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Dourados - MS
2019
2019 - Material produzido pela Comissão de Incentivo e Apoio ao Aleitamento
Materno (CIAAM) do Hospital Universitário da Universidade Federal da
Grande Dourados (HU-UFGD) e colaboradores.
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins
comerciais.
ELABORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Comissão de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno do HU-UFGD - CIAAM
Amanda Jorge de Souza Stefanello
Alexandre Rodrigues Mendonça
Angela Amanda Nunes Rios
Daniela Bender Morandi
Daniele Romero Ceccato Schroder
Larissa Gomes da Costa Franco
Neiva Ney Gomes Barreto
Renata Vidigal Guimarães
Renata Abreu Moreira Coimbra
Rita de Cássia Dorácio Mendes
Rosalina Dantas da Silva
Sidney Antonio Lagrosa Garcia
Vanessa Pereira Fonseca
Tatiane Felizari Greghi Nasser
Terezinha Inês Bonfim
COLABORADORES
Adauto Tsutomu Ikejiri
Renata Silva Roerver Borges
Roselaine Terezinha Migotto Watanabe
Colegiado da Maternidade do HU-UFGD
IMAGEM DA CAPA
Imagem da capa gentilmente cedida por Dayse Gripa Silva Lima
FICHA CATALOGRÁFICA
MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
SOBRE A CIAAM
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
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SUMÁRIO
LACTAÇÃO .............................................................................. 9
Fisiologia da Lactação .................................................... 9
Composição do Leite Materno ......................................... 13
PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO DURANTE A
GESTAÇÃO .............................................................................. 15
Preparo da Mama Durante a Gestação ............................ 16
ACONSELHAMENTO EM ALEITAMENTO MATERNO .................. 17
Como Escutar e Aprender ............................................... 17
Como Desenvolver Confiança e Dar Apoio ...................... 19
TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO ............................................... 21
Posicionamento e pega adequados ................................. 21
Posicionamento da mãe e do bebê .............................. 21
Pega Adequada ............................................................... 26
Como Colocar o Bebê para Mamar .................................. 26
Avaliação da Sucção Não Nutritiva ................................. 27
Observação e Avaliação da Amamentação ...................... 28
AMAMENTAÇÃO E O USO DE MEDICAMENTOS E DROGAS DE
VÍCIO E ABUSO ........................................................................ 31
Medicações Maternas que Interferem na Amamentação ... 31
Amamentação e o Uso de Drogas de Vício e Abuso ......... 31
Inibidores da Lactação ................................................... 32
Uso de Galactagogos na Amamentação .......................... 33
PROTOCOLO DE SUPLEMENTAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO DO
ALEITAMENTO MATERNO ........................................................ 35
Razões Aceitáveis para Uso de Substitutos do Leite
Materno .......................................................................... 35
Condições Maternas que Justificam a Interrupção
Temporária ou Permanente da Amamentação ................. 36
Condições Especiais do Recém-Nascido ......................... 38
Hipoglicemia Neonatal .................................................... 38
Causas de hipoglicemia neonatal – evento transitório ... 40
Causas de hipoglicemia neonatal – evento persistente
ou recorrente ............................................................. 41
Diagnóstico da hipoglicemia neonatal ......................... 42
Prevenção da hipoglicemia neonatal ........................... 43
Tratamento da hipoglicemia neonatal ......................... 43
ORDENHA E ADMINISTRAÇÃO DE LEITE ................................. 47
Ordenha do Leite Materno ............................................... 47
Ordenha de Alívio ........................................................... 47
Ordenha para Manutenção da Lactação .......................... 47
Como Realizar a Ordenha Manual ................................... 48
Conservação e Preparo do Leite Ordenhado ................... 49
Como Oferecer o Leite no Copo ou Xícara ....................... 50
Relactação ..................................................................... 51
CONDUTAS NAS COMPLICAÇÕES DA MAMA PUERPERAL ...... 53
Traumas Mamilares ......................................................... 53
Ingurgitamento Mamário Patológico ................................ 54
Mastite ............................................................................ 55
Abcesso Mamário ........................................................... 56
Candidíase (Monilíase) .................................................... 57
Bloqueio de Ductos Lactíferos ........................................ 58
Galactocele .................................................................... 59
