipoplásico, o
sistema ventricular estaria aumentado por compensação. Isso
não acontece. A grande dica então para o diagnóstico de
megaloencefalia é que no lado maior, o ventrículo também
estará maior.
- A segunda dica é o córtex mal-formado. O córtex do hemisfério
esquerdo é mais espesso e não tem os sulcos e giros como o
córtex do lado direito.
- A terceira dica é a mielinização. Observe que abaixo do córtex,
na primeira imagem, nós temos uma faixa de hipossinal no T1 e
hipersinal no T2, que indica uma mielinização anormal.
- As vezes a hemimegaencefalia é mais focal, tornando o
diagnóstico um pouco mais difícil, não impossível.
- Nesse segundo caso, podemos perceber que a parte do lobo
occipital e temporal esquerdo está maior que o contralateral,
com o ventrículo aumentado, córtex espesso e alteração de sinal
da mielina.
03.1 – Lissencefalia
- É uma desordem muito grave. Nós temos uma total
desorganização dos neurônios que chegam no córtex, ou seja,
não se forma camada nenhuma de maneira que o córtex
encefálico se encontra liso, praticamente sem giros.
- Quando completa, nós podemos chamar de agiria, assumindo
um aspecto em “ampulheta” ou “8”. É incomum.
- A lissencefalia pode ser isolada ou esporádica, que é o mais
frequente, geralmente por uma mutação no cromossomo 17p
(gene LIS1) que caracteriza a síndrome de Miller-Dieker.
- Ela também pode ser ligada ao cromossomo X. Nós meninos
nós teremos a lissencefalia clássica, também chamada de LIS tipo
I ou lissencefalia de quatro câmaras ou complexo agiria-
paquigiria. Nas meninas, o mesmo distúrbio do gene LIS1 leva a
uma heterotopia cortical em banda.
- Na primeira imagem nós temos o encéfalo com aspecto em “8”
ou “ampulheta”. No córtex, corte axial T2, nós temos uma área
de hipossinal, seguida de uma área de hiperssinal e abaixo dela
uma grande área de hipossinal, formando essas camadas
corticais rudimentares. No corte coronal observamos que não
tem sulcos, sendo uma agiria completa.
03.4 – Heterotopia
- Nós já falamos de uma, que é a heterotopia subcortical em
banda, mas ela está, em termos embriológicos e de imagem em
um contexto diferente dessas outras heterotopias.
- Decorre de um erro na migração dos neurônios da matriz
germinativa ao córtex. Quando esse erro é logo no início, eles se
depositam próximos aos ventrículos e à matriz germinativa,
formando as heterotopias sub ependimárias. Quando eles
chegam até o córtex, mas não conseguem se depositar por
algum motivo, aí temos as heterotopias subcorticais.
- Quando são vários neurônios malformados que não conseguem
migrar, forma-se a heterotopia glioneuronal marginal.
- Aqui nós temos um caso bem típico. Observe que o sinal que se
espera na heterotopia é semelhante ao do córtex em todas as
sequências.
- As vezes esses pacientes tem um predomínio de heterotopias
anteriores ou posteriores. As anteriores são geralmente ligadas a
uma alteração do gene FLNA, que ocorre com mais frequência
em meninas. Já as heterotopias posteriores não estão ligadas a
alterações de um só gene e estão, frequentemente, ligadas a
disgenesias do corpo caloso e malformações císticas da fossa
posterior.
04.1 – Polimicrogiria
- No aspecto de imagem, as vezes podemos confundir com a
paquigiria, porque os giros parecem que são espessos. Mas na
verdade, são giros pequenos, mal-formados, com sulcos rasos,
que nós conseguimos avaliar bem nas sequências com alta
resolução.
- O espectro clínico é amplo, podendo variar de encefalopatia
severa com epilepsia intratável à leve distúrbio cognitivo.
- Aqui tem-se uma peça evidenciando o aspecto polimicrogírico
difuso, com giros pequenos e sulcos rasos.
- Na esquerda, no círculo vermelho, observamos o aspecto de
paquigiria, que pode levar a alguma confusão, mas é um giro
bem grosso e espesso.