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TÉCNICO EM ENFERMAGEM
SUMÁRIO
Também temos alguns materiais e equipamentos que já precisam estar preparados para o
momento do nascimento do bebê:
São os cuidados prestados ainda em sala de parto, com o objetivo de proporcionar boas
condições para a adaptação do RN à vida extrauterina e medidas para intervir durante qualquer
situação que coloque em risco a sua vida.
Aquecer o RN.
Fig.03:
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Identificação do RN.
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Normalmente os obstetras tem deixado o cordão umbilical parar de pulsar, e por volta de
um minuto após o nascimento fazem pinçamento e secção do cordão. Isso evita problemas como
anemia, quando o cordão é clampeado imediatamente após o nascimento e problemas
respiratórios e de sobrecarga cardíaca causado pela hiperviscosidade do sangue quando o
clampemento ocorre de forma tardia.
Avaliação de Ápgar.
A Escala de Ápgar é realizada para avaliar a vitalidade do RN e como está sendo a sua
evolução no ambiente extrauterino. Alguns sinais são avaliados, como a frequência cardíaca,
respiração, tônus muscular, irritabilidade e cor, cada um desses sinais recebe uma pontuação que
vai de 0 a 2, somadas as pontuações o valor final pode ir de 0 a 10. Esse teste deve ser realizado
no 1º e no 5º minuto de vida do RN. O recém-nascido será classificado como: sem asfixia (Apgar 8
a 10); com asfixia leve (Apgar 5 a 7); com asfixia moderada (Apgar 3 a 4) ou com asfixia grave:
Apgar 0 a 2.
Higiene Corporal.
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O primeiro banho deverá ser realizado após a estabilização dos sinais vitais, no alojamento
conjunto, com a participação dos pais.
Método de Credê.
Fig.09: Credê
Administração de Vitamina K.
Administra-se 1mg de vitamina K, por via IM, no terço médio do músculo vasto lateral da
coxa, com a finalidade de se prevenir sangramentos, pois a vitamina K é necessária para a
produção de fatores de coagulação, principalmente a protrombina.
ANOTAÇÕES
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Medidas Antropométricas.
Fig.14:
Fig.15:
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Fig.16:
1.4 CLASSIFICAÇÕES DO RN
Os RN’s são classificados de acordo com a Idade Gestacional (IG) e o peso ao nascimento,
conforme ilustrado nas tabelas a seguir:
Classificação IG
Pré-termo extremo < 30 semanas
Muito prematuro 30 a 33 semanas e 6 dias
Pré-termo tardio 34 a 36 semanas e 6 dias
Termo 37 a 41 semanas e 6 dias
Pós- termo > 42 semanas
Tabela.02: Classificação Referente à Idade
O peso de nascimento deve ser classificado de acordo com a IG. Para tal, utiliza-se o
gráfico de crescimento intrauterino desenvolvido por Battaglia e Lubchenco (1967). Aqueles com
peso entre os percentis 10 e 90 (de acordo com a IG) são classificados como Adequados para a IG
(AIGs); aqueles abaixo do percentil 10 são pequenos para a IG (PIGs); e, por último, os que estão
acima do percentil 90 são grandes para a IG (GIGs).
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Maior envolvimento dos pais e/ou de outras pessoas significativas no futuro cuidado com a
criança;
Tranquilidade para as mães que ficam inseguras quanto ao atendimento prestado a seus
filhos quando não estão perto deles. A ansiedade pode inibir a produção de ocitocina,
importante para a liberação do leite materno e para a contração do útero, enquanto a
presença da criança e seu choro costumam estimular o reflexo de ejeção do leite;
Maior interação entre a mãe e sua família e os profissionais de saúde responsáveis pela
atenção à criança;
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Frequência cardíaca: colocando o estetoscópio sobre o pulso apical, dois dedos abaixo do
mamilo esquerdo, entre o quarto e o quinto espaço intercostal, observando o ritmo cardíaco, e
qualquer som anormal como o sopro. A frequência cardíaca normal fica entre: 120 a 160 bpm.
Algumas características do RN devem ser observadas durante o exame físico, como avaliar
a postura, reatividade, respiração, fácies, estado de hidratação e de consciência.
Textura e Umidade.
Cor.
A pele normal do RN apresenta cor rosada, mais evidente nas crianças de pele clara.
Crianças filhas de pais negros podem apresentar pele clara no nascimento. No entanto, pode-se
detectar nesses RN’s maior quantidade de melanina nos mamilos, região periungueal, na pele da
borda do umbigo e na genitália.
A palidez acentuada pode ser um dado importante para o diagnóstico de anemia (aguda ou
crônica), vasoconstrição periférica ou choque; traduz situação grave e deve ser sempre investigada
a causa de seu aparecimento.
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Milium Sebáceo.
Lanugem.
Fig.21: Lanugem
Vérnix caseoso.
ANOTAÇÕES
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Manchas Mongólicas.
Impetigo.
É a infecção piogênica, mais comumente causada por Staphylococcus aureus. Inicia-se com
lesões eritematosas puntiformes que em um ou dois dias evoluem para vesículas, que a seguir se
pustulizam ou tornam-se bolhas (impetigo bolhoso).
Hemangiomas.
Fig.24: Hemangiomas
Icterícia.
Síndrome caracterizada pela cor amarelada da pele decorrente de sua impregnação por
bilirrubina. É achado comum, especialmente nas crianças com idades entre 48 e 120 horas de vida.
Equimoses.
São manchas comuns nos RN´s, sobretudo nos prematuros, e sua localização depende da
apresentação e dos traumas sofridos, especialmente durante o parto.
Petéquias.
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Cabeça.
Tórax.
Observar o ingurgitamento das mamas e/ou presença de leite que pode ocorrer em ambos
os sexos, bem como a presença de glândulas supranumerárias.
Abdômen.
Genitália.
No sexo masculino: os testículos podem não estar palpáveis no saco escrotal, estando
ainda nos canais inguinais, situação normal em prematuros. Além disso, pode ocorrer hidrocele,
acúmulo de líquido na bolsa escrotal, que é reabsorvido rapidamente. A ocorrência de fimose é
fisiológica do nascimento.
No sexo feminino: grandes lábios e clitóris edemaciados. Pode aparecer uma secreção
esbranquiçada ou sanguinolenta da vagina em decorrência do contato com os hormônios
maternos.
Neurológico.
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Reflexos primitivos são reflexos originados do sistema nervoso central que são presentes
especialmente em bebês. Estes reflexos desaparecem ou são inibidos pelos lóbulos frontais à
medida que a criança se desenvolve pela maturação do cérebro, com crescente controle
voluntário de cada uma das atividades com estes reflexos relacionadas.
O banho do bebê deve ser um momento para integrar os pais na rotina de cuidados com o
RN, fortalecendo o vínculo, mas também pode gerar muitas dúvidas, a enfermagem seve como
facilitador desse processo.
O Banho.
Para proceder com a limpeza do coto umbilical, devemos limpar ao redor do coto com um
cotonete embebido em álcool 70%, realizando movimentos circulares até retirar toda a sujidade.