Reflexo Anormal de Ejeção do Leite ................................ 59
Hiperlactação ................................................................. 60
Baixa Produção de Leite ou Hipogalactia ........................ 60
A Queixa de “Leite Fraco” ou “Pouco Leite” ..................... 61
CONDIÇÕES ESPECIAIS EM ALEITAMENTO MATERNO ............ 63
Bebês que Necessitam de Cuidados Especiais ............... 63
Bebê que não suga ou tem sucção débil ..................... 63
Gemelaridade ............................................................ 64
Bebês com malformações orofaciais .......................... 65
Bebês com anquiloglossia (frênulo lingual curto) ........ 67
Picos de Crescimento e Desenvolvimento ....................... 67
Mães que se Recusam a Amamentar ............................... 68
PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO NO HU-UFGD ........ 69
Contato Pele-a-Pele entre Mãe e Recém-Nascido na Sala
de Parto .......................................................................... 70
Aproveitamento do Primeiro Período de Reatividade do
Recém-Nascido para Incentivar o Aleitamento Materno
em Sala de Parto (Hora de Ouro para Amamentação) ...... 72
Controle Térmico do Recém-Nascido em Sala de Parto e
o Apoio a Amamentação ................................................. 73
Pico de Ocitocina e Aleitamento Materno ........................ 74
Disponibilidade para Aleitamento Materno – DAME ......... 74
MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
LACTAÇÃO
Fisiologia da Lactação
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
ACONSELHAMENTO EM
ALEITAMENTO MATERNO
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
você está sempre cansada?” Isto mostra que você ouviu que ela
se sente cansada, e que existe disposição para ajudá-la a partir da
sua queixa.
Se você responde com uma questão factual: “Com que fre-
quência ele mama? O que mais você está dando a ele?”, você não
está mostrando empatia, e sim simpatia.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO
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Posição Tradicional
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Mãe Deitada
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
Posição Invertida
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Cavalinho
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Pega Adequada
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Fonte: Carvalho, Marcus Renato de, Gomes, Cristiane F. Amamentação: bases científicas, 2017, p. 155.
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
Inibidores da Lactação
PROTOCOLO DE SUPLEMENTAÇÃO E
SUBSTITUIÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
Citomegalovírus Amamentar.
Exceto: recém-nascido com idade
gestacional menor que 32 semanas
ou peso menor ou igual a 1,5kg.
Nesses casos, ofertar preferencial-
mente leite materno pasteuriza-
do e, na ausência deste, fórmula
artificial.
Herpes Simples e Herpes Amamentar se não tiver lesões nas
Zoster mamas.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Hepatite A Amamentar.
Hepatite B Amamentar, desde que aplicadas a
vacina anti-hepatite B nas primei-
ras 12 horas e a imunoglobulina
dentro das primeiras 24 horas.
Hepatite C Amamentar.
Exceto: Se a mãe estiver com car-
ga viral elevada ou lesão mamilar
sangrante.
Hanseníase Amamentar.
Exceto: Hanseníase Virchowiana
não tratada ou tratamento inferior
a 3 meses com sulfona ou 3 sema-
nas com rifampicina. Contraindi-
cado até que o tratamento atinja o
tempo necessário para controle da
transmissão.
Rubéola Amamentar.
Caxumba Amamentar.
Sarampo Amamentar.
Tuberculose pulmonar Amamentar. Utilizar máscaras ou
similares até 2/3 semanas do início
do tratamento.
Malária Amamentar.
Sífilis Amamentar, se tratada adequada-
mente.
Doença de Chagas Não amamentar se estiver em fase
aguda. Na fase crônica, não ama-
mentar apenas se houver san-
gramento mamilar evidente.
Mastite Amamentar na mama não afeta-
da e realizar ordenha manual na
mama afetada.
Abscesso mamário A amamentação deve ser mantida
na mama sadia. Após o tratamento
da mama afetada, retornar à ama-
mentação.
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
Hipoglicemia Neonatal
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
• Sangue heparinizado.
• Cardiopatia congênita.
• Estresse perinatal: acidose grave ou síndrome hipóxico‐is-
quêmica.
• Suspeita de infecção.
• Desconforto respiratório.
Hiperinsulinismo:
• Recém-nascido Grande Para a Idade Gestacional (GIG) >
percentil 90 de peso.
• Administração intraparto excessiva de glicose.
• Filho de mãe diabética: principalmente se mal controlada.
• Isoimunização Rh.
• Após exsanguineotransfusão – sangue citratado.
• Iatrogenia (suspensão abrupta de infusão glicose, mal po-
sicionamento do cateter arterial).
• Eritroblastose fetal.
Secundária a hiperinsulinismo:
• Hiperplasia de células beta-pancreáticas.
• Nesiodioblastose.
• Adenoma pancreático.
