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Protocolo

de Consulta
de Enfermagem
com ênfase na
saúde sexual e
reprodutiva
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Protocolo de consulta de enfermagem com ênfase na saúde sexual e


reprodutiva / organização
Dannyelly Dayane Alves da Silva Costa,
Eduardo Araújo Pinto, Maria Luiza Bezerra ;
coordenação Dannyelly Dayane Alves Silva Costa.
-- 1. ed. -- Brasília, AL : Ed. dos Autores, 2023.

Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-81244-2

1. Enfermagem 2. Enfermagem - Cuidados


3. Reprodução humana 4. Saúde pública 5. Saúde
sexual 6. Sistema Único de Saúde (Brasil) I. Costa,
Dannyelly Dayane Alves da Silva. II. Pinto, Eduardo
Araújo. III. Bezerra, Maria Luiza. IV. Costa,
Dannyelly Dayane Alves Silva.

23-173570 CDD-610.73

Índices para catálogo sistemático:

1. Enfermagem : Assistência : Ciência médicas 610.73


Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
Edição 1ª - 2023 | 100 exemplares

Elaboração, distribuição, informações:


Conselho Federal de Enfermagem
Comissão Nacional de Saúde da Mulher/Cofen

Endereço do Cofen:
Conselho Federal de Enfermagem
SCLN QD 304, Lote 09, Bloco E, Asa Norte, Brasília – DF
CEP.: 70736-550 | Tel.: (61)3329-5800 | Fax: (61) 3329-5801
E-mail: cnsaudedamulher@cofen.gov.br | Site: www.cofen.gov.br

Coordenação Geral do Projeto:


Dannyelly Dayane Alves Silva Costa

Organizadores:
Dannyelly Dayane Alves da Silva Costa
Eduardo Araújo Pinto
Maria Luiza Bezerra Oliveira

Elaboração/autores
Betânia Maria Pereira dos Santos
Dannyelly Dayane Alves da Silva Costa
Eduardo Araújo Pinto
Elisanete Lourdes Carvalho
Gabrielle Almeida Rodrigues
Manoel Carlos Neri da Silva
Maria Luiza Bezerra Oliveira
Renné Cosmo da Costa
Sintia Nascimento dos Reis
Valdecy Herdy Alves
Vera Cristina Augusta Marques Bonazzi

Colaboradores:
Antônio Marcos Freire Gomes
Betânia Maria Pereira dos Santos
Claudio Luiz da Silveira
Daniel Menezes de Souza
Dannyelly Dayane Alves da Silva Costa
Emília Maria Rodrigues Miranda Damasceno Reis
Gilney Guerra de Medeiros
Helga Regina Bresciani
Ivone Amazonas Marques Abolnik
Josias Neves Ribeiro
Leocarlos Cartaxo Moreira
Lisandra Caixeta de Aquino
Marcio Raleigue Abreu Lima Verde
Osvaldo Albuquerque Sousa Filho
Silvia Maria Neri Piedade
Tatiana Maria Melo Guimarães
Vencelau Jackson da Conceição Pantoja
Wilton José Patrício
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fala da Presidenta

É com grande satisfação que lançamos o 1˚ Protocolo de Consulta de


Enfermagem com Ênfase na Saúde Sexual e Reprodutiva. Este produto
surge como uma resposta aos avanços promovidos pelo Conselho Federal
de Enfermagem (Cofen), em parceria com os Conselhos Regionais e
municípios do país, para capacitar, fortalecer e apoiar enfermeiros e
equipes de Enfermagem na garantia dos Direitos Sexuais e Reprodutivos. O
protocolo está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) da Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como com todos
os documentos internacionais e nacionais que implicam na garantia do
acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva.

Promover uma atuação de Enfermagem segura e baseada em evidências


científicas, utilizando práticas avançadas de cuidado com a incorporação
de tecnologias para ampliar e qualificar o cuidado ofertado, é uma meta do
Sistema Cofen/Corens para os mais de 2,8 milhões de trabalhadores da
nossa categoria, responsáveis por alicerçar a Saúde do país. Neste sentido,
este protocolo direciona esforços para amparar nossos profissionais e
assegurar atendimento equânime e integral à população brasileira.

Betânia Maria Pereira dos Santos


Presidenta do Conselho Federal de Enfermagem-Cofen

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Lista de Abreviaturas e Siglas


1. ABS - Atenção Básica de Saúde
2. ACOG - Colégio Americano De Obstetrícia E Ginecologia
3. AE - Anticoncepção De Emergência
4. AI - Anticoncepção Injetável
5. AHOC - Anticoncepção Hormonal Oral Combinada
6. AINE - Antiinflamatório não esteroidal
7. AOC - Anticoncepção Oral Combinada
8. APS - Atenção Primária a Saúde
9. ARV - Terapia Antirretroviral
10. CIPE - Classificação Internacional Das Práticas De Enfermagem
11. COFEN - Conselho Federal De Enfermagem
12. DIU - Dispositivo Intrauterino
13. GPA - Gestações, Partos E Abortamentos;
14. HIV - Vírus Da Imunodeficiência Humana
15. IST’s – Infecções Sexualmente Transmissíveis
16. MS - Ministério Da Saúde
17. ODS - Objetivos De Desenvolvimento Sustentável
18. OMS - Organização Mundial Da Saúde.
19. PNAISM - Política Nacional De Atenção Integral À Saúde Das Mulheres
20. SAE – Sistematização Da Assistência De Enfermagem
21. SIU - Sistema intrauterino
22. SUS - Sistema Único De Saúde
23. SOAP - Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano
24. TARV - Terapia Antirretroviral
25. TCLE - Termo De Consentimento Livre E Esclarecido
26. TPM - Tensão Pré-Menstrual

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Sumário
Introdução .............................................................................................................................................. 7
Consulta de Enfermagem.................................................................................................................. 12
• Coleta de dados de Enfermagem.......................................................................................................................... 13
• Diagnósticos de Enfermagem.................................................................................................................................. 14
• Planejamento de Enfermagem................................................................................................................................ 15
• Implementação de Enfermagem............................................................................................................................ 15
• Avaliação de Enfermagem.......................................................................................................................................... 16

Planejamento Sexual e Reprodutivo ............................................................................................ 17


• Métodos Contraceptivos disponíveis no SUS ............................................................................................ 19
• Eficácia dos Métodos Anticoncepcionais........................................................................................................ 21
• Categorias da OMS para Critérios de Elegibilidade dos Métodos Contraceptivos......... 23
• Critérios de Elegibilidade da OMS para Contraceptivos por condição clínica.................... 24
• Abordagem da mulher ou do casal que planeja a gravidez – auxílio à concepção............ 27
• Escolha do método anticoncepcional................................................................................................................ 28
• Anticoncepção ORAL COMBINADA (AOC) e MINIPÍLULA ............................................................... 29
• Anticoncepção Injetável (AI) trimestral e mensal...................................................................................... 30
• Anticoncepção de Emergência (AE).................................................................................................................... 31
• Esterilização Masculina e Feminina..................................................................................................................... 32
• Preservativo Masculino e Feminino..................................................................................................................... 33
• Implante Subdérmico..................................................................................................................................................... 34
• Dispositivo intrauterino – DIU TCu-380-A...................................................................................................... 35
• Dispositivo intrauterino Hormonal ( Kyleena®; Mirena®)........................................................................ 36
• Técnica para inserção do DIU Tcu......................................................................................................................... 37
• Materiais necessários para inserção DIU de intervalo.......................................................................... 38
• Procedimentos.................................................................................................................................................................... 40
• DIU fora da posição fúndica...................................................................................................................................... 48
• Seguimento e complicação após inserção do DIU................................................................................... 49
• Fio do DIU não visualizado.......................................................................................................................................... 50
• Remoção difícil do dispositivo intrauterino.................................................................................................... 51

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Manejo das Intercorrências ............................................................................................................ 52


• Reação Vagal........................................................................................................................................................................ 52
• Sangramento Genital....................................................................................................................................................... 53
• Perfuração Uterina........................................................................................................................................................... 55
• Doença Inflamatória Pelvica (DIP)........................................................................................................................ 57
• DIU associado a DIP......................................................................................................................................................... 59
• Gravidez com DIU............................................................................................................................................................. 60
• Dor Pélvica............................................................................................................................................................................. 61

Conclusão ............................................................................................................................................... 63
Referências ............................................................................................................................................ 64

Apêndice I ............................................................................................................................................... 69
• Fichas de 1º consulta e retorno para planejamento sexual e reprodutivo ............................. 69

Apêndice II .............................................................................................................................................. 76
• Diagnóstico de Enfermagem / CIPE (Classificação Internacional para a
Prática de Enfermagem) ............................................................................................................................................ 76

Apêndice III ............................................................................................................................................ 86


• Termo de consentimento informado para inserção do dispositivo intrauterino .............. 86

Apêndice IV ............................................................................................................................................ 87
• Consentimento informado para cessão de imagem e voz ................................................................ 87

Anexo I ...................................................................................................................................................... 88
• Check List para descartar gestação................................................................................................................. 88

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Introdução
Nas últimas décadas acompanhamos as mudanças na área da Saúde
Sexual e da Saúde Reprodutiva, e especialmente, nos temas relacionado
ao Planejamento Reprodutivo. Dentro dessa temática, o Conselho Federal
de Enfermagem (COFEN), legitimando as conquistas da categoria, com a
qualificação de enfermeiros para a realização de Consultas de enfermagem
em Saúde Sexual e reprodutiva, bem como, o manejo clinico nos mais diversos
métodos contraceptivos, tem ampliado o acesso aos usuários do Sistema
Único de Saúde (SUS) e garantir resolutividade na assistência ao cuidado na
saúde das mulheres, homens, família e coletividade.

Sabendo dos desafios para qualificar a consulta de enfermagem com ênfase


na saúde sexual e reprodutiva, este Conselho devota por empreender esforços
para regulamentar e fortalecer os enfermeiros na assistência de enfermagem
sistematizada, constituindo o Grupo Técnico através da Portaria Cofen
nº920/2021, para construção do protocolo consulta de enfermagem com
ênfase na Saúde Sexual e Reprodutiva que vem reunindo a base legal, técnica
e científica para o fortalecimento da prática no Sistema Único de Saúde (SUS).

A lei n° 9.263 de 12 de janeiro de 1996 regulamenta o § 7º do art. 226 da


Constituição Federal, que trata do Planejamento Familiar, e determina que,
para o seu exercício, devem ser oferecidos todos os métodos e técnicas de
concepção e contracepção cientificamente aceitas, que não coloquem em
risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção e visando
assegurar os direitos de homens e mulheres, adultos (as) e adolescentes, em
relação à saúde sexual e à saúde reprodutiva. (BRASIL, 1996; BRASIL, 1988).

Desde o dia dois de março de 2023 passou a vigorar a lei 14.443 de 2022(BRASIL,
2022), que altera a Lei do Planejamento Familiar de 1996(BRASIL, 1996), para
determinar prazo para oferecimento de métodos e técnicas contraceptivas e
disciplinar condições para esterilização voluntária no âmbito do planejamento

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

familiar, assim, pondo fim à obrigatoriedade de autorização do cônjuge para


procedimentos de laqueadura e vasectomia, também reduzindo de 25 para
21 anos a idade mínima de homens e mulheres para a esterilização voluntária
possibilitando a realização da laqueadura já durante o parto (normal ou
cesariana), desde que a solicitante manifeste seu interesse ao menos 60 dias
antes, e haja condições médicas adequadas para o procedimento.

Assim, os direitos reprodutivos são vistos como Direitos Humanos já


reconhecidos em leis nacionais e documentos internacionais, tendo-se o
“consenso global de que as mulheres têm o direito de tomar suas próprias
decisões sobre se, quando e com que frequência engravidar”, e que a “conquista
de direitos e escolhas para todos dependerá de uma parceria contínua entre
a sociedade civil, os governos, a comunidade acadêmica e as instituições
internacionais”. Está descrito nos direitos sexuais e reprodutivos o direito ao
acesso às informações e insumos necessários para uma decisão responsável
sobre ter, quantos ter, ou não ter filhos, independente do desejo de formar
família (BRASIL, 1988; ONU, 1994; ONU, 1995; BRASIL, 1996; BRASIL, 2005;
OMS, 2007; BRASIL, 2011; BRASIL, 2013; BRASIL, 2016; OMS, 2018; FPNU, 2019;
BRASIL, 2022).

O ato de cuidar exercido pelos trabalhadores em saúde é sempre uma ação


que envolve valores, mitos, pré-conceitos e, muitas vezes, discriminação.
Reconhecer essa relação nem sempre amistosa é um pressuposto importante
para que não ocorra violação de direitos de ambas as partes. O preconceito
dirigido contra as diversidades sexuais ainda está muito presente na área
da saúde. Conceitos naturalizadores acerca da sexualidade permitem que
haja uma normalização do discurso preconceituoso. A experiências de
trabalhadores em saúde no cuidado das diversidades, ainda são permeadas
de grande despreparo destes indivíduos em lidar com o diferente. Considera-
se que para mudar o cenário atual na saúde de discriminação e preconceito
com a população LGBTQIAPN+ é necessária uma análise dos moldes de
ensino e aprendizagem na universidade, estimulando o contato constante dos
profissionais de saúde com as diversidades sexuais mostrando-se positivas e
que geram resultados reflexivos admiráveis. (Zanardo; Andrade, 2013)

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

O Ministério da Saúde, em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento


Sustentável (ODS), definiu um conjunto de ações para cumprimento de metas,
com as quais visa reduzir a taxa de mortalidade materna para 70 por cada 100
mil nascidos vivos e garantir que nenhum país tenha uma taxa de mortalidade
materna que supere o dobro da média mundial e assegurar o acesso universal
aos serviços de saúde sexual (BRASIL, 2018). Todos os dias, aproximadamente
830 mulheres morrem por causas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto
no mundo. calcula-se que pelo menos 100 a 120 milhões de casais não usem
nenhum método de contracepção apesar de desejarem espaçar a gravidez ou
mesmo limitar a sua fecundidade (OMS, 2011).

A descontinuidade da atenção em saúde sexual e saúde reprodutiva ficou


evidente durante a pandemia Covid 19 repercutindo diretamente nas ações
de saúde neste campo. Considerando que em vários países os centros de
atendimento ao planejamento reprodutivo fecharam refletindo diretamente no
aumento de gravidezes indesejadas, de ISTs, abortos provocados, mortalidade
materna, mortalidade infantil e violência doméstica (REIS, GOES, PILECCO,
ALMEIDA, DIELE - VIEGAS, et al. 2020).

A partir do cenário epidemiológico, o Conselho Federal de Enfermagem propõe


a elaboração do protocolo de Consulta de Enfermagem com Ênfase na Saúde
Sexual e Reprodutiva, entendendo-a como um direito social e de saúde da
mulher e/ou do casal e um dever do Estado. Desta forma as ações de saúde
no contexto apresentado perpassam pela oferta de tecnologias de saúde que
visam possibilitar às pessoas experiências prazerosas e seguras no exercício
de sua sexualidade sem, com isso, violar seus princípios e valores de vida,
respeitando suas crenças em saúde e enfatizando o planejamento reprodutivo.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Aspectos legais, éticos e análise das inserções


de DIU de Cobre por Profissionais

No Brasil, a prevalência estimada de uso de DIU é inferior a 4,1% , pois, existem


barreiras e mitos que contribuem para a disponibilidade de DIUs como: falta de
acesso; políticas governamentais; custo e burocracia envolvidos na importação
dos produtos em algumas configurações; recursos escassos alocados para
métodos de contracepção; questões logísticas; falta de instalações adequadas;
barreiras impostas pela sociedade ou por profissionais de saúde; mitos como o
DIU ser um abortivo; e poucos profissionais habilitados para inserção, revisão
e retirada do DIU.

É notório que por muitos anos, desde o ano de 2000, nas farmácias dos mais
diversos Estados Brasileiros, existia o insumo Dispositivo Intrauterino de Cobre
(DIU) disponível como um método contraceptivo no Sistema Único de Saúde
(SUS), no entanto, as pessoas que apresentavam limitações dos demais métodos
contraceptivos e precisavam do DIU, continuavam procurando o acesso a este
insumo nas redes privadas por falta de profissionais que garantissem acesso na
rede SUS. Privilegiando o uso deste método apenas para uma população bem
restrita e violando todos os direitos do SUS de universalidade, integralidade,
acessibilidade e equidade.