Da mesma forma, proceder com a limpeza do coto, ao final expor o coto umbilical para fora da
fralda, isso evita a proliferação de microrganismo.
Os exames que fazem parte da triagem neonatal são os testes do pezinho, orelhinha,
olhinho e coraçãozinho, realizados com a finalidade de diagnosticar precocemente qualquer
anomalia. A alta da maternidade somente é autorizada após a realização de todos esses exames,
seus resultados devem ser anotados na caderneta da criança.
Trata-se de ação preventiva que visa facilitar o diagnóstico precoce de certas doenças,
reduzindo ou eliminando o risco de sequelas associadas ao atraso no reconhecimento e
tratamento dessas condições.
Nos casos com resultados de triagem alterados, o laboratório central deve acionar o posto
de coleta para que entre em contato com a família e trazer a criança para a realização de exames
confirmatórios. Esse processo precisa ser ágil e eficaz para que a terapêutica precoce adequada
possa ser instituída.
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Fig.28: Tabela de doenças detectadas pelo teste do pezinho. Do mais básico ao avançado.
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Resultado anormal: caso qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% ou houver uma
diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior,
uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora.
Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas
seguintes.
O RN de alto risco é aquele bebê que corre um risco elevado em decorrência de fatores
relacionados ao seu nascimento e a vida extrauterina. Dependendo da patologia identificada e do
estado geral do RN, seu tratamento pode ser realizado no alojamento conjunto ou na Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Abordaremos algumas das mais importantes intercorrências
com RN e seus cuidados.
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No momento do parto a detecção de mecônio é fácil, sendo assim deve ser realizada uma
rápida aspiração das narinas e orofaringe do RN. Poder ser necessária a ventilação mecânica, com
intubação ainda na sala de parto.
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Este paciente também será acompanhado na UTIN, sendo realizada oxigenoterapia, mas a
principal conduta neste caso é a administração de surfactante de origem bovina ou suína no tubo
orotraqueal. Esta substância age como um substituto do surfactante natural reestabelecendo o
volume interno dos alvéolos e melhorando a oxigenação do RN.
Esta patologia pode ser tratada tanto no alojamento conjunto como na UTIN,
dependendo da gravidade do caso. A gravidade é definida pelo zoneamento dérmico segundo
Kramer.
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Em casos graves onde a fototerapia não apresenta uma boa resposta, pode ser necessária
a realização de exsanguineotransfusão, através da troca do sangue ocorre a remoção rápida de
boa parte da bilirrubina sérica.
Sífilis Congênita: Doença causada pelo treponema pallidum, que pode levar a perda fetal ou
neonatal.
Fatores de risco Promiscuidade, ausência de pré-natal, baixo nível socioeconômico, história
anterior de DST.
Transmissão Via transplacentária, ou durante o parto.
Tratamento Penicilina cristalina.
Rubéola Congênita: Infecção viral grave, que pode resultar em várias má formações.
Manifestações Clínicas Más formações cardíacas, catarata retinopatias, surdez, microcefalia,
retardo mental, baixo peso e convulsões.
Tabelas.4-6:
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As malformações são defeitos estruturais do corpo e é sempre muito difícil para a família
aceitar e enfrentar essa situação, por mais que nos dias atuais existam métodos para identificar
essas situações precocemente, antes no nascimento. Fatores que influenciam nas más-formações
são: uso de drogas, radiação, agentes infecciosos, medicações, desnutrição materna e
tocotraumatismos.
Hidrocefalia
Conceito Quantidade anormal de liquido cefalorraquidiano (LCR)
nos ventrículos e espaços subaracnoides.
Principais Tumores, infecções intracraniana, hemorragia perinatal,
causas meningoencefalite.
Sinais e Aumento do perímetro cefálico, dilatação das veias do
sintomas couro cabeludo, olhar deprimido, convulsões,
irritabilidade e letargia.
Diagnóstico USG Transfontanela, perímetro cefálico.
Tratamento Colocação de um Shunt para drenar o liquido para o
peritônio.
Tabela.07: Fig.36
Espinha Bífida
Conceito Falha no fechamento do tubo neural na fase embrionária.
Tipos:
Oculta Defeito no fechamento das vértebras com ausência de sinais
neurológicos.
Meningocele Herniação das meninges, devido a um defeito nos arcos vertebrais sem
comprometimento neural.
Mielomeningocele Herniação das meninges, raízes nervosas e parte da medula. A cirurgia é
realizada logo após o nascimento.
Tabela.08:
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Tabela.09:
Microcefalia
Conceito Microcefalia é um problema neurológico no qual a criança possui a massa cefálica
e o crânio reduzido, onde o perímetro cefálico é inferior á 32 cm.
Principais Uso de drogas, agentes infecciosos, diabetes, HIV, desnutrição, zika vírus
causas hipotireoidismo e exposições a elementos radioativos.
Fig.38: Microcefalia
Gastrosquise Ocorre a evisceração do conteúdo intestinal, sem saco peritoneal, por meio de
uma abertura próxima ao cordão umbilical. Necessária correção cirúrgica.
Onfalocele Migração das víceras para a base do cordão umbilical, necessária correção
cirúrgica.
Tabela.10:
Lábio leporino Varia de uma pequena fissura no lábio superior ao lado da linha média até uma
fenda completa que se estende até a base do nariz.
Fenda Quando ocorre isoladamente, é uma fissura na linha média que pode envolver
palatina palato duro e mole.
Tabela.11:
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Fig.42:
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Colostro: é o leite materno produzido nos primeiros dias após o parto e apresenta algumas
características específicas, é mais grosso, de coloração amarelada, rico em proteínas, anticorpos,
leucócitos, fatores de crescimento e vitamina A. Além disso, apresenta efeito laxante,
contribuindo para a eliminação de mecônio.
Leite de transição: é o leite humano produzido entre o 7º e o 15º dia após o parto. O
volume e a composição do leite variam no decorrer dos dias, permanecendo com volume médio
de 500 ml/dia.
Leite maduro: é o leite produzido a partir do 15º dia, é branco e opaco, rico em água,
proteínas, carboidratos, lipídios, minerais e vitaminas, produzido em maior quantidade.
ANOTAÇÕES
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A amamentação do RN deve ser oferecida em livre demanda, sempre que o bebê desejar,
sendo que a mãe deve receber todo apoio e orientação constante da equipe de saúde que atende
ao binômio. As mães devem ser orientadas sobre não oferecer chás, sucos ou água para o RN já
que somente o leite materno é suficiente para suprir suas necessidades hídricas. Outra informação
importante é a respeito do aleitamento cruzado, que é proibido, visto que o leite materno é uma
secreção que pode transmitir uma série de doenças caso a mãe esteja contaminada.
Para que o bebê consiga fazer a retirada do leite ao seio, ele precisa utilizar diversos
músculos da face para a ordenha, fazendo movimentos mandibulares e movimentos
peristálticos, que começam a partir da ponta da língua, nesse caso, posicionada para frente.
