Você está na página 1de 19

Atraso Global do Desenvolvimento Psicomotor

Definição:

O Atraso Global do Desenvolvimento Psicomotor pode ser definido como um atraso significativo em vários
domínios do desenvolvimento, nomeadamente ao nível da motricidade fina/grosseira, da linguagem, da
cognição, das competências pessoais e sociais, das actividades da vida diária, etc.

Características:

- Heterogénea na etiologia e no perfil fenótipico;

- Prevalência desconhecida mas estimada em entre 1 e 3% das crianças com menos de 5 anos de idade;

- Atraso significativo que se situa 2 desvios padrão abaixo da média (dentro da mesma idade) – QI igual
ou inferior a 70%.

Intervenção:

Numa primeira fase, a intervenção deve ser efectuada pelo médico comunitário que acompanha a
criança, para posteriormente se estabelecer o diagnóstico de um atraso ao nível do desenvolvimento.

O diagnóstico é difícil de efectuar devido à grande variação que existe nas aquisições entre as crianças
ditas “normais”. Por outro lado, existem alguns receios por parte dos pais da criança e médicos que
dificultam o processo de intervenção, nomeadamente: receio dos pais em aceitar e descrever a situação
do seu filho e receio do médico em confrontar os pais com a situação dos seus filhos.

O diagnóstico revela-se eficaz se este for resultante da avaliação do desenvolvimento infantil com
vigilância contínua, através da monitorização das áreas de desenvolvimento.

Ao contrário, o diagnóstico não é eficaz se resultar de um procedimento de rastreio, que consiste numa
consulta específica, tendo em conta a idade, a evolução do peso, o crescimento, o perímetro craniano,
entre outros.

Deve então existir um esforço no sentido de detectar alterações do desenvolvimento o mais


precocemente possível através da - intervenção precoce – apesar da maioria dos problemas cognitivos se
detectarem só com a entrada para a escola (dislexia, discalculia, etc.).

Esta intervenção auxiliará as crianças e as famílias a encontrarem um equilíbrio justo de expectativas e


de estimulação adequada.

Sinais de Alerta:

Motricidade grosseira: não rebola, não puxa, não fica de pé, não anda em linha, …

Motricidade fina: não segura, não junta as mãos, não faz construções, tem dificuldades de preensão, …

Linguagem: não palra, não diz palavras, não constrói frases, não compreende, não fala de um modo
inelegível, …

Cognição: não procura, não se interessa por jogos, não categoriza semelhanças, não sabe o nome
próprio ou apelido, não sabe contar, não sabe as cores ou qualquer letra, …

Psicossocial: não ri, não estranha, não se consola nem aceita mimos, agride sem provocação, não brinca
com outras crianças, …

Diagnóstico Clínico:

Existem dois níveis de diagnóstico: diagnóstico etiológico e diagnóstico descritivo, que visam o
acompanhamento clínico e a terapêutica subsequente.
Diagnóstico Descritivo:

Dimensões de descrição:

- Capacidades cognitivas e do comportamento adaptativo;

- Os factores etiológicos e da patologia orgânica associada;

- Aspectos comportamentais, psicológicos e emocionais;

- Condições ambientais de enquadramento sócio-familiar.

Avaliação:

A avaliação é difícil de determinar e exige a distinção entre lesão estática e encefalopatia progressiva.

Advém de várias causas:

Anomalias cromossómicas 11.6%

X-frágil 3.3%

Síndrom. anomalias múltiplas conhecidas 15.8%

Sindrom. neurocutâneos 2.5%

Doenças metabólicas 2.5%

Tóxicos/teratogénicos 0.8%

Encefalopatias hipoxico-isquémicas 2.5%

Infecções 0.8%

Sindrom. epilépticos 8.3%

Malformações cerebrais 3.2%

Sind./anomalias múltiplas indeterminadas 29.1%

Etiologias desconhecidas 19.1%

Aspecto Físico:

- Disformias ou malformações minor: na face, nos pavilhões auriculares, na implantação de cabelo, nas
mãos e pés, nos genitais, …

- Baixa estatura, de organomegalias, de doença ou malformações em outros órgãos ou sistemas: visual,


cardiovascular, gastrointestinal, renal, osteoarticular, …
Diagnóstico de Regressão:

- Doença neurometabólica;

- Doença neurodefenerativa;

- Conjunto de factores:

- Idade do aparecimento de sintomas;

- Padrão de envolvimento relativo ao córtex cerebral;

- Substância cinzenta subcortical;

- Substância branca;

- Do cerebelo;

- O envolvimento paralelo do SNP;

- A associação de desenvolvimento de um ou vários sistemas extra neurológicos.

