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Síndrome de Turner
Síndrome de Patau
30,54 cm em meninos e menor que 30,24 cm
meninas.
Diversas alterações neurológicas, além da
microcefalia, já foram descritas, tais como:
● Hipertonia: algum grau de hipertonia é comum
nos primeiros dois ou três meses de vida, mas as
crianças com a infecção congênita pelo ZIKV
podem apresentar uma hipertonia mais acentuada;
hipertonia apendicular
● Persistência ou exagero dos reflexos
primitivos: esperado o desaparecimento de vários
reflexos primitivos ao longo dos primeiros meses
de vida. As crianças acometidas podem ter
reflexos exagerados e que persistem, o que é um
achado patológico;
● Desproporção craniofacial: é interessante
Manifestações clínicas notar que nem todas as crianças terão
microcefalia, mas podem ter algum grau de
comprometimento do seu crescimento craniano
evidenciado por uma desproporção craniofacial
(discrepância entre o tamanho da face e do
crânio). Algumas crianças podem apresentar uma
protuberância na região occipital, com
redundância de pele na região;
● Outras alterações neurológicas: epilepsia ou
espasmos; irritabilidade /hiperexcitabilidade;
atrasos do desenvolvimento;
Além de ser neurotrópico, o vírus parece ● Alterações visuais (por alterações na retina ou
apresentar tropismo por outros órgãos, como o no SNC) e alterações auditivas.
coração e o fígado. A infecção da grávida pode
ser leve, mas as consequências para o feto são ● Malformação articular dos membros
potencialmente graves. (artrogripose).
Avaliação complementar
No feto
Quando há infecção aguda da gestante,
recomenda-se a investigação da infecção fetal.
Esta investigação é possível através dos seguintes
exames:
● Ultrassonografia fetal: pode revelar
anormalidades fetais inespecíficas que sugerem a
Coriorretinite infecção congênita, tais como hidrocefalia,
A doença ocular é recorrente e progressiva. Em calcificações cerebrais e hepáticas,
crianças mais velhas, a retinocoroidite pode hepatoesplenomegalia, ascite, cardiomegalia e
envolver apenas um olho e pode ser a única anormalidades placentárias;
manifestação da doença. ● Reação em (PCR) em líquido amniótico: a
A microftalmia ocorre quando as lesões são amniocentese deverá ser realizada entre 17 e 21
muito graves. O estrabismo e nistagmo podem semanas com envio da amostra do líquido para
ocorrer como sinais precoces e persistentes. detecção do DNA do toxoplasma pelo método de
PCR. A sensibilidade é de até 70%, especificidade
e valor preditivo positivo de 100%.
No RN
Avaliação sorológica
Há vários testes sorológicos disponíveis. No
Brasil, o teste de ELISA de captura de IgM é
considerado o de melhor sensibilidade e deve ser
Outras alterações preferencialmente utilizado. A triagem neonatal
Podemos encontrar: no teste do pezinho é feita pela identificação da
IgM.
• Hepatoesplenomegalia
A avaliação sorológica do RN esbarra em uma
• Linfadenopatia dificuldade: a presença de anticorpos IgG pode
• Icterícia representar tão somente a passagem de anticorpos
maternos pela placenta. Como os anticorpos da
• Trombocitopenia classe IgM não passam pela placenta, seu achado
indica a infecção quando identificado no RN, mas
• Anemia
a detecção desta forma será possível apenas em
• Pneumonite 75% dos casos.
• Miocardite
Quando a infecção tiver ocorrido muito no início ● Avaliação auditiva;
da gestação ou quando a gestante tiver recebido
● Hemograma: linfocitose com eosinofilia (até
tratamento, a sensibilidade será menor. Além
20%), embora inespecíficas, são as alterações
disso, um resultado reagente sempre deverá ser
mais comuns do hemograma. Pode haver também
confirmado (incluindo o resultado na triagem
anemia e trombocitopenia;
neonatal).
● Análise do liquor: indicada em crianças com
A detecção de IgA antitoxoplasma também é
toxoplasmose congênita comprovada e em filhos
possível e sua interpretação segue a mesma lógica
de mulheres com toxoplasmose aguda
daquela do achado de IgM. Nos casos em que não
comprovada ou provável durante a gestação.
se detecta IgA e/ou IgM, o diagnóstico poderá ser
Quando alterado, o liquor terá aspecto
estabelecido pelos incrementos dos títulos de IgG
xantocrômico, com elevados valores de proteínas
ao longo do primeiro ano de vida ou persistência
e baixos níveis de glicose. A citometria revela
de anticorpos após o momento esperado para o
pleocitose à custa de células linfomonocitárias,
desaparecimento da IgG materna.
além de elevada contagem de eosinófilos. Podem
Exames de imagem estar presentes anticorpos específicos contra o
toxoplasma e a PCR pode ser positiva. O achado
● Radiografia simples de crânio: as
de hiperproteinorraquia e pleocitose persistente
calcificações intracranianas difusas, sem
podem ser as únicas alterações liquóricas
localização característica, constituem-se em um
presentes, e já são suficientes para definir o
achado característico da toxoplasmose congênita.
acometimento neurológico;
Essas calcificações aparecem a partir do terceiro
mês em aproximadamente 30% dos pacientes, ● Avaliação de função hepática.
sendo a maior parte diagnosticada até os dois anos
ESCARLATINA
de vida.