Entretanto, na sucção do bico da chupeta, a criança precisa fazer pressão negativa (aspiração) para
manter o objeto na boca e, como a chupeta ocupa a parte anterior da cavidade bucal, a língua
passa a ficar posicionada para trás. Nesse ultimo caso, a boca da criança precisa se adaptar ao
bico artificial, ao contrário do que ocorre com o bico do seio materno, que se adapta à boca
da criança. Por essa razão, o uso de chupeta interfere com uma correta postura durante a
amamentação, podendo levar ao desmame precoce.
ANOTAÇÕES:
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Em 2001, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a rBLH-BR como uma das
ações que mais contribuíram para redução da mortalidade infantil no mundo, na década de 1990.
De 1990 a 2012, a taxa de mortalidade infantil no Brasil reduziu 70,5%.
A introdução das refeições pode seguir o seguinte esquema, segundo a idade do bebê:
Por volta dos 6 meses, deve-se oferecer um suco de frutas entre as mamadas. Por
exemplo: laranja, maracujá, manga, melancia, melão, goiaba, pêssego, caju, acerola; uma por vez,
alternando as frutas. Depois de cerca de 1 semana, poderá oferecer uma fruta da estação,
principalmente as ricas em Vitamina A (amareladas ou alaranjadas) ou as ricas em Vitamina C, logo
após as refeições, para ajudar na absorção do ferro contido nos outros alimentos. As frutas devem
ser oferecidas “in natura”, sem adição de açúcar e amassadas no garfo. Deve-se oferecer mais ou
menos 1 fruta e 1 suco ao dia.
Após cerca de 2 semanas, começar a oferecer uma refeição especialmente preparada para
ela. Cozinhar os alimentos em água suficiente para amaciá-los. Podendo adicionar também cebola,
alho e cheiro verde para dar mais sabor à comida.
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Para garantir um bom aporte de ferro, ofereça cerca de 50 a 100 gramas de carne por dia
e, uma vez por semana, ofereça miúdos (fígado, moela ou coração). É importante também que a
criança receba água nos intervalos. A água oferecida deve ser a mais limpa possível (tratada,
filtrada e fervida).
Fig.58
Nessa idade é necessária a ingestão diária de no mínimo, 500 l de leite integral associado a
frutas e cereais, em duas a três refeições por dia. O almoço e o jantar devem obedecer aos hábitos
familiares com pequenas adaptações nos horários e consistência.
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O pré-escolar, faixa etária que compreende dos 2 aos 6 anos de idade, por apresentar um
crescimento mais lento, a criança pode relatar uma falta de apetite normal desta fase, além de
uma anorexia seletiva, onde a criança escolhe apenas determinados alimentos. É importante que
nessa idade a alimentação seja variada e que a criança participe das refeições junto com a família.
Os hábitos alimentares da criança são moldados pela família.
Já a fase escolar que vai dos 7 aos 10 anos de idade, existe uma grande necessidade
nutricional, nesta fase a criança é mais ativa, tendo um gasto calórico maior. A alimentação deve
continuar variada, evitando sempre refrigerantes, sucos artificiais, frituras e doces.
7.1 CRESCIMENTO
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Fig.59:
Peso/Idade.
A variação do peso, com relação à idade da criança, reflete diretamente sobre a piora ou
melhora do seu estado de saúde.
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As crianças maiores de 2 anos devem ser pesadas descalças e com roupas bem leves.
Idealmente, devem usar apenas calcinha, short ou cueca, na presença da mãe ou do responsável.
Utilizar a balança de plataforma mecânica ou eletrônica.
Fig.63-64: Balanças
Estatura/Idade.
Deve-se utilizar o antropômetro horizontal, apoiado a uma superfície plana, firme e lisa, a
criança deve estar com a coluna alinhada em decúbito dorsal e os membros inferiores bem
esticados. Fig.63: Medindo Crianças Menores de 2 Anos
Utiliza-se o antropômetro vertical, que deve estar fixado a uma parede plana e lisa, sem
rodapé.
Tabela.15: Fig.65
Meninas
Idade Peso médio Tamanho
Recém-nascido 3,4 kg 50,3 cm
3 meses 5,6 kg 59 cm
6 meses 7,3 kg 65 cm
9 meses 8,6 kg 70 cm
12 meses 9,5 kg 74 cm
15 meses 11 kg 77 cm
18 meses 11,5 kg 80,5 cm
2 anos 12,4 kg 86 cm
3 anos 14,4 kg 95 cm
4 anos 15,5 kg 99,14 cm
5 anos 17,4 kg 105,95 cm
6 anos 19,6 kg 112,22 cm
7 anos 21,2 kg 117,27 cm
8 anos 23,5 kg 122,62 cm
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Dentição:
A partir dos 6 meses costumam nascer os primeiros dentes de leite, neste período, o bebê
sentirá coceira nas gengivas, aumento da salivação, estado febril e fezes mais liquidas. Oferecer
alimentos mais duros e mordedores de borracha que massageiem a gengiva ajudam no
rompimento dos dentinhos e melhora o desconforto. Durante a infância os primeiros dentes serão
chamados de temporários, são em número de 20. A partir dos 6 anos esses dentes vão sendo
trocados pelos dentes permanentes, a criança ganhará, até o fim da adolescência, outros 12
dentes — contando os quatro dentes sisos, que costumam nascer por volta dos 18 anos.
Fig.67: Dentição
7.2 DESENVOLVIMENTO
Nos anos pré-escolares, diferentes dimensões e estilos paternos têm efeitos sobre
diferentes aspectos do desenvolvimento social e das personalidades das crianças: autoestima,
desenvolvimento moral, conduta pró-social, autocontrole, etc. Além da família, não podemos nos
esquecer da escola, que se transforma rapidamente em um importante contexto de socialização,
que se encarrega, principalmente, da transmissão do saber organizado, que é o produto do
desenvolvimento cultural.
A criança deve atravessar cada estágio seguindo uma sequência regular, ou seja, os
estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada ou
motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento.
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Fig.
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Fase que ocorre mais rápida e a maior parte das modificações no desenvolvimento. Os
braços passam a obedecer aos comandos do córtex cerebral. Primeiro a criança toma consciência
do movimento dos pés, das mãos e evolui com brincadeiras. A criança começa a diferenciar o dia
da noite e ganha agilidade para segurar objetos.
O quadro abaixo nos dá uma ideia de como pode ocorrer o desenvolvimento motor
normal da criança.
Vacina BCG:
Vacina administrada em dose única que previne contra os tipos graves de tuberculose.
Administrar o mais precocemente possível, preferencialmente após o nascimento. Para os
prematuros com menos de 36 semanas, administrar a vacina depois que eles completarem 1 mês
de vida e atingirem 2kg. Para a criança HIV positiva, a vacina deve ser administrada ao nascimento
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ou o mais precocemente possível. Para as crianças HIV positivas ainda não vacinadas que chegam
aos serviços de saúde, a vacina está contraindicada.
Vacina Pentavalente:
Forma oral, que previne a poliomielite, oferecida uma dose aos 6 meses e 2 reforços, um
com 15 meses e outro com 4 anos.
Previne doenças diarreicas causadas pelo rotavírus. Administrar duas doses, aos 2 e 4
meses de idade.
Vacina Meningocócica C:
Vacina de Hepatite A:
Previne contra doença causada pelo vírus da hepatite A. Administrada em dose única, aos
12 meses.