Exames Complementares de Diagnóstico:

- Historial clínico, pessoal e familiar;

- Exame objectivo (que fornece orientação para o diagnóstico e não dispensa exames complementares
específicos).

Exame Incidência Sintomas

Cariotipo Exame cromossómico Disformias; síndromes;


antecedentes familiares.

X-frágil Rastreio molecular Mandíbula proeminente;


macrocefalia relativa;
macrorquidia; pavilhões
auricularesgrandes/deslocados;
hiperactividade; …

Outros estudos genéticos Investigações genéticas Sindrome. de Angelman: atraso


na linguagem; atáxica; com
epilepsia; …

Sindrome. de Prader-Willi:
antecedentes de hipotonia; má
progressão ponderal no 1ºano de
vida; dificuldades
alimentares;hipogenitalismo;
hiperfagia; obesidade a partir dos
3 anos; …

Síndrome de Rett: menina autista


que sofreu desaceleração do
perímetro craniano e tem
incapacidade de utilização
pragmática das mãos.

Síndrome de Williams: atraso


maior nas competências visuo-
espaciais do que na linguagem;
exageradamente sociável;
bochechas grandes e descaídas;
cardiopatia congénita e
hipocalcémia.

Síndrome de velo-cardio-facial:
cardiopatia congénita e
hipocalcémia; aplanamento da
região malar; fendas palpebrais;
mandíbula pequena; voz
nasalada.

Estudos metabólicos Análises de metabolismo Atraso global do desenvolvimento


psicomotor estático e não
progressivo.

Neuroimagem Exame imagiológico do encéfalo Sinais neurológicos focais;


estigmas de uma doença
neurocutânea; microcefalia.

E.E.G. Exame electroencefalográfico Sugestão de existência de crises


epilépticas; regressão no
desenvolvimento; clara flutuação
nas capacidades psicomotoras.

Chumbo Sistema nervoso Crianças com risco de exposição


ambiental.

Hormonas tiroideias Tiróide Quando não se realiza rastreio ou


quando evidencia estigmas de
disfunção tiroideia.

Observações especializadas Rastreio oftalmológico Casos específicos.

Conclusões/Recomendações:

A investigação etiológica inicia-se através da investigação clínica básica de acordo com três grupos de
crianças:

- Doença progressiva;

- Atraso global do desenvolvimento psicomotor estático com antecedentes;

- Atraso global do desenvolvimento psicomotor estático sem antecedentes;

As crianças com atraso global do desenvolvimento psicomotor devem ser sinalizadas e orientadas,
usufruindo de medidas pedagógicas e de reabilitação apropriadas, assim como, mantendo um
acompanhamento clínico activo como medida de prevenção.
PREVENÇAÕ
ÁS
DEFICIÊNCI
AS
 
 
A Prevenção e o tratamento das deficiências depende de todos os
cidadãos e das autoridades constituídas. 
Para uma sociedade que pretende mudança profunda não é ético
conviver com deficiências que poderiam ser evitadas.
 
O compromisso é com a eficácia dos
direitos da Pessoa portadora de
deficiência.
 
Programas de ação que visam a Prevenção das deficiências
genéticas congênitas ou adquiridas.
 
a) Sensibilização/Conscientização
Visa informar a comunidade (Povo e Autoridades Constituídas)
sobre a problemática das pessoas portadoras de deficiência,
visando o rompimento dos preconceitos e o desenvolvimento de
ações que beneficiem esse segmento.
 
b) Prevenção
Conjunto de ações que visam reduzir as situações de
risco como também a identificação e a intervenção
precoce nas deficiências.
 
1.    Prevenção primária: não permitir a ocorrência de instalações
de deficiências.
2.    Prevenção secundária: uma vez instalada a deficiência,
permitir o mais rapidamente o diagnóstico e tratamento a
fim de impedir a instalação de limitações permanentes;
3.    Prevenção terciária: proporcionar atendimento digno,
decente e adequado às Pessoas portadoras de deficiência,
para que as seqüelas não sejam agravadas enquanto
Pessoas não sejam estigmatizadas e desintegradas da
sociedade.
 