● TC de crânio e ultrassonografia
transfontanela: são importantes para um
diagnóstico mais preciso das lesões. Evidenciam
melhor a atrofia cortical e as dilatações
ventriculares, além de revelarem calcificações não
diagnosticadas na radiografia. A ultrassonografia
está indicada em todos os casos suspeitos de
infecção congênita. A tomografia estará indicada
nas crianças com toxoplasmose congênita
comprovada e em filhos de mulheres com Comum dos 5-15 anos
toxoplasmose aguda comprovada ou provável
durante a gestação.
● Outros: nódulos calcificados poderão ser
localizados em vísceras como fígado e baço. As
alterações de ossos longos são inespecíficas
(zonas transversais e/ou estrias transversais
radiotransparentes nas metáfises e irregularidades
na linha de calcificação provisória). Assim como
na sífilis congênita, pode ser encontrado
placentomegalia à ultrassonografia obstétrica.
Sinais patognomônicos (exantema
Outros exames micropapular): Filatov e Pastia
Na suspeita de toxoplasmose congênita, as
seguintes avaliações estão indicadas:
● Avaliação oftalmológica (fundoscopia ocular);
Saburra branca com papilas linguais
hiperemiadas e hipertrofiadas
dd
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico, especialmente diante do
exantema típico.
Nos casos duvidosos, a suspeita de infecção pelo
S. pyogenes pode ser confirmada por testes
laboratoriais para uma abordagem terapêutica
mais adequada.
A cultura de orofaringe em meio ágar-chocolate
através da realização de swab é ainda o método
padrão-ouro para o diagnóstico da presença do
estreptococo, com sensibilidade de 90-95%. A
grande desvantagem da cultura é a demora para MONONUCLEOSE INFECCIOSA
obtenção do resultado e a não diferenciação entre
“Doença do beijo” Doente em 40 dias pós
estado de portador e infecção aguda.
carnaval (semana santa)
Os testes rápidos de detecção de antígeno são mais
imediatos, porém com menor sensibilidade e
maior custo.
O aumento nos títulos dos anticorpos
estreptocócicos (ASO e anti-DNAse B) entre a
fase aguda e a fase de convalescença também é
útil na realização da confirmação da infecção de
forma retrospectiva.
Um aumento de duas vezes ou mais na titulação
entre a fase aguda e a fase de convalescença é um
indício favorável à ocorrência da infecção.
A ASO é um bom exame para detecção da
infecção faríngea, tendo menos utilidade para o
diagnóstico de impetigo. Sinal de hoagland: edema palpebral
EPIDEMIOLOGIA
A mononucleose infecciosa, uma síndrome clínica
causada pelo Epstein-Barr Vírus (EBV), era
conhecida no passado como a doença do beijo ou
a doença das mil faces, em virtude das formas
variadas de apresentação clínica.
No geral, queixas sistêmicas como fadiga, mal-
estar, febre e odinofagia são relatadas pela maioria
dos pacientes; linfadenopatia generalizada é um A lise das células da mucosa oral correlaciona-se
achado possível no exame físico. clinicamente com a faringite.
Uma série de outros agentes infecciosos pode Logo após, os novos virions disseminam-se para
causar uma síndrome mononucleose-like, como as glândulas salivares, sistema linforreticular
CMV, Toxoplasma gondii, vírus de hepatite, (linfonodos distantes, baço e fígado) e linfócitos
adenovírus, HIV e vírus da rubéola. B.
O EBV é responsável por 90% dos casos de Assim como os demais vírus da família
síndrome de mononucleose, enquanto os demais Herpesviridae, o EBV possui a capacidade de
patógenos respondem por apenas 10% da permanecer latente nas células epiteliais da
etiologia. orofaringe e nos linfócitos B de memória, o que
lhes permite reativar a replicação a qualquer
Cerca de > 95% da população mundial já foi
momento, garantindo, assim, a eliminação para o
infectada pelo EBV. Nos países em
meio ambiente e transmissão para outras pessoas.
desenvolvimento, a infecção ocorre durante as
fases iniciais da vida, como lactância e pré- O potencial oncogênico do EBV é uma
escola. constatação epidemiológica para várias síndromes
linfoproliferativas benignas e malignas.
