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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

SUBSECRETARIA DE PROMOÇÃO, ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE

SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO HOSPITALAR, URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

SUPERINTENDENCIA DE HOSPITAIS PEDIÁTRICOS E MATERNIDADES

PROTOCOLO ASSISTENCIAL
DA ENFERMAGEM
OBSTÉTRICA

2022
CAMARA TÉCNICA DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA
SMS- RIO DE JANEIRO
© 2022 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro

Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro


Eduardo Paes

Secretário Municipal de Saúde


Rodrigo de Sousa Prado

Subsecretária de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde


Ana Luiza F. R. Caldas

Subsecretária de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência


Teresa Cristina Navarro Vannucci

Superintendente de Atenção Primária à Saúde


Renato Cony Seródio

Superintendência de Hospitais Pediátricos e Maternidades


Marcio Luis Ferreira

Coordenação Técnica
Patricia Santos Barbastefano

Equipe de Atualização
Diretoras de Enfermagem
HMMR Monica Azeredo
HMFM Andrea Bastos
HMHP Alessandra Silva dos Anjos Ferreira
MLD Andrea Cristina da Silva Veloso
HMAF Maria de Fatima Tenório Roulins
Equipe de Enfermeiros Obstetras
HUPE/UERJ Juliana de Souza Fernandes (Enfermeira Residente de Enfermagem Obstétrica)
HMAS Isabela Mariana Oliveira Ávila dos Santos
HMMR Cristiane da Silva Santana
HMFM Marina Pereira de Melo Santos
HMRF Cristina Maria Vivas Amorim
SUBHUE/SHPM Andreza Cristina S. de Oliveira
HMCD Isis Vieira Farias Menconça Borneo
HMHP Claudia Conceição Coelho do Nascimento
HMMABH Danielle Rodrigues do Couto
MLD Flavia Dias Gasbarro
HMAF Luciana Lessa Dias
SUMÁRIO

Contextualização ................................................................... 6

Protocolo Assistencial de Enfermagem Obstétrica dos Centros Obstétricos das Maternidades

Municipais do Rio de Janeiro.................................................10

Assistência Obstétrica à população LGBTA+------------------10

Cuidado à pessoa durante o trabalho de parto (TP)................................ 10

1 – Diagnóstico de Trabalho de Parto (TP) ....................................................... 11

2 – Avaliação da evolução do trabalho de parto ............................................. 11

3 – Tecnologias de cuidado utilizadas durante o trabalho de parto ................15

4 – Cuidado à pessoa no momento do parto ................................................... 20

5 – Uso de Medicações no Centro Obstétrico ................................................. 22

6 – Praticas Integrativas e Complementares (Anexo III) ................................. 23

Referências .............................................................................................. 25

Critérios para Assistência da Enfermeira Obstetra nos Centros Obstétricos das Maternidades da
Rede Municipal de Saúde...........................26

1 – Gestante de risco habitual com idade gestacional a partir de 37 com os seguintes


parâmetros:..................................................................................... 26

2 – Gestante com ou sem pré-natal, com os exames dentro do preconizado.26

3 – Gestantes com intercorrências clínicas ou obstétricas, atuais ou pre- gressas, com o cuidado
compartilhado com a equipe médica, como:............ 26

4 – Sífilis na gestação ...................................................................................... 26

5 – Gestantes classificadas de alto risco obstétrico....................................... 26

6 – Pós-parto imediato .................................................................................... 27

7 – Cuidados com o Recém Nascido-------------------------------------------------32

8 – Sindrome Gripal--------------------------------------------------------------------34

Referências ..............................................................................................38
ANEXO I – Casa de Parto David Capistrano Filho (indução Natural de Trabalho de Parto) - 43

ANEXO II – Casa de Parto David Capistrano Filho (Aceleração de trabalho de Parto)- 58

Referências ...........................................................................................63
PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA 2022

Contextualização

Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, a assistência obstétrica deve ter como
objetivo mãe e criança saudáveis, com o mínimo de intervenções e compatíveis com a
segurança. Nessa perspectiva deve haver uma razão válida para se interferir no parto normal.

O Ministério da Saúde vem financiando e estimulando a qualificação da enfermagem obstétrica,


para acolher as escolhas da pessoa no processo de parto e nascimento, por meio de uma
cuidadosa avaliação de suas condições clínicas e obstétricas, como parte da estratégia da Rede

Cegonha, para ampliar e qualificar a assistência prestada às gestantes e aos bebês no Sistema
Único de Saúde (SUS).

De acordo com a OMS o cuidado oferecido pela Enfermagem Obstétrica em Centros Obstétricos
de maternidades diminui o uso das intervenções obstétricas, melhoram os indicadores de
morbimortalidade materna e perinatal e aumentam a satisfação da pessoa com a experiência
vivida, preconizando a segurança e a viabilidade da atenção ao parto e nascimento nestes locais
de nascimento. O modelo humanizado privilegia o bem-estar da pessoa e de seu bebê, buscando
ser o menos invasivo possível, considerando tanto os processos fisiológicos, quanto os
psicológicos e o contexto sociocultural. Fazer uso da tecnologia de forma apropriada,
caracterizando a assistência pelo acompanhamento contínuo no processo de parturição. Garante
às pessoas e às crianças vivenciarem a experiência da gravidez, do parto e do nascimento com
segurança, dignidade e beleza (BRASIL, 2012).

O desafio que persiste não é, pois, tecnológico, mas sim estratégico e organizacional, onde
profissionais de diferentes categorias e saberes, possam trabalhar de forma integrada e
estabelecer o cuidado adequado para cada pessoa.

O presente documento apresenta as diretrizes para a assistência de enfermagem obstétrica nos


Centros Obstétricos das Maternidades da rede Municipal de Saúde e deve ser usado em conjunto
com outras publicações, que incluem os Documentos Técnicos do Ministério da Saúde e Áreas
Técnicas de Saúde.

CONSIDERANDO que o enfermeiro é um profissional autônomo, legalmente habilitado por lei


para exercer suas atividades laborais, conforme o disposto no Artigo Art. 5 da
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRA- SIL, inciso XIII – “é livre o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissio- nais que
a lei estabelecer”;

CONSIDERANDO o disposto no Artigo 11, inciso I, alínea “a”, “b” e “c” da Lei nº 7.498/86,
que regulamenta a profissão do Enfermeiro, assim como estabelece que a direção, organização e
planejamento, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem
são atividades exercidas de forma privativa pelo Enfermeiro nos serviços de saúde, no âmbito do
SUS e no sistema privado de saúde.

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PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA 2022

CONSIDERANDO o disposto no Artigo 11, inciso II, alínea “c” da Lei nº 7.498/86, que
regulamenta a Prescrição pelo enfermeiro de medicamentos estabelecidos em programas de
saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;

CONSIDERANDO o disposto no Artigo 11, inciso II, alínea “g”, “h” e “i” da Lei nº 7.498/86,
que regulamenta o Enfermeiro como integrante da equipe de saúde, na assistência de
enfermagem à gestante, parturiente e puérpera; acompanhamento da evolução e do trabalho de
parto; execução do parto sem distocia;

CONSIDERANDO o disposto no Artigo 11, parágrafo único, alínea “a”, “b” e “c” da Lei nº
7.498/86, parágrafo único, que regulamenta que as profissionais referidas no inciso II do art. 6º desta
lei, (o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferido nos
termos da lei) incumbe ainda: “assistência à parturiente e ao parto normal; identificação das
distocias obstétricas e tomada de providências até a chegada do médico; realização de episiotomia e
episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando necessária.”;

CONSIDERANDO O Decreto no 94.406, de 8 de Junho de 1987, que define as atribuições do


enfermeiro obstetra;

CONSIDERANDO a Resolução COFEN nº 0544/2017, que dispõe sobre a Consulta de


Enfermagem em seu Art. 1º

– determina que em todos os níveis de assistência à saúde, seja em instituição pública ou privada, a
consulta de Enfermagem deve ser obrigatoriamente desenvolvida na Assistência de Enfermagem;
CONSIDERANDO a Resolução COFEN Nº 564/2017, que aprova o novo Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem, onde considera que a Enfermagem tem como responsabilidades a
promoção e a restauração da saúde, a prevenção de agravos e doenças e o alívio do sofrimento;
princípios fundamentais reafirmam que o respeito aos direitos humanos é inerente ao exercício da
profissão, o que inclui os direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança
pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem distinção de classe social, geração, etnia, cor,
crença religiosa, cultura, incapacidade, deficiência, doença, identidade de gênero, orientação sexual,
nacionalidade, convicção política, raça ou condição social. Em seus princípios fundamentais versa
que “O cuidado da Enfermagem se fundamenta no conhecimento próprio da profissão e nas ciências
humanas, sociais e aplicadas e é executado pelos profissionais na prática social e cotidiana de
assistir, gerenciar, ensinar, educar e pesquisar”. Além de a Enfermagem ser comprometida com a
produção e gestão do cuidado prestado nos diferentes contextos socioambientais e culturais em
resposta às necessidades da pessoa, família e coletividade;

CONSIDERANDO a Resolução COFEN nº 195/1997, que disciplina no Art. 1º, o procedimento de


que o Enfermeiro pode solicitar exames de rotina e complementares quando no exercício de suas
atividades profissionais;

CONSIDERANDO o disposto na Portaria nº 2.815/GM, de 29 de Maio de 1998, que Inclui na


Tabela do Sistema de
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PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA 2022

Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) o Grupo de Procedimento e os


Procedimentos:

35.150.01-7 – Parto Normal Sem Distocia Realizado Por Enfermeiro Obstetra – e 35.080.01.9 –
Parto Normal Sem Distocia Realizado Por Enfermeiro Obstetra;

CONSIDERANDO o disposto na Resolução COFEN 477/2015, o Enfermeiro Obstetra e a


Obstetriz exercem todas as atividades de Enfermagem na área de Obstetrícia, cabendo-lhes, como
integrante da equipe de saúde na área de Obstetrícia, artigo 1, alíneas j-n: Assistência de
Enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e recém-nascido; Acompanhamento da Evolução e do
trabalho de parto; Assistência à parturiente e ao parto normal; Execução do parto sem distocias;
Emissão de laudos de autorização de internação Hospitalar (AIH) para o procedimento parto normal
sem distocias realizado pelo Enfermeiro (a) Obstetra, da tabela do SIH/SUS; Identificação das
distocias obstétricas e tomada de providências necessárias, até a chegada do médico, devendo
intervir, em conformidade com sua capacitação técnico-científica, adotando os procedimentos que
entender imprescindíveis, para garantir a segurança da mãe e do recém-nascido; Realização de
Episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando necessária; Acompanhamento
Obstétrico da Mulher e do recém-nascido, sob seus cuidados, da internação até a alta.

CONSIDERANDO o disposto na Portaria nº 985/GM, de 5 de Agosto de 1999, que instituiu os


Centros de Parto Normal no âmbito do SUS – Sistema Único de Saúde.

CONSIDERANDO o que fora contemplado no “Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade


Materna e Neonatal”, firmado no ano de 2004;

CONSIDERANDO o disposto na Resolução SMS nº 1.041, de 11 de Fevereiro de 2004, que


institui o Protocolo de Assistência da Casa de Parto David Capistrano Filho;

CONSIDERANDO o disposto na Portaria nº 743, de 20 de Dezembro de 2005, que regulamenta


o modelo de laudo de AIH e dá outras providencias;

CONSIDERANDO o disposto na Resolução-RDC N-36, de 3 de Junho de 2008, que dispõe


sobre “Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e
Neonatal”, quando no ANEXO I, item 3.7, estabelece, como definição sobre os profissionais
recursos de saúde necessários para esse funcionamento Profissional legalmente habilitado,
profissional com formação superior inscrito no respectivo Conselho de Classe, com suas
competências atribuídas por lei. Define que o Serviço Técnico Obstétrico e Neonatal deve ter um
responsável técnico (RT) e um substituto, legalmente habilitados pelo seu conselho de classe;

CONSIDERANDO o disposto nas Diretrizes Assistenciais da Enfermagem obstétrica da


Secretaria Municipal de Saú- de da Cidade do Rio de Janeiro em 2010;

CONSIDERANDO a Portaria nº 1.459/GM/MS, de 24 de Junho de 2011, que institui, no âmbito


do SUS, a Rede Cegonha;

CONSIDERANDO a Portaria nº 904, de 29 de Maio de 2013 (11 de 07/01/2015), que


Estabelece as diretrizes para implantação e habilitação de Centro de Parto Normal (CPN), no
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PROTOCOLO ASSISTENCIAL DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA 2022

âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), para o atendimento à mulher e ao recém-nascido no


momento do parto e do nascimento, em conformidade com o Componente PARTO E
NASCIMENTO da Rede Cegonha, e dispõe sobre os respectivos incentivos financeiros de
investimento, custeio e custeio mensal;

CONSIDERANDO as revisões sistemáticas e evidências científicas sobre as práticas


assistenciais que promovem a fisiologia e a normalidade do processo de parto e nascimento,
demonstrando os benefícios à mulher e ao bebê na assistência ao parto de risco habitual pela
enfermeira obstetra ou obstetriz (“Hatem M”, “Sandall J”, “Devane D”, “Soltani H”, “Gates S” –
Cochrane Database of Systematic Reviews 2008; – Issue 4 (CONITEC 2017);

CONSIDERANDO a necessidade de organização da atenção ao parto e ao nascimento em


diferentes níveis de complexidade e de superação do modelo biologicista e medicalizante.