A Prevenção das deficiências depende de todos os
cidadãos e das autoridades constituídas.
 
Para uma sociedade que pretende mudança profunda
não é ético conviver com deficiências que poderiam
ser evitadas.
  
Definições
Deficiência
Representa qualquer perda ou alteração de estrutura ou de função
psicológica, fisiológica ou anatômica, do indivíduo. Deficiência é um
termo genérico.
 

Incapacidade
É qualquer restrição ou falta (resultante de uma deficiência) da
capacidade para realizar uma atividade, dentro dos moldes e limites
considerados normais para um ser humano.
 

Desvantagem
É a condição social de prejuízo, sofrido por um indivíduo, resultante
de uma deficiência ou incapacidade que limita ou impede o
desempenho de uma atividade. Considerada normal para esse
indivíduo. Considerando-se a idade, o sexo e os fatores sócios
culturais.
 

Causas das deficiências:


 
Durante a Após o
  No nascimento
gravidez nascimento
Síndromes
Hipotireoidismo
Congênito
Genética e
Distrofia    
congênita
muscular e
outras más
formações
Meningite,
Rubéola Sarampo,
Infecção
Infecções Sífilis e Paralisia infantil,
hospitalar
Toxoplasmose caxumba e
outros.
Anoxia, traumas
Quedas, cranianos, fórceps, Acidentes de
traumatismos, lesões nervosas, Trabalho,
tentativa de dificuldade de Automobilístico,
Mecânicas
aborto, partos adequação do Quedas,
prematuros e pulmão ao nascer Agressões
hemorragias. passando do meio físicas.
aquático ao aéreo.
Fogo, soda,
Raio X
Física   instrumentos
Radioterapia
cortantes.
Medicamentos,
Medicamentos, Medicamentos, alimentos
Tóxicas drogas, álcool ou oxigenoterapia contaminados,
fumo (não controlada) produtos de
limpeza.
Má Desnutrição,   Desnutrição,
alimentação anemia anemia,
problemas
metabólicos.
Hipertensão, Prematuriedade,
fator RH, erros metabólicos,
Outras diabetes, dificuldade  
problemas respiratória,
cardíacos icterícia. 
 
Incidência das deficiências no Brasil
 
Não existem no Brasil, estatísticas sobre a freqüência das
deficiências, temporárias ou definitivas. A ONU (Organização das
Nações Unidas) estima que em países em desenvolvimento, a
incidência seja em 10% da população.
 
Assim sendo, tendo o Brasil 147 milhões de pessoas, estima-se
que cerca de 14.700.000 serão portadores de alguma deficiência.
  
Tipo de Deficiência População Estimada

  Percentual Número
Mental 5% 7.350.000
Física 2% 2.940.000
Auditiva 1,5% 2.205.000
Múltipla 1% 1.470.000
Visual 0,5% 735.000
Total 10% 14.700.000

                       
 Alguns tipos de deficiência:
 
-         Deficiência receptiva: são aquelas que apresentam déficit ou
anormalidade na recepção de informações como a deficiência
visual e auditiva.
-         Integrativas: são aquelas que apresentam déficit ou
dificuldade de aprendizagem associada ou não a Síndromes
de malformação congênita como a deficiência mental,
dificuldade de aprendizagem, dislexias, etc.
-         Deficiência expressiva e física: são aquelas que apresentam
déficit, lesões cerebrais, malformação ou não funcionalidade
de membros por várias causas. Exemplo: dificuldade de
comunicação, deficiência motora, etc.
-         Múltipla deficiência: são aquelas que apresentam mais de
um comprometimento, lesão ou malformação, como alguns
tipos de paralisia cerebral, malformação congênitva, etc.
  
Eritroblastose Fetal ou Doença Hemolítica
do recém nascido
 
O que é? Incompatibilidade sangüínea (fator RH) entre o sangue
materno e o sangue fetal.
 