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Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola, administrar duas doses, a primeira aos 12
meses de idade e a segunda dose aos 4 anos.
As vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados, como BCG, poliomielite, tríplice viral,
tetra viral, febre amarela, rotavírus e varicela, são contra indicadas:
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Algumas vezes a população juvenil não está consciente de que necessita dos serviços de
saúde ou não sabe que estes serviços estão disponíveis. Às vezes nem percebe as situações de
risco que está passando e que poderia buscar ajuda para problemas como os ligados à saúde
sexual e reprodutiva, abuso sexual e físico, uso de drogas, violência/brigas, entre outros.
Fig.72
O Programa governamental “Saúde do Adolescente” (PROSAD), instituído pela Portaria
do Ministério da Saúde, nº 980/GM em 21/12/1989, foi o primeiro programa criado para intervir
na prevenção de doenças e promoção da saúde de todos os adolescentes de idade entre 10 e 19
anos. Nasceu para atender aos novos direitos do adolescente à saúde instituídos pelo ECA, em
1990. Teve suas diretrizes e ações revisadas em 1996 e uma finalidade de promover, integrar,
apoiar e incentivar práticas em prevenção de doenças e promoção da saúde nos locais onde o
programa fosse implantado (estados, municípios, universidades, ONGs ou outras instituições).
Suas ações se concentravam nos aspectos promoção da saúde, identificação dos grupos de risco,
detecção precoce dos agravos, tratamento adequado e reabilitação dos indivíduos.
ANOTAÇÕES
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No sexo masculino, o primeiro sinal de puberdade é o aumento do volume testicular aos 9 anos e
meio. Posteriormente, há o aparecimento dos pelos pubianos e o aumento do volume do pênis.
Pelos axilares surgem 2 anos após o aparecimento dos pelos pubianos. A pilosidade facial aparece
após a axilar. Além da estatura, já mencionada anteriormente, há ainda na fase de crescimento
masculino aumento da massa muscular, que é mais acentuada que no sexo feminino, bem como
modificação na qualidade da voz.
A ginecomastia no sexo masculino é normal durante a puberdade. Isto pode acontecer por
influência de diversos fatores, como, por exemplo, a obesidade, desordens endócrinas, a
puberdade ou o uso de certas drogas. Esse fato é importante de ser avaliado, pois podem ocorrer
doenças subjacentes a esse evento. Elas podem se iniciar antes ou depois da puberdade, bem
como pode aparecer na ausência dos caracteres sexuais secundários.
como causa dessa manifestação. Caso não haja involução da mama, deve ser tratada
cirurgicamente, principalmente se trouxer problemas de ordem estética e psicossocial para o
adolescente. Aumentos maiores que 4 cm podem necessitar tratamento hormonal ou cirúrgico.
Fig.75: Vigorexia
Anorexia Nervosa é uma doença caracterizada por uma recusa em manter um peso
corporal minimamente normal ou por um medo intenso de ganhar peso, podendo ser
caracterizada também por imagem corporal distorcida.
A necessidade de averiguar sobre as vacinas que o jovem recebeu, deve estar sempre na
ação primária. Quando o adolescente estiver com esquema vacinal incompleto ou não recebeu
nenhuma vacina, é importante que receba as vacinas indicadas para a sua idade.
HPV: está disponível para meninos de 11 aos 15 anos e para meninas até 15 anos, a vacina
possui duas doses com intervalo de 6 meses entre elas;
Meningocócica C: para os adolescentes, é disponibilizada uma dose dos 11 aos 14 anos;
Triplice viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela): duas doses dependendo da situação
vacinal.
Dupla adulto: oferecida 3 doses ou reforço a cada 10 anos dependendo da situação vacinal.
Hepatite B: disponível 3 doses a depender da situação vacinal.
ANOTAÇÕES
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9.2.4 Sexualidade
Contudo, há que ter em conta que os seres humanos são seres sexuados. A sexualidade e o
desejo estão presentes em cada um de nós desde que nascemos até que morremos, embora
evoluam e se modifiquem em cada idade e em cada indivíduo, incluindo crianças e adolescentes.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define “saúde sexual” como “a integração dos
elementos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais do ser sexual por meios que sejam
positivamente enriquecedores e que potenciem a personalidade, a comunicação e o amor” (OMS,
1975). Desta forma, a mensagem sobre sexualidade que a sociedade deveria transmitir aos jovens
deveria ser a de uma vivência feliz e satisfatória, respeitadora da individualidade de cada um.
Assim, está nas mãos de pais e educadores capacitar os/as adolescentes e jovens para que
assumam as suas próprias responsabilidades e atuem em conformidade, dando resposta às suas
necessidades e procurando a sua resolução. É desta forma que se torna mais fácil ajudar e apoiar a
população jovem, pois aumentando o seu grau de autonomia ajudamo-los a crescer e a tornarem-
se capazes de tomar decisões sobre o que querem fazer.
Os conflitos entre os adolescentes e seus pais são questões tão antigas quanto à existência
do homem. O jovem, na busca pela sua independência, entra em combate com os seus
responsáveis que, por sua vez, não conseguem lidar com isso de uma forma satisfatória e madura.
Na adolescência, a dinâmica familiar começa a mudar, pois os jovens começam a ter vontade
própria e mais recursos pessoais para executá-la. Assuntos que antes interessavam as crianças
passam a ser desinteressantes quando elas se tornam jovens. Alguns amigos continuam legais e
outros se tornam chatos, o que os seus pais lhes dizem já não merecem tanta atenção, parecendo
tedioso e repetitivo.
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Tudo isso pode ser explicado pelo fato do ambiente em que os adolescentes vivem se
relacionar de forma diferente com eles. Há um novo tipo de troca que se estabelece entre ele e o
mundo à sua volta, incluindo a sua família.
Quando criança, os pais são encarados como um ponto de referência, um porto seguro,
repleto de equilíbrio e calmaria. Na adolescência, os pais passam a ser vistos de maneira diferente;
o adolescente passa a questionar as normas dentro de sua casa, tenta escolher o seu próprio
caminho, estabelece vínculos com pessoas que não são da família, e não aceita o que os pais
julgam ser o melhor para ele.
Fig.78:
Nem sempre os pais aceitam esse comportamento dos filhos, pois sentem muita
dificuldade em relação a essa perda aparente de autoridade. Também para esses pais, aceitar o
crescimento dos filhos é reconhecer o seu próprio envelhecimento, e isso, muitas vezes, torna-se
extremamente complicado para eles.
A questão da proteção que os pais insistem em exercer sobre seus filhos adolescentes
pode ser considerada uma das situações mais conflitantes no relacionamento entre pais e filhos.
Quando os adolescentes se sentem autônomos, a proteção dos pais pode gerar revolta, invasão à
privacidade, e cerceamento (Limitação, restrição) de escolhas, por se sentirem tratados ainda
como crianças.
Ser pai de um adolescente é ajudá-lo quando ele solicita. Isso não significa que o pai tenha
que ficar imóvel quando o filho está tomando decisões que poderão colocar em risco sua própria
integridade física, moral ou psicológica. A forma como o pai irá intervir nessa situação é que faz a
grande diferença.