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Protocolo Assistencial de Enfermagem Obstétrica dos Centros Obstétricos das Maternidades
Municipais do Rio de Janeiro

Cuidado à pessoa durante o trabalho de parto (TP)

Modelo de Assistência Humanizada

Devido a todos os movimentos a favor da emancipação feminina realizados por movimentos de mulheres no
período da ditadura, o Brasil alcançou a redemocratização nos anos 1980. O movimento feminista auxiliou na
constituição da Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher, buscando a mudança de modelo de
assistência no âmbito materno infantil, onde o poder masculino predominava nas áreas de Ginecologia e
Obstetrícia, institucionalizando o corpo da mulher, impedindo o seu autoconhecimento e o acesso aos seus
direitos sexuais e reprodutivos. A partir dos anos 1990, iniciou-se o processo de mudança de modelo
assistencial e o parto humanizado foi se tornando mais visível no país. A constituição de programas e
políticas de saúde que buscam reduzir a morbimortalidade materna e a realização de intervenções
desnecessárias no trabalho parto possibilitou uma maior visibilidade aos profissionais Enfermeiros Obstetras
que garantem uma assistência técnico-científica baseada em evidências, a promoção da humanização e a
implementação de boas práticas ao cuidado obstétrico e neonatal (Backes et al., 2017).

O modelo humanizado centra o cuidado na família da pessoa que se encontra em trabalho de parto.
Conpreende a pessoa como um ser importante no seu cuidado, a compreende como sujeito.

Pesquisas, estudos e evidencias científicas sobre diagnóstico do trabalho de parto, transformam a


Enfermagem Obstétrica, desenvolvendo uma assistência voltada as necessidades de cada cliente
sobre a forma de assistir o trinômio. A elaboração de Grupo de Trabalhos voltados a Atenção a
Saúde da Mulher na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ), enaltece a
discussão técnico-cientifica com objetivos voltados à assistência ao pré-natal, atenção ao trabalho de
parto, parto e nascimento, puerpério e consulta pós-natal. Com isso, a evolução das tecnologias para
o diagnóstico do trabalho de parto vem sendo descritas norteando a assistência da Enfermagem
Obstétrica (Gomes, 2010).

O gerenciamento do cuidado junto com as pessoas em trabalho de parto, se faz de maneira


humanizada o que transforma de maneira efetiva a assistência ao Trabalho de Parto (GTEO, 2016).

Os desejos e expectativas da pessoa devem ser abordados pelos profissionais que assistem o trabalho
de parto, respeitando e orientando a pessoa gestante, acompanhante e profissionais envolvidos na
assistência e tomada de decisão, estabelecendo uma comunicação assertiva, visando o bem estar
biopsicossocial (Ministério da Saúde, 2017).

Assistência obstétrica à população LGBTQIA+

A implantação do protocolo a este grupo populacional objetiva a redução de desigualdades sociais.


A discriminação por orientação sexual e por identidade de gênero incide na determinação social da
saúde, no processo de sofrimento e adoecimento decorrentes do preconceito e do estigma social
reservado a população LGBTQIA+.

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De acordo com a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, deve-se atingir um maior número de
equidade no Sistema Único de Saúde, compreendendo as demandas de saúde deste público, tais
como especificidades de raça, cor, etnia e território e garantindo a implementação de outras políticas
públicas e programas voltados para grupos específicos, envolvendo a orientação sexual, identidade
de gênero, ciclos vitais, raça, etnia e território (Ministério da Saúde, 2013).

Deve-se fomentar a importância da atuação dos Enfermeiros Obstetras com habilidades técnico-
cientificas para acolher e garantir o atendimento humanizado à população LGBTQIA+ no ciclo
gravídico puerperal, identificando as questões que abrangem o âmbito clínico, obstétrico,
psicológico e social. A assistência de Enfermagem Obstétrica deve ser fornecida a toda população
LGBTQIA+, tais como homens transexuais, lésbicas e mulheres bissexuais desde o acolhimento,
pré-natal, trabalho de parto, parto e puerpério. Este cuidado integral também deve ser realizado
durante o processo de amamentação e/ou alimentação do recém-nascido.

O uso do nome social nos serviços de saúde é garantido pela Portaria nº 1.820/2009. Portanto, todos
os profissionais devem estar cientes que, todo homem transexual gestante tem seu direito garantido
de uso do nome social de transexuais, de acordo com a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde.

É importante salientar a importância de identificar o perfil de risco gestacional, como Risco


Habitual, as lésbicas, bissexuais ou homem transexual ou alto risco, se for o caso. O
acompanhamento gestacional de homens transexuais de risco habitual se configura tradicional.
Portanto, não é caracterizado risco gestacional pela questão de gênero e/ou identidade sexual.
Durante todo o acompanhamento pré-natal o Enfermeiro obstetra deverá salientar a
importância do cliente não fazer uso de hormonioterapia durante a gestação devido o risco do
desenvolvimento de endocrinopatias. Caso o cliente insista no uso da terapia hormonal, deve ser
referenciado para alto risco obstétrico.

Durante as consultas pré-natais o Enfermeiro obstetra deverá abordar a temática do


aleitamento após o nascimento. Caso o cliente tenha mama deve-se observar seu
desejo de amamentar, considerando esta uma questão de identidade feminina e de
distúrbios de autoimagem. Caso o homem transexual seja mastectomizado e tenha parceira com
mamas, que deseje amamentar poderá ser indicado para a parceira, o acompanhamento com
hormônios galactogogos, fitoterapia e estimulação mecânica das mamas a fim de estimular a
produção láctea.

1 – Diagnóstico de Trabalho de Parto (TP)

Presença de contrações uterinas em intervalos regulares, que aumentam progressivamente em termos


de frequência e intensidade com o passar do tempo e são concomitantes ao apagamento
(esvaecimento) e dilatação progressivos do colo uterino. No início da fase ativa do TP, a dilatação
do colo uterino é de aproximadamente seis centímetros. (BRASIL, 2001)

2 – Avaliação da evolução do trabalho departo

A avaliação da evolução do trabalho de parto e da vitalidade fetal é feita por meio da observação das
atitudes da pessoa e do monitoramento dos seguintes parâmetros: contrações uterinas, progressão da
dilatação cervical, da descida do bebê no canal de parto e ausculta intermitente de batimentos
11
cardíacos fetais. A primeira fase do trabalho de parto tem, em geral, a duração de 8 horas no
nascimento do primeiro bebê, e é improvável que dure mais que 18 horas. Para a pessoa que já teve
um bebê, a primeira fase dura cerca de 5 horas e geralmente não mais que 12 horas. No entanto, há
dificuldade em estabelecer claramente o início do trabalho de parto (NICE, 2007).

O uso do Partograma

O Partograma é a representação gráfica do acompanhamento do trabalho de parto, onde cada


quadriculado representa intervalo de uma hora e deve ter o inicio do registro na fase ativa do mesmo
(BRASIL, 2001). Permite que o profissional avalie a evolução do processo de nascimento, e
permite, com isso, um manejo correto nos desvios da normalidade e encaminhamento oportuno para
o hospital de referência. Este instrumento é baseado nos seguintes princípios: a fase ativa do
trabalho de parto se inicia aproximadamente aos seis centímetros de dilatação cervical e os exames
vaginais devem ser efetuados tão menos frequentemente quanto compatível com a prática segura. A
observação do comportamento da parturiente, das perdas vaginais e a descida do foco (melhor ponto
de ausculta dos batimentos cardíacos fetais) no ventre materno também permitem avaliar a
progressão do trabalho de parto. O profissional deve considerar as variações individuais
preconizados ao avaliar a progressão do trabalho de parto, bem como variáveis como paridade,
variedade de posição fetal, condição das membranas amnióticas e movimentação materna, entre
outras. Estas podem influenciar a duração do trabalho de parto. A condição de vitalidade fetal
sempre deve ser avaliada concomitantemente à evolução do trabalho de parto.

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

Exame vaginal

Os profissionais de saúde que realizam exames vaginais devem ter certeza de que este é
realmente necessário e irá adicionar informações importantes para o processo de tomada de

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

decisão em relação ao cuidado. Antes da realização deste exame, o profissional deve garantir o
consentimento da pessoa, sua privacidade, dignidade e conforto, explicar o motivo do exame e
seus achados. A realização brusca e frequente deste exame pode ocasionar dor e
constrangimento para as pessoas, além de aumentar o risco de infecção puerperal. O registro
adequado do exame vaginal deverá ser feito em todas as ocasiões, de maneira a evitar que seja
feito desnecessariamente por vários membros da equipe.

Amniotomia

Em pessoas que apresentam trabalho de parto com progressão normal, a amniotomia (rotura
artificial das membranas amnióticas) não deve ser realizada de maneira rotineira no cuidado à
pessoa durante o trabalho de parto (Smyth et al., 2008).

Ausculta fetal

A ausculta inicial dos batimentos cardíacos fetais é recomendada no primeiro contato com a
pessoa e nas avaliações subsequentes. Deve ser feita de 30 em 30 minutos na fase ativa do parto
(CONITEC 2017). Situações em que se detectam alterações na frequência cardíaca fetal podem
requerer uma ausculta mais prolongada, para melhor avaliação da vitalidade fetal ou a
realização de uma cardiotocografia.

Oferecimento de aporte calórico/Dieta

A ingestão alimentar e de líquidos é uma prática que deve ser encorajada de acordo com as
preferências da pessoa, em condições de risco habitual (Ministério da Saúde, 2001), pois o
trabalho de parto requer considerável gasto calórico e a reposição energética é fundamental,
para assegurar o bem-estar fetal e materno. Estudo de meta-análise e revisão sistemática com
parturientes de baixo risco para a necessidade de anestesia concluiu que não há necessidade de
restrição de líquidos ou alimentos para essas pessoas durante o TP (Singata et al. 2012)
(HOFMEYR, 2005). Por este motivo, não é necessária a cateterização intravenosa de rotina,
visto que a mesma restringe os movimentos da pessoa e pode se associar à administração de
soluções glicosadas, que podem levar ao hiperinsulinismo e acidemia metabólica nos recém-
nascidos (OMS, 1996).

3 – Tecnologias de cuidado utilizadas durante o trabalho de parto

Estas práticas têm a finalidade de oferecer conforto à pessoa, promover o alívio da dor e
favorecer a evolução do trabalho de parto. Entre elas, incluem-se massagens, presença de
acompanhante, dieta, banho de aspersão ou banheira, exercícios respiratórios, uso de bola suíça
e a livre movimentação. Todas essas práticas podem ser utilizadas pela(o) enfermeira(o)
obstetra, de acordo com as preferências da pessoa.

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

Tecnologias não invasivas de cuidado no parto realizadas por enfermeiros obstétricos/ Prática
integrativas e complementares:

 MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS

 Indicação: Auxiliar na centralização da pessoa, promovendo o relaxamento e


melhorando a oxigenação da parturiente e do feto.

 Fundamentação: Ativa os receptores corticofugais, promovendo uma ação condicionada


- contração-respiração.

 DEAMBULAÇÃO E POSTURAS VERTICAIS

 Indicação: Ativar o trabalho de parto, a descida e a rotação fetal.

 Fundamentação: A pessoa deve escolher a posição que preferir durante o trabalho de


parto, embora a necessidade de estimular o parto com ocitocina é menor em pessoas que
deambulam durante o trabalho de parto, em comparação com aquelas que permanecem
no leito. Durante a contração, as paredes uterinas encurtam-se e impulsionam o feto para
baixo. Os ligamentos redondos que também contraem junto com a contração uterina
tracionam o fundo uterino para diante, colocando o eixo longitudinal da matriz no eixo
da escavação pélvica e para baixo, aproximando o fundo da pelve. Por esse motivo,
durante a contração uterina, a melhor posição para a pessoa é a vertical, com o corpo
inclinado para diante. (Balaskas, 1991)
Estudos apontam que a deambulação reduz a duração do TP em aproximadamente 1
hora, diminuem a necessidade de intervenção no TP, não mostrou efeitos negativos
sobre a mãe e o bem-estar dos bebês. (Lawrence A. et al, 2009).

 BOLA SUIÇA

 Indicação: Adoção de posturas verticais, trabalhar a musculatura do assoalho pélvico e


facilitar a descida e rotação fetal.

 Fundamentação: Estudos revelam que exercícios com bola suíça melhoram a circulação
sanguínea do útero, tornam as contrações mais eficientes e auxiliam na dilatação
cervical. (Barbieri M. et al, 2013)
Em recentes estudos, os exercícios de mobilidade pélvica (anteversão e retroversão
pélvica, lateralização, circundução e propulsão), por 30 minutos, reduzem a dor e não
alteram significativamente a duração do trabalho de parto, demonstrando que a bola
suíça é um recurso eficaz para o alívio da dor no trabalho de parto. (Gallo RBS et al,
2014)

 BAMBOLEIO

 Indicação: Descida e rotação do feto, deslocamento do bebê dentro da pelve, ativar o


trabalho de parto, liberação de endorfinas.

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

 Fundamentação: Quando a pessoa deixa-se guiar pelo seu instinto, procura movimentar-
se, seguindo o ritmo das contrações, movendo a pelve para frente e para traz, de um lado
para o outro ou em movimentos circulares. Estes movimentos servem para facilitar o
encaixe, a descida e a rotação do feto no canal de parto (Balaskas, 1991). Para Odent
(2000), quando a pessoa usa o córtex primitivo, esses movimentos afloram com mais
intensidade.

 REBOZO

 Indicação: Ativar o trabalho de parto; correção de posições posteriores ou direita


persistentes; redição do edema de colo.

 Fundamentação: Movimenta o feto na pelve, auxiliando no movimento de rotação e


retificação do assinclitismo persistente.

 GENUPEITORAL

 Indicação: Correção de posições posteriores ou direita persistentes; edema de colo.

 Fundamentação: Diminui a força da gravidade e amplia os diâmetros da pelve, facili-


tando a rotação e diminuindo a pressão sobre o colo uterino.

 CÓCORAS SUSTENTADO

 Indicação: Descida e rotação do feto; assinclitismo persistente; hipossistolia.

 Fundamentação: Aumenta diâmetros da pelve em 25%, de acordo com Gardosi (2000),


ampliando a saída da bacia; possibilita a ação da gravidade; pode aliviar a dor nas
costas; facilita a rotação e a descida; necessita de menos esforços expulsivos;
proporciona vantagens mecânicas – o tronco empurra o fundo uterino; aumenta a
pressão no períneo; aumenta a sensação de bem estar por se sentir amparada por
alguém e na posição suspensa, os membros inferiores são menos comprimidos,
favorecendo a circulação venosa (GERMAIN, 2005).