Causas
 
a)      uma mulher RH (-), casada com homem RH (+) poderá ter um
filho RH (+);
b)      durante o período de gestação há uma estreita comunicação
entre a mãe e o filho através da placenta;
c)       acidentalmente podem ocorrer hemorragias na placenta e
passagem dos glóbulos sangüíneos do sangue do filho para a
circulação materna;
d)      as hemácias do filho, portadores do fator RH (+), irão
sensibilizar a a mãe e esta produzira  anticorpos que passarão
para a circulação do filho, onde destruirão suas hemácias,
originando a doença;
 
Conseqüências
 
O casal cuja mãe possui RH negativo (-) e o pai RH (+) terá
probabilidade de gerar uma criança com RH (+) a qual poderá
portadora de doença Hemolítica do recém-nascimento ou
Eritroblastose Fetal com as seguintes consequências:
 
O feto poderá falecer na gestação ou após o seu nascimento. Pode
resultar, ainda, num recém-nascido gravemente ictérico e que a
deficiência mental é um acompanhamento possível, além de
surdez e da paralisia cerebral. (Resultado de Kernicterus).
 

Tratamento
 
A gravidade da enfermidade depende do grau de sensibilização da
mãe. O primeiro e o segundo filho, gerados nas condições
especificadas anteriormente, podem ser pouco afetados, mas em
gestações seguintes, nas mesmas circunstâncias a mãe irá sendo
sensibilizada gradualmente e isto irá aumentando o grau de danos
causados ao filho. Em casos em que a criança nasce afetada pela
doença pode-se fazer uma transfusão total do seu sangue. Usa-se
neste caso, sangue RH (-), pois este tipo, não tendo o antígeno,
não é destruído pelo anticorpos presentes no recém-nascido. Após
um certo tempo, as hemácias RH (-) recebidas são totalmente
substituídas por outras RH + produzidas pela criança, não havendo
mais o risco de sua destruição, pois agora a criança não terá mais
os anticorpos que recebeu de sua mãe.
Dispõe-se agora de um recurso adicional para as mulheres RH (-)
cujos maridos tem sangue RH (+). Utilização de gamaglobulina
anti RH para bloquear o processo de sensibilização que produz
anticorpos contra o sangue RH (+) incompatível do bebê. A sua
administração imediatamente após o nascimento do bebê RH (+)
fornece à mãe uma dose passiva temporária de anticorpos que
destroem quaisquer células sanguíneas RH (+) que possam
penetrar na corrente sanguínea materna durante o parto. Isso
impede que a mãe produza anticorpos permanentes.
Outros métodos são os espectrofotométricos para o exame liquido
amniótico, que determina a gravidade da condição, o uso de
transfusões de troca no nascimento, a instituição do parto
prematuro nos casos críticos e o emprego de novas técnicas de
transfusão intra-uterina, combinados ao uso da gamaglobulina.
Estes têm contribuído para reduzir o retardamento mental, a
surdez e a paralisia cerebral.
Nos casos em que o filho é RH (-) e a mãe (+) não há problema,
porque a produção de anticorpos pela criança só inicia cerca de
seus meses após o seu nascimento.
Devemos salientar que existem, ainda, outros sistemas de grupos
sanguineos na espécie humana.
 

INCIDÊNCIA
 
Estima-se que a incompatibilidade do fator RH seja a causa do
retardamento mental de 3 a 4% dos portadores de deficiência
mental institucionalizados.
Calcula-se haver uma caso em cada 150 à 200 nascimentos.
 
 SINDROME DE DOWN
 
. O que é?
Um atraso no desenvolvimento, das funções motoras do corpo e
das funções mentais, o bebê é pouco ativo e molinho o que se
denomina hipotonia. A hipotonia diminui com o tempo,
conquistando, o bebê, mais lentamente que os outros, as diversas
etapas do desenvolvimento.
A Síndrome de Down era também conhecida como mongolismo,
face às pregas no canto dos olhos que lembram pessoas da raça
mongólica (amarela). Essa expressão não se utiliza atualmente.
 
. Causas
Dentro de cada célula do nosso corpo, estão os cromossomos,
responsáveis pela cor dos olhos, altura, sexo e também por todo
funcionamento e forma de  cada órgão interno, como o coração,
estômago, cérebro, etc. Cada uma das células possui 46
cromossomos, que são iguais, dois a dois, quer dizer existem 23
pares ou duplas de cromossomos dentro de cada célula. Um
desses pares de cromossomos, chamados de nº 21 é que está
alterado na Síndrome de Down. A criança que possui a Síndrome,
tem um cromossomo 21 a mais ou seja ela tem três cromossomos
21 em todas as células ao invés de ter dois. É a trissomia 21.
Portanto a causa da Síndrome de Down é a trissomia do
cromossomo 21. É um acidente genético. Esse erro não está no
controle de ninguém.
 

