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Síndrome de

Turner
Quadro clínico de origem genética

MANOELA S. BATISTA
MARIA EDUARDA C. DIONYSIO
MARIA EDUARDA P. GUERIOS
MARIA LUIZA E. BATISTA
PAULA M. F. SANTOS
OBJETIVO
descrever, contextualizar e
analisar

Alterações fenotípicas
Alterações genotípicas
Diagnóstico
Prognóstico
Medidas de intervenção
Prevenção
PRIMEIROS CASOS DESCRITOS

- 1768 - Giovanni Morgagni Ullrich-Turner Syndrome


- 1902 - Otto Funke
Estudo com 7 mulheres com
- 1930 - Otto Ullrich
tratamento hormonal
- 1938 - Henry Turner
(JUNG et al., 2009)

- 1942 - Albright e colaboradores relacionaram


características fenotípicas de pacientes com ST
com uma anomalia cromossômica

- 1981 - primeiro grupo de contato e apoio com


familiares e pacientes
(WANDERLEY et al., 2004)

Otto Ullrich Henry Turner


INCIDÊNCIA ATUAL

1 em 2.500 possuem o fenótipo

1.500.000 15.925
(WANDERLEY et al., 2004)
GENÓTIPO FORMAS DE OCORRÊNCIA:

- Ausência (monossomia) do cromossomo X


Constituição genética do ser humano

- Mosaicismo cromossômico possui um material


genético dos pais e outro material genético da mutação
As características fenotípicas apenas podem indicar celular
uma possível síndrome, é necessário buscar sua 1. GERMINATIVA: mutação interfere no óvulo ou no
composição genética para validação e confirmação espermatozoide, podendo transpassar gerações
2. SOMÁTICA: mutação em qualquer célula do corpo,
pode ou não manifestar alterações físicas

- Outras “anomalias estruturais” do cromossomo X


Pode haver uma falha no esperma do pai ou uma falha
no óvulo da mãe
(SCHWARTZ et al., 2010; WANDERLEY et al., 2014)
GENÓTIPO Mosaicismo

Monossomia

FONTE: Vivendo Ciências, 2017. FONTE: Vivendo Ciências, 2017.


FENÓTIPO
Expressões observáveis de um genótipo

Se apresentam de modos diferentes de


acordo com a idade da pessoa afetada

1. Período neonatal 2. Infância 3. Adolescência


- Linfedema - Baixa estatura 4. Vida adulta
- Malformação cardiovascular - Insuficiência gonadal
- Face característica
(ARAUJO, 2004).
CARACTERÍSTICAS

BAIXA ESTATURA (136 a 147 cm na vida adulta) LINFIDEMA

DISGENESIA GONODAL ALTERAÇÕES NO SISTEMA OSTEOARTICULAR E


MUSCULAR
LIMITAÇÃO DA MOBILIDADE CERVICAL
TIREOIDITE AUTOIMUNE COM OU SEM
FÁCIES TÍPICAS HIPOTIREOIDISMO

ORELHAS SALIENTES ANORMALIDADES RENAIS, CARDIOVASCULARES E


AUDITIVAS
HIPOPLASIA MANDIBULAR E MAXILAR
DEFICIÊNCIA COGNITIVA EM ALGUMAS ATIVIDADES
NA REGIÃO DOS OLHOS, PREGAS EPICÂNTICAS,
ESTRABISMO, PTOSE PALPEBRAL, CATARATA E ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA (limitação congênita dos
NISTAGMO movimentos das articulações)

(CONCEIÇÃO, 2010; MARANHÃO, 2008)


CARACTERÍSTICAS

FONTE: Arquivo UFV, 1999. FONTE: Escola Educação, 2020. FONTE: Medicina Online, 2017.