 BANCO/VASO

 Indicação: Descida e rotação do feto; assinclitismo persistente; distócia emocional.

 Fundamentação: Aumenta diâmetros da pelve em 25%, de acordo com Gardosi (2000).


Pode relaxar o períneo para puxos mais eficazes. Boa posição para descansar.
Vantagem pela força da gravidade.

 AMBIENTE ACOLHEDOR

 Indicação: Ansiedade e insegurança; distócia emocional; diminuir tensão, medo e


sensação de dor excessiva.
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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

 Fundamentação: Ativa o córtex primitivo; libera ocitocina e endorfinas, e aumenta a


segurança da pessoa e da família.

 MASSAGEM

 Indicação: Acelera trabalho de parto; distócia emocional.

 Fundamentação: Ativa o córtex primitivo; libera ocitocina e endorfinas, ativa os meca-


norreceptores, atuando no portal da dor; libera os músculos tensionados e permite troca
de calor.

 ALIMENTAÇÃO / LÍQUIDOS

 Indicação: Desejo da pessoa.

 Fundamentação: Produz energia, hidratação e fornece glicose ao feto.

 BANHO DE IMERSÃO OU ASPERSÃO

 Indicação: Medo, ansiedade; diminui sensação de dor excessiva; acelera trabalho de


parto; distócia emocional.

 Fundamentação: Odente (2000) fala sobre o efeito misterioso da água sobre as travas
neocorticais, removendo-as. Estas travas são ativadas em qualquer situação na qual são
liberados altos níveis de adrenalina como medo, stress, entre outros.
As duchas quentes têm efeito calmante, aliviam dores e nevralgias. É de consenso que a
melhor hora para se entrar na água é quando se atinge a metade do trabalho de parto, ou
seja, com a dilatação de 5 cm e contrações mais intensas. Ao entrar na água, a pessoa se
descobre capaz de render-se às necessidades instintivas e primitivas do seu corpo. A
maioria das pessoas diz que a percepção da dor se altera (portal da dor) e se torna mais
fácil aceitar a intensidade das contrações. (Balaskas, 1991; Odent, 1982; Earning, 1996).

 CRIOTERAPIA

 Indicação: Reduz edema: colo, períneo e vulva.

 Fundamentação: Diminuição do fluxo sanguíneo local; lentificação da transmissão de


impulsos dos neurônios aferentes, levando à diminuição das sensações (dormência) e da
temperatura na pele e músculo (Effective Care in Pregnancy and Childbirth, Enkin M.,
Kierse M., eds. Oxford University Press: Oxford, 1989). O saco de gelo deve ser
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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

aplicado por períodos de 15 a 20 minutos e várias vezes ao dia (3 em 3 horas, por


exemplo), de acordo com a necessidade e extensão da área edemaciada.

 PUXO LATERAL

 Indicação: Distocia emocional.

 Fundamentação: Quando a pessoa trava a saída do bebê, por medo do nascimento.


Solicitar que empurre o pé, estando na posição lateral, enquanto o profissional faz
pressão ao contrário. Isto permite que ela empurre o feto pelo canal de parto.

 AMPLIAÇÃO DO DIÂMETRO DA CINTURA PÉLVICA

 Indicação: Assinclitismo persistente; período pélvico prolongado; presença de


bossa/moldagem excessiva do polo cefálico.

 Fundamentação: Amplia os diâmetros da pelve, com a pressão sobre a crista ilíaca no


momento da contração. Aumenta a mobilidade entre os ossos da pelve.

 DECÚBITO LATERAL COM AS PERNAS FLEXIONADAS

 Indicação: Assinclitismo persistente; período pélvico prolongado; presença de


bossa/moldagem excessiva do polo cefálico.

 Fundamentação: Amplia os diâmetros da pelve e facilita a passagem do polo cefálico;


diminui a sensação dolorosa e permite a proteção perineal.

 HANDS OFF

 Indicação: Redução das lacerações.

 Fundamentação: Promove a fisiologia do parto e nascimento, sem manipulações no


períneo, manobras de desprendimento e puxos dirigidos. Olhar atento e paciência ativa
para tomada de decisões e realização de manobras, somente quando necessárias.

 BANQUETA MEIA LUA


 Indicação: Auxiliar na descida e rotação do feto

 Fundamentação: Amplia os diâmetros da pelve e facilita a passagem do polo


cefálico, diminui a sensação dolorosa e permite a sensação de controle da pessoa
com seu processo de parturição. Não deve ser estimulado antes de dilatação
avançada, por risco de edema no colo.

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

 CAVALINHO (ASSENTO ATIVO)

 Indicação: Auxilia na rotação ne descida do feto; reduz edema de colo; assinclitismo


persistente.

 Fundamentação: Amplia os diâmetros da pelve, libera o sacro e cóccix; Auxilia a rotação


do bebê na posição occipito posterior (OP); descompressão do colo pelo polo cefálico
durante as contrações; diminui sensação dolorosa.

 AROMATERAPIA

 Indicação: Estimula a produção de substâncias relaxantes, estimulantes e sedativas.

 Fundamentação: Utiliza os princípios ativos dos óleos essenciais no trabalho de parto,


vislumbrando a aromaterapia como ciência.

 SPINNING BABY

 Indicação: Estimular a flexibilidade da pelve; facilitar a descida do feto; identificar e


corrigir desvios de progressão associados ao posicionamento do feto na pelve.

 Fundamentação: Conjunto de exercícios e posturas amparados no conhecimento da


anatomia e fisiologia do parto, que favorecem a consciência corporal, alongamento e
relaxamento dos ligamentos e músculos da pelve. Quando indicado, promovem a
correção de assinclitismo e deflexões e/ou alinhamento do padrão contrátil com o
estágio do parto, favorecendo também a progressão do esvaecimento e da dilatação
cervical. Podem ser associados ao uso do rebozo e da bola suíça.

 USO DA MÚSICA (seu uso deve ser privativo e subjetivo sob controle de poluição sonora e
decibéis)

 Indicação: Exerce influência sobre aspectos neurocognitivos, emocionais, psíquicos e de


acordo com Castro (2009), a música quando utilizada no momento do parto, por sua
capacidade de suscitar emoções pode auxiliar a evitar emoções negativas por parte dos
pacientes tais como: raiva, tristeza, medo e fadiga. Seu uso evidencia uma sensação de
paz, alegria, tranquilidade, descontração e bem-estar; ajuda a reduzir o estresse e a
tensão, induzindo ao relaxamento (GATTI E SILVA, 2007).

 Fundamentação: A música cria uma semiologia sonora, estimula a glândula pituitária a


aumentar os níveis séricos de serotonina, neurotransmissor responsável pela promoção
do relaxamento psicológico e bem-estar, aumenta os níveis de acetilcolina que diminui
a tensão arterial, a frequência cardíaca e respiratória e diminui os níveis séricos de
catecolaminas o que produz uma diminuição da função do córtex frontal direito que
permite controlar estados severos de dor (CRUZ et al, 2003); (PEREIRA E BENTO,
2012); (GUIDA, LIMA E PEREIRA, 2013)

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

 CROMOTERAPIA

 Indicação: Redução da dor, dilatação cervical e controle da irritabilidade durante o


trabalho de parto.

 Fundamentação: Estudos apontam resultados positivos acerca da aplicação da


cromoterapia nos aspectos biológicos, emocionais e psicológicos da pessoa durante o
trabalho de parto, embora tenha seus benéficos comprovados, essa terapia ainda é pouco
divulgada no Brasil, sendo necessário o direcionamento e incentivo de pesquisas nessa
área. Segundo Balzano (2008), ela fundamenta-se em três ciências: Medicina entendida
como a arte de curar; Física como a ciência que estuda as transformações da energia, a
natureza e origem da luz, os elementos do espectro eletromagnético, o comprimento da
onda, frequência e velocidade da luz; Bioenergética como a ciência demonstra a
existência do corpo bioenergético, analisando a energia vital. A luz é
incontestavelmente a primeira fonte de vida.

 ESCALDA-PÉS

 Indicação: Movimenta a energia do corpo através do calor associado a ervas da natureza


e/ou sal grosso; Reduz edema, relaxa a musculatura, diminui a ansiedade, a tensão
neuromuscular e alívio as dores e desconfortos (DOMINGUES; SANTOS; LEAL,
2004). Podendo portanto, ser utilizado também em outros contextos da assistência no
ciclo gravídico puerperal, como nos casos de perdas, hipertensão arterial, internação
prolongada, dentre outros fatores estressores, visto o seu potencial de relaxamento.

 Fundamentação: O escalda-pés possui muitos efeitos não somente ligados aos pés
diretamente. De acordo com NISHI (1988) dentre outros efeitos, o escalda-pés é
indicado para edemas, sinal muitas vezes apresentado pelas pessoas estudadas. O
incômodo e o desconforto gerados pelo inchaço nas pernas e nos pés foram amenizados
com o uso dessa terapia. Esta terapia pode ser associada a aromaterapia, tendo seus
efeitos potencializados.

4 – Cuidado à pessoa no momento do parto

O segundo estágio do parto se caracteriza pela presença de dilatação completa do colo uterino.
Tem um período variável, podendo se estender por 2 horas ou mais, desde que os parâmetros de
vitalidade fetal, moldagem do polo cefálico e ausência de alterações clínicas continuem dentro
dos padrões preconizados pelo Ministério da Saúde.

A OMS e o Ministério da Saúde recomendam que a pessoa escolha livremente sua posição no
parto (Gupta et al., 2012) (OMS, 1996) e cabe à enfermeira obstetra oferecer as várias posições
possíveis e estimular que a mesma adote a posição que julgar mais confortável (OMS, 1996).
Entretanto, a posição supina (em decúbito dorsal horizontal) deve ser evitada, devido à
compressão da aorta abdominal e veia cava inferior, e pode resultar em hipotensão materna e
menor fluxo sanguíneo placentário.

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

POSIÇÕES PARA O PERÍODO EXPULSIVO:

 VERTICALIZADA
 Indicação: Metrossístoles esparsas.
 Fundamentação: Possibilita massagens nas costas; Melhora oxigenação do feto;
Potencializa a ação da gravidade na descida do feto; Encurta o ângulo de
descida e amplia os diâmetros da pelve em 25%; Libera o sacro e cóccix;
Promove contrações menos dolorosas e mais eficazes; Feto alinhado com o eixo
da pelve.
Pode aumentar a necessidade de puxo no 2º estágio.

 SEMI-VERTICAL
 Indicação: Desejo da pessoa.
 Fundamentação: O mesmo que a verticalizada, porém libera menos o sacro e
cóccix; Possibilita exames vaginais.

 LATERAL
 Indicação: 2º estágio acelerado.
 Fundamentação: Posição muito favorável para descansar; Reduz a pressão nos
grandes vasos; Possibilita maior aporte sanguíneo e de oxigênio para o feto;
Permite o movimento do sacro no 2º estágio; Favorece a progressão do feto sem
traumas; Útil para reuzir um 2º estágio muito acelerado; Favorece a proteção
perineal, evitando lacerações, pois facilita a moldagem da cabeça ao períneo;
Alivia a pressão nas hemorróidas.

 CÓCORAS
 Indicação: Dificuldade na descida do feto.
 Fundamentação: Pode aliviar a dor nas costas; Possibilita a ação da gravidade;
Amplia a saída da bacia; Necessita de menos esforços expulsivos; Facilita a
rotação e a descida; Vantagens mecânicas - o tronco empurra o fundo uterino;
Aumenta a sensação de bem estar, por se sentir amparada.

 QUATRO APOIOS
 Indicação: Queixa de dor lombar; Posições posteriores persistentes; Distocia de
ombro.
 Fundamentação: Alivia a dor nas costas; Auxilia a rotação do bebê na posição
occito posterior (OP); Permite balancer a pelve e movimentos corporais; Permite
exams vaginais; Alivia a pressão nas hemorróidas; Facilita o desprendimento
das espáduas.

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

 DE PÉ
 Indicação: Dinâmica uterina irregular; Queixa intensa de dor nas costas.
 Fundamentação: Vantagem da ação da gravidade durante e entre as contrações;
Contrações menos dolorosas e mais eficazes; Alinhamento do feto com o eixo
da pelve; Pode aumentar a sensação de puxo no 2º estágio.
Na posição de pé, o peso da pessoa repousa sobre as duas cabeças do femur,
permitindo que a pressão no acetábulo provoque aumento de 01 cm de diâmetro
transverso da saída da pelve.

5 – Uso de Medicações no Centro Obstétrico

Medicações que podem ser prescritas e administradas pela(o) enfermeira(o) obstetra no


trabalho de parto e parto:

 OCITOCINA – Indicação: Coordenar as contrações durante o periodo expulsivo, quando


necessário; como profilaxia de hemorragia pós-parto; nos casos de hemorragia pós-
parto, até a chegada do medico plantonista.
 Forma de Administração:
05UI em 500 ml de Solução de Ringer com Lactato EV;
10UI IM, após o desprendimento do ombro do RN;
20UI em 500 ml de Soro Glicosado 5% EV.

 DIPIRONA – Indicação: Em caso de dor ou febre no puerpério.


 Forma de Administração:
01 comprimido (500mg) ou 40 gotas VO até 6/6hs, SOS;
01 ampola (500mg/ml – 2ml) EV ou IM.

 PARACETAMOL - Indicação: Em caso de dor ou febre no puerpério.


 Forma de Administração:
01 comprimido (750mg) ou 40 gotas VO até 6/6hs, SOS.

 LIDOCAÍNA A 2% SEM VASOCONSTRICTOR – Indicação: Anestesia local em


caso de rafia de laceração do períneo; Anestesia local antes da realização da
episiotomia, se necessário.
 Forma de Administração:
Infiltração local até 3 Ampolas (20mg/ml – 5ml)

 HIOSCINA/ESCOPOLAMINA – Indicação: Em caso de cólicas


 Forma de Administração: (SOS)
01 comprimido (10mg) VO
01 ampola (20mg/ml) diluída em glicose 25% (ampola 10 ml) EV

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

 SORO GLICOSADO 5% - Indicação: Reposição hídrica


 Forma de Administração:
Solução injetável (500ml) EV

 SORO FISIOLOGICO 0,9% - Indicação: Expansão ou reidratação; reposição de


eletrólitos
 Forma de Administração:
Solução injetável (500ml) EV

 SORO RINGER COM LACTATO - Indicação: Expansão ou reidratação; reposição de


eletrólitos
 Forma de Administração:
Solução injetável (500ml) EV

 SULFATO FERROSO – Indicação: Prevenção e tratamento de anemia ferropriva no


período puerperal.
 Forma de Administração:
01 Comprimido (40mg) às refeições.