. CONSEQUÊNCIAS
 
Face a hipotonia o bebê é mais quieto, apresenta dificuldade para
sugar, engolir, sustentar a cabeça e os membros.
A abertura das pálpebras é inclinada com a parte externa mais
elevada, e a prega, no canto interno dos olhos é como nas pessoas
da raça amarela. Tem a língua protusa (para fora da boca).
Apresenta rebaixamento intelectual, estatura baixa, 40% dos
casos possuem cardiopatias.
 
TRATAMENTO
 
Até o momento não há cura. A Síndrome é uma anomalia das
próprias células, não existindo drogas, vacinas, remédios, escolas,
ou técnicas milagrosas para cura-la.
Com os portadores da Síndrome de Down deverão ser
desenvolvidos programas de estimulação precoce que propiciam
seu desenvolvimento motor e intelectual, iniciando-se com 15 dias
após o nascimento.
 
INCIDÊNCIA
 
Estima-se que cada 550 bebês que nascem, 01 tem Síndrome de
Down.
 
Risco aproximado de
nascimento de crianças Risco aproximado de
com Síndrome de Down nascimento de crianças
no caso de mães de com síndrome de down no
diversas idades, que caso de mães de diversas
nunca tiveram uma idades, que já tiveram um
criança com esta filho com trissoma simples
Síndrome

Risco de Risco de
Idade da
nascer Idade da mãe nascer
mãe ao
criança com ao nascer a criança com
nascer a
síndrome de criança síndrome de
criança
down down

Menos de Menos de 35
0,1% 1,0%
35 anos anos

De 35 a 39 De 35 a 39
0,5% 1,5%
anos anos

De 40 a 44 De 40 a
1,5% 2,5%
anos 44anos

De 45 em 3,5% De 45 anos 4,5%


diante em diante

 
 FENILCETONÚRIA
 
O que é?
 
É hereditária e se caracteriza pela falta de uma enzima em
maiores ou menores proporções, impedindo que o organismo
metabolize e elimine o aminoácido fenilalanina. Este, em excesso
no sangue é tóxico, atacando proncipalmente o cérebro e
causando deficiência mental.
 

CAUSA
 
Defeito congênito do metabolismo
Alta taxa de fenilalanina.
 
CONSEQUENCIAS
 
Deficiência mental irreversível.
Convulsões, Problemas de pele o cab elo
Problemas de urina e até invalidez permanente
 

TRATAMENTO
 
Controle alimentar com dieta especial à base de leite e alimentos
que não contenham fenilalanina, sob rigorosa orientação médica,
para que o bebê fique bom e leve um vida normal.
 
INCIDÊNCIA
 
Estima-se que um em cada 10 mil recém-nascidos é portador de
fenilcetonúria.
 
 HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
 
O que é?
 
É hereditário, causado pela falta de enzima, impossibilitando que o
organismo forme o T4, hormônio tireoidiano, impedindo o
crescimento e desenvolvimento de todo organismo inclusive do
cérebro, sendo a deficiência mental uma de suas manifestações
mais importante.
 
CAUSA
 
Defeito congênito do metabolismo
Falta de hormônio da tireóide
 
CONSEQUENCIAS
Deficiência mental, convulsões, problemas de pele, cabelo e de
urina e até invalidez permanente. 
 
TRATAMENTO
Administração de hormônio tireoidiano, sob rigoroso controle
médico, para que o bebê fique bom e tenha vida normal.
 
INCIDÊNCIA
Estima-se que um em cada 3 mil recém-nascidos é portador de
hipotireoidismo congênito.
 
DEFICIÊNCIA AUDITIVA: 
A deficiência auditiva em crianças acarreta graves conseqüências
em relação à aquisição e ao desenvolvimento normal da fala e da
linguagem. A fala e a linguagem, por sua vez, influenciam o
desenvolvimento dos processos cognitivos, escolar e nas relações
sociais do ser humano.
O tratamento da criança portadora de deficiência auditiva (DA),
tem que ser iniciado o mais cedo possível. Para que isto ocorra é
fundamental a detecção precoce da deficiência auditiva.
 
Avaliação Audiológica do recém-nascido
Os bebês, já na primeira semana de vida apresentam capacidades
esensibilidades possíveis de serem testadas.
 