O documento do Unicef traz uma análise detalhada das mais diversas formas de violência
sofridas por crianças e adolescentes em todo o mundo: violência disciplinar e violência doméstica
na primeira infância; violência na escola – incluindo bullying; violência sexual; e mortes violentas
de crianças e adolescentes. Segundo o relatório, todas as formas de violência vivenciadas por
meninas e meninos, independentemente da natureza ou gravidade do ato, são prejudiciais.
Uma vez que as crianças entram na escola, amizades e interações com colegas assumem
um papel cada vez mais importante em suas vidas. Esses relacionamentos têm o potencial de
contribuir para o bem-estar e capacidade de socialização de uma criança, mas também estão
associados à exposição a novas formas de vitimização. Metade da população de crianças em idade
escolar – 732 milhões – vive em países onde o castigo corporal na escola não está totalmente
proibido. Além disso, em todo o mundo, cerca de 130 milhões (mais de um em cada três)
estudantes entre 13 e 15 anos sofrem bullying regularmente. No Brasil, 43% de meninos e
meninas do 6º ano (11 e 12 anos) disseram que sofreram bullying nos últimos meses. Segundo
relatório, e eles foram roubados, insultados, ameaçados, agredidos fisicamente ou maltratados.
Fig. 79
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as meninas, podem ser alvo de violência sexual, mas as meninas, geralmente, estão em maior
risco.
Para superar esse quadro, o Unicef insta os governos a que tomem medidas urgentes,
como fortalecer os marcos legais e políticos, melhorar os serviços de atenção às vítimas e
estabelecer planos nacionais para reduzir a violência contra as crianças e os adolescentes.
A presença dos pais ou responsáveis traz para a criança segurança, desta forma, o cuidar
em pediatria deve estar voltado não só para a criança, mas considerar a mesma e seu familiar
como clientes, sendo assim o profissional deve estar atento para os sentimentos enfrentados
pelos familiares durante a fase da hospitalização.
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A doença além de afetar a criança modificando sua rotina, atinge todas as pessoas que
convive com a criança. Durante o cuidar da criança hospitalizada, a família vivência situações de
dor e angústia seja pelo desconhecimento da doença e tratamento, ou de como essa criança ficará
no futuro.
A doença crônica afeta não só a criança, mas também as relações sociais dentro da família
e sua rotina, que passa a ser permeada por constantes visitas a profissionais de saúde, medicações
e hospitalizações e atinge todas as pessoas que convivem com a criança.
O cuidado prestado pela família difere devido ao forte componente emocional e afetivo,
não sendo prioridades as técnicas e procedimentos, como ocorre com a equipe de saúde que
assiste a criança doente e hospitalizada.
A presença dos pais durante a internação da criança minimiza o sofrimento, tendo a família
como referencia o período em que ela precisa do tratamento se torna menos árduo. O cuidar em
pediatria deve estar vinculado à família para a satisfação das necessidades apresentadas por esse
pequeno ser e requer do profissional o desenvolvimento de atitudes e sentimentos de
sensibilidade.
Observamos que apesar da grande preocupação nas unidades pediátricas com a interação
entre familiares e profissionais, o despreparo em relação ao cuidar centrado na família ainda é
muito evidente.
Dramático: que tem a finalidade de permitir à criança revelar experiências que tem
dificuldade de verbalizar, a fim de aliviar tensão, expressar sentimentos, necessidades e
medos;
Capacitador de funções fisiológicas: utilizado para capacitar a criança para o autocuidado,
de acordo com o seu desenvolvimento, condições físicas e prepará-la para aceitar a sua
nova condição de vida;
Instrucional: indicado para preparar e informar a criança dos procedimentos terapêuticos a
que será submetida, a fim de envolvê-la na situação e facilitar sua compreensão a respeito
do procedimento a ser realizado.
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11.3.2 Brinquedoteca
Fig.83:Brinquedoteca
A dor é hoje considerada um sinal vital (quinto sinal vital) tão importante quanto os outros
sinais (pressão, temperatura, frequências cardíaca e respiratória) e deve sempre ser avaliada. O
desenvolvimento dos componentes neuroanatômicos, fisiológicos e neuroquímicos necessários
para o processamento da sensação dolorosa ocorrem desde o início da gestação. Acredita-se que
a partir da 24° semana de gestação é possível identificar neurônios e vias suficientes para que
ocorra apreciação do estímulo doloroso no tronco encefálico.
ANOTAÇÕES
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Fig.84: Escala de Faces (Diferentes Expressões do Cebolinha Aplicadas para os Meninos e da Mônica para as
Meninas)
Neste método a criança fica responsável por dizer como é a intensidade da dor percebida,
porém a sua aplicação depende da capacidade cognitiva de cada criança, e depende da fase do
desenvolvimento em que ela se encontra.
Desta forma, para crianças entre dois e quatro anos são utilizadas principalmente formas
lúdicas que incentivam o autorrelato da dor sentida, através de jogos, desenhos e brincadeiras.
Entre quatro e cinco anos, uma metodologia de avaliação de dor muito eficiente é a das
Quatro Batatinhas Fritas. Consiste em pedir que a criança diga quantas batatinhas de dor ela está
sentindo: uma batatinha dói só um pouquinho; duas batatinhas dói um pouco mais; três
batatinhas dói muito; quatro batatinhas dói muito, muito mesmo.
Para crianças de 5 anos ou mais, desenhos e representações de faces de dor parecem ser
os melhores método de avaliação da intensidade da dor.
Crianças de 6, 7 anos, além das escalas de faces, já podem usar escalas de palavras, tais
como: sem dor, dor fraca, média, forte, a pior possível; escalas numéricas de 0 a 10 ou de 0 a 100
também podem ser utilizadas.
Esse método consiste na avaliação das frequências respiratória e cardíaca, pressão arterial,
sudorese, pressão parcial de oxigênio e gás carbônico, níveis de cortisol e de endorfinas
circulantes.
É importante enfatizar que essas alterações são bem evidenciadas nas dores agudas, não
ocorrendo nas dores crônicas, bem como não se relacionam exclusivamente com a presença de
dor, podendo estar presentes em função da ansiedade, fome ou por causa de alguma outra
condição clínica. Por outro lado, a avaliação e a mensuração da dor em bebês e crianças pré-
verbais são extremamente difíceis de serem feitas. Assim, as alterações nesses parâmetros
biológicos, juntamente com a observação de alterações comportamentais, são as formas mais
amplamente utilizadas de avaliação de dor nesses casos.
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Ainda, às vezes, a criança não quer falar sobre sua dor, podendo até mesmo tentar
escondê-la, por medo de que o tratamento seja pior do que a própria dor (tomar injeção, por
exemplo). Nessas ocasiões, os pais são os melhores juízes para observar pequenas alterações
comportamentais, mais difíceis de serem escondidas e que possam sugerir a presença de uma dor
que mereça cuidados clínicos.