6 – Práticas Integrativas Complementares

As Práticas Integrativas e Complementares estão presentes na Secretaria Municipal de Saúde do Rio


de Janeiro desde 1992. Compreende-se que elas também podem ser praticadas na obstetrícia por
aquelas enfermeiras obstétricas que já possuem expertise em alguma das seguintes práticas:
Acupuntura, Moxabustão, Auriculoterapia e reflexologia. Essas práticas pertencem à milenar
Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que visa o equilíbrio dinâmico en- tre o yin e yang. Para a
MTC, a Mulher é um Ser com mais energia (Qi) e menos sangue (Xue). Durante a gravidez, ela
precisa aumentar o Xue, e isso está relacionado aos órgãos fígado, rim, baço e estômago. A mulher
grávida acumulará o Xue e, dessa forma, a gestação depende de um equilíbrio complexo e instável
entre: Xue e Qi mater- no; Xue e Qi fetal; mãe e feto. Por serem instáveis, é importante executar
essas práticas com profissionais devidamente qualificados, pois existe contraindicações para cada
fase da gestação. Na obstetrícia, essas práticas podem ser usadas para diversos tratamentos no pré-
natal, no parto e no puerpério. Elas podem tratar desconfortos na gravidez, como náuseas, cólicas,
edema e lombalgia. Também pode posicionar melhor o feto no útero, promovendo a mudança do
feto pélvico ou transverso para cefálico (FOCKS, 2008). Pode, ainda, induzir o trabalho de parto,
acelerar o trabalho de parto, reduzir a sensação de dor e prevenir aumento de pressão arterial. E no
puerpério pode promover a lactação e restabelecer o equilíbrio energético e psíquico
(AUTEROCHE, et al, 1987).

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

Reflexologia

A reflexologia é antigo método de cura que foi comprovado atráves da realização de estudos
clínicos. Essa técnica envolve acupuntura, acupressão e outros métodos que através de zonas
específicas do couro cabelo, ouvidos, mãos e oés atuam nos órgãos do copro humano. Essa técnica
foi originada através da cultura chinesa, japonesa e indiana onde concluiu-se que as zonas de energia
percorrem em todos os sistemas do corpo humano (DALE, 2021, p. 402).

Acunputura e Moxabustão

A acupuntura é uma prática de colocar agulhas nos acupontos do sistema dos meridianos para
restaurar o equilíbrio do corpo. Os acupontos estão localizados logo abaixo da epiderme. As agulhas
especiais utilizadas são inseridas nesses pontos penetrando cerca de 6 mm da pele, para ajudar a
corrigir a energia do corpo. A acupuntura tem sido utilizada há séculos como um método terapêutico
para alívio da dor, náuseas e vômitos durante o ciclo gravídico-puerperal. Pesquisadores afirmam
que certos locais do corpo podem produzir endorfinas auxiliando no aumento da resistência à dor
( DALE, 2021, p. 348).

A moxabustão é uma técnica de baixo custo que envolve o uso de folhas secas de um tipo de
Artemísia que, quando em brasa, são colocadas ao lado de um ponto de acupuntura para gerar calor.
Essa prática é contraindicada em casos de apresentação instável, gestações múltiplas, cesárea prévia
ou cicatriz uterina, hemorragia pré-parto, diabetes, volume anormal de líquido amniótico, feto
grande ou com má formação, desproporção céfalo-pélvica conhecida, história de infertilidade e de
morte ou sofrimento fetal intra-útero. A moxabustão e acupuntura no ponto B67, localizado no
meridiano da Bexiga, próximo ao ângulo ungueal externo do 5° dedo do pé. Essas práticas são
indicadas para a versão cefálica de fetos em apresentação pélvica. Acredita-se que esta técnica
estimule a produção de estrogênio placentário e prostaglandinas maternas, possibilitando contrações
uterinas e movimentação fetal (Rodrigues e Zorzim, 2017).

Auriculoterapia

É uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa onde utiliza-se pontos de reflexologia do pavilhão
auricular sobre o sistema nervoso central visando organizar o corpo por meio de estímulos por
agulhas, pressão com sementes ou microesferas. O mapa auricular chinês comprova a eficacácia
dessa modalidade no tratamento de ansiedade, distocias, algia e indução do trabalho de parto.
Estudos clínicos apontam a eficácia da auriculoterapia na redução da ansiedade em parturientes
(Mafetoni, et al. 2018).

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

Referências

AUTEROCHE, B. et al. Acupuntura em Ginecologia e Obstetrícia. São Paulo: Organização Andrei


Editora LTDA, 1987.

Dale, Cyndi. Enciclopedia de anatomia do corpo sutil: um guia definitivo, detalhado e ilustrado
sobre a bioenergia humana. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla; Ilustrado por Richard Wehrman.
São Paulo: Editora Pensamento Cultrix, 20021. Título original: The subtle body: an encyclopedia of
your energetic anatomy. ISBN 978-65-5736-048-4.

Mafetoni, Reginaldo Roque et al. Effectiveness of auriculotherapy on anxiety during labor: a


randomized clinical trial1 1 Paper extracted from doctoral dissertation “Effects of auriculotherapy
on labor: randomized clinical trial”, presented to Faculdade de Enfermagem, Universidade Estadual
de Campinas, Campinas, SP, Brazil. . Revista Latino-Americana de Enfermagem [online]. 2018, v.
26 [Acessado 12 Junho 2022] , e3030. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1518-
8345.2471.3030>. Epub 06 Set 2018. ISSN 1518-8345. https://doi.org/10.1590/1518-
8345.2471.3030.

RODRIGUES, Mariana Haddad; ZORZIM, Vivian Inácio. USO DA MOXABUSTÃO E


ACUPUNTURA EM GESTANTES COM APRESENTAÇÃO PÉLVICA: REVISÃO
INTEGRATIVA. Cogitare Enfermagem, [S.l.], v. 22, n. 1, jan. 2017. ISSN 2176-9133. Disponível
em: <https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/45534>. Acesso em: 12 jun. 2022.
doi:http://dx.doi.org/10.5380/ce.v22i1.45534.

FOCKS, C. Guia prático de acupuntura: localização de pontos e técnicas de punção. Ulrich März.
Tradução Reinaldo Guarany. Barueri, SP: Manole, 2008

25
Critérios para Assistência da Enfermeira Obstetra nos Centros Obstétricos das Maternidades
da Rede Municipal de Saúde:

1 – Gestante de risco habitual com idade gestacional a partir de 37 com os seguintes


parâmetros:

 Gestação única;
 Apresentação cefálica fletida;
 BCF dentro do preconizado (entre 110 e 160bpm, sem desacelerações após a
contração) (NICE, 2007; Cunningham et al., 2010).
 Peso Estimado: RNs com peso estimado maior que 2.500 g e menor que 4.000g

2 – Gestante com ou sem pré-natal, com os exames dentro do preconizado.

3 – Gestantes com intercorrências clínicas ou obstétricas, atuais ou pregressas, com o


cuidado compartilhado com à equipe médica, como:

 Oligodramnia moderada, sem alterações de vitalidade fetal.


 Gestante com mais de 24 horas de Amniorrexe, em uso de antibioticoterapia (ATB),
com evolução do trabalho de parto e parâmetros clínicos estáveis;
 Gestante com infecção do trato urinário (ITU) baixa em tratamento com ATB, após 24
horas, exceto histórias de ITU de repetição (3 episódios ou mais, na gestação atual);
 Líquido amniótico meconial fluido, sem alteração da vitalidade fetal;
 Gestante em trabalho de parto com cesariana anterior há 2 anos ou mais;
 Gestante em indução, indução com misoprostol e ou ocitocina.

4 – Sífilis na gestação, com tratamento completo durante o pré-natal.

5 – Gestantes classificadas de alto risco obstétrico

A assistência à gestante de alto risco pela enfermagem obstétrica tem como objetivo acolher e
apoiar a pessoa em trabalho de parto, em parceria com a equipe médica (assistência
integrada), oferecendo uma assistência efetiva e segura nas diferentes indicações clínicas e
obstétricas, com enfoque na vigilância, controle e redução dos agravos à saúde materna e fetal.
O parto será assistido pela equipe médica. É considerado alto risco obstétrico: Síndrome
Hipertensiva Específica da Gestação (SHEG), Hipertensão Arterial Crônica (HAC),
cardiopatias, nefropatias, diabetes, prematuridade, gemelaridade, apresentações anômalas,
placenta prévia, anemia grave, endocrinopatias, hemopatias, isoimunização, sofrimento fetal e
malformação confirmada, doenças infecciosas na gestação (rubéola, toxoplasmose, hepatites,
HIV/AIDS, corioamnionite).

Importante favorecer uma assistência integrada entre a equipe multiprofissional.

26
6 – Pós-parto imediato

O pós-parto imediato também é chamado de Período de Greenberg, primeira hora pós-parto ou


quarto período do parto. Não há na literatura consenso sobre sua duração exata, entretanto, inicia-se
após a dequitação da placenta e estende-se pelas primeiras horas pós-parto. Para alguns, a primeira
hora, para outros, até segunda hora após o parto. (Brasil, 2004)

É importante que este período seja passado no centro obstétrico ou na sala PPP (pré-parto, parto e
pós-parto), pois este é propício para intercorrências, principalmente a hemorragia pós-parto. Passado
este período inicial, estando a puérpera equilibrada hemodinamicamente e formado o globo de
segurança de Pinard (útero ao nível da cicatriz umbilical e firmemente contraído), a pessoa poderá
ser encaminhada ao alojamento conjunto, após serem avaliados seus sinais vitais e devidamente
anotado. (Brasil, 2004)

Além disso, este curto período em que a pessoa permanecerá sob vigilância na unidade onde o parto
ocorreu, constitui ótima oportunidade para um cuidado individualizado dos profissionais de saúde no
tocante às orientações sobre o período puerperal, cuidados, amamentação precoce, contato com o
recém-nascido e outros assuntos correlatos, desde que a pessoa esteja em boas condições. As salas
de PPP são ideais para o controle da pessoa durante este período. (Brasil, 2004)

6.1 – No que se refere aos cuidados no puerpério imediato, realizar as seguintes observações da
pessoa logo após o parto:

 Temperatura, pulso e pressão arterial;


 Lóquios e contrações uterinas;
 Examinar a placenta e membranas: avaliar suas condições, estrutura, integridade e vasos
umbilicais;
 Avaliação precoce das condições emocionais da pessoa em resposta ao trabalho de parto e
parto;
 Micção presente;
 Solicitar avaliação do médico obstetra, se qualquer uma das seguintes situações forem
identificadas:
 Pulso ≥ 120bpm em 2 ocasiões com 30 minutos de intervalo:
 PA sistólica ≥ 160mmHg ou PA diastólica ≥ 110mmHg em uma única aferição;
 PA sistólica ≥ 140mmHg ou diastólica ≥ 90mmHg em 2 aferições consecutivas com
30 minutos de intervalo;
 Proteinúria de fita 2++ ou mais e uma única aferição de PA sistólica ≥ 140mmHg ou
diastólica ≥ 90mmHg;
 Temperatura de 38°C ou mais em uma única aferição ou 37,5°C ou mais em 2
ocasiões consecutivas com 1 hora de intervalo;
 Bexiga palpável e ausência de micção no período;
 Emergência obstétrica: hemorragia pós-parto (iniciar fluxograma da hemorragia
pós-parto/2018 da SMS), con- vulsão ou colapso materno;
 Placenta retida ou incompleta;
 Lacerações perineais de terceiro e quarto grau.

27
 Cuidados com o períneo: antes de avaliar trauma genital, explicar à pessoa o que será
realizado e porquê, ofereça analgesia adequada, assegurar boa iluminação, posicionar a
pessoa de maneira confortável e com boa exposição das estruturas genitais;
 Realizar o exame inicial de maneira gentil e sensível. Isto deve ser feito imediatamente após
o parto;
 Na avaliação sistemática do trauma genital: explicar novamente o que será realizado e
porque; providenciar analgesia local ou regional efetiva; avaliar visualmente toda a extensão
do trauma;
 Na suspeita de qualquer lesão da musculatura perineal, realizar exame retal para verificar se
ocorreu algum dano ao esfíncter anal externo e interno;
 Assegurar que o momento para essa avaliação sistemática não interfira na relação mãe-filho
exceto se houver sangramento que requeira medidas de urgência;
 Documentar a avaliação sistemática e os seus resultados de forma detalhada;
 Ajudar a pessoa a adotar uma posição que permita uma visualização adequada do grau do
trauma para o reparo;
 Manter essa posição apenas pelo tempo necessário para a avaliação sistemática e reparo do
períneo;
 Dar a informação à pessoa sobre a extensão do trauma, o alívio da dor, dieta e higiene;
 As enfermeiras obstétricas envolvidas na assistência ao parto devem estar treinadas na
avaliação e reparo do trauma genital, certificando-se que essas habilidades sejam mantidas;
 Aconselhar a pessoa que, no caso de trauma de primeiro grau, a ferida pode ser suturada, a
fim de melhorar a cicatrização, a menos que as bordas da pele estejam bem apostas;
 Aconselhar a pessoa que, no caso de um trauma de segundo grau, o músculo deve ser
suturado, a fim de melhorar a cicatrização;
 Durante o reparo perineal: assegurar analgesia efetiva com a infiltração de até 20ml de
lidocaína 1%;
 Se a pessoa relatar alívio inadequado da dor, a qualquer momento, levar isso em
consideração imediatamente e providenciar aumento da analgesia caso essa não tenha sido
utilizada em sua totalidade;
 Não há necessidade de sutura da pele se as suas bordas se apõem após a sutura do músculo,
em trauma de segundo grau ou episiotomia;
 Se houver necessidade de sutura da pele, utilizar uma técnica subcutânea contínua;
 Realizar a reparação perineal usando uma técnica de sutura contínua para a camada de parede
vaginal e músculo;
 Observar os princípios básicos seguintes ao realizar reparos perineais: realize a reparação do
trauma perineal utilizando técnicas assépticas; verifique os equipamentos e conte as
compressas, gazes e agulhas antes e depois do procedimento. (Brasil, Diretrizes Nacionais de
Assistência ao parto normal, 2017).