A síndrome clássica da mononucleose não é
comum antes de quatro anos, fase em que grande QUADRO CLÍNICO
parte das infecções ou se passa de forma
O período de incubação da mononucleose
assintomática ou o faz de modo indistinguível das
infecciosa é de 30 a 50 dias em adolescentes, mas
demais doenças virais da infância.
pode ser menor em crianças pequenas.
A tríade clássica da mononucleose (fadiga +
O início dos sintomas pode ser súbito ou, mais
faringite + linfadenopatia) é mais comumente
comumente, gradativo.
identificada entre os adolescentes e adultos jovens
durante a primoinfecção pelo EBV, ocorrendo em Na maior parte dos casos, os sintomas se
50% dos casos. desenvolvem ao longo de vários dias e persistem
por período variável, resolvendo-se gradualmente
ETIOPATOGENIA
em torno de duas a quatro semanas.
O EBV, um herpesvírus DNA, é transmitido
Nos pacientes sintomáticos, as principais
através de gotículas de saliva e pelo intercurso
manifestações são:
sexual.
• Fadiga
A contaminação por fômites não parece ser uma
via importante de transmissão. • Febre aguda ou prolongada (por mais de uma
semana)
Os infectados podem eliminar o vírus por cerca de
até seis meses após a doença aguda, e de forma • Mal-estar
intermitente durante a vida.
• Odinofagia
A reativação da replicação viral dentro das células
da mucosa oral ou cérvice uterina ocorre de modo • Náuseas
assintomático e, nestes períodos, o indivíduo • Dores abdominais
torna-se infectante.
• Mialgia
As reativações periódicas podem ocorrer em
pessoas saudáveis em 30% dos casos, sendo mais Ao exame físico, podemos encontrar,
frequentes dentro do grupo dos imunodeprimidos, classicamente, a presença de:
constatando-se em até 60- 90% dos indivíduos. As • Linfadenopatia generalizada (90% dos
partículas virais penetram nas células epiteliais da pacientes)
orofaringe ou cérvice uterina e iniciam sua
replicação. • Esplenomegalia (50%)
• Hepatomegalia (10%) mês. Pode apresentar-se com teste de Coombs
direto positivo. Uma complicação incomum (<
Uma peculiaridade que sugere o diagnóstico é a
0,5%), porém muito temida pela gravidade, é a
presença de linfadenopatia epitroclear.
rotura esplênica secundária a trauma. Este
A faringite apresentada por estes pacientes é fenômeno é descrito mais frequentemente durante
bastante semelhante a uma faringite estreptocócica a segunda semana de doença, sendo menos
e cursa com aumento amigdaliano, com ou sem comum em crianças do que em adultos.
exsudato, e petéquias no palato.
A síndrome de Duncan é uma imunodeficiência
O edema das pálpebras é outra alteração descrita e congênita herdada por uma alteração genética
recebe o nome de sinal de Hoagland. ligada ao X e com comportamento recessivo que
cursa com infecção sistêmica e fatal pelo EBV. A
Cabe assinalar que o aumento esplênico pode maioria dos pacientes pertence ao sexo masculino
ocorrer de forma rápida e levar ao surgimento de e vem a falecer ainda na infância.
dor no QSE do abdome.
DIAGNÓSTICO
Um dado interessante é a forte associação do
desenvolvimento de um exantema após o uso de As manifestações clínicas típicas descritas,
amoxicilina ou ampicilina. somadas à linfocitose atípica, sugerem o
diagnóstico de mononucleose infecciosa. Seu
O exantema pode estar presente em até 3- 15% de diagnóstico é confirmado por métodos
todos os pacientes, porém, se desenvolve em um sorológicos.
percentual maior dos pacientes que usam algum
destes antimicrobianos. → TESTES INESPECÍFICOS Leucocitose (>
10.000-20.000 céls/mm³) é observada em mais de
A síndrome de Gianotti-Crosti é também causada 90% dos pacientes, dos quais 2/3 são linfócitos. A
pela infecção por EBV e caracteriza-se por um atipia linfocitária (linfócitos T CD8+ ativados),
exantema papular eritematoso localizado em compreendendo de 20 a 40% do total dos
bochechas, extremidades e nádegas, com linfócitos, ocorre em geral na segunda semana de
tendência a coalescência e duração de 15 a 50 doença, sendo um achado característico da
dias. mononucleose infecciosa. Trombocitopenia leve
Pode assemelhar-se a uma dermatite atópica. (50.000 a 100.000 plaquetas/mm³) é encontrada
em mais de 50% dos casos. Um aumento das
COMPLICAÇÕES transaminases hepáticas também é visto em
A obstrução das vias aéreas por edema do tecido metade dos pacientes.
linfoide tonsilar, levando a sintomas como → SOROLOGIAS
estridor e dispneia, é descrita em menos de 5%
dos casos. - Anticorpos heterófilos