É diante deste cenário que o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) no uso


das atribuições que lhe são conferidas pela Lei no 5.905, de 12 de julho de 1973
e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen no 421, de 15 de
fevereiro de 2012, e a prerrogativa estabelecida ao Cofen no artigo 8.º, incisos
IV, V e XIII, da Lei nº 5.905/73, de baixar provimentos e expedir instruções, para
uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais
que traz em seu arcabouço legislações que garantem a competência do
profissional enfermeiro na Consulta de Enfermagem Ginecológica com Ênfase
na saúde sexual e reprodutiva, garantindo autonomia para o fazer do profissional
neste âmbito, preenchendo a lacuna da garantia do profissional capacitado
e ofertando acessibilidade as pessoas que necessitavam e desejavam este
método DIU pelo SUS.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

A lei do exercício profissional da Enfermagem, Lei nº 7498/1986, em seu artigo


11, inciso II, traz que o profissional enfermeiro pode prescrever medicamentos
estabelecidos em Programas de saúde pública e protocolos Ministeriais. Sendo
observado que no protocolo Ministerial, Protocolos da Atenção Básica: Saúde
das Mulheres em sua página 160, traz que a inserção de DIU de Cobre pode ser
realizada por enfermeiros e médicos capacitados. Trazendo legalidade para
atuação do profissional Enfermeiro na Consulta de Enfermagem Ginecológica
e inserção do DIU de Cobre TCu 380A.

Essa competência é reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem


(COFEN), nos Pareceres 17/2010/COFEN/CTLN, 278/2017/COFEN/CTLN O
enfermeiro está apto a realizar consulta clínica e a prescrever e inserir DIU, como
ações intraconsulta. Além da Resolução Cofen n.º 690/2022 que normatiza
atuação do enfermeiro no planejamento familiar e reprodutivo. Trazendo
em seu arcabouço critérios que vêm garantir qualificação nos cursos livres
ofertados, restringindo os processos de capacitação a acontecer em pessoas
em serviços de saúde e padronizando um número mínimo de 20 inserções
com sucesso para garantir que o profissional esteja em um excelente nível de
qualificação profissional.

Além de o Ministério da Saúde recomendar a inserção do Dispositivo


Intrauterino (DIU) por médicos (as) e enfermeiros (as), desde que qualificados
(as) para a inserção de métodos contraceptivos no âmbito do planejamento
reprodutivo e familiar, e que sua inserção seja realizada após registro de
um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Conforme Nota Técnica nº
31/2023-COSMU/CGACI/DGCI/SAPS/MS.

Garantir a formação e educação permanente dos profissionais de saúde


no sentido de agregar qualidade aos processos de cuidado, fomentando a
mudança paradigmática da saúde sexual e reprodutiva, visando contribuir
para a redução das altas taxas de morbimortalidade materno-infantil, gravidez
na adolescência e abortamento inseguro é urgente. Ampliar acesso é garantir
direitos, em especial a quem mais precisa. Fazendo cumprir os princípios
fundamentais do Sistema Único de Saúde como universalidade, integralidade
e equidade.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Consulta de
Enfermagem
A Consulta de Enfermagem é um espaço amplo de produção de cuidado integral
à saúde das mulheres, homens e famílias. Isto implica em assumir a concepção
de integralidade em saúde considerando as dimensões que constituem os
seres humanos e as peculiaridades próprias de cada pessoa, esforçando-se
para promoção do cuidado holístico de forma a fortalecer os princípios e
diretrizes do SUS.

Durante a consulta, é importante valorizar a escuta e a construção do cuidado


de forma compartilhada com o usuário, sendo uma ferramenta para atuar
e extrapolar os limites do modelo biologicista, focado nos diagnósticos de
patologias e ampliando esse paradigma para considerar as necessidades reais,
agindo com integralidade e resolutividade, atendendo as demandas do usuário,
respeitando seu contexto de vida.

Compartilhar o cuidado na saúde sexual e reprodutiva pressupõe compreender


que a complexidade de determinadas situações de saúde demanda intervenções
conjuntas para alcançar soluções possíveis. Para isto, é importante dividir
e construir junto diagnósticos e terapêuticas, incluindo equipes de saúde, o
olhar intersetorial, do usuário e sua família, em sua comunidade (Brasil, 2009).

Tal intervenção é potencialmente importante para o manejo de condições com o


uso da interconsulta nas equipe de saúde envolvendo a equipe multiprofissional
na resolutividades das necessidades de cada indivíduo.

Na prática, a participação de equipes de APS, Atenção Especializada e da rede


de educação e assistência social, na prestação de um cuidado planejado e
negociado com o usuário é a ferramenta mais efetiva para buscar soluções para
a saúde sexual e reprodutiva, complementando e reforçando os documentos
habitualmente trocados entre serviços apartir dos encaminhamentos de
referência e contra-referência (IFF/FIOCRUZ, 2020).

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

A consulta de enfermagem utiliza como ferramenta a Sistematização da


Assistência de Enfermagem (SAE) possibilitando uma avaliação de maneira
habilidosa e planejada, que identifique os problemas e possibilite as soluções
(Filgueiras et al., 2019). Conforme a resolução Cofen nº 358/2009 (COFEN,
2009) a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do
Processo de Enfermagem deve ocorrer em ambientes públicos ou privados, em
que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. O processo de Enfermagem
organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e
recorrentes como observados a seguir.

ETAPA 1

Coleta de Dados de Enfermagem ou Histórico


de Enfermagem na Consulta ginecológica
1. Queixas clínicas e/ou motivação da consulta

2. Identificação: nome, nome social, gênero, orientação sexual, cor, idade,


data de nascimento, Cartão do SUS/Cartão Nacional de Saúde, endereço
e contato.

3. Socioeconomicos: escolaridade; ocupação; estado civil; renda individual


mensal; renda familiar mensal, números de pessoas morando na mesma
residência

4. Hábitos e comportamentos de saúde: uso de álcool, fumo e outras


drogas de abuso (lícitas e/ou ilícitas); uso de terapias medicamentosas
ou complementares; prática de atividade física.

5. História Patológica: Antecedentes familiares: doenças e agravos à


saúde comuns na família – ênfase no histórico de câncer (especialmente
mama, útero e ovário); cardiopatias; hipertensão; diabetes mellitus e
outras. Antecedentes pessoais: malformações, comorbidades genéticas
conhecidas; alergias e demais doenças.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

6. Antecedentes ginecológicos: Menarca; coitarca; data da última


menstruação, características do ciclo menstrual (regular ou irregular,
fluxo normal ou intenso, duração, quantidade de absorventes diários,
tensão pré-menstrual (TPM e dismenorreia); data da última relação
sexual; uso de métodos contraceptivos (tipo, frequências, tempo de uso,
intervalo entre doses, conhecimentos sobre métodos, satisfação do
método atual); atividade sexual (libido, prazerosa, orgasmo, frequência,
dispareunia, sangramento recente nas relações sexuais, história de
infecções transmitidas por via sexual), colpocitologia (frequência,
resultados, alterações, tratamentos relacionados), alteração no último
exame de imagem ginecológico (malformações uterinas e outras
patologias); leucorreia (cor e odor) e dor em baixo ventre.

7. Antecedentes obstétricos: Número de gestações, partos e


abortamentos (GPA); tipo de partos; data do último parto; se a mulher
teve alguma intercorrência em gestações anteriores

8. Exame Físico Geral e Ginecológico: Utilizando das técnicas de inspeção,


percussão, palpação e ausculta são coletados os dados objetivos de cada
pessoa avaliada. Também são coletadas informações dos sinais vitais
identificando eventuais anormalidades e subsídios para diagnósticos
e assistência de enfermagem. O exame ginecológico engloba o exame
clínico das mamas, da genitália interna e externa, toque bimanual e exame
especular avaliando colo uterino (tamanho, posição, forma, ectopias,
leucorreia, dor à mobilização de colo e anexos).

ETAPA 2

O diagnóstico de enfermagem
É um julgamento clínico sobre respostas humanas reais ou, teóricos
apresentados pelo indivíduo/casal. Proporciona uma seleção de intervenções
para atingir resultados pelos quais o enfermeiro é encarregado. Os diagnósticos
de enfermagem referem-se à maneira que o cliente, a família, e a comunidade

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

reagem a situações ou a determinados eventos que são fenômenos para


o cuidado de enfermagem para a consulta ginecológica (SANTOS, DIAS,
GONZAGA, 2017). Neste protocolo optou-se por adotar a taxonomia da
Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem (CIPE®) (GARCIA,
NÓBREGA, CUBAS, 2020) esta é composta por sete eixos para se estabelecer
um Diagnóstico de Enfermagem útil, deve-se utilizar pelo menos dois de seus
eixos - Foco e Julgamento.

ETAPA 3

Planejamento de Enfermagem
Determinação dos resultados que se esperam alcançar e das ações ou
intervenções de enfermagem que serão realizadas, face às respostas da
pessoa, família ou coletividade humana, em um dado momento do processo de
saúde ou doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem; após o
agrupamento de informações relacionadas a saúde reprodutiva/ sexualidade/
alterações ginecológicas para que a pessoa tenha um plano de cuidado de
acordo com suas necessidades (Resolução Cofen nº 358/2009).

ETAPA 4

Implementação de enfermagem
Fazem parte do plano assistencial, o qual é traçado visando garantir a
integralidade do cuidado da saúde sexual e reprodutiva, buscando alcançar a
meta ou os resultados preestabelecidos. Estas são consideradas estratégias
utilizadas pelos enfermeiros para promover, manter e restaurar o estado
de saúde da pessoa, família ou coletividade humana. (Resolução Cofen
nº 358/2009)

15
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

ETAPA 5

Avaliação de Enfermagem
Processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas
respostas da pessoa, família ou coletividade humana, em um dado momento
do processo de saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções
de enfermagem alcançaram o resultado esperado e se há a necessidade de
mudanças ou adaptações na saúde sexual e reprodutiva. (Resolução Cofen
nº 358/2009).

É importante ressaltar que muito municípios dispoe hoje de prontuário


eletrônico, utilizados na ferramenta do e-sus. Os campos de preenchimento
podem não contemplar as 5 fases do Processo de Enfermagem, sendo
necessário que o enfermeiro faça adequações dos registros, seguindo o
Processo de Enfermagem e todas as suas fases.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Planejamento Sexual
e Reprodutivo
Com o intuito de ampliar e facilitar o acesso ao planejamento reprodutivo, a
Consulta de Enfermagem pode ser ofertada nos diversos níveis de assistência
à saúde. Este atendimento está amparado pela lei do exercício profissional
(7.498/86). Na Atenção Primária e Especializada, a atuação dos profissionais de
saúde, no que se refere ao planejamento reprodutivo, envolve, principalmente,
três tipos de atividades: aconselhamento, atividades educativas, atividades
clínicas (BRASIL, 2013).

As ações em saúde sexual requer uma abordagem positiva e respeitosa


da sexualidade, das relações sexuais, tanto quanto a possibilidade de ter
experiências prazerosas e sexo seguro, livre de coerção, discriminação e
violência, independente de gênero, raça e etnia. O profissional de saúde deve
estimular a prática de um sexo saudável e seguro possibilitando respostas para
questões relacionadas aos estímulos sexuais e suas etapas (desejo, excitação,
orgasmo e resolução), bem como acerca das disfunções sexuais para que o
cuidado em saúde sexual seja elaborado conforme as especificidades de cada
indivíduo (BRASIL, 2013).

Faz-se necessário uma consulta de enfermagem voltada para a pessoa que


está sendo atendida com foco na sexualidade plena, compreendendo que
trabalhar a sexualidade é cuidar da saúde, escutando-a, observando as lacunas
e tentando orientar, utilizando-se de ferramentas de diálogo que amplie o olhar,
promova empatia e ajude pessoas a viverem sua sexualidade de forma plena,
satisfatória e segura.

Dentre as competências, na consulta de enfermagem com ênfase na saúde


sexual e reprodutiva, o profissional deve demonstrar conhecimento da anatomia
e fisiologia feminina e masculina relacionadas à reprodução e desenvolvimento
sexual, incluindo as mudanças ocorridas na adolescência, conhecer os métodos
de planejamento reprodutivo, incluindo método natural, de barreira, hormonal,

17
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

implantável; contracepção de emergência, esterilização e seus possíveis efeitos


colaterais, risco de gravidez e contra indicações e assim fornecer métodos
conforme o escopo da prática e protocolos do serviço em que está inserido
(MACHADO, 2021).

Além disso, o enfermeiro também é considerado profissional habilitado para a


inserção do DIU desde que capacitado seguindo as normatizações da Resolução
Cofen nº 690/2022. Sendo observado que nos Protocolos da Atenção Básica:
Saúde das Mulheres (BRASIL, 2016), afirma que a inserção de DIU pode ser
realizada por enfermeiros e médicos capacitados, conferindo respaldo técnico
e legal para atuação do profissional Enfermeiro na Consulta de Enfermagem
para oferta, prescrição e administração dos métodos contraceptivos, incluindo
a inserção do DIU.

Atualmente, o Ministério da Saúde (MS) oferece métodos contraceptivos


reversíveis na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS),
descrito no Quadro 1: pílula combinada de baixa dosagem (etinilestradiol
0,03 mg + levonorgestrel 0,15 mg); minipílula (noretisterona 0,35 mg);
pílula anticoncepcional de emergência (levonorgestrel 0,75 mg); injetável
mensal (enantato de norestisterona 50 mg + valerato de estradiol 5 mg);
injetável trimestral (acetato de medroxiprogesterona 150 mg); preservativo
vaginal e peniano; diafragma e o dispositivo intrauterino (DIU) Tcu-380 A
(BRASIL, 2013).

18
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Quadro 1. Métodos contraceptivos disponíveis no SUS

FORMA
CONTRACEPTIVOS CONCENTRAÇÃO FARMACÊUTICA/
DESCRIÇÃO

Acetato de 150 mg/mL Suspensão injetável


medroxiprogesterona
(MDPA) 10 mg Comprimido

Enantato de noretisterona
50 mg/mL + 5 mg/mL Solução injetável
+ valerato de estradiol

Etinilestradiol +
0,03 mg + 0,15 mg
levonorgestrel

Comprimido
Levonorgestrel 0,75 mg e 1,5 mg

Noretisterona 0,35 mg

Dispositivo intrauterino
plástico com cobre (DIU Modelo T 380 mm2
de cobre)

60; 65; 70; 75; 80 e


Diafragma
85 mm de diâmetro

Preservativo Vaginal Até 20 cm

Levonorgestrel 19,5 mg
Dispositivo Intrauterino (Kyleena®) Kyleena
hormonal Levonorgestrel 52mg Mirena
(Mirena®)
160 mm X 49 mm e
Preservativo Peniano
160 mm X 52 mm

Esterilização feminina -
Procedimento cirúrgico
laqueadura

Esterilização masculina -
Procedimento cirúrgico
vasectomia

Implante liberador de
68 mg Implante CT BL X 1 APLIC
etonogestrel

Fonte: RENAME, 2022. Brasil, 2021; Brasil, 2022.

19
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Dentre os métodos contraceptivos, o Ministério da Saúde em 2021, incorporou


ao Sistema Único de Saúde (SUS) o implante subdérmico de etonogestrel para
a prevenção da gravidez não planejada por mulheres entre 18 e 49 anos, apenas
para mulheres vulneráveis, vivendo com HIV/AIDS em uso de dolutegravir; em
uso de talidomida; privadas de liberdade; trabalhadoras do sexo; e em tratamento
de tuberculose em uso de aminoglicosídeos, no âmbito do SUS. Trata-se de um
método contraceptivo de longa duração e que pode permanecer no corpo da
mulher por um período de até três anos. (BRASIL, 2021). Ressalta-se que o
enfermeiro possui competências técnicas, e poderá adquirir habilidades, se
for capacitado, para a inserção e remoção de implantes subdérmico, dentre
eles o Implanon® conforme Parecer 277/2017/COFEN/CTLN (COFEN, 2017a).

Como métodos contraceptivos definitivos, há a oferta da esterilização por


meio da laqueadura e da vasectomia que segue as orientações e critérios
definidos conforme a alteração da Lei do Planejamento Familiar pela Lei
nº 14.443 de 2022 (BRASIL, 2022), que modifica as exigências para a realização
de laqueaduras e vasectomias no âmbito do planejamento familiar. Uma das
principais alterações é que não será mais necessário a autorização do cônjuge
para a realização dos procedimentos. Além disso, a idade mínima para a
realização foi reduzida de 25 para 21 anos. Também garante que independente
da idade, o procedimento poderá ser realizado caso o homem ou a mulher
possua, no mínimo, dois filhos vivos. A disponibilização de qualquer método e
técnica de contracepção deve ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias
da sua procura, sendo preferencialmente orientada, ofertada e garantida
na primeira consulta com profissional de saúde, a depender dos critérios de
elegibilidade da pessoa.

20
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Quadro 2. Eficácia dos Métodos Anticoncepcionais


Taxas de Gravidez Não Desejada por 100 Mulheres, ressaltando que todo método
contraceptivo tem taxa de falha.