Fig.88: Musicoterapia
Apesar de o direito inalienável de todo ser humano de não padecer de fome e desnutrição
ter sido reafirmado sucessivamente em conferências dos países membros das Nações Unidas em
1948 (Declaração Universal dos Direitos Humanos), em 1974 (Conferência Mundial de
Alimentação das Nações Unidas), em 1978 (Pacto Internacional de Direitos Econômicos e
Declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre “Saúde para todos no ano 2000”, em
1989 (Convenção sobre os Direitos da Criança), e mais recentemente promovida pela OMS como
sendo um direito humano, a desnutrição infantil continua a ser um dos problemas mais
importantes de saúde pública do mundo atual, devido a sua magnitude e consequências
desastrosas para o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência das crianças.
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Desnutrição calórica total, mais conhecida como fome, ou seja, diminuição da quantidade
total de alimentos. Em níveis severos foi denominada marasmo.
Alteração da qualidade da dieta, modificando a composição dos alimentos ingeridos. Pode
provocar um tipo de desnutrição severa chamada kwashiorkor.
Obesidade caracterizada pelo aumento da quantidade da ingestão de alimentos
necessários ao funcionamento normal do organismo. Fig.89: Marasmo
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redundantes por perda do panículo adiposo, cabelo fino e esparso, de queda fácil.
Fase 2: nesta fase a criança encontra-se em estabilidade clínica e pode ser iniciada a
reabilitação nutricional com objetivo da recuperação pôndero-estatural, que consiste em oferecer
alimentação adequada e estimulo motor e emocional.
Fig.91:
FAs pessoas dizem que crianças obesas ingerem grande quantidade de comida. Esta afirmativa
nem sempre é verdadeira, pois em geral as crianças obesas usam alimentos de alto valor calórico
que não precisa ser em grande quantidade para causar o aumento de peso.
Os famosos sanduíches (hambúrguer, misto-quente, cheesburguer, etc.) que as mamães
adoram preparar para o lanche dos seus filhos, as batatas fritas, são os verdadeiros vilões da
alimentação infantil, vindo de encontro ao pessoal da equipe de saúde que condenam estes
alimentos expondo os perigos da má alimentação aos pais onde alguns ainda pensam que criança
saudável é criança gorda. As crianças costumam também a imitar os pais em tudo que eles fazem,
assim sendo se os pais têm hábitos alimentares errados, acaba induzindo seus filhos a se
alimentarem do mesmo jeito.
Algumas ações podem ser tomadas para evitar esse tipo de transtorno:
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A obesidade infantil é um problema grave e deve ser encarado com cuidado. Deve-se
procurar ajuda médica, pois as causas da obesidade podem ter diversas origens desde hábitos
irregulares até fatores genéticos e hormonais. Quanto mais cedo for tratado, maiores são as
chances de cura e evita doenças no futuro.
A doença diarreica aguda é uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil
nos países em desenvolvimento e um dos fatores que mais contribui para o agravamento do
estado nutricional das crianças.
Na Região Nordeste, onde o problema assume maior magnitude, o risco de morte por
diarreia em crianças menores de cinco anos é cerca de 4 a 5 vezes maior que na Região Sul,
representando cerca de 30% do total das mortes durante o 1º ano de vida.
A diarreia pode ser definida pela ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou
líquidas nas últimas 24 horas. A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos
parâmetros mais considerados. Na diarreia aguda ocorre desequilíbrio entre a absorção e a
secreção de líquidos e eletrólitos e é um quadro autolimitado.
Diarreia aguda é uma doença caracterizada pela perda de água e eletrólitos, que resulta no
aumento do volume e da frequência das evacuações e diminuição da consistência das fezes,
apresentando algumas vezes muco e sangue (disenteria). A maioria dos episódios de diarreia
aguda é provocada por um agente infeccioso como bactérias (Escherichia coli, Salmonela, Shigela
dysenteriae), Vírus (Astrovírus, Norovírus, Rotavírus) e Parasitas (Entamoeba histolytica, Giardia
lamblia), o seu tempo de duração é de no máximo 14 dias.
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O soro caseiro é uma solução preparada com açúcar e sal que deve ser utilizado apenas
quando não se tem acesso aos sais de reidratação oral. Para prepará-lo deve-se utilizar as
colheres-medida fornecidas pelos centros de saúde. Em um copo cheio de água filtrada adicione
uma colher-medida (menor) rasa de sal e duas colheres-medida (maior) rasas de açúcar e misture.
Na falta da colher-medida, o soro caseiro pode ser preparado adicionando uma colher de
cafezinho de sal e uma colher de sopa de açúcar em um litro de água filtrada. O soro caseiro deve
ser sempre provado antes de ser dado à criança e deve ser menos salgado que a lágrima. Todo
soro deve ser ingerido pela criança em pequenas quantidades e várias vezes ao dia.
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OBSERVAR
Condição Bem alerta Irritado Comatoso,
Hipotônico.
Olhos Normais Fundos Muito Fundos
Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes
Boca e Língua Úmidas Secas Muito secas
Sede Bebe normalmente Sedento, bebe rápido. Bebe mal ou não é
capaz.
EXAMINAR
Sinal de prega Desaparece Desaparece Desaparece muito
rapidamente lentamente lentamente
Pulso Cheio Rápido, débil Muito débil ou
ausente.
Enchimento capilar Normal- até 3 seg. Prejudicado- 3 a 5 seg. Muito prejudicado-
mais de 5 seg.
Conclusão Não tem Se apresentar 2 ou Se apresentar 2 ou
Desidratação. mais sinais descritos mais sinais descritos
acima, existe acima, existe
desidratação. desidratação grave.
Tratamento Plano A- tratar em Plano B- Terapia de Plano C- Terapia de
casa. reidratação oral na reidratação
UBS. parenteral.
Tabela.17-18:
Plano A: tratamento no domicílio.
Os sinais de alarme devem ser enfatizados nesta fase, para serem identificados
prontamente na evolução se ocorrerem (aumento da frequência das eliminações líquidas, vômitos
frequentes, sangue nas fezes, recusa para ingestão de líquidos, febre, diminuição da atividade,
presença de sinais de desidratação e piora do estado geral).
Plano B: administrar o soro de reidratação oral sob supervisão médica (reparação das
perdas vinculadas à desidratação).
A primeira regra nesta fase é administrar a solução de terapia de reidratação oral (SRO),
entre 50 a 100 mL/Kg, durante 2 a 4 horas. A SRO deve ser oferecida de forma frequente, em
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quantidades pequenas com colher ou copo, após cada evacuação. A mamadeira não deve ser
utilizada.
Plano C: corrigir a desidratação grave com terapia de reidratação por via parenteral
(reparação ou expansão).
A suplementação com zinco vem sendo preconizada para diminuir a duração do episódio
diarreico e evitar recorrências e a vitamina A deve ser recomendada nas áreas onde corre esta
hipovitaminose.
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Aleitamento materno;
Imunização;
Saneamento básico;
Lavagem correta das mãos.
Quem acolhe a criança com IRA deve reconhecer de imediato os sinais de alerta que
demonstram a gravidade da criança.
Sinais de alerta.
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A maioria dos quadros de pneumonia acontece após uma infecção viral de vias aéreas
superiores, mas apenas a minoria dos quadros de IVAS se complica com pneumonia. O uso
precoce de antibióticos não previne complicações bacterianas.
