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Pedro Henrique Ferreira Guimarães – 3º Período FAMERV 2023/2

Neuroanatomia

Cerebelo
 O cerebelo (do latim, pequeno cérebro) fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte,
contribuindo para a formação do teto do IV ventrículo;
 O cerebelo liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e
ao mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente;
 O cerebelo é importante para a manutenção da postura, do equilíbrio, da coordenação
dos movimentos e aprendizagem de habilidades motoras;
 Anatomicamente, distingue-se no cerebelo uma porção ímpar e mediana, o vérmis,
ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares;
 O vérmis é pouco separado dos hemisférios na face dorsal do cerebelo, o que não
ocorre na face ventral, onde dois sulcos bem evidentes o separam das partes laterais;
 A superfície do cerebelo apresenta sulcos de direção predominantemente transversal,
que delimitam lâminas finas denominadas folhas do cerebelo;
 Existem também sulcos mais pronunciados, as fissuras do cerebelo, que delimitam
lóbulos, cada um deles podendo conter várias folhas;
 Os sulcos, fissuras e lóbulos do cerebelo, do mesmo modo que ocorre nos sulcos e
giros do cérebro, aumentam consideravelmente a superfície do cerebelo, sem grande
aumento de volume;
 Em uma secção horizontal do cerebelo, temos que ele é constituído de um centro de
substância branca, o corpo medular do cerebelo, de onde irradiam as lâminas brancas
do cerebelo, revestidas externamente por uma fina camada de substância cinzenta, o
córtex cerebelar;
 No interior do corpo medular existem quatro pares de núcleos centrais do cerebelo:
denteado, interpósito, subdividido em emboliforme e globoso, e o fastigial;
 Os lóbulos do cerebelo recebem denominações diferentes no vérmis e nos
hemisférios;
 São ao todo 17 lóbulos e oito fissuras, com denominações próprias;
 O lobo flóculo-nodular é importante por ser a parte do cerebelo responsável pela
manutenção do equilíbrio;
 As tonsilas são bem evidentes na face ventral do cerebelo, projetando-se
medialmente sobre a face dorsal do bulbo (em algumas situações, elas podem ser
deslocadas caudalmente, formando uma hérnia de tonsila, que penetra no forame
magno, comprimindo o bulbo, o que pode ser fatal);
 Os lóbulos do cerebelo podem ser agrupados em estruturas maiores, os lobos
separados pelas fissuras posterolateral e prima. Chega-se, assim, a uma divisão
transversal em que a fissura posterolateral divide o cerebelo em um lobo flóculo-
nodular e o corpo do cerebelo. Este, por sua vez, é dividido em um lobo anterior e um
lobo posterior pela fissura prima;
 Existe também uma divisão longitudinal do cerebelo, em que partes do corpo deste
órgão se dispõem no sentido mediolateral;
 Distinguem-se, portanto, uma zona medial, ímpar, correspondendo ao vérmis, e, de
cada lado, uma zona intermédia paraverminiana e uma zona lateral, correspondendo à
maior parte dos hemisférios;
 Esta maneira de se dividir o cerebelo, baseada nas conexões do córtex com os núcleos
centrais, dá a base para divisão funcional do cerebelo em três partes, a saber:
A) Vestíbulocerebelo > porção mais antiga do cerebelo, por isso também pode ser
denominada “arquicerebelo”;
B) Espinocerebelo > também denominada “paleocerebelo”;
C) Cerebrocerebelo > também denominada “neocerebelo”.
 Um princípio geral é que, ao contrário do cérebro, o cerebelo influencia os neurônios
motores de seu próprio lado. Para isso, tanto suas vias aferentes como eferentes,
quando não são homolaterais, sofrem duplo cruzamento, ou seja, vão para o lado
oposto e voltam para o mesmo lado;
 Esse fato tem importância clínica, pois a lesão de um hemisfério cerebelar apresenta
sintomatologia do mesmo lado (ipsilateral) , enquanto que no hemisfério cerebral a
sintomatologia é do lado oposto (contralateral);
 Inicialmente considerava-se que o cerebelo teria apenas funções motoras. No
entanto, estudos de neuroimagem funcional demonstraram que ele participa
também de funções cognitivas, executadas principalmente pelo cerebrocerebelo;
 O cerebrocerebelo, além de suas conexões relacionadas com a motricidade, tem
também conexões com a área pré-frontal do córtex, evidenciando funções não
motoras;
 O uso de álcool resulta em embriaguez em virtude dos efeitos tóxicos desta
substância nas células de Purkinje. A aparência do indivíduo neste estado muito se
assemelha, portanto, nos indivíduos que possuem o cerebelo lesado;
 Síndrome do vestibulocerebelo:
- Perda da capacidade de utilizar informações vestibulares para o movimento do corpo
durante a marcha ou mesmo na postura de pé;
- Perda do controle dos movimentos oculares (nistagmo) durante a rotação da cabeça.

 Síndrome do espinocerebelo:
- Raro aumento do tônus muscular.

 Síndrome do cerebrocerebelo:
- Dismetria: consiste na execução defeituosa de movimentos que visam atingir um
alvo, pois o indivíduo não consegue dosar exatamente a ‘quantidade’ de movimentos
necessários pra isso;
- Decomposição do movimento multiarticular: movimentos complexos realizados
normalmente por várias articulações simultaneamente são decompostos, ou seja,
realizados em etapas sucessivas por cada uma das articulações;
- Disdiadococinesia: corresponde à dificuldade na realização de movimentos rápidos e
alternados;

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