Taxas de Gravidez no Primeiro Taxas de Gravi- dez de 12


Ano (Trussella) meses (Cleland & Alib)

Método de planejamento Uso consistente e Tal como usado Tal como usado
familiar correto comumente comumente

Implantes 0.1 0.1 0.6

Vasectomia 0.1 0.15

DIU de Levonorgestrel 0.5 0.5


Laqueadura Tubária 0.5 0.7
DIU com Cobre 0.6 0.8 1.4
LAM (por 6 meses) 0.9e 2e
Injetáveis mensais 0.05e 3e
Injetáveis só de
0.2 4 1.7
progestógeno
Anticoncepcionais orais
0.3 7 5.5
combinados
Pílulas orais só de
0.3 7
progestógeno
Adesivo combinado 0.3 7
Anel vaginal combinado 0.3 7
Preservativo Peniano 2 13 5.4
Método de Dias Padrão 5 12
Método dos Dois Dias 4 14
Método de ovulação 3 23
Outros métodos baseados
15
na percepção da fertilidade
Diafragmas com
16 17
espermicida
Coito interrompido 4 20 13.4
Preservativo Vaginal 5 21
Espermicidas 16 21
Capuz cervical 26g, 9h 32g, 16h
Nenhum método 85 85
0-09 1-9 10-19 20+
Moderadamente
Muito Eficaz Eficaz Menos Eficaz
Eficaz

21
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

A Taxas em grande parte dos Estados Unidos. Dados da melhor fonte disponível conforme deter-
minado pelos autores.
B Trussell J and Aiken ARA, Contraceptive efficacy. In: Hatcher RA et al. Contraceptive Technology,
21st revised edition. New York, Ardent Media, 2018.
C Taxas de países em desenvolvimento. Dados de autorrelatos em pesquisas de base populacional.
D Polis CB et al. Contraceptive failure rates in the developing world: an analysis of Demographic
and Health Survey data in 43 countries. New York: Guttmacher Institute, 2016.
E Fonte: Hatcher R et al. Contraceptive technology. 20th ed. New York, Ardent Media, 2011.
F Fonte:Trussell J. Contraceptive failure in the United States. Contraception. 2004:70(2): 89–96.
G Taxa de gravidez para mulheres que deram à luz
H Taxa de gravidez para mulheres que nunca tiveram filhos

Para garantir os direitos reprodutivos da população, é essencial que os


profissionais de saúde ofereçam orientação sobre os métodos contraceptivos
disponíveis, considerando diversos aspectos, como a preferência da mulher,
do homem ou do casal; as características de cada método; a eficácia – sendo
essencial salientar que nenhum método é 100% eficaz; os efeitos secundários
– todos os métodos disponíveis podem apresentar efeitos esperados com sua
utilização e é direito dos usuários serem corretamente orientados sobre as
diferenças entre eles; a aceitabilidade da usuária ao método e a confiança
em que nele se tem; a disponibilidade – o acesso gratuito aos métodos
anticoncepcionais é condição fundamental para que a escolha se realize
livremente, sem restrições; a facilidade de uso; a reversibilidade do método e
a proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e infecção pelo
HIV – é fundamental estimular a prática da dupla proteção, ou seja, a prevenção
simultânea das IST/HIV e da gravidez indesejada (BRASIL, 2013).

Para auxiliar no processo de escolha do melhor método contraceptivo durante


a consulta de enfermagem, deve-se considerar os Critérios de Elegibilidade
para Uso dos Métodos Anticoncepcionais definidos pela Organização Mundial
da Saúde (BRASIL, 2015), conforme Quadro 2 e 3. Para facilitar o manejo
na consulta de enfermagem sugerimos a utilização da roda dos critérios de
elegibilidade e o uso do aplicativo WHO Contraception tool (WHO, 2018) entre
outros baseados em evidências científicas. As ferramentas possibilitam aos
profissionais identificar segurança e eficácia para o início, manutenção ou
mudança do uso dos métodos contraceptivos. (BRASIL, 2015).

22
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Quadro 3. Categorias da OMS para os critérios de elegibilidade


dos métodos contraceptivos

AVALIAÇÃO PODE SER


CATEGORIA
CLÍNICA USADO?

Pode ser usado em qualquer


Categoria 1
circunstâncias
Sim
Categoria 2 Uso permitido, em geral

O uso geralmente não é recomendado.


Exceção feita para quando outros
Categoria 3
métodos indicados não estejam
disponíveis ou não sejam aceitáveis Não

Categoria 4 Não deve ser usado (risco inaceitável)

Fonte: (OMS, 2009, BRASIL, 2016).

23
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Quadro 4. Critérios de Elegibilidade da OMS para contraceptivos


por condição clínica

ANTICONCEPCIONAL
CONDIÇÃO ANTICONCEPCIONAL INJETÁVEL DIU DE MÉTODOS DE
MINIPÍLULA
ATUAL ORAL* Combinado Progestágeno COBRE BARREIRA**
(mensal) (trimestral)
1
Idade < 40 anos 1 1 1 1 1
A: 2

Idade > = 40 anos 2 2 2 1 1 1

Não aplicável
(preservativo deve ser
Gravidez B B C C 4
utilizado pela dupla
proteção)

1
Amamentação:
D: 1
menos de 6 sem 4 4 3 3 (diafragma não
E: 3
do parto aplicável se <= 6
semanas pós-parto)

Amamentação: 6
sem a 6 meses do 3 3 1 1 1 1
parto

Amamentação:
mais de 6 meses 2 2 1 1 1 1
do parto

Obesidade 2 2 1 1 1 1

IST (exceto HIV e F: 4


1 1 1 1 1
hepatite) G: 2

Fumo: <35 anos 2 2 1 1 1 1

Fumo: >= 35 anos;


3 3 1 1 1 1
<=15 cigarros/dia.

Fumo: >= 35 anos;


4 4 1 1 1 1
>15 cigarros/dia.

Não aplicável (não


é necessário para a
HAS sem
3 3 2 2 1 segurança do método
acompanhamento o acompanhamento da
HAS)

HAS
controlada em 3 3 2 1 1 1
acompanhamento

HAS: PAS 140-


159 e PAD 90-99 3 3 2 1 1 1
mmHg

24
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

ANTICONCEPCIONAL
CONDIÇÃO ANTICONCEPCIO- INJETÁVEL DIU DE MÉTODOS DE
MINIPÍLULA
ATUAL NAL ORAL* Combinado Progestágeno COBRE BARREIRA**
(mensal) (trimestral)

HAS com PAS>160 e


4 4 3 2 1 1
PAD>=100 mmHg

HAS + portadora de
4 4 3 2 1 1
doença vascular

História atual de
4 4 3 3 1 1
TEP/ TVP

Histórico TEP/
TVP + uso atual de 4 4 2 2 1 1
anticoagulante oral

História prévia de
4 4 2 2 1 1
TEP/TVP

2 (introdução do
Isquemia cardíaca método)
4 4 3 1 1
(prévia ou atual) 3 (manutenção do
método)

2 (introdução do
método)
AVC (prévio ou atual) 4 4 3 1 1
3 (manutenção do
método)

Dislipidemias 2/3 2/3 2 2 1

Diabetes há mais
de 20 anos OU com
doença vascular 3/4 3/4 3 2 1 1
(nefro, retino ou
neuropatias)
2 (introdução do 2 (introdução do 1 (introdução do
Enxaqueca sem aura método) método) método)
2 1 1
(<35 anos) 3 (manutenção do 3 (manutenção do 2 (manutenção do
método) método) método)

3 (introdução do 3 (introdução do 2 (introdução do 2 (introdução do


Enxaqueca sem aura método) método) método) método)
1 1
(>= 35 anos) 4 (manutenção do 4 (manutenção do 3 (manutenção do 3 (manutenção do
método) método) método) método)

2 (introdução do 2 (introdução do
4 (introdução do 4 (introdução do método) método)
Enxaqueca com aura 1 1
método) método) 3 (manutenção do 3 (manutenção do
método) método)

Câncer (CA) de
4 4 4 4 1
mama atual

Histórico de CA de
mama – ausência de 3 3 3 3 1
evidência por 5 anos

Uso atual de
3 2 1 3 1
anticonvulsivantes**

Continuação do Quadro 3 - Critérios de Elegibilidade da OMS para contraceptivos por condição clínica
Fonte: WHO, 2015; BRASIL 2016.

25
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Legenda:
A – O DIU de cobre é categoria 2 para mulheres com idade menor ou igual a 20 anos pelo maior
risco de expulsão (maior índice de nuliparidade) e por ser faixa etária considerada de maior risco
para contrair IST.
B – Ainda não há riscos demonstrados para o feto, para a mulher ou para a evolução da gestação
nesses casos quando usados acidentalmente durante a gravidez.
C – Ainda não há riscos demonstrados para o feto, para a mulher ou para a evolução da gestação
nesses casos quando usados acidentalmente durante a gravidez, MAS ainda não está definida a
relação entre o uso do acetato de medroxiprogesterona na gravidez e os efeitos sobre o feto.
D – O DIU de cobre é categoria 1 se: a) For introduzido em menos de 48 horas do parto, com ou
sem aleitamento, desde que não haja infecção puerperal (cat. 4); b) For introduzido após quatro
semanas do parto.
E – O DIU de cobre é categoria 3 se introduzido entre 48 horas e quatro semanas após o parto.
F – Categoria 4 para colocação de DIU de cobre em casos de DIP atual, cervicite purulenta, clamí-
dia ou gonorreia.
G – Em quaisquer casos, inclusive DIP atual, o DIU de cobre é categoria 2, se o caso for continua-
ção do método (usuária desenvolveu a condição durante sua utilização), ou se forem outras IST que
não as listadas na letra.

Notas:
* Anticoncepcionais com dose menor ou igual a 35 mcg de etinilestradiol.
** Diafragma, preservativo vaginal, peniano e espermicida.
*** anticonvulsivantes: fenitoína, carbamazepina, topiramato, oxcarbazepina, barbitúricos,
primidona. Não entra nessa lista o ácido valproico.

26
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Planejamento Sexual e Reprodutivo

Fluxograma 1: Abordagem da mulher ou do casal que planeja


a gravidez – auxílio à concepção

Acolhimento com escuta Encaminhar ao serviço


qualificada, observando Mulher com menos de 30
especializado para
interesse em preconcepção. anos, mais de dois anos
Reprodução Assistida
de vida sexual ativa, sem
Enfermeiro (a)/Medico(a)
anticoncepção;

Mulher com 30 a 39
anos e mais de um ano
Consulta de enfermagem
de vida sexual ativa, sem
com orientação e avaliação
anticoncepção Se houver dificuldade
para a preconcepção,
observando a presença das para acesso ao serviço de
Mulher com 40 a 49 referência, encaminhar
seguintes situações:
anos, mais de seis meses usuários para consulta
de vida sexual ativa, sem médica, para iniciar a
anticoncepção; abordagem do casal
infértil
Cônjuges em vida
Quando não apresentar sexual ativa, sem uso
as situações: de anticonceptivos,
e que possuem fator
O Enfermeiro deverá: impeditivo de concepção
Suspender quaisquer (obstrução tubária Se quiserem orientações
métodos anticoncepcionais bilateral, amenorreia sobre adoção:
em uso e avaliar a prática prolongada, azoospermia
sexual do casal (frequência etc.) independentemente Informar que qualquer
das relações sexuais, do tempo de união; pessoa com mais de
prática de sexo vaginal com 18 anos pode adotar,
ejaculação na vagina, uso Ocorrência de duas ou independentemente do
de lubrificantes e de duchas mais interrupções estado civil. Para quem
após a relação sexual) optar pela adoção, orientar
sobre o Cadastro Nacional
de adoção a ser feito em
qualquer Vara da Infância
e Juventude ou no fórum
mais próximo.

27
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Durante a consulta de enfermagem:


• Anamnese (Histórico de enfermagem e exame físico);
• Diagnóstico de enfermagem; Plano de cuidados; resultados de Enfermagem; Avaliação;
• Orientação nutricional para diminuição do índice de massa corporal para mulheres com sobrepeso e
obesidade e estímulo a hábitos saudáveis;
• Orientação quanto ao uso de medicamentos que possam ser teratogênicos;
• Avaliação das condições de trabalho, visando os riscos nos casos de exposição a tóxicos ambientais;
• Ensinar a calcular o período ovulatório do ciclo e registro sistemático das menstruações;
• Estimular para que o intervalo entre as gestações seja de no mínimo de dois anos;
• Administração preventiva de ácido fólico (400ug ou 0,4 mg, VO/dia, pelo menos 30 dias antes da concepção);
Mulheres com história de distúrbio de tubo neural devem usar dose diária de 4mg, iniciadas pelo menos 30
dias antes da concepção;
• Oferecer a realização do teste anti-HIV para o casal. Para outras IST, ofertar tratamento sindrômico;
• Investigação para toxoplasmose, HIV, sífilis e rubéola, hepatite B e hepatite C (prover a imunização prévia à
gestação);
• Realização de colpocitologia oncótica, de acordo com o protocolo vigente;
• Bom controle das condições clínicas preexistentes, como o diabetes, hipertensão arterial, epilepsia e HIV/aids
(acompanhamento para prevenção de transmissão vertical);
• Em pessoas vivendo com HIV esteja recomenda-se que estejam em uso de TARV com boa adesão e apresente
Carga Viral-HIV indetectável por no mínimo seis meses para, então, indicar relação sexual sem preservativo
masculino ou feminino como primeira opção para concepção. (encaminhá-las para serviços especializados de
referência).

Fluxograma 2: Escolha do método anticoncepcional

ACOLHIMENTO COM ESCUTA Situação 1 Avaliação clínica pelo


QUALIFICADA A mulher, o homem Enfermeiro(a)
ou o casal manifesta
Escolha da mulher, do
o desejo de iniciar uso
homem ou casal do
de anticoncepção
método contraceptivo;
Abordagem sobre direitos Uso dos critérios
sexuais e reprodutivos de elegibilidade dos
métodos contraceptivos;
Oferta do Método
Contraceptivo

Importante:
Priorizar a decisão da mulher Orientações e abordagem
de iniciar ou não o uso do Situação 2 durante a consulta de
método anticoncepcional A mulher, o homem enfermagem construindo
ou o casal manifesta o vínculo para reavaliação do uso
(não apenas no início da vida
do método escolhido. “Volte
sexual). desejo de interromper
quando quiser.” Encoraje a
uso da anticoncepção
Considerar que, muitas mulher, o homem ou o casal que
vezes, a escolha do método se sinta à vontade para retornar
por parte da mulher, quando quiser – por exemplo,
Situação 3 caso tenha problemas, dúvidas
homem ou casal é resultado
ou queira usar outro método;
dos processos sociais e A mulher, o homem
caso ela tenha alguma alteração
históricos permeados ou o casal manifesta na saúde; ou se a mulher achar
de sensações, emoções, o não desejo ou a não que pode estar grávida;
recordações e fantasias demanda em iniciar
Explicar que o uso métodos
vividas por eles. uso de anticoncepção. contraceptivos não protegem
contra IST/HIV/AIDS abordando
a necessidade da proteção
pelos preservativos;

28
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 3: Anticoncepção ORAL COMBINADA (AOC) e MINIPÍLULA

Acolhimento com escuta qualificada, Quando Indicar?


observando interesse em Para toda e qualquer mulher, independentemente se
anticoncepção adolescente, adulta ou no climatério, que preencha os critérios
de elegibilidade para anticoncepção com AOC ou minipílula;
A anticoncepção oral pode ser fornecida à mulher em qualquer
momento.
Não necessita realizar colpocitologia, exame de mamas ou
Consulta de enfermagem com pélvico para iniciar o uso;
orientação e avaliação para uso de Aquelas vivendo com o HIV/aids ou estejam em terapia
AOC e minipílula de acordo com os antirretroviral (ARV) podem utilizar os AOC com segurança.
critérios de Elegibilidade Incentive-as a também utilizarem preservativos (dupla proteção).