28
Assistência ao Terceiro Período do Parto

O terceiro período do parto é o momento desde o nascimento até a expulsão da placenta e


membranas (delivramento).

Conduta expectante, ativa e mista

O manejo deste período pode acontecer de forma expectante (manejo fisiológico), ativa ou mista.

 Manejo expectante
Nesse caso, após o nascimento do bebê, realiza-se o clampeamento oportuno do cordão umbilical
e se aguarda o delivramento espontâneo, sem uso de intervenções, como administração de
uterotônicos, por exemplo.

 Manejo ativo
Envolve um conjunto de intervenções, incluindo o uso de uterotônicos logo após o nascimento
recomenda-se ocitocina 10UI IM, mesmo se a parturiente já estiver puncionada, clampeamento e
secção do cordão umbilical, tração controlada do cordão e massagem do fundo uterino
(Cochrane, 2015).

 Manejo misto
A condução mista consiste no uso de algumas das intervenções, como a administração de
uterotônicos, porém sem a realização do clampeamento precoce do cordão umbilical e massagem
do fundo uterino.

De acordo com a OMS (2014), nos casos em que há a presença de profissional qualificado para
assistência ao parto, o manejo do terceiro período deve envolver:

- UTEROTÔNICOS: Recomendação forte, evidência de qualidade moderada.

 Prática essencial para a prevenção da hemorragia pós-parto. Recomendada para todos os


partos. A ocitocina (10UI, IM) é o fármaco uterotônico recomendado, porém, nos casos em
que não estiver disponível, é recomendado o uso de outros uterotônicos injetáveis.
Em caso de hemorragia, iniciar imediatamente o protocolo solicitando ajuda, conforme
fluxograma abaixo.

Esta assistência deve ser realizada pelo profissional Medico e Equipe de Enfermagem.

29
Hemorragia Pós Parto

CT Obstetrícia - 2022

- CLAMPEAMENTO OPORTUNO DO CORDÃO UMBILICAL: Recomendação forte,


evidência de qualidade moderada.

 Realizado de 1 a 3 minutos após o nascimento. Recomendado para TODOS os nascimentos.

- MASSAGEM UTERINA CONTÍNUA: Recomendação fraca, evidência de qualidade baixa.

 Não é recomendada de rotina nos casos em que a pessoa recebeu uterotônico profilático.
Porém, a avaliação do tônus uterino continua sendo uma parte vital da tomada de decisão e
deve ser praticada durante a terceira fase do parto.

- TRAÇÃO CONTROLADA DO CORDÃO UMBILICAL: Recomendação fraca, evidência de


qualidade alta.
30
 Prática condicionada às preferências da pessoa e do provedor de cuidados, caso considerem
importante uma pequena redução na perda de sangue e na duração da terceira fase.

É importante ressaltar que a pessoa deve ser orientada quanto aos riscos e benefícios de cada
manejo, podendo fazer a sua escolha de forma consciente. Pessoas que preferem uma abordagem
menos intervencionista no manejo do terceiro estágio do trabalho de parto podem ser asseguradas de
que, com o uso de um agente uterotônico, a tração controlada do cordão [de forma rotineira], pode
ser omitida do pacote de manejo ativo, sem aumento do risco para hemorragia pós-parto severa, mas
com possibilidade de aumento no risco para remoção manual da placenta. (Cochrane, 2015)

NOTA: Na vigência da hemorragia pós-parto, se faz necessário um atendimento ágil e protocolado


de profissionais capacitados, envolvidos no cuidado à pessoa, no intuito de prevenir a morte
materna. Considerando que 70% das hemorragias são devidas a atonia uterina, é indispensável o uso
de medidas farmacológicas, mecânicas ou mesmo cirúrgica para o manejo adequado dessa
morbidade. (OPAS, 2018)

• A massagem uterina bimanual, também conhecida com Manobra de Hamilton “é a primeira


manobra a ser realizada nos casos de atonia uterina, enquanto se realiza o uterotônico e
aguarda-se o seu efeito”. Ela consiste na compressão externa do fundo uterino no sentido
vertical de cima para baixo, com uma das mãos em formato de concha, enquanto a outra mão
em forma de punho fechado, introduzida no canal vaginal, comprime o corpo uterino, no
sentido oposto. Para tal é imprescindível o esvaziamento da bexiga antes da compressão para
que sua eficácia seja aumentada. (OPAS, 2018)

• Uma outra medida que pode ser utilizada no controle temporário ou definitivo da hemorragia
pós-parto é o uso do balão de tamponamento intrauterino (BTI), que no momento será
confeccionado de forma artesanal, de acordo com treinamento prévio por esta secretaria. O
BTI é capaz de reduzir a abordagem cirúrgica, em especial a histerectomia e poderá ser
utilizado tanto no pós-parto vaginal quanto no pós-parto cesáreo. Podem, também, ser
utilizados para viabilizar transferências intra-hospitalares. Está indicado nos casos em há falha
medicamentosa e na contenção do sangramento ativo, sendo contraindicado em casos de
neoplasias invasivas, ou infecções cervicais, vaginais ou uterinas, e sangramentos arteriais que
requerem abordagem cirúrgica. Seu tempo de permanência recomendado é de, no máximo, 24
horas, havendo a necessidade do uso profilático de antibiótico. “Recomenda-se encher o balão
com líquidos mornos (ou pelo menos em temperatura ambiente), evitando líquidos frios ou
gelados pelo risco de indução de hipotermia.” A instalação do BTI poderá ser realizada tanto
pelo profissional médico quanto pelo enfermeiro treinado e capacitado para atuar em tal
evento adverso. (OPAS, 2018)

31
6.2 – Tempo de condução

Na conduta ativa, o terceiro período do parto é considerado prolongado quando não acontece o
delivramento em até 30 minutos. No caso do manejo fisiológico este período prolonga-se até 60
minutos. Deve-se manter observação rigorosa da pessoa, avaliação da perda sanguínea, tônus
uterino, coloração de pele e mucosas, respiração e sensação de bem estar. Faz-se necessário
mudar do manejo expectante para o ativo se ocorrer hemorragia ou se a placenta não dequitar
em até 1 hora após o parto (Conitec, 2017).

7 – Cuidados com o Recem Nascido

 Ambiente na penumbra - Segundo Odent (2004), o ambiente em penumbra respeita a


fisiologia do recém-nascido (RN). Segundo o Manual de Neonatalogia (2001), a penumbra
pode contribuir para a eficácia na amamentação do RN na primeira hora de vida, por estar
relacionada à maior privacidade e tranquilidade, ao estabelecimento do vínculo e consequente
diminuição de tempo entre as mamadas e ao ganho de peso no período pós-natal (Saraiva,
2004).

 Respeito ao período sensível - A existência de um período sensível, imediatamente após o


parto, foi evidenciada em estudo de Gaspareto e Bussat (1994), e durante esta fase, um
contato intenso e ininterrupto da mãe com o seu bebê proporciona a receptividade mais
precoce da mãe e sua adaptação, dando prosseguimento ao vínculo que começou a ser
estabelecido já na vida intrauterina. Outros benefícios deste contato inicial incluem o fato
de a amamentação ocorrer mais cedo e o estreitamento da atração emocional.

 Avaliação da vitalidade do RN – Segundo a Resolução 371 de 07 de maio de 2014, Art.


4º, para o RN a termo com rítmo respiratório normal, tonus normal e sem liquido meconial,
recomenda-se:
I – Assegurar o contato pele a pele imediato e contínuo, colocando o RN sobre o abdômen ou
tórax da mãe de acordo com sua vontade, de bruços, e cobri-lo com uma coberta seca e
aquecida; verificar a temperatura do ambiente, que deverá está em torno de 26 graus, para
evitar a perda de calor;
II – Proceder ao clampeamento do cordão umbilical, após cessadas suas pulsações
(aproximadamente de 1 a 3 minutos), exceto em casos de mães isoimunizadas ou HIV/HTLV
positivas – nesses casos, o clampeamento deve ser imediato;

III – Estimular o aleitamento materno na primeira hora de vida, exceto em casos de mães HIV
ou HTLV positivas;

IV – Postergar os procedimentos de rotina do recém-nascido nessa primeira hora de vida.


Entende-se como procedimentos de rotina: exame físico, pesagem, e outras medidas
antropométricas, profilaxia da oftalmia neonatal e vacinação, etre outros procedimentos.

32
Três metanálises, que incluíram estudos com nascidos a termo, concluíram que o
clampeamento tardio do cordão umbilical é benéfico com relação aos índices
hematológicos na idade de 3-6 meses. Com base nesses estudos, recomenda-se que o RN
a termo, saudável e com boa vitalidade ao nascer seja posicionado no nível da placenta
por um a três minutos, antes do clampeamento do cordão umbilical. O contato ‘pele a
pele’ com a mãe imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26ºC,
reduz o risco de hipotermia em recém-nascidos de termo, com vitalidade, desde que
cobertos com campos pré-aquecidos. Nesse momento, pode-se iniciar a amamentação. A
Organização Mundial de Saúde recomenda que o aleitamento materno seja iniciado na
primeira hora de vida, pois se associa a um maior período de amamentação, melhor
interação mãe-bebê e menor risco de hemorragia.

 Contato pele a pele - Os bebês interagem mais com suas mães, ficam mais aquecidos e
choram menos, quando colocados no colo da mãe; são mais amamentados e amamentaram
por mais tempo quando tiveram contato pele a pele precoce; possivelmente tiveram mais
chances de ter um bom relacionamento inicial com suas mães, mas isso foi difícil de medir
(Moore ER., Anderson GC., Bergman N., 2007).

 Touca - A colocação da touca no RN logo após o desprendimento do polo cefálico, ainda no


canal de parto, evita a perda de calor através do couro cabeludo, diminuindo os riscos de
hipotermia do recém-nascido (Manual Merck, 2009).

 Clampeamento oportuno - Clampeamento oportuno do cordão aumenta a média neonatal do


hematócrito venoso dentro de uma faixa fisiológica; nem diferenças significativas nem efeitos
nocivos foram observados entre os grupos; além disso, esta intervenção parece reduzir a taxa
de anemia neonatal; esta prática tem se mostrado segura e deve ser implementada para
aumentar o armazenamento de ferro neonatal ao nascimento (Cernadas JM., 2006).

 Estímulo a amamentação na 1ª hora de vida - A amamentação exclusiva durante os 6


primeiros meses de vida, seguida do aleitamento materno continuado dos 6 aos 11 meses de
idade, foi a intervenção isolada mais efetiva para prevenir mortalidade infantil, estimando que
ela previna 13% de todas as mortes em menores de cinco anos (Chaparro CM., Lutter C,
2007)

 Detecção de incompatibilidade sanguínea materno-fetal. Coletar sangue da mãe e do


cordão umbilical para determinar os antígenos dos sistemas ABO e Rh. Não é necessário
realizar o teste de Coombs direto de rotina. No caso de mãe Rh negativo, deve-se realizar
pesquisa de anticorpos anti-D por meio do Coombs indireto na mãe e Coombs direto no
sangue do cordão umbilical.

 Identificação do RN: Essa identificação é feita no prontuário. Pulseiras devem ser colocadas
na mãe e no RN, imediatamente após a confirmação dos dados, seguindo o protocolo de
segurança do paciente, contendo o nome da mãe, o registro hospitalar, a data e hora do

33
nascimento e o sexo do RN. Os RNs estáveis devem permanecer com suas mães e ser
transportados ao alojamento conjunto. Caso haja a necessidade de transporte do RN para a
unidade neonatal, ele sempre deve ser mostrado à mãe novamente, antes do transporte.

8 – Sindrome Gripal

Assistência de Enfermagem às pessoas gestantes, parturientes e puérperas com


síndrome gripal, Covid-19 e SRAG.

Em dezembro de 2019 surgiu na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China o surto


de uma pneumonia de causa desconhecida. Em janeiro de 2020 foi identificado que o
patógeno causador da doença pertencia a uma nova cepa do coronavírus, vírus conhecido
desde 1965 pela comunidade científica.

O novo coronavírus de nominado inicialmente de 2019-nCov e substituído posteriormente


pelo SARS-CoV-2, devido a sua capacidade de provocar a Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG). Sua sigla provem da nomenclatura em inglês Severe Acute Respiratory
Syndrome (SARS), o CoV é a abreviação do coronavírus e o numeral 2 acrescentado para
diferenciar do outro SARS-CoV já existente. Em pouco tempo o novo vírus se disseminou
pelo mundo, e a doença causada por ele foi denominada Covid-19, que devido a sua
abrangência global, velocidade de transmissibilidade e infectibilidade, levou a Organização
Mundial de Saúde em 30 de janeiro de 2020 decretar Emergência de Saúde Pública de
Importância Internacional (ESPII), e, em 11 de março decretar pandemia mundial da Covid-
19.

Trata-se de uma grave situação mundial de saúde pública, onde se passaram dois anos do
início da pandemia, a Covid-19 ceifou a vida de mais de seis milhões de pessoas, deixando
mais de 530 milhões de pessoas infectadas ao redor do planeta. No Brasil são mais de 620 mil
mortos e mais de 31 milhões de casos confirmados (DASHBORARD COVID-19).

A Covid-19 pode se caracterizar de forma assintomática, ou manifestar com sintomas leves,


moderados ou graves principalmente com complicações respiratórias levando ao
desenvolvimento da Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG, e culminando com
desfechos negativos e até mesmo casos letais, principalmente para os grupos mais
vulneráveis, estando às pessoas gestantes e puérperas inseridas nesse grupo. E desta forma,
faz-se necessário os apontamentos pertinentes a esta questão.

