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Dor abdominal aguda

Introdução
- Existem três tipos de mecanismos de dor

1 – Dor somática (parietal): Origem na pele e no peritônio parietal. É a dor rápida


(aguda) e de boa localização, transmitida por fibras sensitivas mielinizadas.
2 – Dor visceral: É a dor lenta, transmitida por fibras sensitivas não mielinizadas, sendo
mal localizada e persistente. Tem origem nos nociceptores viscerais.
3 – Dor referida: Percebida longe do estimulo de origem. Um paciente com uma
afecção da vesícula biliar pode sentir a dor no ombro direito, por exemplo.

- Cerca de 10% de todos os atendimentos no pronto socorro são decorrentes de


abdome agudo. A grande maioria não é cirúrgico. No entanto, destes, quase 25%
desses permanecem sem diagnóstico.
- A divisão didática é: Dor abdominal intra-abdominal e extra-abdominal.

1 – Dor de origem Intra-abdominal: Apendicite, Pancreatite, colecistite, diverticulite,


obstrução, alterações vasculares e distensão de vísceras.
2 – Dor de origem extra-abdominal: Cardíaca (IAM), esofágica (acalasia, neoplasias),
pulmonar (Atelectasias), hematológica (porfiria), infecciosa, metabólica (cetoacidose
diabética), intoxicação (chumbo) e neurogênicas (tabes dorsalis).

Anamnese e exame físico:


(1) onde doi?; (2) vai para algum lugar?; (3) quando começou e por quanto tempo
dura?; (4) como é a dor? Cólica? Pontada? Em facada?; (5) quanto dói? Numa escala de
0 a 10? Lhe incapacita das atividades diárias?; (6) O que melhora/piora? (7) existem
outras manifestações?

1 – Intensidade
- Piorando e com duração > 6hrs – Existe uma maior chance de precisar abordar
cirurgicamente
- Dor que melhora em poucas horas – Provavelmente precisará de abordagem clínica.
2 – Início
- Súbita e sem sintomas prévios – Podemos pensar em uma isquemia mesentérica
- Aumento progressivo – Pensar numa causa inflamatória
- Desconforto vago, com localização posterior – Uma causa retro peritoneal
3 – Vômitos
- Dor precedendo os vômitos – Provavelmente será cirúrgico
- Dos após os vômitos – Provavelmente será clínico.

Exame físico

1 – Ectoscopia geral – às vezes de longe, já percebemos o paciente amarelado e


devemos pensar numa colelitiase, por exemplo.
2 – Inspeção do abdome – Olhar, se não tem telangiectasias, hérnias, colostomias..
3 – Ausculta – Identificar se tem ou não ruídos hidroaéreos.
4 – Palpação – Palpar massas, bexigomas, fecalomas.
5 – Percussão – buscando hipertimpanismo e maciçes, aerobilias.

Laboratório

1 – Hemograma completo, em busca de uma anemia, que junto com uma dor
abdominal e caquexia poderiam indicar uma neoplasia. Observar o hematócrito e
leucograma.
2 – Eletrólitos – Doenças hidroeletrolíticas são umas das piores causas de dor
abdominal.
3 – Glicemia – Cetoacidose metabólica é uma causa comum.
4 – Ureia e creatinina – Avaliar função renal.
5 – Amilase e lipase, em busca de uma pancreatite ou numa úlcera perfurada.
6 – Bilirrubinas, FA, TGO, TGP e GGT.
7 – EAS
8 – Beta-HCG, sempre nas mulheres em idade fértil.

Exames de imagem

- Radiografia de tórax + de abdome em ortostase + de abdome em decúbito dorsal =


(rotina de abdome agudo)
- Usg deveria ter em todo PS.
- Tomografia, desde que paciente estável.

Abordagem inicial
1º - Avaliar e corrigir alterações hemodinâmicas ;
2º - Oferecer alivio sintomático;
3º - Excluir gravidez e doenças pélvicas;
4º - Definir se o tratamento é clínico ou cirúrgico.

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