Quando Começar?
Se está mudando de método não hormonal: a qualquer
O que orientar? momento do mês.
A eficácia do método depende da Se em uso do DIU: iniciar imediatamente após retirada. Utilizar
método de apoio por sete dias;
usuária;
Mudança de método hormonal: imediatamente. Se estiver
Não protege contra Infecções mudando de injetáveis, poderá iniciar quando a injeção de
sexualmente transmissíveis (IST); repetição já tiver sido dada;
AOC: tomar uma dose diariamente, se Ausência de menstruação (não relacionada ao parto): se não
possível sempre no mesmo horário. grávida, a qualquer momento. Uso de método de apoio por sete
Iniciar nova cartela no dia certo. Iniciar dias;
o AOC no meio do ciclo menstrual não Após uso de ACE (anticoncepção de emergência): tomar ou
é contraindicado, mas pode provocar reiniciar uso no dia em que parar de tomar a ACE. Uso de método
alterações menstruais naquele ciclo; de apoio por 7 dias.
Minipílula: tomar uma dose Se após gestação: Amamentando de forma exclusiva ou
diariamente, sempre no mesmo não, com mais de seis semanas do parto: iniciar a minipílula
a qualquer momento se há certeza razoável de que não está
horário, sem interrupções. É um
grávida. Método de apoio por sete dias. Recomenda-se que os
método com boa eficácia se associado AOCs não sejam usados em mulheres nos primeiros seis meses
à amamentação. do pós-parto que estejam amamentando, avaliar critérios de
elegibilidade em cada pessoa.
O que fazer nos casos de esquecer de
Após aborto (espontâneo ou não): imediatamente. Se iniciar nos
tomar o AOC? sete dias depois de aborto, não necessita de método de apoio.
Tomar uma pílula assim que se notar o Se mais que sete dias, iniciar desde que haja certeza razoável de
esquecimento dela. que a mulher não está grávida;
Esqueceu uma, ou duas pílulas, ou Não amamentando: 1) para início de AOC: pode iniciar o uso de
atrasou o início da nova cartela em AOC em qualquer momento após o 21º dia do pós-parto, desde
um ou dois dias? Tomar uma pílula de que com certeza razoável de que não está grávida; 2) Para início
imediato e tomar a pílula seguinte no de minipílula: se menos de quatro semanas do parto, começar
a qualquer momento (sem necessidade de método de apoio)
horário regular. Nesses casos, o risco
– não é um método muito eficaz para mulheres que não estão
de gravidez é muito baixo. amamentando
Esqueceu de tomar três ou mais
pílulas? Tomar uma pílula de imediato
e utilizar outro método contraceptivo Como Utilizar?
de apoio por sete dias. Caso a usuária AOC: iniciar preferencialmente entre o 1º e o 5º dia do ciclo
tenha feito sexo nos últimos cinco menstrual. Manter o intervalo de sete dias entre as cartelas, no
dias, avaliar necessidade de uso do caso do AOC monofásico.
anticoncepcional de emergência. Se Minipílula: ingerir 1 comprimido ao dia, sempre no mesmo
o esquecimento tiver ocorrido na 3ª horário, sem intervalo entre as cartelas.
semana da cartela, iniciar nova cartela
após sete dias.
Quais os efeitos colaterais/adversos mais comuns?
Vômitos ou diarreia? Se vomitar nas
primeiras duas horas após tomar o Alterações da menstruação, náuseas ou tonturas,
AOC, pode tomar outra pílula assim alterações do peso (AOC), alterações de humor ou no
que possível. Continuar tomando as desejo sexual, acne (AOC), cefaleia comum (AOC),
pílulas normalmente. enxaqueca, sensibilidade dos seios, dor aguda na parte
inferior do abdômen (minipílula) etc.

29
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Como descartar razoavelmente a possibilidade de uma gravidez?


1 – História clínica com uso da ferramenta Check list para descartar gestação (ANEXO 1)
2 – Exame físico com sinais de probabilidade de gravidez (sinal de Goodell, Hegar, Jacquemier ou Chadwick,
Kluge, entre outros);
3 – Teste de gravidez
Os critérios acima não conseguem descartar totalmente uma gestação, por isso pode ser necessária a
associação a depender do julgamento clínico profissional.

Fluxograma 4: Anticoncepção Injetável (AI) trimestral e mensal

Acolhimento com escuta Quando Indicar?


qualificada, observando Para toda e qualquer mulher, independentemente se adolescente ou
interesse em anticoncepção adulta, que preencha os critérios de elegibilidade para anticoncepção
com o AI de escolha. Não necessita realizar colpocitologia, exame de
mamas ou pélvico para iniciar o uso. Aquelas que vivem com HIV/aids
ou estejam em terapia antirretroviral (ARV) podem utilizar os AIs com
segurança. Incentive-as a utilizarem preservativos juntamente com os
injetáveis.
Consulta de enfermagem com
orientação e avaliação para
uso de AI
Quando começar?
A qualquer momento, se houver certeza razoável de que não
está grávida.
Utilizar método de apoio por sete dias
No caso do AI trimestral:
independentemente do atraso, ela deve
retornar para a próxima injeção. Se o
Como utilizar?
atraso foi maior do que duas semanas, ela
deve abster-se de fazer sexo ou utilizar Se trimestral, a cada três meses. Se mensal, a cada quatro semanas
método de apoio até que receba uma (30 dias);
injeção. Poderá tomar pílulas de AHE se o O AI trimestral pode ser adiantado ou atrasado em até duas
atraso foi maior do que duas semanas e ela semanas; o AI mensal pode ser adiantado ou atrasado em até 7 dias.
tenha feito sexo desprotegido nos últimos
cinco dias. Se o atraso for de mais de
duas semanas, poderá receber a injeção O que orientar?
seguinte se: houver certeza que não está Para maior eficácia, é importante aplicar no intervalo correto.
grávida; ou se ela estiver em amamentação
No caso do AI trimestral, o retorno à fertilidade é gradual, mas pode
de forma exclusiva ou quase e deu à luz
apresentar alguma demora.
há menos de seis meses. Ela precisará
de método de apoio nos primeiros sete Não protege contra infecções
dias após a injeção. Se a usuária estiver
mais que duas semanas atrasada e não
atender aos critérios citados, medidas Quais os efeitos colaterais/adversos mais comuns?
adicionais (como o teste rápido para Alterações da menstruação, alterações do peso (AI mensal),
gravidez) poderão ser tomadas para que alterações de humor ou no desejo sexual (AI trimestral), cefaleia
se tenha certeza razoável de que ela não comum, enxaqueca, sensibilidade dos seios (AI mensal) etc
está grávida.
No caso do AI mensal: se houver menos
Se após gestação:
de sete dias em atraso, realizar a próxima
aplicação sem necessidade de testes, Amamentando de forma exclusiva para AI trimestral: se não houve
avaliação ou método de apoio. Se atrasar retorno da menstruação, iniciar a qualquer momento se há certeza
mais de sete dias, poderá receber a razoável de que não está grávida. Método de apoio por 7 dias.
injeção seguinte se: houver certeza que Amamentando de forma exclusiva para AI mensal: atrase a primeira
não está grávida. Ela precisará de método injeção até completar seis semanas depois do parto ou quando o leite
de apoio nos primeiros sete dias após a não for mais o alimento principal do bebê – o que ocorrer primeiro.
injeção. Se a usuária estiver mais que Após aborto (espontâneo ou não): imediatamente. Se mais que sete
sete dias atrasada e não atender aos dias, iniciar desde que haja certeza razoável de que não está grávida
critérios acima, medidas adicionais (como (método de apoio por sete dias)
o teste rápido para gravidez) poderão
ser tomadas para que se tenha certeza
Continua
razoável de que ela não está grávida.

30
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Se após gestação:
Não amamentando: 1) para AI trimestral, se menos de quatro semanas, iniciar a qualquer momento (sem necessidade de
método de apoio); 2) para AI mensal, se menos de quatro semanas do parto, iniciar a qualquer momento a partir do 21º dia do
parto; 3) para ambos AI, se mais que quatro semanas do parto, iniciar a qualquer momento desde que com certeza razoável de
que não está grávida. Se a menstruação tiver retornado, começar tal como mulheres que apresentam ciclos menstruais

Como descartar razoavelmente a possibilidade de uma gravidez?


1 – História clínica com uso da ferramenta Check list para descartar gestação (ANEXO 1)
2 – Exame físico com sinais de probabilidade de gravidez (sinal de Goodell, Hegar, Jacquemier ou Chadwick,
Kluge, entre outros);
3 – Teste de gravidez
Os critérios acima não conseguem descartar totalmente uma gestação, por isso pode ser necessária a
associação a depender do julgamento clínico profissional.

Fluxograma 5: Anticoncepção de Emergência (AE)

Acolhimento com escuta Quando Indicar?


qualificada, observando são reservadas para situações especiais e excepcionais. O objetivo da
interesse em anticoncepção AE é prevenir a gravidez inoportuna ou indesejada após relação sexual
sem uso de método anticonceptivo, por razão de violência sexual,
falha conhecida ou presumida do método em uso de rotina, ou uso
inadequado do anticonceptivo. Entre as falhas dos anticonceptivos,
Consulta de enfermagem com podem-se citar rompimento do preservativo, algo relativamente
orientação e avaliação para uso comum, ou deslocamento do diafragma, esquecimento prolongado do
de AE anticonceptivo oral, atraso na data do injetável mensal, cálculo incorreto
do período fértil, erro no período de abstinência e se DIU fora do lugar
são algumas circunstâncias que levam ao uso inadequado do método e
O método, também conhecido por “pílula do expõem ao risco de gravidez
dia seguinte”, ou ainda como “anticoncepção
pós-coital”, utiliza compostos hormonais
concentrados e atua por curto período de Como Utilizar?
tempo nos dias seguintes da relação sexual.
Há duas formas atuais aceitáveis de oferecer a AE. O primeiro é o Método
Atentar a situações oportunas para uso
de Yuzpe; consiste na administração de pílulas anticoncepcionais
de contracepção de emergência (relação
desprotegida nos últimos cinco dias e combinadas, compostas de um estrogênio e um progestágeno sintéticos,
ocorrência de violência sexual). administradas até cinco dias após a relação sexual desprotegida. A
associação mais estudada, recomendada pela Organização Mundial da
A AE não deve ser usada de forma planejada,
Saúde, é a que contém etinilestradiol e levonorgestrel. Para finalidade
previamente programada, ou substituir
de AE, é necessária a dose total de 0,2mg de etinilestradiol e 1mg de
método anticonceptivo como rotina.
levonorgestrel, divididas em duas doses iguais, com intervalo de 12 horas.
Não existe qualquer sustentação científica Existem no mercado, AHOC com 0,05mg de etinilestradiol e 0,25mg de
para afirmar ou fazer suspeitar que a AE
levonorgestrel por comprimido. Nesse caso, utilizam-se 2 comprimidos
seja método que resulte em aborto, nem
a cada 12 horas. Nas apresentações comerciais de AHOC com 0,03mg
mesmo em percentual pequeno de casos. As
pesquisas asseguram que os mecanismos de de etinilestradiol e 0,15mg de levonorgestrel por comprimido, devem
ação da AE evitam ou retardam a ovulação, ser administrados 4 comprimidos a cada 12 horas. A segunda forma de
ou impedem a migração sustentada dos realizar a AE é com o uso exclusivo de progestágeno, o levonorgestrel,
espermatozoides. Não há encontro entre os na dose total de 1,5mg. Nas apresentações comerciais com 0,75mg de
gametas masculino e feminino. Assim sendo, levonorgestrel por comprimido, a AE pode ser feita com a administração
não ocorre a fecundação. de 1 comprimido de 0,75mg a cada 12 horas ou, preferentemente, com
AE não oferece qualquer proteção contra as 2 comprimidos de 0,75mg juntos, em dose única. Algumas preparações
Infecções sexualmente transmissíveis (IST) ou comerciais disponibilizam o levonorgestrel na dose de 1,5mg por
contra o vírus da imunodeficiência humana comprimido. Nesse caso, utiliza-se 1 comprimido de 1,5mg em dose única.
(HIV). Iniciar de preferência nas primeiras 72 horas. Limite de 05 dias. Caso
O Dispositivo Intrauterino segundo a haja vômitos até uma hora após a ingestão dos comprimidos, repetir a
Organização Mundial da Saúde (OMS) dose após uso de um antiemético e de se alimentar.
e o Colégio Americano de Obstetrícia e
Ginecologia (ACOG), pode ser usado como O que orientar?
método contraceptivo de emergência que
pode fornecer às mulheres uma maneira Recomenda-se utilizar a AE até o 5° dia da relação sexual desprotegida, o
não arriscada de prevenir uma gravidez não uso repetitivo ou frequente da AE compromete sua eficácia ao longo do
planejada até 120 horas (5 dias) da relação tempo, que será sempre menor do que aquela obtida com o uso regular do
sexual. método anticonceptivo de rotina no mesmo período. Não evita ISTs.

Fonte : BRASIL, 2016; OMS, 2018. 31


PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 6: Esterilização Masculina e Feminina

Acolhimento com escuta Quando Indicar?


qualificada, observando o
Para realizar a esterilização masculina e feminina e
interesse no método definitivo
importante seguir os critérios da Lei Nª 9.623/96 do
Planejamento Familiar, Alterada pela Lei nº 14.443/22.
Homem ou mulher com capacidade civil plena que tenha:
Idade maior que 21 (vinte um) anos ou, pelo menos, 02 (dois)
Consulta de enfermagem com filhos vivos;
orientação e avaliação para
Vasectomia e laqueadura tubária Não há necessidade do consentimento do cônjuge para
realização da esterilização;
possibilita a realização da laqueadura já durante o parto (normal
ou cesariana), desde que a solicitante manifeste seu interesse
ao menos 60 dias antes, e haja condições médicas adequadas
para o procedimento, período no qual será propiciado à pessoa
interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade,
inclusive aconselhamento por equipe multidisciplinar, com
vistas a desencorajar a esterilização precoce conforme fluxo
da rede de saúde.
Após Cirurgia
Encaminhar para Cirurgia conforme a rede de saúde do
Esterilização Feminina: município.
Se sinais de infecção (dor, calor e
vermelhidão) e Febre, procurar a
unidade de saúde de referência.
Retornar a unidade de saúde para Como orientar:
acompanhamento de rotina para
cuidados de saúde da mulher. Orientar e disponibilizar outros métodos contraceptivos
(incluindo dispositivos de longa duração) antes da opção
Informar sobre risco de gravidez definitiva.
ectópica e orientar a mulher
procurar imediatamente o serviço Fornecer informações claras e objetivas para a tomada de
de saúde, havendo qualquer decisão que procure o serviço de planejamento reprodutivo.
sinal suspeito de gravidez Orientar sobre o procedimento e riscos, fornecer instruções
pré e pós-operatórios, tipos de anestesia, tempo de
Esterilização masculina recuperação, possibilidades de mudança no padrão menstrual,
(vasectomia) efeitos colaterais, dificuldade de reversibilidade do método de
esterilização.
Após a cirurgia usar preservativo
ou outro método anticoncepcional Solicitar exames pré-cirúrgicos conforme protocolos
eficaz durante as próximas 20 institucionais
ejaculações ou por 3 meses após o Informar que os métodos definitivos não protegem contra IST/
procedimento; HIV/AIDS abordando a necessidade da dupla proteção;
Orientar a realização do
espermograma após 3 meses ou
após 20 ejaculações.
Liberar atividade sexual sem outra
proteção anticoncepcional, somente Efeitos colaterais/adversos: Complicações
quando espermograma não indicar
Infecção e sangramento no local da incisão; Infecção ou
presença de espermatozoides
sangramento intra-abdominal; Lesão de órgãos pélvicos ou
conforme protocolos nacionais e
abdominais; Reação alérgica ao anestésico; Embolia pulmonar.
institucionais.

Fonte : BRASIL, 2016; BRASIL, 2022.

32
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 7: Preservativo Masculino e Feminino

Acolhimento com escuta Quando Indicar?


qualificada, observando o interesse Qualquer homem ou mulher pode fazer uso, com segurança, de
em anticoncepção preservativos, exceto as pessoas com reação alérgica aguda à
borracha de látex;
A qualquer momento quando o(a) usuário(a) quiser.

Como orientar:
Consulta de enfermagem com
orientação para o uso do preservativo. Não têm efeitos colaterais hormonais,
Orientar ao uso correto do preservativo;
Orientar que o preservativo ajuda a proteger tanto da gravidez
quando as ISTs, inclusive o HIV;
Orientar sobre quando o preservativo romper, escorregar, ou sair
da genitália o uso do AE para prevenir a gravidez;
Importante Orientar o uso de lubrificante a base de água para diminuir o risco
Os profissionais de saúde devem promover, de ruptura do preservativo.
apoiar e ampliar o acesso aos serviços Realizar o acompanhamento do(a) usuário(a) sobre a satisfação e
de saúde e aos insumos de prevenção, adaptação ao uso do método.
especialmente aos preservativos.
As Unidades de Saúde devem garantir o
acesso às informações e orientar o uso
de preservativos por meio de atividades Efeitos colaterais/adversos: Complicações
educativas em diversos espaços, como Alergia ou Irritação (coceira, vermelhidão, erupção e/ou
atendimento individual, atividades em inchaço) na genitália, virilha ou coxas durante, ou após o uso de
grupo, atividades extramuros, sala de preservativos. Sugira tentar outras marcas de camisinhas, ou que
espera e visita domiciliar. não contenha látex em sua composição. Avaliar necessidade de
Além disso, é importante incluir o tema tratamento dos efeitos adversos.
do uso do preservativo em trabalhos com
grupos de mulheres, grupos de mães e
planejamento reprodutivo, reforçando a
possibilidade de dupla proteção contra a
gravidez e as IST/HIV.

Como descartar razoavelmente a possibilidade de uma gravidez?


1 – História clínica com uso da ferramenta Check list para descartar gestação (ANEXO 1)
2 – Exame físico com sinais de probabilidade de gravidez (sinal de Goodell, Hegar, Jacquemier ou Chadwick,
Kluge, entre outros);
3 – Teste de gravidez
Os critérios acima não conseguem descartar totalmente uma gestação, por isso pode ser necessária a
associação a depender do julgamento clínico profissional.