O documento tem por objetivo nortear o atendimento, descrevendo e padronizando a conduta


a ser tomada frente a pessoas gestantes ou puérperas, durante o processo de parturição ou
abortamento ou mesmo internação hospitalar durante o ciclo gravídico puerperal, que
apresentem sintomas respiratórios compatíveis com síndrome gripal, Covid-19 ou SRAG.
Assim como, assegurar a segurança dos profissionais de saúde e da população assistida
durante a pandemia vigente causada do vírus SARS-CoV-2.

34
Elencamos abaixo o passo a passo para a padronização dos casos.

1. Receber a informação sobre a internação da pessoa gestante em trabalho de parto ou com


perda gestacional (abortamento) ou no puerpério, com síndrome gripal, suspeita de Covid-19
ou com SRAG e realizar o teste rápido para Covid-19, o mais breve possível, caso não tenha
sido realizado na admissão.

2. Preparar e conferir todo material a ser utilizado dentro da sala de parto/ suíte de isolamento
do centro obstétrico (CO), evitando a contaminação e propagação do SARS-CoV-2 para
profissionais e clientes do setor;

3. Orientar o acompanhante sobre os riscos de transmissão, medidas de controle e prevenção


no ambiente, e que o mesmo terá restrição de mobilidade, não devendo circular fora da
suíte/enfermaria de isolamento ou coorte e deverá usar máscara cirúrgica. Sugere-se a
presença do acompanhante somente quando a pessoa for puérpera, com o intuito de auxilio no
cuidado do RN;

4. Iniciar a paramentação dos profissionais envolvidos no atendimento ao parto antes da


chegada da gestante ao Centro Obstétrico;

5. Receber a pessoa gestante paramentado, a fim de evitar a exposição da equipe e clientes do


setor ao SARS-CoV-2, encaminhando-a diretamente a suíte de isolamento do Centro
Obstétrico (CO). A gestante deverá permanecer com a máscara cirúrgica;

6. Monitorizar a gestante, verificar sinais vitais e saturação de oxigênio com o equipamento


disponível dentro da suíte/enfermaria de isolamento ou coorte. Não deverá ser permitida a
entrada de prontuários, canetas, prescrições dentro da suíte/enfermaria de isolamento ou
coorte.

7. Proceder ao exame físico e obstétrico da pessoa gestante suspeita;

Observações: Permanecer com a cama obstétrica (cama PPP) voltada na posição das redes de
gases dentro da suíte para ter um efetivo atendimento, caso necessite de procedimentos
invasivos minimizando os riscos para a gestante, RN e os profissionais de saúde. Sempre que
possível manter um profissional do lado de fora da suíte, dando suporte a quem se encontra
dentro do isolamento prestando assistência.

Permanecer com a UCR na posição da rede de gases, com uma distância maior ou igual a 1
metro, evitando os riscos para o RN e equipe médica.

8. Identificar, logo após o nascimento, o binômio (mãe e RN) com a pulseira previamente
preenchida antes da entrada na suíte, que deve conter o nome da mãe sem abreviaturas,
número de prontuário, data e hora do nascimento.

9. Realizar a pesagem do RN, pelo pediatra, em balança que deverá ser previamente trazida
para a entrada da suíte dentro do CO, apenas evitando a contaminação/ exposição do mesmo,
em seguida colocar o RN de volta na UCR para administrar as medicações indicadas
(vitamina K, vacina Hepatite B e PVPI).
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10. Colocar o RN em berço comum ou incubadora de transporte de acordo com as
necessidades clinicas após os cuidados neonatais, para ser encaminhado para enfermaria do
alojamento conjunto com a mãe (isolamento) ou para Unidade Neonatal.

11. Nos casos de mulheres com perda gestacional (abortamento), fazer a identificação e
pesagem do concepto e enviar junto com pedido de exame de histopatológico ao setor de
Anatomia Patológica. (Deve ser tratado como material infectante)

12. Transferir a puérpera com máscara cirúrgica para o leito da enfermaria do alojamento
conjunto (isolamento) ou para Unidade de Referência para o COVID-19. Atenção especial
para a cliente em ventilação assistida, lembrar da utilização de EPI para ambientes com
geração de aerossol (vide Nota Técnica SMS-RJ). Enquanto não houver leito para
transferência da paciente, a mesma ficará assistida, na suíte de coorte do CO ou sala
cirúrgica;

13. Retirar os EPIs de acordo com as orientações técnicas em local próprio para
desparamentação, após o transporte da cliente;

14. Comunicação ao profissional da limpeza sobre a necessidade de limpeza terminal da suíte


do isolamento do CO e descarte do material infectante após o término da assistência (vide
Nota Técnica da SMS-RJ).

15. Proceder a anotações no prontuário da cliente.

16. Checar o material disponível na suíte do isolamento do CO para o próximo atendimento e


repor o que for necessário.

Observações:

As gestantes e puérperas com sintomas leves e ou graves de síndrome gripal internadas em


trabalho de parto terão direito a acompanhante no Centro Obstétrico e Alojamento Conjunto,
desde que devidamente orientados e munidos de máscara, álcool gel e distanciamento
adequado.

Lembretes:

• A cliente deverá estar utilizando máscara cirúrgica no momento do parto.

• É recomendado o contato pele a pele e o aleitamento materno na primeira hora de


vida, sempre com a mãe utilizando máscara.

• A equipe de profissionais que prestarão assistência ao parto deverá ser composta por:
1 médico obstetra, 1 enfermeiro/técnico de enfermagem e 1 pediatra. Casos especiais poderão
necessitar da ampliação da equipe de saúde.

• Haverá 1 berço limpo ou uma incubadora de transporte do lado de fora da suíte de


isolamento do CO, para o momento da retirada do RN, se suas condições clinicas estiverem
estáveis.

36
• Disponibilizar a quantidade mínima de material, insumos e medicações para garantir
a assistência obstétrica e neonatal dentro da suíte de isolamento do CO e sala de cirurgia.

• A maca ou cadeira de rodas utilizada deverá ser higienizada pelo profissional da


limpeza.

• A equipe de limpeza deverá ser avisada toda vez que for transportar cliente com
COVID-19 pelo elevador, para realizarem limpeza terminal do mesmo.

• A equipe de limpeza deverá ser acionada preferencialmente antes de iniciar a


transferência da cliente de um andar para o outro, para que já estejam aguardando no andar
onde a cliente desembarcar, para realizar a limpeza do elevador.

• O elevador deverá ser parado após a utilização do mesmo pela cliente com COVID-
19, só podendo ser liberado após o termino da limpeza.

Este protocolo será atualizado periodicamente, de acordo com as evidências científicas


disponibilizadas pelos órgãos sanitários.

Os POPs relacionados a esta temática encontram-se publicados em DO.

37
Referências

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sobre Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal.
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RESOLUÇÃO Nº 36, DE 3 DE JUNHO DE 2008: Dispõe sobre Regulamento Técnico para


Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. Disponível em:
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RESOLUÇÃO Nº 371, de 07 de Maio de 2014: Institui diretrizes para a organização da atenção


integral e humanizada ao recém-nascido (RN) no Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em:
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VALENTE, L. R. Revisão integrativa da literatura acerca da apropriação do uso da música como


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aurora de Afonso Costa. Universidade Federal Fluminense, 59 p. Rio de Janeiro, RJ, 2017.

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

ANEXO I – CASA DE PARTO DAVID CAPISTRANO FILHO

INDUÇÃO NATURAL DE TRABALHO DE PARTO


É a estimulação artificial das contrações uterinas, utilizando técnicas consideradas naturais ou
não invasivas, objetivando iniciar o trabalho de parto para assegurar o nascimento da criança em
um tempo apropriado, para pessoas após 40 semanas de gestação. Indicado para pessoas
acompanhadas no pré-natal de risco habitual, a partir de 40 semanas de gestação, ou pessoas
acompanhadas que apresentaram amniorrexe precoce, a partir de 37 semanas, sem apresentar
dinâmica uterina. O Enfermeiro obstétrico, durante as consultas de pré-natal de rotina, deve
orientar a pessoa sobre a possibilidade de indução natural do trabalho de parto e suas indicações.
Na consulta de pré-natal da 40ª semana de gravidez, o Enfermeiro deve avaliar a necessidade de
indução natural do trabalho de parto e, junto com a pessoa identificar a melhor forma de
indução natural a ser utilizada. Durante a consulta de pré-natal da 40ª semana de gravidez, o
Enfermeiro deve apresentar as opções de indução natural do trabalho de parto para a pessoa,
identificando suas ações, indicações, contra-indicações e formas de efeitos. Após a escolha
informada da (s) técnica (s) de escolha da pessoa, o Enfermeiro obstetra deverá realizar a
prescrição da forma de indução natural do trabalho de parto com as orientações de uso, caso a
pessoa deva fazer uso prolongado em domicílio. Após a escolha informada e da prescrição da
(s) técnica (s) de indução natural do trabalho de parto, o Enfermeiro Obstetra deve deixar claro
que a pessoa deve retornar à unidade de saúde mediante qualquer alteração da dinâmica uterina,
perda de líquido ou quando assim entender necessário. Durante o processo de indução natural
do trabalho de parto o Enfermeiro Obstetra deverá avaliar e documentar no prontuário: a
Indicação da indução e qualquer contra-indicação; a confirmação da idade gestacional; a
apresentação e variedade de posição (caso seja possível); as condições cervicais pelo escore do
índice de Bishop; o estado das membranas ovulares; a atividade uterina; os batimentos
cardiofetais, que deverão ser avaliados em média por um minuto. Todo o processo de escolha
informada e prescrição da (s) técnica (s) de indução natural do trabalho de parto devem ser
registradas em prontuário.

Listagem das Tecnologias de Indução Natural do Trabalho de Parto

★ Alimentação e Consumo de Tâmaras

➔ Orientar que a alimentação livre de açúcares e farináceos é apenas um fator e que o início do
trabalho de parto depende de vários outros fatores;

➔ Orientar que fazer essa dieta não garante que a pessoa vá entrar em trabalho de parto antes de
41 semanas;

➔ Comidas apimentadas, assim como gengibre e canela, são conhecidas por acelerar o parto.
Porém não existe comprovação científica a respeito, mesmo esses alimentos possuindo efeito

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

termogênico, isto é, aceleram o metabolismo. Por consequência, as pessoas tendem a acreditar


que podem estimular as contrações uterinas;

➔ Orientar que os estudos realizados com o consumo de tâmaras foram feitos com a fruta fresca
e que não sabemos quais os efeitos do consumo das tâmaras secas, não sabemos qual quantidade
dessa apresentação da fruta seria necessária, se os resultados seriam diferentes se os estudos
fossem maiores e de melhor qualidade, os estudos começaram com a ingesta das tâmaras com
36/38 semanas, não sabemos o efeito das tâmaras na nossa sociedade;

➔ O consumo de 6 tâmaras por dia durante 4 semanas antes da data estimada do parto pode
estimular o início do trabalho de parto de forma espontânea com facilitação da dilatação cervical
e manutenção das membranas intactas por mais tempo;

➔ Não há malefícios quanto ao uso destas recomendações;

★ Coito

➔ O contato íntimo, sem o uso de preservativos, durante a gravidez ajuda a preparar o colo do
útero para o parto, isso porque estimula a produção de prostaglandina, além de aumentar a
produção de ocitocina, que é responsável por promover as contrações musculares uterina;

➔ Além disso, os orgasmos favorecem a contração uterina (e, por consequência, a dilatação) e
promovem o relaxamento por meio da liberação da ocitocina;

➔ O contato íntimo para estimular o parto é contraindicado a partir do momento em que a bolsa
rompe devido ao risco de infecção;

➔ A taxa de trabalho de parto espontâneo não diferiu entre pessoas que tiveram coito diário
para pessoas que o coito foi desencorajado.

★ Homeopatia

➔ O uso de medicamentos homeopáticos para a indução do trabalho de parto poderá ser


utilizado em qualquer uma das indicações obstétricas apresentadas neste protocolo;

➔ Para este protocolo utilizaremos uma formulação consagrada para indução do trabalho de
parto que poderá ser prescrita por todas as Enfermeiras;

➔ A homeopatia atua em nível mental, provocando relaxamento e confiança para que a pessoa
possa contribuir serenamente para o nascimento de seu filho. Neste sentido, a utilização da
homeopatia na indução do trabalho de parto tem como objetivos contribuir para que a pessoa
durma melhor, se alimente bem e tenha as contrações necessárias para que seu bebê nasça com
saúde;

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

➔ O medicamento de escolha é o Caulophyllum thalictroides que estaria indicado para


regularizar as contrações uterinas no trabalho de parto, ou quando as contrações uterinas são
fracas e irregulares, ou ainda na parada das contrações uterinas;

➔ Seu uso pode ser iniciado na 37ª semana de gestação, por via oral, uma vez ao dia, pela
manhã;

➔ Indicação: seu grande campo de ação são os órgãos genitais femininos e em especial maneira
durante o parto, quando as dores vem irregularmente, quando cessam por esgotamento geral e
quando são demasiado dolorosas, fazendo o parto prolongado e esgotante; quando o orifício do
colo uterino está rígido e não se dilata durante o parto; quando há uma total atonia uterina antes
do início do trabalho de parto; quando as dores do parto são espasmódicas, paroxísticas,
irregulares, interrompidas ou débeis, e chegam a cessar ou são curtas e ineficazes; nos
momentos de pródomos; Além disso é o preventivo por excelência, não só dos transtornos
mencionados no parto, na placenta retida, na dificuldade de involução uterina no pós-parto ou
atonia uterina;

➔ Prescrição: Caulophyllum thalictroides - 6CH - em glóbulos - 1 dose pela manhã por 30 dias
ou até o nascimento.