O exame deve ser realizado no berçário ou até 28 dias de vida.
 
O objetivo é verificar se a audição periférica do bebê é normal.
 
Crianças com perda auditiva se desenvolvem normalmente se
diagnosticadas precocemente.
 
O teste é feito com o bebê dormindo, sem incomodá-lo e não dura
mais doque 10 minutos.
 
Não é necessário utilizar o sangue do bebê, não corta, não usa
injeção.
 
O método é acústico, é utilizado um pequeno fone de ouvido
acoplado ao computador, que emite sons de fraca intensidade e
capta a resposta das células.
O sucesso da reabilitação depende da detecção e da habilitação
precoce.
 
 

Idade Resposta esperada

0–6 Abrir os olhos, piscar os olhos, espreguiçar ou


semanas acordar do sono, susto.

0–6
Abrir os olhos, mexer os olhos, piscar os olhos, ficar
semanas a
quieto, começa a voltar a cabeça rudimentarmente.
4 meses

4–7 Virar a cabeça no plano lateral no sentido da fonte


meses sonora, atitude de ouvir. Localiza apenas para o lado.

7–9 Localização direta dos sons no plano lateral, 


meses localizado indireta abaixo do nível do ouvido.

9 – 13
Localiza para o lado e para baixo (bem rápido)
meses

13 – 16 Localiza para o lado, para baixo e indiretamente para


meses cima

16 – 21 Localiza diretamente todos os sinais, para os lados,


meses para cima e para baixo.

21 – 24
Localiza diretamente os sons em qualquer ângulo.
meses

  
Toxoplasmose
Processo infeccioso determinado por protozoário que durante a
gravidez pode causar sérios comprometimentos ao feto. É muito
confundido com processos grupais banais.
Pode causar hidrocefalia, microcefalia, lesões cerebrais, cegueira,
etc.
 
Rubéola
A rubéola é causada por um vírus, sendo no trimestre de gravidez
responsável por sérios danos no feto, inclusive neurológico. Pode
causar defeitos cardíacos, auditivos, microcefálicos, lesão cerebral,
convulsões, etc.
A rubéola é uma infecção banal em outras ocasiões que não na
gravidez.
 
Álcool
Pode causar hipoglicemia materna e pode causar danos cerebrais
no feto, além de predispô-lo a complicações bronco – aspirativas,
múltiplos defeitos físicos, microcefalia e atraso mental.
 
Drogas
O uso de todo e qualquer remédio ou substância químicas como
cocaína, durante a gravidez, pode comprometer neurologicamente
o embrião, feto ou recém-nascido.
A maioria das drogas atravessa com facilidade a membrana
uterina, determinando vários tipos de acometimentos.
Usando com exemplo o uso da talidomida que foi usado por muitas
mulheres grávidas como remédio  para enjôos, principalmente
entre 1956 e 1961, condenou milhares de bebês em todo o
mundo, acarretando malformações graves. 
 
Encefalopatia crônica não progressiva (paralisia cerebral)
 
É uma enfermidade caracterizada por um conjunto de
perturbações motoras e sensoriais estacionárias, não progressivas,
resultantes de um defeito ou de uma lesão no tecido nervoso
contido dentro da caixa craniana que pode ocorrer: antes, durante
ou após o parto até os 6 anos de idade, influindo na maturação
neurológica.
As causas natais, ou seja no parto ou após este, são as causas de
88% dos casos de paralisia cerebral.
De acordo com o tipo de envolvimento neuro muscular podem ser
classificadas em espasticidade, atetose, ataxica e mista (são as
mais conhecidas).
A paralisia cerebral apresenta ainda vários quadros associados
como os distúrbios de comunicações retardo na linguagem,
rebaixamento intelectual distúrbios da audição, distúrbios
articulatórios, etc.
 
Deficiência mental
A deficiência mental é definida como uma deficiência integrativa
(dificuldade de receber elaborar e integrar as informações
recebidas pelo cérebro), com funcionamento intelectual
significativamente abaixo da média, ocorrendo no período de
desenvolvimento (até 18 anos), referindo-se a um estado
particular de funcionamento cognitivo com limitações relativas a
duas ou mais áreas adaptativas, comunicação, auto cuidado, vida
familiar, social, autonomia, saúde e segurança funcionalidade
acadêmica, lazer e trabalho.
 