Fonte : BRASIL, 2016

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 8: Implante Subdérmico

Acolhimento com Quando Indicar?


escuta qualificada, Para toda e qualquer mulher, se adolescente ou adulta, que preencha os critérios
observando interesse em de elegibilidade para o Implante Subdérmico de Etonogestrel.
anticoncepção

O que orientar?
Possui alta eficácia de 99,9%.
Consulta de enfermagem Proteção de longo prazo contra gravidez (03 anos de acordo com o fabricante).
com orientação e avaliação A mulher retorna rapidamente à fertilidade quando retirado o implante.
para inserção do Implante Não protege contra Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Subdérmico. Esclarecer sobre os eventos adversos (possível aumento do fluxo menstrual,
pode haver ausência de menstruação ou menstruação irregular, aumento do
peso, sensibilidade mamária, cefaleia, acne).
Orientar sobre os sinais de alarme (dor, calor, rubor no local da inserção,
elevação da pressão arterial persistente).
Retornar a Unidade de Básica de Saúde onde foi realizado o procedimento em
caso de sinais de alarme.
Realizar as consultas de retorno conforme seguimento.

Contraindicação - Mulheres Com:


Distúrbio tromboembólico venoso ativo.
Presença ou história de tumor hepático (benigno ou maligno)
Presença ou história de doença hepática grave, enquanto os valores dos testes
de função hepática não retornarem ao normal.
Presença ou suspeita de malignidades sensíveis a esteroide sexual.
Sangramento vaginal aumentado não diagnosticado.
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer componente do implante.
Como descartar
razoavelmente a
possibilidade de uma
gravidez? Quando colocar?
1 – História clínica com uso Deve ser inserido entre o 1º e o 5º dia do ciclo menstrual.
da ferramenta Check list Se estiver a mais de 5 dias após o início de sua menstruação, ela pode colocar
para descartar gestação os implantes a qualquer momento caso haja certeza razoável de que ela não
(ANEXO 1) está grávida. Ela precisará de um método de apoio nos primeiros 7 dias após a
colocação.
2 – Exame físico com
Se ela estiver mudando de um método contraceptivo hormonal, ela poderá
sinais de probabilidade de colocar os implantes imediatamente após o término do uso do método ou após a
gravidez (sinal de Goodell, sua pausa.
Hegar, Jacquemier ou
Uma mulher pode começar a utilizar implantes a qualquer momento em que
Chadwick, Kluge, entre desejar caso haja razoável certeza de que não está grávida. Para se ter essa
outros); certeza razoável, utilize a Lista de Verificação de Gravidez.
3 – Teste de gravidez Pós-Parto: Fazer a inserção após 4 semanas do parto.
Os critérios acima não Pós- Aborto: inserir o implante a qualquer momento após aborto com uso de
conseguem descartar método de barreira por 7 dias.
totalmente uma gestação,
por isso pode ser
necessária a associação a Quais os efeitos colaterais/adversos mais comuns?
depender do julgamento Alterações do padrão menstrual, cefaleia, sensibilidade nos seios, dores
clínico profissional. abdominais, mudança de humor e náusea que podem cessar no primeiro ano.

Fonte: fonte: Adaptado Brasil 2021; OMS, 2018.

O Enfermeiro possui competências técnicas, e poderá adquirir habilidades, se for capacitado, para a inserção
e remoção de implantes subdérmico, dentre eles o Implanon conforme parecer do COFEN Nº 277/2017.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 9: Dispositivo intrauterino – DIU TCu-380-A

Acolhimento com escuta 1 - Quando indicar?


qualificada, observando o Para toda e qualquer mulher, adolescente ou adulta, que preencha os critérios
interesse no método de elegibilidade para anticoncepção o DIU de cobre.
Mulheres que tenham risco de contrair ou estejam vivendo com o HIV
assintomáticas ou estágios iniciais da doença (estágio 1 e 2), podem colocar o
DIU com segurança (BRASIL, 2022).

Consulta de enfermagem 2 – O que orientar?


com orientação para o uso Possui alta eficácia;
do DIU de Cobre
Proteção de longo prazo contra gravidez;
A mulher retorna rapidamente à fertilidade quando retirado o dispositivo;
Não protege contra Infecções sexualmente transmissíveis (IST);
Esclarecer sobre os eventos adversos (ocorrência de cólicas, possível aumento
do fluxo menstrual; sangramentos de Escapes e aumento da secreção vaginal
após inserção do DIU)
Orientar sobre os sinais de alarme (não sentir o fio, atraso menstrual de duas
ou mais semanas, dor intensa no baixo ventre, febre superior a 38˚C e aumento
significativo do fluxo menstrual)
Retornar a Unidade de Saúde em caso de sinais de alarme;
Realizar as consultas de retorno conforme seguimento

3 – Quando colocar? (em qualquer momento do ciclo menstrual)


Se está mudando de outro método: a qualquer momento se estiver usando o
Importante outro método de forma consistente e correta, (assegurar-se de haver certeza
Priorizar a decisão da mulher razoável de que não está grávida).
solicitando a autorização para Se a mulher não estiver em uso de algum método contraceptivo: certificar a
inserção do DIU de Cobre não possibilidade de gravidez, avaliar o adiamento da inserção com o uso de um
Tcu 380-A através do termo método contraceptivo de apoio de forma correta e consistente.
de Consentimento informado
Se em abstinência sexual com mais de 15 dias: a qualquer momento desde que
para inserção do DIU;
certifique a não possibilidade de gravidez.
Preencher corretamente
Se a mulher em amenorreia e em aleitamento materno: orientar o uso de um
os dados da mulher e do
método contraceptivo de forma correta e consistente da escolha da pessoa e
procedimento no cartão
reagendar inserção do DIU.
do DIU como documento
obrigatório nas consultas Importante: manter método de apoio em todas as situações acima mencionadas
subsequentes; até a primeira revisão do DIU com 45 dias.
Realizar busca ativa
das mulheres que não
comparecerem às consultas 4 - Efeitos colaterais/adversos e complicações:
de retornos subsequentes. Alterações da menstruação, dor aguda na parte inferior do abdômen, cólicas e
As usuárias de DIU devem dor, possibilidade de anemia, possibilidade de perfuração uterina etc.
ser reavaliadas sempre
que surgirem sintomas
adversos, como dor pélvica ou 5 – Se após gestação:
corrimento, na unidade básica Logo após o parto: a qualquer momento até 48 horas depois de dar à luz (exigirá
(monitorização para doença um profissional com treinamento específico em inserção pós-parto). Se já se
inflamatória pélvica). passaram mais de 48 horas após o parto, retarde a inserção do DIU por quatro
Deve-se realizar consultas semanas ou mais.
clínica de revisão do DIU com Após quatro semanas do parto: ela poderá colocar o DIU a qualquer momento
45 dias, 3 meses, 6 meses e desde que haja certeza razoável de que não está grávida.
anualmente.
Após aborto (espontâneo ou não): imediatamente se houver certeza razoável de
Exames complementares que não está grávida e não houver infecção. Não há necessidade de um método
(USG, hemograma, dentre de apoio.
outros) podem ser solicitados
Se houver infecção, trate-a ou encaminhe a usuária e ajude-a a escolher outro
de forma criteriosas a
método. Se ela ainda quiser colocar o DIU, ele poderá ser inserido após a
depender dos eventos
infecção ter desaparecido completamente.
adversos (fio ausente,
fio aumentado) e efeitos Importante: manter método de apoio em todas as situações acima mencionadas
colaterais do método. até a primeira revisão do DIU com 45 dias.

35
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Como descartar razoavelmente a possibilidade de uma gravidez?


1 – História clínica com uso da ferramenta Check list para descartar gestação (ANEXO 1)
2 – Exame físico com sinais de probabilidade de gravidez (sinal de Goodell, Hegar, Jacquemier ou Chadwick,
Kluge, entre outros);
3 – Teste de gravidez
Os critérios acima não conseguem descartar totalmente uma gestação, por isso pode ser necessária a
associação a depender do julgamento clínico profissional.

Fonte: Adaptado Brasil, 2016

Fluxograma 10: Dispositivo intrauterino Hormonal ( Kyleena®; Mirena®)

Acolhimento com escuta 1 - Quando indicar?


qualificada, observando o Para toda e qualquer mulher, adolescente ou adulta, que preencha os critérios
interesse no método de elegibilidade para anticoncepção o DIU de cobre.
Mulheres que tenham risco de contrair ou estejam vivendo com o HIV
assintomáticas ou estágios iniciais da doença (estágio 1 e 2), podem colocar o
DIU com segurança (BRASIL, 2022).

Consulta de enfermagem 2 – O que orientar?


com orientação para o uso
Possui alta eficácia ( 0,2%)
do preservativo
Proteção de longo prazo contra gravidez com 05 anos de duração
A mulher retorna rapidamente à fertilidade quando retirado o dispositivo;
Não protege contra Infecções sexualmente transmissíveis (IST);
Esclarecer sobre os eventos adversos (alterações no sangramento incluindo
Importante aumento ou diminuição no sangramento menstrual, sangramento de escapes,
Priorizar a decisão da mulher oligomenorreia (menstruações pouco frequentes) e amenorreia (ausência de
solicitando a autorização sangramento);
para inserção do DIU Orientar sobre os sinais de alarme ( não sentir o fio, atraso menstrual de duas
hormonal através do termo ou mais semanas, dor intensa no baixo ventre, febre superior a 38˚ C e aumento
de Consentimento informado significativo do fluxo menstrual
para inserção do DIU; Retornar a Unidade de Saúde em caso de sinais de alarme;
Preencher corretamente Realizar as consultas de retorno conforme seguimento
os dados da mulher e do
procedimento no cartão
do DIU como documento
obrigatório nas consultas 3 – Quando colocar? (em qualquer momento do ciclo menstrual)
subsequentes; Se está mudando de outro método: a qualquer momento se estiver usando o
Realizar busca ativa outro método de forma consistente e correta, (assegurar-se de haver certeza
das mulheres que não razoável de que não está grávida).
comparecerem as consultas Se a mulher não estiver em uso de algum método contraceptivo: certificar a
de retornos subsequentes. não possibilidade de gravidez, avaliar o adiamento da inserção com o uso de um
As usuárias de DIU devem método contraceptivo de apoio de forma correta e consistente.
ser reavaliadas sempre Se em abstinência sexual com mais de 15 dias: a qualquer momento desde que
que surgirem sintomas certifique a não possibilidade de gravidez.
adversos, como dor pélvica ou Se a mulher em amenorreia e em aleitamento materno: orientar o uso de um
corrimento, na unidade básica método contraceptivo de forma correta e consistente da escolha da pessoa e
(monitorização para doença reagendar inserção do DIU.
inflamatória pélvica).
IMPORTANTE: manter método de apoio em todas as situações acima
Deve-se realizar consultas mencionadas até a primeira revisão do DIU com 45 dias.
clínica de revisão do DIU com
45dias, 3 meses, 6 meses e
anualmente.
4 - Efeitos colaterais/adversos e complicações:
Exames complementares
(USG, hemograma, dentre Alterações da menstruação, dor aguda na parte inferior do abdômen, cólicas e
outros) podem ser solicitados dor, possibilidade de anemia, possibilidade de perfuração uterina etc.
de forma criteriosas a
depender dos eventos
adversos (fio ausente,
fio aumentado) e efeitos
colaterais do método.

36
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

5 – Se após gestação:
Logo após o parto: a qualquer momento até 48 horas depois de dar à luz (exigirá um profissional com treinamento
específico em inserção pós-parto). Se já se passaram mais de 48 horas após o parto, retarde a inserção do DIU por
quatro semanas ou mais.
Após quatro semanas do parto: ela poderá colocar o DIU a qualquer momento desde que haja certeza razoável de que
não está grávida.
Após aborto (espontâneo ou não): imediatamente se houver certeza razoável de que não está grávida e não houver
infecção. Não há necessidade de um método de apoio.
Se houver infecção, trate-a ou encaminhe a usuária e ajude-a a escolher outro método. Se ela ainda quiser colocar o
DIU, ele poderá ser inserido após a infecção ter desaparecido completamente.
IMPORTANTE: manter método de apoio em todas as situações acima mencionadas até a primeira revisão do DIU com
45 dias.

Como descartar razoavelmente a possibilidade de uma gravidez?


1 – História clínica com uso da ferramenta Check list para descartar gestação (ANEXO 1)
2 – Exame físico com sinais de probabilidade de gravidez (sinal de Goodell, Hegar, Jacquemier ou Chadwick, Kluge, entre
outros);
3 – Teste de gravidez
Os critérios acima não conseguem descartar totalmente uma gestação, por isso pode ser necessária a associação a depender
do julgamento clínico profissional.

FONTE: Adaptado Brasil, 2016; OMS, 2018;

Técnica para inserção do DIU Tcu


Exame Físico Geral e Ginecológico

1. Avaliação do Estado Geral: nível de consciência, aspectos gerais


relacionados ao bem-estar psicossocial; nutrição e hidratação; higiene corporal;
padrão de eliminações intestinais e vesicais, padrão de sono e repouso, queixas
álgicas, dados vitais (pressão arterial, peso, altura, temperatura corporal,
frequência respiratória, frequência cardíaca); integridade da pele, outros.

2. Avaliação de órgãos e sistemas: neurológico; cabeça e pescoço (cavidade


oral, tireóide, linfoadenopatias); cardiovascular; respiratório; músculo-
esquelético (equilíbrio, força, simetria corporal); mamas (aspecto, presença de
nódulos, secrecões, abaulamentos); abdome; trato urinário; genitália externa
e interna (avaliar vulva, clitóris, integridade da pele, distribuição de pelos,
presença de verrugas, distrofias, úlceras, secreções e más formações); região
anal (aspecto da pele, varizes, fissuras, prolapso e más formações); toque
vaginal bimanual (avaliar posição, consistência, dor e mobilidade do colo, útero
e anexos), sinais de ISTs e outros, exame especular (avaliar fundo de saco,
secreção, presença de massas ou tumores, ectopias)

37
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

3. Avaliação de critérios:

1. Atende aos critérios de elegibilidade do método contraceptivo DIU;

2. Cliente possui condições de comparecer ao serviço para reavaliações

3. Existe alguma contra-indicação ao método

4. Conhece os benefícios e riscos do uso de DIU

5. Houve conhecimento sobre outras alternativas contraceptivas


(aconselhamento)

6. Apresenta condições de autocuidado favoráveis ao uso do método

7. Cliente tem clareza sobre sexualidade segura e dupla proteção

Materiais necessários para


inserção DIU de intervalo:
• Histerômetro (pode ser descartável)
• Pinça de Pozzi (pode ser descartável)
• Pinça Cheron (para antissepsia) (pode ser descartável)
• Espéculo (pode ser descartável)
• Tesoura (pode ser descartável)
• Pacote de gaze
• Cuba Rim ou Cuba redonda
• Luva de procedimento
• Luva estéril
• Foco de luz
• DIU
• Antisséptico Aquoso 0,2%(Sugestão de uso de clorexidina aquosa 0,2%)

38
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Figura 1: Materiais necessários para inserção (kit descartável)

Figura 2: Materiais necessários para inserção


(kit instrumentais permanentes).

Fonte: Imagem arquivo pessoal

39
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Procedimentos
• Explicar o procedimento à mulher, responder perguntas e esclarecer suas
dúvidas e confirmar o desejo de inserção do DIU, solicitando assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Quando menor
de 18 anos solicitar a assinatura do responsável e disponibilizar 01 cópia
para todas as mulheres que estão sendo atendidas;

• Solicitar a mulher tirar a roupa, utilizando bata ou vestimenta adequada


para procedimento ginecológico, nesse momento solicitar com o
consentimento da mulher coleta de urina para realizar teste rápido de
gravidez;

• Realizar lavagem básica das mãos com água e sabão ou higienizar com
álcool gel a 70%;

• Calçar a luva de procedimento;

• Realizar exame pélvico inspecionando a genitália externa avaliando a


vulva, clitóris, a abertura uretral, introito, períneo e ânus. Na inspeção
vulvar, avaliar a implantação dos pelos, aspecto da fenda vulvar, verificar
se há presença de úlceras, lesões, secreções, malformações, feridas,
nódulos aumentados na região inguinal, associando a possíveis queixas.

• Realizar exame de toque bimanual, conforme figura 4, para determinar


posição, formato, dilatação, consistência elástica, hipersensibilidade do
colo, dor, posicionamento e tamanho uterino. A posição do útero é descrita
por sua Versão - posição de todo o útero em relação ao eixo da vagina
(antevertido, mediovertido, retrovertido); e Flexão - posição do fundo
do útero em relação ao eixo do colo do útero (antefletido, retrofletido).
Identificando sinais de gravidez, infecção ou anormalidades.

40
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Figura 3: Passo a passo para o exame

Fonte: Republic of the Philippines, 2016; Giordano; Giordano; Panisset, 2015

Figura 4: Posições anatômicas do útero

Fonte: Republic of the Philippines, 2016; Giordano; Giordano; Panisset, 2015

41
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Figura 5: Toque bimanual

Fonte: Autores, 2023.