★ Óleo de rícino

➔ O óleo de rícino é laxante e, por isso, ao causar espasmos no intestino, pode estimular as
contrações uterinas;

➔ Ele está indicado para pessoas que estão com a dinâmica uterina zerada e colo do útero
fechado como forma de indução. E também pode ser utilizado para aquelas pessoas que se
encontram em pródromos como forma de aceleração;

➔ Para iniciar os estímulos do trabalho de parto podemos orientar a pessoa a fazer o uso do
óleo de rícino em duas etapas. A primeira poderá ser realizada no domicílio da pessoa, sem
supervisão profissional. Já a segunda etapa deverá ser supervisionada, ou seja, iniciando as
contrações a pessoa deverá se dirigir à unidade de saúde para que seja avaliada, conforme
necessidade;

➔ Primeira etapa: A pessoa deve ingerir 2 ovos fritos em 20 ml de óleo de rícino. Não existe
contra indicação para que a gestante mantenha sua alimentação normalmente;

➔ Segunda etapa: 2 horas após a ingestão do ovo frito a pessoa deve iniciar a ingestão do
shake, conforme receita. Nesta etapa espera-se que as contrações apareçam de forma mais
intensa e regular. Então quando as contrações iniciarem a pessoa deverá se encaminhar à
unidade de saúde, para que seja acompanhada pela equipe

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

➔ A pessoa deverá ser orientada a anotar o horário da ingestão de cada fase da indução por óleo
de rícino e quais alterações corporais percebeu. Estas anotações devem ser entregues à
Enfermeira Obstétrica na unidade de saúde;

➔ Receita do Shake: 600 ml de suco natural de laranja; 2 colheres de sopa de creme de


amendoim; 20 ml de óleo de rícino. Bater todos os ingredientes no liquidificador; Dividir o
shake em 3 doses. Tomar a primeira dose 2 h após os ovos fritos; Caso necessário, tomar a
segunda dose 2h após a primeira; Caso necessário, tomar a terceira dose 2h após a segunda;

➔ A pessoa deverá guardar as doses subsequentes em um frasco limpo e com tampa e levar
consigo para a unidade de saúde;

➔ As doses subsequentes do Shake de óleo de rícino só deverão ser administradas se o


Enfermeiro Obstetra entender que a dinâmica uterina não está regular ou que a intensidade das
contrações não está adequada;

➔ Neste sentido não é obrigatório que a pessoa faça a ingestão das 3 doses do Shake;

★ Chás

➔ O chá de folhas de framboesa ajuda a tonificar o útero preparando-o para o parto e fazendo
que o trabalho de parto progrida a um bom ritmo, sem ser tão doloroso;

➔ O chá de folhas de framboesa pode, então, ser tomado no terceiro trimestre de gestação, a
partir das 32 semanas, mas deve ser sempre feito com supervisão e orientação;

➔ Deve ser preparado com as folhas de framboesa, pois possuem substâncias diferentes do
fruto;

➔ Ingredientes: 1 a 2 colher (de chá) de folhas de framboesa picadas e 1 xícara de água


fervente. Modo de preparo: Adicionar as folhas de framboesa à água fervente (fora do fogo),
tampar e deixar repousar por até 10 minutos. Depois, coar, adoçar com mel a gosto e beber
inicialmente 1 xícara do chá por dia, aumentando gradualmente para 3 xícaras do chá por dia;

★ Escalda-pés

➔ O escalda-pés poderá ser utilizado em qualquer momento da indução do trabalho de parto,


sem contra indicações;

➔ O Enfermeiro deverá se atentar para manter a bacia ensacada durante todo o processo,
evitando a contaminação do instrumental;

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

➔ Escalda-pés para relaxamento no trabalho de parto: 2L de água morna (37°C), 30 bolinhas de


gude, 100 g de sal grosso, 30 gotas de OE de lavanda, 1 punhado (200g) de camomila seca (erva
seca). Modo de preparo: gotejar os OE no sal grosso, seguido da camomila e misturar
levemente. Colocar a água numa bacia funda, em seguida diluir o sal grosso com a camomila e
colocar as bolinhas de gude. Modo de usar: colocar os pés na bacia buscando cobrir até o
tornozelo. Fazer movimentos de vai e vem com os pés de forma carinhosa. Permanecer no
escalda pés por 20 min, ou até que a água fique fria. Após a secagem dos pés, estimular o uso de
meias.

➔ Escalda-pés indutor do trabalho de parto: 2L de água morna (37°C), 30 bolinhas de gude,


100 g de sal grosso, 5 paus de canela, 2 gotas de OE de sálvia esclaréia, 2 gotas de OE de
gerânio. Modo de preparo: Fazer um chá (decocção) com 500 ml de água e a canela em pau.
Deixar cozinhar por 15 minutos. Após gotejar os OE no sal grosso e misturar levemente.
Colocar o restante da água numa bacia funda, em seguida diluir o sal grosso, acrescentar o chá
de canela e colocar as bolinhas de gude. Modo de usar: colocar os pés na bacia buscando cobrir
até o tornozelo. Fazer movimentos de vai e vem com os pés de forma carinhosa. Permanecer no
escalda pés por 20 min, ou até que a água fique fria. Após a secagem dos pés, estimular o uso de
meias.

★ Aromaterapia

➔ O uso da Aromaterapia pode ser indicado em qualquer momento do trabalho de parto, como
forma de relaxamento da pessoa (reduzindo a adrenalina, favorecendo a produção de ocitocina)
e indução / aceleração das contrações;

➔ O uso do PIM propicia uma varredura em nossos corpos sutis (emocional, mental e etéreo),
onde se encontra a memória de tudo aquilo que somos, retirando padrões mentais e pensamentos
repetitivos, anulando sentimentos negativos, obsessões, ansiedade, saciedade. O caminho
olfativo dos óleos refaz sinapses e mostram outros circuitos. O PIM de lavanda pode ajudar a
restaurar o sono tranquilo, movimentar o escutar, diminuindo a ansiedade da fala. Fornecer um
vidrinho para as gestantes que se encontrem no final da gestação. Deve ser utilizado 3x ao dia,
passado com o aplicador do vidrinho sobre os pulsos e embaixo do nariz. Solicitar que a
gestante não jogue fora o vidro para repormos o PIM. Ficarão guardados em um vidro
identificado junto aos óleos essenciais.

➔ Spray Ambiente acolhedor: 90 ml de água filtrada, 10 ml de álcool de cereais, 15 gotas de


OE de tangerina, 15 gotas de OE de lavanda. Modo de preparo: Realizar a mistura colocando o
álcool de cereais num recipiente plástico ou de vidro, gotejar os OE, um de cada vez e misturar
levemente. Após colocar a mistura em um recipiente maior com a água filtrada e misturar.
(OBS.: os OE não são solúveis em água e por isso o uso do álcool à 70% não é a melhor
escolha). Modo de usar: Colocar a mistura num frasco spray e borrifar no ambiente sempre que
necessário.

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| Protocolo Assistencial da Enfermagem Obstétrica 2022

➔ Óleo Acelerador do trabalho de parto: 50 ml de óleo vegetal (semente de uva, coco ou


girassol), 10 gotas de OE de lavanda, 10 gotas de OE de gerânio, 10 gotas de OE de laranja
doce, 15 gotas de OE de sálvia, 5 gotas de OE de ylang-ylang. Modo de preparo: Gotejar os OE,
um de cada vez no óleo vegetal e misturar levemente. Modo de usar: utilizar uma pequena
quantidade do óleo para realizar massagens na região lombar, no MMII ou na área da barriga,
por, pelo menos, 15 minutos. Procure um ambiente calmo, com pouca luz e se possível com
música suave.

➔ Compressas quentes para estimular as contrações: 1L de água quente (+ ou – 40° C), 20 ml


de álcool de cereais, 7 gotas de OE de tangerina, 6 gotas de OE de lavanda, 7 gotas de OE de
manjerona, 3 toalhas pequenas. Modo de preparo: Realizar a mistura colocando o álcool de
cereais num recipiente plástico ou de vidro, gotejar os OE, um de cada vez e misturar
levemente. Após colocar a mistura em um recipiente maior com a água quente e misturar.
(OBS.: os OE não são solúveis em água e por isso o uso do álcool à 70% não é a melhor
escolha). Modo de usar: Molhar as toalhas na mistura e aplicar a compressa quente nas têmporas
até as contrações aumentarem, buscando manter um ambiente agradável.

★ Acupressão

➔ A Acupressão estimula a atividade uterina através da estimulação de pontos específicos do


corpo, porém é importante que seja feita sob indicação de um profissional especializado para
evitar complicações.

48
Ponto Localização Ação Função
B60 Entre o tendão Aplicação: pressionar Revigora a função
calcâneo e a borda do perpendicularment e, renal e a circulação,
maléolo lateral do 0,5-0,8 polegada; fortalece o dorso e o
tornozelo, no nível moxa 10 minutos. joelho, relaxa
do ponto mais alto do Pressão: 3 a 5 músculos e tendões,
maléolo. minutos, pressão remove obstruções do
alternada; meridiano e dos
colaterais, elimina o
Calor, distribui o
Sangue e remove a
estagnação de Sangue
no útero, elimina
fatores patogênicos
do eixo Tai Yang,
expele o Vento
interior e exterior.

B67 0,1 polegada da Aplicação: pressionar Acalma e reverte a


borda lateral e oblíquo, 0,1-0,2 posição fetal, regula a
proximal do ângulo polegada. Pressão: 3 gravidez e o parto e
ungueal do quinto a 5 minutos, pressão fortalece o Jiao
dedo do pé. alternada; Inferior, também
pode ser indicado
para retenção da
placenta e indução do
parto.

IG4 No lado dorsal da Aplicação: pressionar Analgésico mais


mão, entre o primeiro de 3 a 5 minutos, importante que afeta
e o segundo osso pressão alternada. todo o corpo; efeito
metacarpo no meio geral no
do primeiro músculo metabolismo, efeito
interósseo dorsal; ao que promo ve o par
abrir o polegar e o to, dismenorréia.
dedo indicador, no
meio da linha entre a
junção do primeiro e
do segundo
metacarpo, o ponto
médio da borda da
palma, ou quando
fecha a mão, entre o
primeiro e o segundo
metacarpo, o ponto
mais alto em cima do
músculo interósseo.

49
★ Descolamento de membrana

➔ O descolamento das membranas poderá ser realizado a partir de 40 semanas de gestação, desde
que o colo do útero tenha permeabilidade para que ocorra o procedimento - pelo menos 1 cm de
dilatação;

➔ Nos casos de colo totalmente fechado, o Enfermeiro não deverá forçar o procedimento;

➔ Durante o toque vaginal, o dedo indicador do examinador é introduzido no canal cervical e, após
identificar as membranas, realizam-se com a ponta do dedo movimentos circulares, com o intuito de
descolar as membranas e dilatar o colo uterino;

➔ Este procedimento, além de uma ação mecânica sobre o colo uterino, promove também a liberação
de prostaglandinas;

➔ Quando o descolamento de membranas é realizado de forma sistemática em gestantes a termo,


observa-se redução na duração da gravidez e no número de gestantes que ultrapassam as 41 semanas,
sem aumentar o risco materno ou neonatal de infecção;

➔ Os únicos efeitos adversos encontrados são de desconforto e sangramento genital durante ou logo
após a realização do procedimento. No entanto, o uso rotineiro de descolamento de membranas na 38ª
semana não parece produzir benefícios clínicos importantes.

★ Realizar exercícios com rebozo

➔ O Rebozo é uma peça de tecido, muito utilizado no vestuário Mexicano e que também tem a
função de movimentar o bebê e relaxar a musculatura pélvica durante a gravdez, trabalho de parto e
parto;

50
➔ As técnicas de rebozo, em geral, favorecem o relaxamento da pessoa em trabalho de parto, e com
isso facilitam o processo de dilatação, não sendo, portanto, um indutor / acelerador de contrações;

➔ Não se tem estipulado um tempo ideal de realização de cada técnica. Sendo assim o profissional
deverá realizar o procedimento avaliando os resultados obtidos e a vontade da pessoa de receber a
técnica;

➔ Massagem nas costas na posição em pé: promove relaxamento na parte inferior das costas e na
região pélvica. O Rebozo deve ser posicionado em volta do quadril da gestante, deve ir da cintura até
a parte superior das pernas, para que toda a região da pelve esteja envolvida. O centro do Rebozo fica
embaixo do cóccix da parturiente. A pessoa se inclina para trás, dentro do Rebozo, distribuindo seu
peso em ambas as pernas, o profissional deve segurar ambas as extremidades do Rebozo, fazendo
uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante;

➔ Massagem das costas - aconchego sentada: promove o relaxamento das costas e do tronco. A
pessoa deve se sentar na beirada de uma cadeira para que haja espaço para reclinar-se, deixando as
costas livres. Deve-se estender o Rebozo a partir do pescoço até o final da coluna, sobre os ombros e
costas da pessoa. O profissional deve ficar de frente para a pessoa, com os braços esticados ou
cruzados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o
movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante;

51
➔ Massagem da barriga - aconchego em pé: promove o relaxamento da região pélvica e do assoalho
pélvico. A pessoa deve posicionar-se em pé, com os pés levemente afastados e firmes, ligeiramente
inclinada para frente, de modo que a barriga fique pendente, apoiando as mãos em algum anteparo.
Deve-se estender o Rebozo por toda a região do abdome, lembrando de não acumular tecido na parte
inferior da barriga da pessoa. O profissional deve ficar atrás da pessoa, com os braços esticados ou
cruzados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o
movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante;

52
➔ Massagem da barriga em quatro apoios: promove o relaxamento da região pélvica e do assoalho
pélvico, relaxamento da parte inferior das costas e embala o bebê dentro da barriga. A pessoa deve
posicionar-se sobre quatro apoios, de modo que a barriga fique pendente, utilizando algum objeto
macio (almofadas) sob as mãos e joelhos. Caso a pessoa não consiga permanecer nesta posição pode-
se utilizar a bola suiça como anteparo para o tronco. Deve-se estender o Rebozo por toda a região do
abdome, lembrando de não acumular tecido na parte inferior da barriga da pessoa. O profissional deve
ficar em pé atrás da pessoa, com os braços esticados, segurando ambas as extremidades do Rebozo,
fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo
relaxante;