Autismo
Autismo é hoje considerado como uma síndrome comportamental,
de causas múltiplas e distúrbios no desenvolvimento.
É caracterizado por dificuldades na:
- interação social;
-  linguagem;
-  comportamento.
 
A pessoa com autismo pode apresentar os seguintes
comportamentos:
 
- dificuldade de socialização, podendo ser: o isolado, o passivo, ou
o estranho.
- é comum usar as pessoas como ferramentas;
- por vezes resiste á mudança de rotina;
- pode manifestar um movimento típico dos antebraços e mãos;
- pode andar na ponta dos pés;
- pode auto-agredir-se ou ser agressivo e destrutivo;
- as vezes gosta de girar objetos;
-       é comum ser inquieto ou ter comportamentos estranhos;
-       pode aparentar ser surda;
-       pode ter sensibilidade á determinados sons;
-       as vezes apresenta ecolalia, isto é, repetição imediata;
-       pode ter aversão ao contato físico;
-       costuma apresentar um contato visual nulo ou uma certa
indiferença;
-       resiste ao aprendizado;
 
Se você conhece qualquer pessoa que apresentam alguns deste
comportamento, um diagnóstico de autismo deverá ser seriamente
considerado.
 
Incidência
De 5 a 10 casos em cada 10.000 crianças nascidas.
 
Causas
Ainda não é conclusivo, porém existem vários relatos de
anormalidades orgânicas, neurológicas e biológicas, além de
fatores genéticos imunológicos e perinatais, achados bioquímicos e
neuro-anatômico relacionados ao autismo.
 

ALGUMAS DOENÇAS QUE CAUSAM


DEFICIÊNCIA VISUAL, LEVANDO ATÉ A
CEGUEIRA.
 
- Tracoma
- Oftalmia neonatal (causada pela falta de cuidados nos pós-
parto);
- Xeroftalmia, causada pela falta de vitamina A e agravada pela
desnutrição).
- Fibroplasia retrolental – causada pela alta concentração de
oxigênio nas incubadoras. 
 
PREVENÇÃO CUSTA POUCO E É EFICAZ,
PRESTE ATENÇÃO:
 
. Antes do casamento, ou antes, de engravidar.
 
- vacine-se contra a Rubéola (na gravidez ela afeta o bebê em
formação, causando má formação, como cegueira, deficiência
auditiva, etc...);
- Procure um serviço de aconselhamento genético (quando houver
casos de deficiência na família principalmente);
- Evite casamentos entre parentes;
- Faça exames de sangue para detectar sífilis e toxoplasmose.
Essas doenças podem causar deficiência severa;
- Faça exames de sangue para verificar o tipo sanguíneo e o fator
Rh.
 

. DURANTE A GRAVIDEZ
 
- Consulte um médico obstetra mensalmente;
- Faça exames de controle, se não o fez antes de engravidar;
- Só tome remédios que o médico lhe receitar;
- Faça uma alimentação saudável;
- Não se exponha ao Raio X ou outro tipo de radiações;
- Não fume e não beba;
- Evite contato com portadores de doenças infecciosas.
 
. NO NASCIMENTO
 
- Faça questão de ter seu filho em um hospital, com a presença de
um obstetra e pediatra.
 
. DEPOIS DO NASCIMENTO
 
Exija que sejam feitos testes preventivos de seu bebê do tipo:
 
APGAR – é um teste feito no bebê ao nascer, por um médico ou
enfermeira. O bebê receberá uma nota para cada item do teste e
dará ao médico indicações se o bebê está bem ou se é um bebê de
médio ou alto risco.
 
APGAR
Diagnóstico da condição de vida do recém nascido realizado por
um pediatra após a desobstrução das vias aéreas superiores (1º
minuto de vida), e que será repetido aos 2 e 5 minutos após o
nascimento.
 
 
BOLETIM DE APGAR
 
Sinal/Nota 0 1 2

Freqüência Ausente Menor que Maior que 100


cardíaca 100

Esforço Ausente Irregular Bom, choro


respiratório movimentos

Tono flácido Alguma flexão Ativos


muscular

Irritabilidade Ausente Choro com  Choro forte


reflexa algum
(cateter movimento
nasal ou
estímulo
plantar)

Cor Azul, pálido Róseo- Róseo


extremidades
cianóticas

 
Exija o Boletim de APGAR e verifique o que foi feito com o bebê.
Se a nota for igual ou superior a 8 o bebê é normal. Se estiver
entre 4 e 7 será considerado de risco e precisa de estimulação
imediata. Se estiver entre 0 a 3 será considerado de alto risco já
precisará de uma intervenção médica mais específica.
 