• Exame especular: Introduzir espéculo, apoiando-o sobre a fúrcula,


ligeiramente oblíquo (para evitar lesão uretral), e faz-se sua introdução
lentamente; antes de ser completamente colocado na vagina, quando
estiver em meio caminho, deve ser rodado, ficando as valvas paralelas às
paredes anterior e posterior, posição que ocupará durante todo o exame.

• Posicionar o foco de luz em direção ao introito vaginal, iluminando fundo


da vagina, em caso de foco de led, o mesmo já é posicionado no espéculo,
sem necessidade de foco de luz adicional, conforme imagem abaixo;

Fonte: Imagem arquivo pessoal

42
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

• Realizar a limpeza cuidadosa do colo do útero e da cavidade vaginal


com um antisséptico à base de água com iodofórmio ou cloridrato de
clorexidina antes da inserção do DIU. Isto minimiza as chances de infecção
uterina posterior à inserção do DIU.

Fonte: Imagem arquivo pessoal

• Realizar pinçamento do lábio anterior do colo uterino com uma pinça de


Pozzi e tracionar suavemente para corrigir ante ou retroflexão uterina

Fonte: Imagem arquivo pessoal

43
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

• Fazer a histerometria (medição do útero) de forma lenta e delicada para


determinar a profundidade e a angulação uterina. Inserir delicadamente
o histerômetro através do orifício cervical externo até atingir o fundo
uterino. Deve-se tomar cuidado para não tocar as paredes vaginais ou as
lâminas do espéculo com o histerômetro e deve-se passar o histerômetro
somente uma vez pelo canal cervical. Quando no uso de histerômetro
(Histerômetro Descartável é levemente curvo, Possui segmento
centimetrado de 15cm, Possui anel cilíndrico (stopper) que se desloca
ao longo da haste cilíndrica), que possui uma função “stopper”, verificar
que o anel fica posicionado no valor centimétrico quando o instrumento é
retirado da cavidade uterina, manusear com cuidado para não desfazer a
marcação que mostra o valor da histerometria.

• Dado o mecanismo de ação do DIU TCu 380A, que depende diretamente


do contato com a cavidade endometrial, é recomendado inserir com
histerometria entre 6 e 9 centímetros.

Fonte: Imagem arquivo pessoal

• Preparar o DIU para introdução, retirando da caixa e abrindo sobre


campo estéril, introduzir as hastes no condutor-guia de inserção. Este
procedimento também pode ser realizado com a embalagem fechada
utilizando a técnica “ non-touch”.

44
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

• Sugere-se trocar a luva estéril para continuidade do procedimento de


forma asséptica, nos caso em que não for utilizar a “técnica non-touch”.

• Alinhar a guia móvel na horizontal no mesmo sentido de abertura das


hastes do DIU;

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

• Seguir as instruções do fabricante na colocação do DIU de Cobre e


Hormonal conforme bula.

• A maioria dos fabricantes do DIU orienta utilizar técnica retrátil para sua
colocação. Neste sistema, o tubo de aplicação, carregado com o DIU, é
inserido até o fundo, conforme medida indicada pelo histerômetro e, em
seguida, o tubo de inserção é retirado parcialmente, enquanto o êmbolo
interno é mantido fixo. Isto libera as hastes do DIU e o coloca em posição.

• Liberar o DIU e retirar o êmbolo e retornar levemente o tubo de aplicação


até sentir alguma resistência oferecida pelo fundo uterino ou até o guia
móvel encostar no orifício externo do colo. Mantendo durante esse
movimento a retificação do útero utilizando a pinça de Pozzi. Passar o
dispositivo de inserção somente uma vez pelo canal cervical. Durante a
inserção, mantenha as hastes do DIU na posição horizontal, com os ramos
horizontais no mesmo sentido do diâmetro lateral do útero.

Fonte: Imagem arquivo pessoal

• Adotar uma técnica cuidadosa, lenta e de manipulação suave durante


todas as fases da histerometria e inserção do DIU. Isto reduz o desconforto
da mulher e minimiza as chances de perfuração uterina, laceração do
colo do útero e outras complicações.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

• Retirar pinça Pozzi. (a pinça de pozzi pode ser removida antes do


corte do fio para facilitar a visualização do procedimento). Em caso de
sangramento, pode realizar tamponamento com gaze seca por alguns
minutos.

• Cortar o fio do DIU. É recomendável padronizar o comprimento de fio


entre 2 e 3 cm com precisão.

Fonte: Imagem arquivo pessoal

• Retirar espéculo suavemente.

• A mulher deve ser orientada para informar ao profissional de saúde a


ocorrência de desconforto ou dor em qualquer momento durante o
procedimento de inserção.

• Recomenda-se o uso de absorvente pós inserção.

• Não é necessário realizar USG, após a inserção, como rotina. Deve ser
realizada quando existe dúvida se o DIU está corretamente posicionado
e na condução de casos com suspeita ou presença de complicações.

• Agendar consulta de retorno com 45 dias, três meses e seis meses após
inserção. Recomenda-se as demais revisões anualmente.

• Após o término do procedimento, deve-se registrar no prontuário e no


cartão da mulher, o valor da histerometria e o comprimento dos fios do
DIU em relação ao colo uterino. Este será um parâmetro importante para
avaliar/acompanhar a correta localização do DIU na cavidade uterina nas
consultas subsequentes.
A Resolução 690/2022 Cofen regulamenta a inserção do diu pelo enfermeiro com curso de capacitação, presencial, em inserção,
revisão e retirada de diu, com carga horária mínima de 70 (setenta) horas, sendo no mínimo 20 (vinte) horas teóricas e teórico-
práticas e 50 (cinquenta) horas práticas, com no mínimo 20 (vinte) inserções supervisionadas durante consulta de enfermagem nos
serviços de saúde;
47
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Figura 6: Imagem do orifício colo com fio do DIU exteriorizado de OC

Fluxograma 10: DIU fora da posição fúndica

DIU fora da posição fúndica


observado na Ultrassonografia.

Sintomas de sangramento
Assintomática
ou cólica

Haste do DIU abaixo Haste do DIU abaixo


Haste do DIU acima Haste do DIU acima
do orifício interno do do orifício interno do
do orifício interno do orifício interno
útero; DIU dentro do útero; DIU dentro do
colo do útero colo do útero
canal cervical canal cervical

Não há necessidade Não há necessidade (expulsão Parcial)


Retirar o DIU;
de retirada do de retirada do Retirar o DIU;
Inserir um novo DIU
DIU, manter DIU, manter Inserir um novo
ou iniciar um novo
seguimento; decisão seguimento; decisão DIU ou iniciar
método contraceptivo.
compartilhada com compartilhada com um novo método
Decisão compartilhada
a mulher – realizar a mulher contraceptivo.
com a mulher.
manejo dos sintomas

Fonte: ACOG, 2016.

48
CONSULTA DE RETORNO Fluxograma 11: Seguimento e complicação após inserção do DIU
Avaliar o uso correto, efeitos
secundários e fornecer as orientações
que se fizerem necessárias
Deve haver fácil acesso ao
acompanhamento e agenda aberta para
consultas em caso de intercorrências
A USG de rotina não é necessária já que
o diagnóstico só indica a retirada do DIU
caso este já se encontre parcialmente Seguimento após inserção do DIU. Verificar
no canal cervical 45 dias após a inserção do DIU e, posicionamento
Primeiro retorno após a primeira subsequentes a cada seis meses no do DIU e Sinais
menstruação depois da inserção; primeiro ano, depois retornos anuais. de infecção.
Nos retornos, acompanhar o prazo de
duração do DIU e da data de remoção;
Avaliar e pesquisar condições clínicas
que possam indicar a descontinuação
do método;
Retorno de Retorno pela paciente
Avaliar a aceitabilidade do método Seguimento (Demanda espontânea)

Sim Fio visível? Não DIU em processo Não Sangramento e Fluxo menstrual
de expulsão? dor intensa, febre ausente
Fio do mesmo Não Solicitar USG
tamanho da Endovaginal Sim Orientar retorno
inserção ? Agendar o de seguimento ,
Retirar o DIU; Avaliação especular;
retorno o mais Orientar sobre ISTs Realizar teste rápido
descartar USG Endovaginal;
Sim precoce possível Oferecer Testagem de gravidez (atraso
gravidez atual, Ibuprofeno 600mg
Oferecer HIV, Sífilis, Hepatite menstrual maior que 14
Orientar oferecer método de 12/12h por 5
outro método BeC. dias), se resultado positivo
retorno de contraceptivo dias Retonor para
contraceptivo de escolha. Se seguir fluxo de gravidez
seguimento. avaliação de exames com DIU
até resultado a escolha for
Orientar sobre mais precoce possivel.
dos exames. o DIU, realizar
ISTs Oferecer Se febre avaliar DIP. se resultado negativo
Testagem HIV, teste rápido de
gravidez e inserir retornar para avaliação
Sífilis, Hepatite com 30 dias e gravidez
BeC. DIU no momento
Sim negativa novamente,
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

da consulta; usar
método de apoio encaminhar para
Fio maior ou até a primeira ginecologista para
menor deixado revisão com 45 avaliação da amenorréia.
na inserção? dias. Orientar sobre
ISTs, Oferecer
testagem HIV, sífilis,
Hepatite B e C.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 12: Fio do DIU não visualizado

Não visualização do fio do DIU

Usar a escova cervical ginecológica


para explorar o canal cervical para
recuperar o fio

Não
Fio visualizado após varredura Descartar gravidez, ofertar um método contraceptivo de
apoio e contraceptivos orais de emergência (se apropriados)
devem ser recomendados até que o DIU seja confirmado
Sim para estar devidamente localizado na cavidade uterina.
Realizar USG
Cuidados de rotina

Cuidado de rotina, Solicitação de USG DIU Visualizado no útero


anual enquanto não for visualizado fio
do DIU na avaliação clínica Sim
Não

Realizar radiografia de pelve e abdome

Encaminhar para a especialidade DIU visualizado na cavidade abdominal fora do útero


médica e manter o acompanhamento
Sim
da equipe multiprofissional. Não
Descartar gravidez, ofertar um
método contraceptivo de apoio e
Considerar DIU expulso
contraceptivo orais de emergência
(se apropriado). Cuidados de Rotina
Não e necessária mais ultrassonografia confirmatória.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Remoção difícil do dispositivo intrauterino


Quando uma mulher não grávida solicita a remoção de um DIU com fios
não visualizados, a pinça Hartmann (jacaré) com ou sem orientação
ultrassonográfica, pode ser usada para remover o DIU (Figura 1).

Ao utilizar a pinça Hartmann (jacaré), realizar o pinçamento do lábio anterior


do colo uterino com a pinça Pozzi, para diminuir flexão uterina e possibilidade
de perfuração uterina. Se for encontrada resistência durante a remoção ou o
DIU quebrar, encaminhar para avaliação do especialista.

Figura 7: Pinça Hartmann (Jacaré)

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Manejo das Intercorrências


Fluxograma 13: Reação Vagal

DISPOSITIVO INSTRAUTERINO (DIU)


Fluxograma de atendimento em casos de reação vagal

Durante a inserção do DIU, realiza-se o pinçamento do colo uterino com a pinça Pozzi e uma
tração suave para retificar o colo e realizar a histerometria para avaliar o tamanho do útero. Estes
procedimentos podem estimular a reação vasovagal em mulheres susceptíveis.
Nesta situação deve-se seguir o fluxograma abaixo:

Mulher apresentando hipotensão, palidez, bradicardia e/ou sudorese,


náuseas, vômitos e relaxamento dos esfíncteres.

Já inseriu o DIU?

Não Sim

Sugere suspender Recomenda-se:


o procedimento Retirar o espéculo;
temporariamente.
Acolher todas as queixas
apresentadas;
Orientar a respiração lenta e
profunda;
Manter a mulher em decúbito dorsal;
Elevar os membros inferiores;
Oferecer apoio a mulher durante
todo o tempo, enquanto a reação
passa gradativamente;
Aferir a pressão arterial, se
necessário;
Ofertar as Práticas Integrativas e
complementares em Saúde - PICS.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Sangramento genital
O efeito adverso mais frequente entre as usuárias do DIU de cobre é o
sangramento genital irregular ou aumento do fluxo menstrual. Estas mudanças
não são geralmente prejudiciais à mulher, e diminuem e desaparecem dentro
de alguns meses após a inserção. As usuárias de DIUs de cobre têm uma média
de 13 dias de sangramento ou spotting no primeiro mês depois da inserção,
diminuindo para uma média de seis dias após 12 meses da inserção (WHO,
2018).

Se os sintomas forem severos, persistentes, ou acompanhados por outros


sintomas devem ser avaliados e investigados.

Aproximadamente, 20% das usuárias solicitam a retirada do DIU de cobre


pelas alterações menstruais observadas (BRASIL, 2018; HUBACHER; CHEN;
PARK, 2009)

Seguir o fluxograma abaixo para manejo dos sangramentos durante o uso


do DIU.

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Fluxograma 14: Sangramento Genital

Mulher que faz uso do DIU de Realizar consulta de enfermagem com


cobre comparece ao serviço de acolhimento das necessidades e queixas da
saúde com queixas de: mulher e realizar investigação específica sobre
Aumento da quantidade de os sintomas relatados.
sangramento menstrual; Perguntar: tempo que ficava menstruada antes
Aumento na duração do do uso do DIU; a duração do sangramento;
sangramento menstrual ou quantidade de absorventes que trocava;
Spotting/sangramento leve quanto tempo após a inserção do DIU iniciou
entre os períodos. estes sintomas; são acompanhados por outros
sintomas (febre, dor etc.) tolerância a estes
sintomas.

As alterações do sangramento menstrual do


cliente estiverem dentro do intervalo normal
Importante (por exemplo, nos primeiros três a seis meses Sim
Sangramento que parece não após a inserção do DIU).
relacionado à menstruação
(por exemplo, sangramento
que ocorre após a relação
sexual) pode indicar um Avalie a necessidade
converse com a
problema grave e requer uma Se as alterações de suplementação
mulher oriente
avaliação rápida Não hemorrágicas de ferro oral;
novamente e a
A aspirina (AAS) não deve ser forem acompanhadas aconselhamento
tranquilize.
usada. por anemia sobre alimentos
E mantenha as
(diagnosticadas ricos em ferro local.
Se o fluxo menstrual aumentar consultas de
ou suspeita) Avaliar manejo com
duas vezes em relação ao retorno.
medicação para
fluxo normal, realize uma sangramento.
avaliação mais aprofundada.
Se não houver nenhuma
causa ginecológica para
Aconselhe e oferte a pessoa
sangramento recomenda-se Se as alterações
outros métodos contraceptivos
utilizar anti-inflamatórios não hemorrágicas forem
que possam ser mais tolerados.
esteroidais (AINE-Ibuprofeno acompanhadas
300 a 600mg a cada oito por anemia grave Examinar para possíveis
por 4 dias ou 50 mg de (diagnosticada ou complicações ou outras
diclofenaco, de 8/8 horas, por suspeita). condições não relacionadas ao
4 dias a partir do primeiro DIU, como infecção, tumor.
dia da menstruação (BRASIL,
2018).
Se sangramento intenso Se as alterações Avaliar a necessidade
maior que 3 meses após a do sangramento de remoção do DIU
inserção pode ser utilizado menstrual das o mais rapidamente
antifibrinolítico Ácido pacientes são muito possível. Ofertar
tranexâmico comprimido 250 incômodas para a outros métodos
mg a 1 g, de 6/6 a 12/12 horas, paciente, mesmo contraceptivos de
por 4 dias, a partir do primeiro após manejo com escolha da pessoa.
dia da menstruação (BRASIL, medicação.
2018)
Caso ocorra sangramento
genital com mulher grávida Se as alterações de Avaliar manejo
fazendo uso do DIU, consultar fluxo menstrual da com medicação
fluxograma 16 para manejo da paciente continuaram para sangramento.
situação por mais de três Retornar para
ou seis meses após reavaliação com
a inserção do DIU 30 dias.
ou começaram
Os AINEs são geralmente muito tempo após a
evitados em pacientes com inserção do DIU
insuficiência renal, débito
cardíaco reduzido, hipertensão
de difícil controle.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 15: Perfuração uterina

DISPOSITIVO INSTRAUTERINO (DIU)


Fluxograma de atendimento em casos de perfuração uterina

A perfuração uterina é uma complicação rara e que pode ocorrer durante a inserção do DIU. Ela
se caracteriza por uma perfuração do útero que ocorre acidentalmente durante a histerometria
(medição do útero) ou durante a colocação do dispositivo. A chance de ocorrer é de 0,4 a 1,4 em
cada 1000 inserções.
Em caso de suspeitas de perfuração uterina, deve-se seguir o fluxograma abaixo:

Suspeita de perfuração uterina

No momento da inserção Meses após a inserção

Interrompa o procedimento Solicite USG endovaginal


imediamente.

Perfuração Uterina
Mantenha a mulher em repouso e
observe os sinais vitais por 1 hora

Sim Não

Sinais vitais estáveis?