A prevenção das IRAs relaciona-se com a promoção da saúde integral da criança, evitando-
se a desnutrição, a prematuridade, o tabagismo passivo, promovendo o aleitamento materno, a
vacinação e melhorando as condições de vida da população.
A ida precoce para a creche expõe a criança a um contato mais estreito com vírus e
bactérias, constituindo um fator de risco importante para aumento na incidência de IRA, mas
qualquer intervenção deve ser contextualizada e individualizada, pesando-se prós e contras.
Sabemos que muitas mães precisam trabalhar e a única opção que têm é deixar a criança na
creche.
14.2 FARINGOAMIDALITE
É muito importante frisar que a grande maioria das faringoamigdalites (FA) tem etiologia
viral, principalmente em crianças acima de seis anos e abaixo de três anos. Quando bacteriana, a
faringoamigdalite pode ser causa da por Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus. As
possíveis complicações da amigdalite estreptocócica são: febre reumática, glomerulonefrite difusa
aguda, linfadenite cervical e abscesso peritonsilar.
Fig.96:
Inflamação dos seios paranasais, que apresenta como sintomas, a rinorreia, congestão
nasal, febrícula, tosse diurna que se agrava à noite, halitose e edema periorbitário sem dor.
14.5 BRONQUEOLITE
É uma doença viral aguda, determinada pela obstrução dos bronquíolos, provocada pelo
edema nas mucosas e pelo muco e secreção do seu interior, predominantemente de 02 a 06
meses, rara em crianças maiores de 2 anos. Sua ocorrência é mais comum no inverno.
urgência para um hospital para iniciar oxigenoterapia, a dieta deve ser oferecida em pequenos
volumes de forma fracionada, pelo risco de broncoaspiração. É necessário em algumas situações a
suspenção da dieta ou a realização da dieta por sonda nasogástrica.
14.6 ASMA
Seu tratamento consiste em eliminar os fatores alérgicos, reverter a obstrução das vias
aéreas com broncodilatadores e nebulização.
14.7 PNEUMONIA
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Artigo 2 ECA – Criança é a pessoa com até 12 anos incompletos. Não se submete a medida
socioeducativa, somente a medida de proteção.
Incidirá também excepcionalmente em pessoas com idade entre 18 e 21 anos incompletos, no que
concerne às medidas socioeducativas de semiliberdade e de internação do adolescente, cujo
cumprimento deve necessariamente findar até os 21 anos da pessoa, respeitado o período
máximo de 3 anos. É imprescindível que o ato infracional tenha sido praticado antes de a pessoa
tornar-se imputável, ou seja, completar 18 anos.
Artigo 8 a 10 do ECA – os documentos do parto tem que ficar arquivados por um período de 18
anos.
O ECA estabelece também alguns direitos pensando na mãe, pois proteger a criança é proteger a
mãe. É muito comum que a mãe tenha depressão pós parto, também chamado de estado
puerperal. Assim, o ECA assegura tratamento psicológico, ainda que a mãe queira entregar o filho
para adoção. É assegurado o tratamento psicológico ainda que a mãe deseje entregar o filho para
adoção, como forma de atenuar as consequências do estado puerperal.
Artigo 16 ECA – direito de ir, vir e permanecer nos logradouros públicos e espaços comunitários,
observadas as restrições legais. Se não tivesse a frase observadas as restrições legais não poderia
por exemplo fechar parque público à noite.
PROIBIÇÕES DO ECA
Artigo 77 a 82 e 250 ECA – Criança e adolescente não podem ir para hotel, motel, pensão ou
congênere, salvo: acompanhado dos pais ou responsáveis; por autorização dos pais ou
responsável; se houver autorização judicial. A ideia é combater a prostituição infantil. A violação
disso é infração administrativa. Criança e adolescente não podem ir a local que explore
comercialmente jogos de bilhar ou similares, nem com a autorização dos pais. Vale dizer que é
comerciante, assim se no seu prédio tem uma mesa de bilhar não tem problema e eles podem
frequentar, pois não é explorado comercialmente.
No caso de lanhouse e locais que explores diversões eletrônicas: nessa situação, pode frequentar e
depende de regulamentação do juiz da infância local.
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Pode vender fogos de artifícios à criança e adolescente? Fogos de artifícios não podem ser
vendidos, salvo se pelo reduzido potencial lesivo, não podendo causar dano em caso de uso
inadequado.
a) Viagem nacional: artigo 83 – o adolescente não precisa de autorização para viajar, quem precisa
é a criança. Essa autorização é valida por um período de 2 anos. A criança não precisa de
autorização nas seguintes hipóteses:
1. Se estiver acompanhada dos ascendentes ou colateral maior até o terceiro grau (tio)
comprovado documentalmente.
FAMÍLIA
MODALIDADES DE FAMÍLIA
Família natural: artigo 25, caput ECA – comunidade constituída pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes.
Família extensa ou ampliada: artigo 25 ECA – comunidade formada pelos parentes próximos com
os quais a criança ou adolescente tenha convivência, afinidade ou afetividade. Além dos pais e
filhos ou o núcleo formado pelo casal, contempla também parentes próximos, como por exemplo
o tio. A família extensa tem preferência na adoção.
Família substituta: artigo 28 ECA - medida excepcional que será determinada diante de situações
em que a permanência da criança ou do adolescente junto à sua família natural torna-se inviável.
Comporta três modalidades: guarda, tutela e adoção.
a) Guarda: artigo 33 – visa regularizar situação de fato. Não necessariamente ela gera o
afastamento com os pais biológicos. A guarda gera direitos previdenciários. Trata-se de medida
provisória, ou seja, depois de concedida, a criança ou o adolescente poderá retornar à sua família
natural ou permanecer sob guarda até ser encaminhado para uma família substituta definitiva,
assim pode ser revogada a qualquer tempo mediante ato judicial.
b) Tutela: artigo 36 -a tutela pressupõe a perda ou suspensão do poder familiar. Somente será
deferida a pessoa com até 18 anos incompletos. É conferido ao tutor amplo direito de
representação, que deverá administrar bens e interesses do pupilo.
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c) Adoção: artigo 39 a 52 ECA - é a única modalidade irrevogável. É a única que o estrangeiro pode
usar. É a modalidade de colocação da criança ou do adolescente em família substituta que tem o
condão de estabelecer o parentesco civil entre adotando e adotado. Pode ser unilateral, em que
permanecem os vínculos de filiação, com apenas um dos pais biológicos; bilateral, vínculo de
filiação rompe-se por completo.
- Idade do adotante: deve ser maior de 18 anos. Deve haver 16 anos de diferença entre adotante e
adotado.
- Restrições para adoção: não pode adotar por procuração, pois trata-se de ato personalíssimo,
assim o ascendente não pode adotar o descendente (avos, irmãos).
- Modalidades de adoção:
2. Adoção conjunta: feita por duas pessoas. Só pode adotar conjuntamente se forem casadas ou se
viverem em união estável. Podem também adotar conjuntamente os divorciados, os judicialmente
separados e os ex companheiros, desde que concordem com a guarda e o regime de visitas e
contando que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de
convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele
não detentor da guarda que justifique a medida.