Tórax com o diâmetro anteroposterior PESCOÇO ALADO Linha posterior de implantação dos
aumentado - Pescoço encurtado e alargado cabelos baixa
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico pode ser realizado pelo exame cariótipo com


banda G, que analisa a quantidade e estrutura dos cromossomos
de uma célula, identificando a falha no último par de cromossomo
característico da ST
(PZIFER, 2020)

O diagnóstico é baseado em fatores que


dependem da fase do desenvolvimento

- Gravidez - Adolescência
- Infância
- Neonatal - Vida adulta
DIAGNÓSTICO
GRAVIDEZ
- Não há como confirmar, apenas ter suspeitas referentes à alterações nos
rins, coração e inchaço característico
- Através da coleta de amostra do líquido amniótico
(NIELSEN, 1991 apud WANDERLEY, et al., 2004).

NEONATAL
- Através de linfedema (inchaço no corpo) e problemas na formação
cardiovascular

INFÂNCIA
- Observação de um crescimento relativamente lento e baixa estatura

ADOLESCÊNCIA
- Atraso da menarca e do não desenvolvimento dos seis e pelos pubianos
DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO E EDUCACIONAL


Pouco material presente, já que a ST não resulta diretamente a deficiência
intelectual. Apenas foi notada maior dificuldade relacionada a percepção
espacial e motora.

(VAN DYKE, et al., 1991 apud SUZIGAN, SILVA e MACIEL-GUERRA, 2005)


É FUNDAMENTAL: PROGNÓSTICO

Diagnóstico precoce, a fim de traçar


planos, estratégias, orientações e
tratamentos
Apesar de possuírem uma
(SUZIGAN, SILVA e MACIEL-GUERRA, 2005) expectativa de vida um pouco
mais curta, o prognóstico
geralmente é bom

Se atentar e tratar as comorbidades frequentes,


como como o hipotireoidismo autoimune,
osteoporose, dislipidemia, hipertensão e obesidade

(RORIZ et al., 2018)


MEDIDAS DE INTERVEÇÃO TRATAMENTO CONJUNTO ENTRE A PACIENTE,
FAMÍLIA, MÉDICO, PROFESSORES E PSICÓLOGOS

NA ÁREA DA SAÚDE PSICOLÓGICAS

Importante papel da enfermagem ao auxiliar Psicoterapias em grupo


na QV
Estimulação do contato da paciente com outras
acompanhando-as e auxiliando nos
mulheres com ST, assim como o contato com
cuidados necessários da paciente e da
mulheres da mesma idade sem a ST, visando o
família, além de prevenir futuras
amadurecimento emocional e independência
complicações e aliviar o sofrimento
Orientação para que as atitudes e atividades da
(NUNES et al., 2021) paciente sejam coerentes a sua idade
Ressaltar que a paciente seja reconhecida por
suas capacidades cognitivas e competências

(SUZIGAN; SILVA; MACIEL-GUERRA, 2005)


MEDIDAS DE INTERVEÇÃO TRATAMENTO CONJUNTO ENTRE A PACIENTE,
FAMÍLIA, MÉDICO, PROFESSORES E PSICÓLOGOS

ÁREA DA EDUCAÇÃO NA VIDA ADULTA

Aceitação a fim de desenvolver e proporcionar Acompanhamento de equipes multidisciplinares


um sentimento de participação ativa na desde o início da síndrome até a fase adulta
sociedade
Consultas de rotina, as triagens de doenças
Família, alunos e professores no processo da
autoimunes, os acompanhamentos psicológicos,
inclusão,
tratamento das comorbidades frequentes, dentre
Se necessário, Atendimento Educacional
outros
Especializado (AEE)
(CPV; LIOI, 2020)
(DIOGO, 2015; BALBINO et al., 2020)
PREVENÇÃO

NÃO SE CONHECE UMA MANEIRA DE PREVENIR

Sua ocorrência é indeterminada e inesperada, risco de recorrência em uma


mesma família é significativamente baixo

(LAGO, 2020)

Tomar atitudes precoces a fim de prevenir o desenvolvimento e


agravamento de algumas comorbidades frequentes

Exemplos:
Tratamento precoce com hormônios de crescimento
Fragilidade óssea amenizada por tratamento hormonal

(QUIGLEY et al., 2021; FAIENZA, 2016)