Se o DIU estiver Seguir aos cuidados


encaixado na parede de rotina.
Sim Não do útero ou fora da
cavidade uterina,
não retire o DIU.

Recomenda-se: Recomenda-se:
Liberar a mulher Se a mulher Solicite RAIO-X
para casa; apresentar taquicardia
Aconselhar a evitar e hipotensão ou
referir aumento da
relações sexuais por
dor ao redor do útero,
2 semanas; Encaminhe para
encaminhar para
Fornecer nível mais elevado de avaliação médica.
contracepção cuidados.
alternativa e
acompanhamento
de aconselhamento
após 1 semana.

55
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Os fatores de risco são: inserção traumática, no pós-parto imediato,


profissionais inexperiente e úteros extremamente ante ou retrovertidos. Pode
ocorrer também perfuração secundária gradual erosão no miométrio. Não há
sintomas sugestivos e específicos, mas em alguns casos podemos observar
dor abdominal leve/ moderada e sangramento uterino.11,4

Figura 8: Perfuração

Fonte: Arquivo Pessoal

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Doença Inflamatória Pélvica (DIP)


O uso de DIU pode representar um risco três a cinco vezes maior para o
desenvolvimento de DIP, se a paciente for portadora de cervicite. Porém, desde
que não apresente tal situação, foi demonstrado que tal risco não se justifica
(DE CARVALHO; BOTELHO; MAURO, 2017). Como sua transmissão em geral
se dá por via sexual, e, em usuárias de DIU, por vezes ocorre descuido em
relação ao uso de métodos de barreira nas relações sexuais, este pode ser
outro fator que leve ao aumento na ocorrência de infecção pélvica e outras
infecções sexualmente transmissíveis (IST) (MENEZES et al., 2021).

Dentre as contraindicações absolutas para a inserção do DIU, de acordo


com a OMS, destaca-se o diagnóstico de DIP na ocasião da inserção,
independentemente do tipo de DIU a ser inserido, bem como cervicites por
clamídia ou gonococo. Logo, ressalta-se a importância do exame clínico
previamente à inserção (CURRY; WILLIAMS; PENNY, 2019).

Em caso de diagnóstico de DIP em mulheres com DIU, deve-se realizar


tratamento com antibióticos adequados, não sendo necessário retirar o
DIU no período de tratamento. Se a mulher optar por retirá-lo, o dispositivo
deverá ser removido apenas após o início da antibioticoterapia (JATLAOUI;
SIMMONS; CURTIS, 2016). Em caso de piora ou não melhora clínica, deve-se
pensar na retirada do dispositivo. Também se deve monitorar o quadro
clínico atentamente e aconselhar sobre ISTs e uso de preservativo.

Possíveis sinais/sintomas infecção


• Dor abdominal
• Relação sexual dolorosa
• Sangramento após sexo ou entre períodos dor associada a períodos
(especialmente se este sintoma estava ausente durante os primeiros
meses após a inserção do DIU, mas desenvolveu-se após)
• Corrimento vaginal anormal

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

• Micção dolorosa (disúria)


• Febre
• Náuseas e vómitos

Realize uma avaliação apropriada (que inclui avaliação abdominal e pélvica)


para identificar ou descartar outras causas possíveis dos sintomas, tais como
a gravidez ectópica e a apendicite.

Suspeite de DIP se qualquer um dos seguintes sinais/sintomas são


encontrados e nenhuma outra causa pode ser identificada:

• Sensibilidade abdominal, uterina (sensibilidade nos ovários ou trompas


de Falópio);

• Presença de infecção cervical (secreção cervical amarelada contendo


muco e pus, sangramento facilmente quando o colo do útero é tocado
com um cotonete).

Dor durante a mobilização do colo do útero e o útero durante o exame pélvico


(sensibilidade ao movimento cervical) outros sinais/sintomas possíveis:

• secreção cervical purulenta


• dor abdominal durante a palpação superficial

Importante

Quando, ao exame clínico-ginecológico, houver presença de discreta defesa


muscular ou dor à descompressão e/ou dor à mobilização do colo, deve-se
iniciar o tratamento para DIP. O tratamento deve ser iniciado assim que o
diagnóstico presuntivo foi feito, porque a prevenção de complicações a longo
prazo é mais bem-sucedida se os antibióticos adequados são administrados
imediatamente. Não há necessidade de remover o DIU para tratamento de DIP
e IST, a menos que não haja melhora após 72 horas de tratamento. Considerando
isto, o profissional deve imediatamente consultar a paciente que apresentar
sinais e sintomas de infecção.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 16: DIU associado a DIP

Consulta de Enfermagem com acolhimento e escuta qualificada

Sinais / sintomas de DIP


Dor durante exame bimanual
Secreção cervical purulenta
Febre
Dor abdominal

Sim Não

Iniciar antibioterapia Seguir consultas de Rotina de


Manter o DIU Retorno Com 3 dias Acompanhamento

Tratamento para sitomas de DIP:


tratar gonorréia e clamídia.
Após 72 horas houve melhora Conforme Quadro-Síntese
dos sintomas para tratamento de corrimento
apresentados no: Protocolos
da Atenção Básica: Saúde das
Mulheres (2016). Ver páginas 39,
Sim Não 40, 41 e 42.

Tratamento medicamentoso
Ciprofloxacina, 500 mg, VO,
Manter Retirar o DIU dose única (não recomendado
consultas de Encaminhar ao para menores de 18 anos) +
rotina caso a Ginecologista Azitromicina, 1 g, VO, dose única
mulher deseje
manter DIU

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 17: Gravidez com DIU

Consulta de Enfermagem com acolhimento e escuta qualificada

Avaliar Sinais / sintomas de Gravidez


Teste rápido de Gravidez
Iniciar pré-natal precocemente
Solicitar exames de rotina
Solicitar USG para afastar gravidez ectópica e avaliar posição do DIU

Gestação Tópica com fio visível no canal vaginal

Sim Não

DIU distante da nidação


O profissional deve
do ovo e risco de
considerar a conduta
deslocamento gestacional
conservadora e a
avaliado pela USG
mulher deve ser
orientada a continuar o
pré-natal e realização
de USG de rotina.
Sim Não

em caso de apresentar
sangramento no 1o
O profissional deve
ou 2o trimestre, essa
avaliar a possibilidade
gestante deve ser
de retirada do DIU
encaminhada para
ainda no 1 trimestre
unidade de referência
(Maternidade), para uma
avaliação hemodinâmica.

Fonte : Femina, 2020.

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Dor Pélvica
Usuárias de DIU que retornam à consulta com queixa de dor pélvica ou
abdominal devem ser avaliadas quanto as causas ginecológicas tais como
doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica, aborto, perfuração uterina
ou expulsão, endometriose, endometrite, ruptura de cistos ovarianos e
também acerca das causas não ginecológicas como infecção/litíase urinária,
constipação e outras doenças intestinais. Uma coleta de dados detalhada com
história do ciclo menstrual, vida sexual, uso do método contraceptivo, avaliando
início, intensidade, localização e duração da dor e fatores associados como
náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia e hipotensão. Complementando com
o exame físico completo para detectar as causas das queixas para que seja
estabelecido o plano terapêutico mais adequado.

Nos primeiros três meses de uso, podem ocorrer dismenorreia e sangramento


uterino irregular, sendo as duas principais causas de descontinuação do
método contraceptivo e maior queixas das mulheres que estão utilizando
o DIU. (SIVIN; STERN, 1996). Caso seja possível haver dismenorreia pelo uso
do DIU, o tratamento de primeira linha é a administração de AINH.( GRIMES;
HUBACHER; SCHULZ, 2006).

Quanto à inserção do DIU, a manipulação do colo e passagem do dispositivo


pelo orifício interno pode ser bastante desconfortável para algumas mulheres.
Podem ser prescritos analgésicos como diclofenaco, indometacina, ibuprofeno.

61
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Fluxograma 18: Dor Pélvica

Acolhimento com escuta qualificada

Dor Pélvica

Descartar pelos profissionais os casos de: DIP, gravidez tópico ou


ectópico, abortamento, perfuração uterina ou expulsão parcial do DIU.

Esses por ser manejados clinicamente;


As mulheres devem ser tranquilizadas quanto ao caráter transitório
dos sintomas;
Podem ser prescritos analgésicos como AINE

Persistência ou intensidade dos sintomas que


se tornem deletérios na saúde da mulher

Sim Não

O desejo da mulher ou Manter rotina de


esse quadro instalado acompanhamento
pode indicar a retirado
do DIU

Causa O que fazer

Dor Pélvica Anti-infamatórios não hormonais (crises de dor): piroxicam, 20-40 mg por dia;
nimesulida, 100 mg de 12/12 horas;
ibuprofeno, 600mg; ou diclofenaco, 50 mg de 8/8 horas – iniciar 2 a 3 dias antes
da menstruação e
piroxican 20 mg ou nimesulida 100 mg de 12/12 horas

Fonte : BRASIL 2017

62
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Conclusão
Com intuito de ampliar o acesso universal aos métodos de concepção e
contracepção e o aumento da cobertura das ações reprodutivas, o Conselho
Federal de Enfermagem, apresenta este protocolo para reafirmar a força
do cuidado de enfermagem para o alcance das metas dos objetivos do
Desenvolvimento Sustentável do Milênio até 2030 para redução da Mortalidade
Materna e Infantil.

Este Protocolo de Consulta de Enfermagem com Ênfase em Saúde Sexual


e Reprodutiva, legitima o papel do Enfermeiro(a), baseado em evidências
científicas, diretrizes clínicas, terapêuticas e outras normativas técnicas,
na ampliação do acesso e acessibilidade à toda a população brasileira ao
Planejamento Familiar no Brasil trazendo benefícios para as família e a
coletividade.

63
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Referências
BRASIL. Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Regula o § 7º do art. 226
da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece
penalidades e dá outras providências. 1996.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Lei nº 14443, de 02 de setembro de 2022 que altera a Lei nº 9.263,


que altera a Lei do Planejamento Familiar de 1996. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. 1. ed., 1.reimpr. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2013. 300 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 26).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Ações Programáticas Estratégicas. Anticoncepção de emergência : perguntas
e respostas para profissionais de saúde. 2. ed. Brasília : Editora do Ministério
da Saúde, 2011. 44 p. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) – (Série
Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – caderno ; 3)

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das


Mulheres/ Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa-
Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

Organização Mundial da Saúde. Universidade Johns Hopkins. Planejamento


familiar: um manual global para profissionais e serviços de saúde: orientações
baseadas em evidência científica, elaboradas por meio de colaboração em
âmbito mundial: um dos pilares do planejamento familiar da OMS. Genebra;
OMS; 2007.

Organização Mundial da Saúde. Universidade Johns Hopkins. Planejamento


familiar: um manual global para profissionais e serviços de saúde: orientações

64
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

baseadas em evidência científica, elaboradas por meio de colaboração em


âmbito mundial: um dos pilares do planejamento familiar da OMS. Genebra;
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Organização das Nações Unidas. Relatório da Conferência Internacional sobre


População e Desenvolvimento: Plataforma de Cairo. ONU, 1994.

Organização das Nações Unidas. Declaração e Plataforma de Ação da IV


Conferência Mundial sobre a Mulher. ONU, 1995.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual técnico para profissionais de saúde: DIU


com Cobre TCu 380A. Brasília: Ministério da Saúde; 2018.

World Health Organization. Family planning: a global handbook for providers


evidence-based guidance developed through worldwide collaboration.
[Internet]. 2011 [cited 2018 Sep, 10]. Available from: https:// apps.who.int/iris/
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Reis, Ana Paula; Góes, Emanuelle Freitas; Pilecco, Flávia Bulegon; Almeida, Maria
da Conceição Chagas; Diele-Viegas, Luisa Maria et al. Desigualdades de gênero
e raça na pandemia de Covid-19: implicações para o controle no Brasil. Saúde
debate 44 (spe4) • Dez 2020 • https://doi.org/10.1590/0103-11042020E423.

BRASIL. Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação


do exercício da enfermagem, e dá outras providências. 1986.

BRASIL. Decreto nº 94.406 de 08 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº 7.498,


de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá
outras providências. 1987.

Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN no 358/2009. Dispõe


sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do
Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre
o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências [Internet].
Brasília, DF, 15 out. 2009. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-
cofen- 3582009_4384.html.

65
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 690/2022. Normatiza


a atuação do enfermeiro no Planejamento Familiar e Reprodutivo. Brasília, 04
de fevereiro de 2022.

Conselho Federal de Enfermagem. Parecer relator no 17/2010/ COFEN/ CTLN.


Trata-se de encaminhamento dos documentos em epígrafe pela Secretaria do
Cofen, para análise e emissão de Parecer sobre a “viabilidade dos Enfermeiros
realizarem procedimentos com Medicamentos e Insumos para Planejamento
Familiar Reprodutivo” [Internet]. Brasília, DF, 11 nov. 2010. Disponível em:http://
www.cofen.gov.br/parecer-n-172010-cofen-ctln_6148.html.

Conselho Federal de Enfermagem. Parecer relator no 277/2017/ COFEN/ CTLN.


Trata-se de orientação sobre inserção de Implante subdérmico (IMPLANON)
[Internet]. Brasília, DF, 06 Dez. 2017.

Conselho Federal de Enfermagem. Parecer relator nº 278/2017/ COFEN/ CTLN.


Trata-se de encaminhamento dos documentos em epígrafe pela Secretaria do
Cofen, para análise e emissão de Parecer sobre a “viabilidade dos Enfermeiros
realizarem procedimentos com Medicamentos e Insumos para Planejamento
Familiar Reprodutivo” [Internet]. Brasília, DF, 11 nov. 2010. Disponível em: http://
www.cofen.gov.br/parecer-n-172010-cofen-ctln_6148.html.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à
saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento


de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à
saúde do homem. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

FILGUEIRAS, Thaynara Ferreira; SILVA, Renan Alves; PIMENTA, Cláudia


Jeane Lopes; FILGUEIRAS, Thiago Ferreira; OLIVEIRA, Simone Helena dos
Santos; CASTRO, Regia Christina Moura Barbosa. Instrumento para consulta
de enfermagem a gestantes com diabetes mellitus. Rev Rene, Fortaleza, vol.
20, 2019.

SANTOS, Marceli Aparecida Pedroso; DIAS, Pedro Luiz Moreira; GONZAGA,

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Márcia Féldreman Nunes. PROCESSO DE ENFERMAGEM” SISTEMATIZAÇÃO


DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM – SAE. Revista Saúde em Foco – Edição no
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Garcia TR, Nóbrega MML, Cubas MR. CIPE®: uma linguagem padronizada para
a prática profissional. In: Garcia TR, (Org.). Classificação internacional para a
prática de enfermagem: versão 2019/2020. Porto Alegre: Artmed; 2020, p. 21-
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Machado, Alessandra Vieira de Mello Bueno. A competência da enfermeira


para o cuidado ginecológico à mulher na Atenção Primária à Saúde. Curitiba,
2021.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e


Insumos Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e
Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais Rename
2022 [recurso eletrônico] – Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de monitoramento e avaliação


de tecnologias em saúde – CMATS. Implante subdérmico de etonogestrel
na prevenção da gravidez não planejada por mulheres adultas em idade
reprodutiva entre 18 e 49 anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2021.

BRASIL. Roda com os critérios médicos de elegibilidade da OMS para uso de


métodos anticoncepcionais - atualização de 2015 [WHO medical eligibility
criteria wheel for contraceptive use - 2015 update] ISBN 978-92-4-854925-0.

World Health Organization. WHO CONTRACEPTION TOOL. Free Mobile App


launched on 12 November 2018.WHO, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e


Insumos Estratégicos em Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do
HIV, Sífilis e Hepatites Virais [recurso eletrônico]. 2. ed. rev. Brasília: Ministério
da Saúde, 2022.

67
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Republic of the Philippines. Departament of Health. Family planning


competency-based trainingin IUD: handbook for service providers [Internet].
Philippines: Departament of Health; 2016 [acesso em 03 abr. 2019]. Disponível
em: https://www.doh.gov.ph/sites/default/files/publications/FPCBT_Level_2_
for_participants.pdf

Giordano MV, Giordano LA, Panisset KS. Dispositivo intrauterino de cobre.


Femina. 2015; 43(Supl 1):15-20.

Hubacher D, Chen PL, Park S. Side effects from the cooper IUD: do they
decrease over time? Contraception. 2009; 79(5):356-62.

Brasil. Ministério da Saúde. Relatório de Recomendação. Implante subdérmico


de etonogestrel na prevenção da gravidez não planejada por mulheres adultas
em idade reprodutiva entre 18 a 49 anos.2021

Gonçalves JE, Guazzelli TF, Nadai GM.Remoção histeroscópica de sistema


intrauterino em gestação inicial: revisão de literatura. | Artigo De Revisão.
femina 2020;48(9):574-6

Zanardo, BVF. Andrade, SMO. Reflexões sobre as diversidades sexuais na saúde:


uma revisão de literatura. Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, Nova Andradina,
v. 4, n. 4, dez/mar.2013

IFF/FIOCRUZ. Compartilhamento do Cuidado entre os Níveis da Atenção à


Saúde: ambulatório especializado e Atenção Primária à Saúde. Ministério da
Saúde: Brasilia, 2020.