4. Adoção póstuma ou post mortem: é a adoção que ocorre quando o adotante falece no curso da
adoção. Terá continuidade se ficou claro o desejo de adotar. O adotado pode, após completar 18
anos, ter o direito de conhecer sua origem biológica, bem como o de obter o acesso irrestrito ao
processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes. Se ainda não atingiu 18 anos,
deve ser assegurada assistência jurídica e psicológica.
5. Adoção homoafetiva: ECA não prevê, mas a justiça autoriza. Casal de namorado gay não pode
adotar pois eles são namorados e namorado não pode adotar, precisa de união estável.
6. Adoção por casais separados ou divorciados: é possível desde que o estágio de convivência
tenha se iniciado durante a constância da união e que haja acordo quanto a guarda e visita.
- Estágio de convivência: é o período em que a criança ou o adolescente fica com o adotante para
verificar a formação dos laços socioafetivos. A adoção nacional não tem prazo mínimo. Já a adoção
internacional tem prazo mínimo de 30 dias, a ser cumprido em território nacional. Poderá ser
dispensado na hipótese de o adotando já estar sob guarda legal ou tutela do adotante durante
tempo suficiente para se avaliar a convivência da constituição do vínculo.
Artigo 28.
Artigo 103 ECA. Considera-se ato infracional a conduta que, praticada por criança ou adolescente,
é definida em lei como crime ou contravenção penal. Se um adulto pratica é crime de roubo, se
um adolescente pratica é ato infracional, sanção, medida socioeducativa. O que para o adulto é
infração penal para o adolescente é ato infracional. O ECA vai pegar do CP a definição dessas
condutas, somente vai trocar a consequência, que no CP é pena e no ECA é medida
socioeducativa.
a) Criança: menor de 12 anos. Se a criança praticar o ato infracional, ela não pode receber medida
socioeducativa, ela somente pode receber as chamadas medidas de proteção que não tem caráter
de sanção e, entre elas não esta a FEBEM, pois internação é medida socioeducativa e criança
somente pode receber as medidas de proteção previstas no artigo 101 do ECA que são:
encaminhamento aos pais ou responsável; matricula obrigatória em ensino fundamental. Para
criança, nunca pode ser aplicada medida socioeducativa. A criança é encaminhada ao Conselho
Tutelar, para que ele aplique as medidas de proteção.
A idade que importa é a do momento em que ocorreu o fato, a idade no dia da ação ou omissão –
Teoria da atividade.
1. Advertência: artigo 115 ECA – consiste em uma admoestação oral que será reduzida a termo.
2. Reparação dos danos: sanção por ato infracional. Promova o ressarcimento do ano, ou, por
outra forma, compense o prejuízo causado à vitima. Artigo 116 ECA.
3. Prestação de serviços comunitários: artigo 117 do ECA. O juiz pode aplicar essa medida por no
máximo 6 meses com jornada semanal de oito horas.
4. Liberdade assistida: ainda não foi privado da liberdade, apenas terá assistência. O juiz designa
para ela um orientador nomeado pelo juiz que vai acompanhar o adolescente na sua vida familiar,
comunitária e escolar. O prazo é de no mínimo 6 meses.
Essas duas medidas podem transcender pessoas de 18 anos, ou seja, pode se aplicar para pessoas
acima dos 18 anos, em casos especiais para ate pessoas de 21 anos de idade. No momento da
aplicação da medida, o juiz as aplica sem prazo determinado, prazo interno, em aberto. O tempo
pode chegar a 3, mas é aplicada sem prazo pois se a pessoa tiver bom comportamento pode sair
antes de 3 anos. Durante a execução da medida é que irá avaliar o desenvolvimento da pessoa,
podendo acabar com a medida ou prorrogá-la até 3 anos. Durante a execução, a lei impõe que
seja feita uma reavaliação da medida a cada no máximo 6 meses. Não pode chegar a 6 meses sem
que tenha tido pelo menos uma medida. Depois de o juiz reavaliar, surgirão quatro possibilidades:
2. Substituição da internação por outra medida mais branda. Chamada de progressão das medidas
socioeducativas, pois ele passou de uma medida mais intensa para uma mais branda;
3. Manter a medida, por tempo indeterminado, até a próxima reavaliação. O juiz pode a cada
reavaliação ficar mantendo, mas o limite para a manutenção sucessiva das reavaliações é de 3
anos. 3 anos é limite de cumprimento e não prazo de aplicação. Pode chegar a 3 anos desde que
ele não complete 21 anos antes disso, pois se completar 21 anos ainda que não alcançado os 3
anos, a liberação se torna compulsória;
a) Semiliberdade: privação parcial de liberdade. Parte do dia solto e parte do dia recolhido na
entidade socioeducativa. Baseado em confiança e senso de autorresponsabilidade. Vai se recolher
na entidade à noite e em finais de semana. Pode às vezes à noite ir dormir na casa dos pais, mas
todo dia precisa passar parte do dia na entidade.
b) Internação na fundação casa – FEBEM: é a única medida que tem cabimento taxativo, pois
expressamente previsto em lei. Depois dos 21 anos, surge a chamada liberação compulsória, ou
seja, quando completar 21 anos de idade o juiz será obrigado a soltar a pessoa. Quem chega aos
21 anos está cumprindo as consequências do que ele praticou enquanto era adolescente, isso é
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feito para que não haja garantia de punibilidade quando se comete o crime próximo aos 18 anos.
Se quando a pessoa cometeu o crime ela já tinha mais de 18 anos, responderá como adulto pelo
CP.
Se o indivíduo conseguir ficar foragido até os 21 anos, não pode mais internar ele – prescrição
etária.
Por ocasião da reavaliação, a medida pode ser mantida, sucessivamente ate o limite total de 3
anos e desde que o sujeito não complete 21 anos antes disso.
Artigo 122 ECA. Só se aplica à internação, pois as demais são livremente aplicáveis. É possível a
internação quando se tratar de ato:
Ex: atos equiparados a crimes de roubo, homicídio, estupro. Para ato equivalente a furto não é
cabível internação como medida socioeducativa, podendo ser aplicada qualquer uma das outras
cinco medidas. E se ele for pego praticando ato equivalente à tráfico de drogas? O trafico de
drogas para o adulto é crime equiparado ao hediondo, mas o requisito que o ECA elege para poder
caber ou não a internação é se tem violência ou grave ameaça à pessoa e no caso do tráfico de
drogas não existe essa violência. Juiz aplica sem prazo até o limite de 3 anos.
volta a cumprir a medida anteriormente aplicada. Antes do juiz aplicar a sanção ele deve ouvir o
adolescente, pois se isso é sanção por ter descumprido outra, não pode aplicar nova sanção sem o
contraditório e ampla defesa. Assim, deve-se ouvir o adolescente em audiência para que ele possa
justificar o porque descumpriu a medida. Antes de aplicar a internação-sanção, o juiz deve ouvir o
adolescente permitindo assim que ele possa justificar o descumprimento alegado, pois se esse
descumprindo foi justificado, não se aplica sanção.
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Enfermagem em Saúde da Criança
REFERÊNCIAS
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