O TESTE DO PÉZINHO SOMENTE DETECTA FENILCETONÚRIA
E HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO
 
Teste do Pezinho
 
Como as crianças nascem aparentemente normais e os sintomas
da Fenilcetonúria e Hipotiroidismo congênito surgem por volta do
6º mês e 8º mês de vida, torna-se importantíssimo a detecção
dessas doenças ainda nos berçários. Essa detecção se processa
por meio de testes realizados no sangue do recém-nascido,
coletado conforme desenho abaixo, em papel de filtro apropriado,
para posteriormente encaminhamento aos laboratórios
especializados, existentes em algumas  da APAE’s – Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais.
 
“COMO GARANTIR A REALIZAÇÃO DO TESTE”
 
“Lei nº 3.914 de 14 de novembro de 1983”
Dispõe sobre o diagnóstico precoce da Fenilcetonúria e do
Hiportireoidismo Congênito nos hospitais e maternidades do
Estado de São Paulo.
 
“O Governo do Estado de São Paulo”
faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a
seguinte Lei:
Artigo 1º - É obrigatória nos hospitais e maternidades do Estado
de São Paulo, quer da rede pública, quer da rede privada, a
realização de provas para o diagnóstico precoce de Fenilcetonúria
(FNC) e do Hipotireoidismo (HC) em todas as crianças nascidas em
suas dependências.
 
Artigo 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 14 de novembro de 1983.
 
DIREITO SOCIAL LEVADO A SÉRIO, PRECISA TER O
FINANCIAMENTO GARANTIDO.
 
-         Cabe ao Ministério Público zelar pelo cumprimento da Lei.
 
 
PROJETO DE LEI Nº 531 DE 1991.
 
INSTITUI A SEMANA DE PREVENÇÃO AS DEFICIÊNCIAS
 
A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo decreta:
Artigo 1º - Fica instituída a Semana de Prevenção às Deficiências a
ser comemorada anualmente no período de 21 a 28 de agosto.
Artigo 2º -  Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação
ficando revogada a Lei nº 4.512 de 17/01/1985.
 
JUSTIFICATIVA
Objetiva o presente projeto de lei concentrar na semana de 21 a
28 de agosto a atenções das autoridades governamentais e da
população em geral para a necessidade de se adotar medidas
visando a prevenção das deficiências.
Sabe-se que através da educação, proporcionando os
esclarecimentos necessários, pode-se diminuir a incidência de
doenças e o número de complicações degenerativas que acarretam
sérias e irreversíveis conseqüências aos seus portadores.
A Lei nº 4.512 de 17/01/85, que instituiu no mesmo período da
Semana Paulista da Criança Excepcional embora com o objetivo de
alerta as autoridades para o problema, discrimina a criança
excepcional das demais que comemoram seu dia em 12 de
outubro.
Em vista disso e atendendo a justificada solicitada da Dra. Lair
Moura Sala Malavila,  Presidente da APRAESPI, apresentamos o
presente Projeto de Lei, contando com o beneplácito dos nobres
pares.
 
 
LEMBRE-SE:
 
- Amamente seu filho. Toda mãe tem leite e é um leite forte que
vai defender o bebê de muitas doenças;
- Leve seu filho mensalmente ao pediatra, durante seu primeiro
ano de vida;
- Uma boa alimentação é muito importante, peça orientação ao
pediatra das Unidades Básicas de Saúde.
-       Não dê remédios a seu filho sem orientação médica;
-       Vacine seu filho contra Tuberculose (BCG), Paralisia Infantil
(SABIN), Difteria – Tétano e Coqueluche (tríplice), Sarampo,
Rubéola e Meningite;
-       Evite acidentes domésticos, mantenha as crianças longe do
fogo, álcool, objetivos cortantes, tomadas com eletricidade;
-       AME SEU FILHO, A FALTA DE AFETO O PREJUDICA;
-       Se infelizmente o bebê nascer com algum tipo de deficiência,
procure iniciar o quanto antes o tratamento. É essencial a
estimulação.

Você também pode gostar