➔ Massagem da pelve - aconchego em posição deitada: promove o relaxamento amplo. A pessoa


deve deitar de costas em uma superfície firme, de forma confortável, com a cabeça sobre um
travesseiro. Deve-se posicionar o Rebozo abaixo do quadril da pessoa, verificando se o tecido
recobriu toda a região pélvica, indo da cintura à parte inferior dos quadris. O profissional deve ficar
em pé, de frente para a pessoa, com os braços esticados, segurando ambas as extremidades do
Rebozo, fazendo uma pega firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo
relaxante. Atenção para não levantar a pessoa da superfície;

53
➔ Massagem no quadril em quatro apoios: promove o relaxamento do assoalho pélvico e quadril,
além de apoiar a pessoa no momento do expulsivo. A pessoa deve posicionar-se sobre quatro apoios,
de modo que a barriga fique pendente, utilizando algum objeto macio (almofadas) sob as mãos e
joelhos. Deve-se envolver o quadril da pessoa com o Rebozo, posicionando o centro do tecido sobre o
cóccix, recobrindo toda a nádega. O profissional deve sentar de frente para a pessoa e realizar a
massagem, com os braços esticados, segurando ambas as extremidades do Rebozo, fazendo uma pega
firme e começar o movimento de vai-e-vem, de forma ampla e num ritmo relaxante;

54
➔ Massagem no quadril em quatro apoios - Bombom: é uma variação da massagem no quadril em
quatro apoios, promovendo o relaxamento do assoalho pélvico e quadril. A pessoa deve posicionar-se
sobre quatro apoios, de modo que a barriga fique pendente, utilizando algum objeto macio
(almofadas) sob as mãos e joelhos. Deve-se envolver o quadril da pessoa com o Rebozo,
posicionando o centro do tecido sobre o cóccix, recobrindo toda a nádega. O profissional deve sentar
atrás da pessoa e realizar a massagem, com os braços esticados, segurando ambas as extremidades do
Rebozo, bem próximo ao quadril da parturiente, fazendo uma pega firme e começar o movimento de
vai-e-vem, curtos e ritmados;

Durante todo o processo de Indução Natural do Trabalho de Parto a pessoa e seu acompanhante
devem receber orientações detalhadas sobre o processo de indução, suas indicações e potenciais riscos
associados. Tal discussão deve estar documentada no prontuário. Todo o processo de indução natural
do trabalho de parto deverá seguir as recomendações do Protocolo Assistencial de Enfermagem
Obstétrica do Município do Rio de Janeiro. Caso a pessoa apresente qualquer alteração do seu estado
de saúde ou obstétrico durante o processo de indução natural do trabalho de parto o Enfermeiro
deverá avaliar o quadro e identificar se o processo de indução deve ser suspenso. O status do colo é
um dos mais importantes fatores preditivos da probabilidade de sucesso da indução do parto. O índice
de Bishop parece ser a melhor forma de avaliar o colo uterino e predizer a probabilidade da indução
resultar em um parto vaginal. Todo o processo de indução natural do trabalho de parto deverá ser
acompanhado em todo o período pelo Enfermeiro Obstétrico. Quando ocorrer taquissistolia,
hipertonia uterina e/ou sofrimento fetal, o Enfermeiro obstetra deverá suspender o processo de
indução natural do trabalho de parto. Em todos os plantões nas unidades de saúde devem existir a
presença da Enfermeira Obstetra familiarizada com a indução e seus efeitos para acompanhar a

55
pessoa durante todo o processo. No caso de falha de indução, quando da utilização dos métodos
naturais, o Enfermeiro Obstétrico deve dar continuidade ao acompanhamento pré-natal conforme
protocolo, seguindo as recomendações para transferência nos casos de amniorrexe ou de gestação
prolongada.

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57
ANEXO II – CASA DE PARTO DAVID CAPISTRANO FILHO
ACELERAÇÃO NATURAL DE TRABALHO DE PARTO

É a estimulação do útero objetivando acelerar o trabalho de parto para assegurar o nascimento da


criança em um tempo apropriado quando se avalia que a mesma estará mais segura fora do útero que
dentro dele.

Indicado a gestantes, de risco habitual a partir de 37 semanas de gestação, que se encontrem em


trabalho de parto, e/ou que apresentaram amniorrexe precoce, a partir de 37 semanas, com dinâmica
uterina presente.

Durante o acompanhamento do trabalho de parto, o Enfermeiro Obstetra deverá registrar todas as


avaliações obstétricas no partograma. O Enfermeiro Obstetra deve identificar o padrão de evolução do
trabalho de parto, e junto com a pessoa, avaliar a necessidade de estímulo às contrações realizando as
tecnologias de Aceleração Natural do trabalho de parto. Durante o acompanhamento do trabalho de
parto e após a identificação da necessidade de aceleração, o Enfermeiro deve apresentar as opções de
aceleração natural do trabalho de parto para a pessoa, identificando suas ações, indicações, contra-
indicações e formas de efeitos. Após a escolha informada da (s) técnica (s) de escolha da pessoa, o
Enfermeiro obstetra deverá realizar a prescrição em prontuário da forma de aceleração natural do
trabalho de parto que será utilizada. A partir do momento que a tecnologia de Aceleração natural do
trabalho de parto for implementada, o Enfermeiro Obstetra deverá acompanhar a pessoa de forma
mais próxima, pelo menos nas primeiras 2 horas de aceleração, para avaliar as condições maternas e
fetais. Durante o processo de aceleração natural do trabalho de parto o Enfermeiro Obstetra deverá
avaliar e documentar no prontuário: a Indicação da aceleração e qualquer contra-indicação; a
confirmação da idade gestacional; a apresentação e variedade de posição; as condições cervicais pelo
escore de Bishop; o estado das membranas ovulares; a atividade uterina; os batimentos cardio-fetais.
Todo o processo de escolha informada e prescrição da (s) técnica (s) de aceleração natural do trabalho
de parto devem ser registradas em prontuário;

Listagem das Tecnologias de Aceleração Natural do Trabalho de Parto

★ Óleo de rícino: seguir as recomendações descritas no item Indução Natural do Trabalho de Parto.

★ Chás

➔ O Chá da Canela em pau pode estimular as contrações uterinas por ser um potente emenagogo. A
Canela é capaz de produzir contrações potentes e deve ser utilizada no final do trabalho de parto para
acelerar o nascimento;

58
➔ Ingredientes: 250 ml de água, canela em pau (4 pauzinhos), cravo a gosto, um pedaço pequeno de
gengibre, maçã a gosto, chocolate ao leite ou puro (a gosto). Modo de Preparo: Deixe a água ferver e
quando estiver borbulhando acrescente os ingredientes, menos o chocolate. Deixe ferver tudo por 15
minutos. Desligue o fogo e então deixe esfriar por 5 minutos. Coloque na xícara que irá servir o chá e
acrescente o chocolate.

★ Aromaterapia

➔ O uso da Aromaterapia pode ser indicado em qualquer momento do trabalho de parto, como
forma de relaxamento da pessoa (reduzindo a adrenalina, favorecendo a produção de ocitocina) e
aceleração das contrações;

➔ O Enfermeiro deve seguir as recomendações descritas no item Indução Natural do Trabalho de


Parto.

➔ Óleo Acelerador do trabalho de parto.

➔ Compressas quentes para estimular as contrações.

➔ Spray Ambiente acolhedor.

➔ Óleo para Massagem de relaxamento: 50 ml de óleo vegetal (semente de uva, coco ou girassol),
10 gotas de OE de tangerina, 10 gotas de OE de lavanda, 5 gotas de OE de ylang-ylang. Modo de
preparo: Gotejar os OE, um de cada vez no óleo vegetal e misturar levemente. Modo de usar:
utilizar uma pequena quantidade do óleo para realizar massagens na região lombar, no MMII, sola
dos pés ou região temporal, por, pelo menos, 15 minutos. Procure um ambiente calmo, com pouca
luz e se possível com música suave.

➔ Óleo para massagem corporal - Ansiedade e medo: 50 ml de óleo vegetal (semente de uva, coco
ou girassol), 10 gotas de OE de gerânio, 15 gotas de OE de ylang-ylang. Modo de preparo: Gotejar
os OE, um de cada vez no óleo de semente de uva e misturar levemente. Modo de usar: utilizar uma
pequena quantidade do óleo para realizar massagens na região cervical e/ou lombar, por, pelo
menos, 15 minutos. Procure um ambiente calmo, com pouca luz e se possível com música suave.

★ Descolamento de membrana

➔ O descolamento das membranas poderá ser realizado a partir do momento que a pessoa se
apresenta em pródomos do trabalho de parto, considerando a idade gestacional entre 37 à 41
semanas de gestação, desde que o colo do útero tenha permeabilidade para que ocorra o
procedimento - pelo menos 1 cm de dilatação;

➔ Nos casos de colo totalmente fechado, o Enfermeiro não deverá forçar o procedimento, mesmo
que a gestante tenha alguma dinâmica uterina;

59
➔ Durante o toque vaginal, o dedo indicador do examinador é introduzido no canal cervical e, após
identificar as membranas, realizam-se com a ponta do dedo movimentos circulares, com o intuito de
descolar as membranas e dilatar o colo uterino;

➔ Este procedimento, além de uma ação mecânica sobre o colo uterino, promove também a
liberação de prostaglandinas;

➔ Os únicos efeitos adversos encontrados são de desconforto e sangramento genital durante ou


logo após a realização do procedimento.

★ Acupressão

➔ A Acupressão estimula a atividade uterina através da estimulação de pontos específicos do


corpo, porém é importante que seja feita sob indicação de um profissional especializado para evitar
complicações;

Ponto Localização Ação Função

B60 Entre o tendão Aplicação: Revigora a função


calcâneo e a borda pressionar renal e a circulação,
do maléolo lateral perpendicularment fortalece o dorso e
do tornozelo, no e, 0,5-0,8 polegada; o joelho, relaxa
nível do ponto mais moxa 10 minutos. músculos e
alto do maléolo. Pressão: 3 a 5 tendões, remove
minutos, pressão obstruções do
alternada; meridiano e dos
colaterais, elimina
o Calor, distribui o
Sangue e remove a
estagnação de
Sangue no útero,
elimina fatores
patogênicos do eixo
Tai Yang, expele o
Vento interior e
exterior.

B67 0,1 polegada da borda Aplicação: pressionar Acalma e reverte a


lateral e proximal do oblíquo, 0,1-0,2 posição fetal, regula a
ângulo ungueal do polegada. Pressão: 3 gravidez e o parto e
quinto dedo do pé. a 5 minutos, pressão fortalece o Jiao
alternada; Inferior, também
pode ser indicado
para retenção da
placenta e indução do
parto.

60
IG4 No lado dorsal da Aplicação: pressionar Analgésico mais
mão, entre o primeiro de 3 a 5 minutos, importante que afeta
e o segundo osso pressão alternada. todo o corpo; efeito
metacarpo no meio geral no
do primeiro músculo metabolismo, efeito
interósseo dorsal; ao que promo ve o par
abrir o polegar e o to, dismenorréia.
dedo indicador, no
meio da linha entre a
junção do primeiro e
do segundo
metacarpo, o ponto
médio da borda da
palma, ou quando
fecha a mão, entre o
primeiro e o segundo
metacarpo, o ponto
mais alto em cima do
músculo interósseo

★ Rebozo

➔ O Rebozo é uma peça de tecido, muito utilizado no vestuário Mexicano e que também tem a
função de movimentar o bebê e relaxar a musculatura pélvica durante a gravdez, trabalho de parto e
parto;
➔ Para favorecer a indução do trabalho de parto as técnicas de rebozo devem ser utilizadas na fase
ativa do trabalho de parto, no período de dilatação (acima de 6 cm de dilatação);
➔ As técnicas de rebozo, em geral, favorecem o relaxamento da pessoa em trabalho de parto, e com
isso facilitam o processo de dilatação, não sendo, portanto, um indutor de contrações;
➔ Não se tem estipulado um tempo ideal de realização de cada técnica. Sendo assim o profissional
deverá realizar o procedimento avaliando os resultados obtidos e a vontade da pessoa de receber a
técnica;

61
➔ O Enfermeiro deve seguir as recomendações descritas no item Indução Natural do Trabalho de
Parto.
➔ Massagem nas costas na posição em pé;
➔ Massagem das costas - aconchego sentada;
➔ Massagem da barriga - aconchego em pé;
➔ Massagem da barriga em quatro apoios;
➔ Massagem da pelve - aconchego em posição deitada;
➔ Massagem no quadril em quatro apoios;
➔ Massagem no quadril em quatro apoios - Bombom;

A pessoa e seu acompanhante devem receber orientações detalhadas sobre o processo de aceleração,
suas indicações e potenciais riscos associados. Tal discussão deve estar documentada no prontuário.
Todo o processo de aceleração natural do trabalho de parto deverá seguir as recomendações do
Protocolo Assistencial de Enfermagem Obstétrica do Município do Rio de Janeiro.
Caso a pessoa apresente qualquer alteração do seu estado de saúde ou obstétrico durante o processo
de aceleração natural do trabalho de parto o Enfermeiro deverá avaliar o quadro e identificar se o
processo de aceleração deve ser suspenso. O status do colo é um dos mais importantes fatores
preditivos da probabilidade de sucesso da aceleração do parto. O índice de Bishop parece ser a
melhor forma de avaliar o colo uterino e predizer a probabilidade de a aceleração resultar em um
parto vaginal.
Todo o processo de aceleração natural do trabalho de parto deverá ser acompanhado em todo o
período pelo Enfermeiro Obstétrico. Quando ocorrer taquissistolia, hipertonia uterina e/ou sofrimento
fetal, o Enfermeiro obstetra deverá suspender o processo de aceleração natural do trabalho de parto.
Em todos os plantões devem existir a presença da enfermeira obstetra familiarizada com a aceleração
e seus efeitos para acompanhar a pessoa durante todo o processo.

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BIBLIOGRAFIA

BAUDOUX, Dominique. O Grande Manual da Aromaterapia. 1.ed. Belo Horizonte: Editora Laszlo,
2019
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
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