68
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Apêndice I: Fichas de 1º consulta e retorno para planejamento


sexual e reprodutivo

CONSULTA DE ENFERMAGEM GINECOLÓGICA

1. NR/Código: ________________________________________________________ 2. Data: _________/_________/________

3. UBS: ________________________________________________ 4. ACS: _____________________________________________

DADOS DE PRÉ-CONSULTA
DADOS ANTROPOMÉTRICOS E SINAIS VITAIS :

5. Peso: _______________ kg 6. Altura: _______________Cm 7. PA: _______________mmHg

8. T. axilar: __________________˚C 9. Outro: _____________________________

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
IDENTIFICAÇÃO:

10. Nome / Nome Social:__________________________________________________________________________________

11. Gênero: ____________________________________ 12. Orientação Sexual: ___________________________

13. Telefone: _________________________________ 14. Idade:____________ 15. Dn:_________/_________/________

6. CNS: _____________ ________________________________ 17. CPF: _____________ ________________________________

18. Cor: 0-Parda ( ) 1-Branca ( ) 2-Preta ( ) 3-Amarela ( )


4-Indígena ( ) 5-Não Deseja Declarar ( )

19. Estado Civil: 0-Solteira ( ) 1-Casada ( ) 2-União Estável ( )


3-Divorciada ( ) 4-Viúva ( ) 5-Outra:____________________________

20. Escolaridade: 0- Analfabeta ( ) 1-Ensino Fundamental Incompleto ( )


2- Ensino Fundamental Completo ( ) 3- Ensino Médio Incompleto ( )
4- Ensino Médio Completo ( ) 5- Ensino Superior Incompleto ( )
6-Ensino Superior Completo ( )

69
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

21. Renda Pessoal Mensal: (R$):________________________________________________________________________

22. Renda Familiar Mensal: (R$):_______________________________________________________________________

23. Número De Pessoas Que Moram Na Sua Residência: ____________________________________

24. Profissão/Ocupação:__________________________________________________________________________________

25. Endereço:_________________________________________________________________________________________________

25.1 CEP: _______________________________________________________________________________________________________

DADOS GINECOLÓGICOS/ OBSTÉTRICOS:


26. MENARCA:__________________

27. COITARCA:______________________________________

28. DUM: _________/_________/________

29. Ciclos Menstruais: 0-regular ( ) 1-irregular ( )

30. Fluxo: 0-ausente( ) 1-pequeno( ) 2-moderado( ) 3-intenso( )

31. Absorventes Diários: _______________________ 32. Duração: _______________________

33. TPM: 0-não ( ) 1-Sim ( )______________________________

34. Dismenorréia: 0-Não ( ) 1-Sim ( )(0 a 10)______________________

35. Data do último parto:___________________________________

36. Paridade: 0-Gesta:______________ 1-Parto:______________ 2-Aborto:______________

37. PN:______________ 38. PC:____________

39.Data da ultima relação sexual: ____________________________

40. Sexualidade: 40.1 Libido Adequado: 0-Sim ( ) 1- Não( )_____________________,

40.2 Orgasmo: 0-Sim ( ) 1-Não ( ), 40.3 prazer/satisfação: 0-Sim( ) 1-Não ( ),

40.4 Disfunções sexuais: 0-Não ( ) 1-Sim ( )______________

41. Uso de métodos contraceptivos: 0-Sim ( ) 1-Não ( )

qual(is) ______________________________________________________________________

41.1 Data da Inserção do Método: __________________________________________________

70
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

41.2 Tempo de uso do método: _________________________________________________________________________

42. Satisfação do método atual? 0-Não ( ) 1-Sim ( )

por quê?______________________________________________________________________________

43. Descrever o uso do método: 0-Correto e consistente ( ) 1-incorreto ( )

2-inconsistente ( ) 44. ISTs: 0-Não ( ) 1-Sim ( )

44.1 Qual? ________________________________________________ 44.2 Tratamento Realizado:

0-Não ( ) 1-Sim( ), 44.3 parceiro tratado: 0-Não ( ) 1-Sim ( )

45. Alteração no ultimo exame de imagem?: 0-Não ( ) 1-Sim( )________________________

46. Ano da última Colpocitologia:________________ 46.1 alterado? 0-Não ( )

1-Sim ( ), __________________________________________ 47. Queixas:__________________________________________

48.1 Dispareunia: 0-Não ( ) 1-Sim ( ), 48.2 Leucorreia: 0-Não ( )

1-Sim ( ),__________________________________________________ 48.3 Dor baixo ventre: 0-Não ( )

1-Sim ( ), 48.4 Sangramento durante relação sexual recente: 0-Não ( ) 1-Sim ( )

48.5 Outras ( ):____________________________________________________________________________________________

HISTÓRIA PATOLÓGICA
49. Familiar: __________________________________________________________________________________________________

50. Pessoal: ___________________________________________________________________________________________________

51: Medicação em uso? 0-Não ( ) 1-Sim ( ) Qual? __________________________________________

52: Alergias: 0-Não ( ) 1-Sim ( ) Qual? _________________________________________________________

53: História de Violência: 0-Não ( ) 1-Sim ( )__________________________________________________

54: Hábitos de Vida: 0-Não ( ) 1-Fumo ( ) 2-Álcool ( ) 3-Outras drogas ( )


4- Ativid. Física ( ):_________x/sem

RESULTADO DE EXAMES
55: Exame de gravidez no dia consentido: 0-Não( ) 1-Sim ( ), ________/________/_______

55.1: Teste Rápido: 0-Negativo( ) 1-positivo ( )

55.2: BetaHCG: 0-Negativo ( ) 1-positivo ( )

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

EXAME FÍSICO

AVALIAÇÃO FÍSICA GERAL:

Lúcida e Orientada: 0-Sim ( ) 1-Não( ),____________________________________________________,

Mucosas Coradas: 0-Sim ( ) 1-Não( )____________________________________________________,

Hidratada: 0-Sim ( ) 1-Não ( ),___________________________________________________,

Diurese presente: 0-Sim ( ) 1-Não ( )____________________________________________________,

Queixas álgicas: 0-Não ( ) 1-Sim ( )____________________________________________________,

Evacuações intestinais padrão adequado: 0-Sim( ) 1-Não( ),___________________________,

Padrão de sono preservado: 0-Sim ( ) 1-Não ( ),____________________________________________,

Outros achados( ):_______________________________________,

Mamas: 0-Simétricas ( ) 1-Assimétricas ( ) 2-Reconstituídas ( )


3-Alterada ( )

Mamilos: 0-Protusos( ) 1-Semiprotusos ( ) 2-Invertidos ( ) 3-Planos( )

EXPRESSÃO MAMILAR: 0-Não( ) 1-Sim( ), aspecto____________________________

NÓDULO: 0-Não( ) 1-Sim( ), Se sim, localize na figura ao lado.

Abdome: 0-indolor( ) 1-plano( ) 2-globoso ( )


3-flácido à palpação( ) 4-resistente à palpação ( )
5- Ruídos hidroaéreos presentes( ) 6-presença de dor ( )
7-Outras alteração ( ) Qual?____________________________________________________

AVALIAÇÃO FÍSICA GERAL:

REGIÃO VULVAR: 0-Íntegra( ) 1-Alterada( )


Se sim, quais alterações?_________________________________________________________

PERÍNEO: 0-Íntegro( ) 1-Alterado( ) Se sim, quais


alterações?____________________________________________________________________________

NUS: 0-Íntegro( ) 1-Alterado( )


Se sim, quais alterações?______________________________________

TOQUE BIMANUAL: 0-Indolor( ) 1-Doloroso( )

72
PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

EXAME CLÍNICO ESPECULAR

Colo do Útero: 0-Pequeno( ) 1-Médio( ) 2-Grande( ) 3-Não Visualizado( )

Ectopia: 0-Ausente( ) 1-Pequena( ) 2-Média( ) 3-Extensa( )

Presença de corrimento vaginal: 0-Não( ) 1-Sim-fisiológico( ) 2-Sim-


menstruação( ) 3-Sim alterado( )__________________________

Histerometria:__________________________cm,

Tamanho do FIO na Inserção: __________________________cm

DIU BEM POSICIONADO NA AVALIAÇÃO CLÍNICA 0-Sim ( ) 1-Não( )

EXAME ULTRASSONOGRÁFICO – USTV (QUANDO NECESSÁRIO)

Distância Colo-Fundo endometrial: ______________________________Cm

DIU localizado: 0-Sim( ) 1-Não( )

Distância Fundo endometrial-porção superior do DIU: ______________________________cm

Distância porção inferior do DIU-Orifício Interno do Colo: ______________________________cm

DIU BEM POSICIONADO NA AVALIAÇÃO DA USTV: 0-Sim( ) 1-Não( )

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

MÉTODO: 0-Início( ) 1-Manutenção( ) 2-Mudança( )

MÉTODO ESCOLHIDO: 0-Anticoncepcional Hormonal oral( ) 1-Anticoncepcional


Hormonal injetável( ) 2-Preservativo( ) 3-Laqueadura( ) 4-Vasectomia( ) 5-DIU
TCu380A( ) 6.Outros( ) ____________________________________

Elegível ao método de escolha: 0-sim( ) 1-não( ), Justificar: _______________________________

Se inelegibilidade, qual outro método de escolha: ______________________________________________

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DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

Prevenção da gravidez adequada ( )


Medo ao nível aumentado ( )
Ansiedade aumentada na mulher ( )
Risco de gravidez aumentado ( )
Risco de dor em nível aumentado ( )
Sexualidade com padrão adequado ( )
Sexualidade comprometida ( )
Método contracep. Atual comprometido ( )
Outros: ____________________________________________________________________________________

PLANEJAMENTO/ IMPLEMENTAÇÃO

Monitorar adaptação do método ( )


Acolher a usuária e suas necessidades( )
Explicar importância dupla proteção( )
Inserir diu tcu 380-a ( ) Manter uso do: 0-acho ( )
1-achi ( ) 2-outro( ):__________________________________________________
Encaminhar para( ): _________________________
Orientar retorno_________________________ ( ) data:_________________________
Prescrever analgésico:( )_________________________
Prescrever PICS( )_________________________
Orientar uso correto do M.C( )
Ensinar sinais de alarme( )
Orientar retorno se sinais de alarme( )
Elogiar à mulher( )______________________________________________
Orientar( ):________________________________________________________
Incentivar atividade física e de lazer( )
Aumentar insgesta hídrica( ):_______________________litros/dia
Orientar realização testes rápidos IST( )
Coletar colpocitologia oncótica( )
Solicitar: 0-USG( ) 1-outro( ):_______________________

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RESULTADOS DE ENFERMAGEM

Prevenção da gravidez adequada ( )


Medo em nível diminuído ( )
Ansiedade diminuída na mulher ( )
Risco de gravidez diminuído ( )
Risco de dor diminuída ( )
Sexualidade com padrão adequado ( )
Sexualidade melhorada ( )
Método contracep. Atual adequado ( )
Outros: _________________________________________________________________

AVALIAÇÃO

_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________
ENFERMEIRO/COREN

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Apêndice II: diagnóstico de Enfermagem / CIPE (Classificação Internacional


para a Prática de Enfermagem)

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Apêndice III: Termo de consentimento informado para inserção


do dispositivo intrauterino

DADOS DA PACIENTE:
Paciente: ______________________________________________________________________________________________________________________________
Cartão SUS: ________________________________________________________ CPF: __________________________________________________________

Leia cuidadosamente este folheto antes de assinar. Tenho certeza de ter entendido todas as vantagens, desvantagens
e possíveis problemas que podem ocorrer com o uso do Dispositivo intra-uterino Tcu-380ª ( DIU). Se você tiver alguma
dúvida pergunte-nos.
1- DECLARO para os devidos fins, e sob as penas da lei, que fui orientada de maneira clara e compreensível sobre todas
as implicações e consequências do implante de Dispositivo Intra-Uterino (DIU) e estou ciente dos requisitos para sua
realização. O DIU é um pequeno objeto de cobre que será colocado dentro do útero, por profissionais, podendo ser
retirado a qualquer momento, se houver necessidades ou se for meu desejo retirá-lo.
2- DECLARO ainda que fui orientada sobre os riscos inerentes ao implante do DIU, tais como infecção, migração, perfuração
uterina de 1 a 2 a cada 1000 inserções, expulsão de 40 a cada 1000 inserções, entre outras complicações. Além disso, tenho
conhecimento que o referido dispositivo pode causar alteração do ciclo menstrual, sangramento menstrual prolongado e
volumoso, sangramento no intervalo entre menstruação e cólicas de maior intensidade.
3- DECLARO que fui orientada quanto a necessidade de procurar o serviço de saúde nos seguintes sinais de alarme:
febre acima de 38ºC, dor no baixo ventre sem melhoras com uso de analgésico, dor durante ou após relação sexual,
menstruação com volume aumentado (04 a 06 absorventes em 1 hora), atraso menstrual de 2 ou mais semanas, perceber
ao toque o corpo plástico do dispositivo no orifício do colo ou canal vaginal e presença de secreção com odor fétido.
4- DECLARO estar ciente de que o DIU não é um método contraceptivo 100% eficaz, podendo apresentar percentual
de falhas. O DIU Tcu380A pode variar de 6 a 8 a cada 1000 inserções, não podendo ser descartada a possibilidade de
gravidez após sua inserção, razão pela qual eximo o profissional de qualquer responsabilidade que venha ocorrer.
5- DECLARO também, que estou ciente que para diminuir a possibilidade de complicações e aumentar a eficácia do
método, é muito importante que sejam seguidas as informações realizadas pelo profissional de saúde, bem como à
necessidade de acompanhamento regular após a implantação do dispositivo. O mesmo deverá ser trocado dentro prazo
estipulado pelo fabricante.
Assim, considerando que todas as informações acima foram prestadas de forma clara e que foram por mim compreendidas,
tendo esclarecidas todas as minhas dúvidas.
DECLARO estar satisfeita com as informações e que compreendo os riscos e as consequências inerentes ao procedimento
de implante de DIU, concordando com as condutas necessárias à sua realização, incluindo realização do teste de gravidez
no momento da consulta.
DECLARO a ciência e entendimento das informações contidas no presente instrumento, aceitando o compromisso
de respeitar integralmente as instruções fornecidas pelo profissional, em razão de sua não observância ser capaz de
acarretar riscos e efeitos colaterais.
Eu ____________________________________________________________________________________ estou ciente que estou realizando uma Consulta de
Enfermagem com inserção do Dispositivo intrauterino, conforme a Lei do exercício profissional 7498/86 e Pareceres
Técnicos Cofen 017/2010 e 278/2016, Resolução Cofen 690/2022.
Responsável legal para pacientes menores de 18 anos:____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________
Assinatura do Paciente Assinatura do Representante Legal
(Se menor de 18 anos)

____________________________________________________________________________________
Enfermeiro/Coren

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Apêndice IV: Consentimento informado para cessão de imagem e voz

Convidamos V. Srª a participar voluntariamente da documentação e divulgação das ações


realizada dentro da consulta de enfermagem com ênfase na saúde sexual e reprodutiva.
Sua participação consiste em permitir a realização, reprodução e divulgação desses
registros (fotográfico ou cinematográfico em película ou digital) em veículo gráfico ou
eletrônico disponibilizado para fins acadêmicos e de Promoção da Saúde. Salientamos que
será tomado todo cuidado no sentido de garantir a privacidade e que não serão expostas
imagens depreciativas, e ainda que, caso existam imagens do procedimento realizado que
revelem partes íntimas ginecológicas, sob nenhuma hipótese estas possibilitarão vincular a
sua identidade. Por fim, esclarecemos que seu atendimento será garantindo, sem nenhum
prejuízo na qualidade da assistência, ainda que não concorde na cessão de imagens. Você
poderá fazer todas as perguntas que julgar necessárias para o esclarecimento de dúvidas
e, também, a qualquer momento poderá solicitar a retirada deste consentimento, sendo-
lhe garantido a suspensão da publicação em mídia eletrônica. Por ser esta a expressão
de minha vontade, nada terei a reclamar a título de direitos conexos à minha imagem,
voz ou qualquer outro. DECLARO e REAFIRMO como pessoa a ser fotografada/filmada,
que fui devidamente orientada sobre a utilização de imagem e voz. Que minhas dúvidas
foram esclarecidas suficientemente e AUTORIZO a realização dos registros, bem como sua
utilização nas finalidades propostas. Ciente.

NOME: ___________________________________________________________________________________
CPF: ______________________________________________________________________________________
ASSINATURA: ___________________________________________________________________________

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Anexo I: Check-list para descartar gestação

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PROTOCOLO DE CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ÊNFASE NA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

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