CONSIDERAÇÕES Intervenções pautadas em auxiliar e oferecer suporte ao
indivíduo, visando um desenvolvimento saudável, que
FINAIS contribua para uma melhora do indivíduo dentro de suas
capacidades e potencialidades

Conhecimento dos fatores biopsicossociais


que estão envolvidos na Síndrome de Turner

Importância de compreender o histórico, a etiologia e as


consequências da Síndrome de Turner, para, assim, oferecer
um suporte e intervenção mais adequada a cada
singularidade, subjetividade e potencialidade

As mulheres com ST podem ter uma


experiência vivencial furtiva e próspera, com
a ajuda de tratamentos médicos e
psicológicos, principalmente com um
diagnóstico precoce
OBRIGADA PELA
ATENÇÃO!
REFERÊNCIAS:

ARAUJO, P. W. C. et al. Desenvolvimento sexual e cognitivo das portadoras da Síndrome de Turner: sexual and cognitive development of Turner's syndrome porters.
Ciênc. cogn., Rio de Janeiro, v. 2, p. 61-74, jul. 2004. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
58212004000200007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso 07 set. 2021.
ARQUIVO UFV. Genética. 1999. Disponível em: <http://arquivo.ufv.br/dbg/UFMG/daniel01.htm>. Acesso em 14 set. 2021.
BALBINO, et al. Uma visão sobre a Síndrome de Turner na perspectiva inclusiva: estudo de caso. IV CINTEDI, 2020. ISSN 2359-2915. Disponível em: <
https://editorarealize.com.br/editora/anais/cintedi/2020/TRABALHO_EV137_MD1_SA6_ID1173_13112020221759.pdf>. Acesso em 07 set. 2021.
CONCEIÇÃO, M. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas Síndrome de Turner. FEHOSP, 2010. Disponível em:
http://fehosp.com.br/files/circulares/9210b2eac5def734e55a55b1a5696aad.pdf. Acesso em: 7 set. 2021.
DIOGO, P. Inclusão de uma criança com Síndrome de Turner numa escola do ensino regular: um estudo de caso. 2015. Disponível em: <
https://sapientia.ualg.pt/bitstream/10400.1/8131/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Mestrado%20Paula%20Diogo-%20n%C2%BA48571-assinado.pdf>. Acesso
em 08 set. 2021.
ESCOLA EDUCAÇÃO. Síndrome de Turner. 2020. Disponível em: <https://escolaeducacao.com.br/amp/sindrome-de-turner/>. Acesso em 14 set. 2021.
FAIENZA, M. F. et al. Bone Fragility in Turner Syndrome: Mechanisms and Prevention Strategies. Front. Endocrinol., 2016. Disponível em:
<https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fendo.2016.00034/full>. Acesso em 08 de set. 2021.
LAGO, D. É possível prevenir a síndrome de Turner? Cuidados pela vida, 2020. Disponível em: <https://cuidadospelavida.com.br/saude-e-tratamento/disturbios-do-
crescimento/e-possivel-prevenir-a-sindrome-de-turner>. Acesso em 31 de ago. 2021.
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MEDICINA ONLINE. Sindrome di Noonan: cause, sintomi nel neonato, aspettative di vita. 2017. Disponível em: <https://medicinaonline.co/2017/01/22/sindrome-di-
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REFERÊNCIAS:

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VIVENDO CIÊNCIAS. Síndrome de Turner. 2017. Disponível em: <https://www.vivendociencias.com.br/2017/05/sindrome-de-turner.html>. Acesso em 30 ago. 2021.
WANDERLEY, M. S. et al. Desenvolvimento sexual e cognitivo das portadoras da síndrome de Turner. Ciênc. cogn. vol.2 Rio de Janeiro, jul. 2004. Disponível em: <
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WANDERLEY, M. S. et al. Síndrome de Turner e gravidez: implicações clínicas, legais e éticas na utilização de técnicas de reprodução assistida. Brasília Med. 2014;
51(3-4):255-263. Disponível em: <https://cdn.publisher.gn1.link/rbm.org.br/pdf/v51n3-4a08.pdf.> Acesso em 29 ago. 2021.

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