• Defeito de receptor de sulfonilureia.
• Eristroblastose fetal.
• Síndrome de Beckwith-Wiedemann.
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Secundária a endocrinopatias:
• Insuficiência pituitária.
• Deficiência cortisol.
• Deficiência congênita de glucagon.
• Deficiência de adrenalina.
Lembrar:
- A dosagem da glicose no sangue total tem valor 10% a
15% menor que a glicemia plasmática.
- A análise da glicemia deve ser realizada imediatamente
após a coleta do sangue. A cada hora que o sangue coletado per-
manece sem ser processado, a glicemia reduz-se em 18mg/dl.
Diagnóstico diferencial:
- Insuficiência adrenal
- Cardiopatia
- Doença renal
- Doença neurológica
- Sepse neonatal
- Outros distúrbios metabólicos
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Ordenha de Alívio
ria fora do fogo. Antes de oferecer o leite à criança, este deve ser
agitado suavemente para homogeneizar a gordura.
O leite ordenhado deve ser oferecido à criança de preferên-
cia utilizando copo ou xícara
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Relactação
Traumas Mamilares
Condutas:
• Avaliar posição e pega; cuidados ao terminar a mamada –
afastar a boca do bebê com o dedo mínimo no canto da boca.
• Iniciar a amamentação pela mama menos afetada, logo a
sucção do bebê na mama mais afetada vai ser realizada durante
menor tempo e com menor força de sucção.
• Antes de posicionar o bebê no peito, ordenhar um pouco
de leite até estimular o reflexo de ejeção do leite. Dessa forma o
bebê não precisará fazer grande pressão na sucção para iniciar a
mamada.
• Em casos de dor extrema, realizar a ordenha manual do
leite da mama afetada de forma integral. Utilizar um recipiente
limpo e esterilizado para coletar o leite e ofertar ao bebê.
• Alternar a posição de amamentar para que os locais de
contato da boca do bebê também se alternem no mamilo, dimi-
nuindo o contato com a área lesionada.
• Manter a área lesionada limpa e hidratada com o próprio
leite materno no mamilo antes e após a amamentação. Evitar o
uso de sabonetes e cosméticos no local da lesão.
• A critério médico, pode ser necessário o uso de analgési-
cos por via oral.
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Condutas:
• Massagem em movimentos circulares nas mamas e aréo-
las, e ordenha manual para esvaziamento das mamas.
• Mamadas frequentes, sem horários estabelecidos.
• Compressas frias para alívio da dor (com o gelo envolto
em tecido) logo após as mamadas ou ordenha manual, não de-
vendo o tempo de aplicação ultrapassar 10 minutos, devido a
possibilidade de efeito rebote.
• Uso de sutiãs adequados (alças largas e firmes).
• A critério médico, pode ser necessário o uso de analgési-
cos em caso de dor excessiva.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Mastite
Condutas:
• A mulher pode e deve manter a amamentação ainda que
o diagnóstico de mastite seja confirmado, mas isso dependerá
da localização da mastite. Se a região da aréola estiver dolorida,
avermelhada e quente, a amamentação pode se tornar doloro-
sa e a mulher pode aguardar melhora do quadro para voltar a
amamentar do lado afetado. Porém, é importante que, durante a
pausa, ela extraia leite com frequência, esvaziando a mama. Des-
ta forma, manterá a produção e impedirá a recidiva da mastite.
• Caso a região acometida esteja localizada distante da re-
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Abcesso Mamário
Condutas:
• Realizar o esvaziamento do conteúdo colecionado por
meio de punção com agulha ou em alguns casos por incisão ci-
rúrgica.
• A amamentação deve ser mantida na mama não afetada.
• Quanto à mama afetada, após a drenagem do abscesso
e início da antibioticoterapia, realizar a ordenha manual a cada
três horas, a fim de evitar a reincidência e piora dos sintomas.
Após o tratamento da mama afetada, retornar à amamentação.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Candidíase (Monilíase)
Condutas:
• Manter mamilos e aréolas secos e arejados. Evitar uso de
absorventes e conchas. Quando necessário utilizar coxins do tipo
rodilhas, feitos de tecido de algodão absorvente.
• Reforçar a lavagem das mãos com água e sabão antes e
após as mamadas e depois da troca de fraldas.
• As chupetas e bicos de mamadeira são fontes importantes
de reinfecção, por isso, caso não seja possível eliminá-los, eles
devem ser fervidos por 20 minutos pelo menos uma vez ao dia.
• Mãe e bebê devem ser tratados simultaneamente, mesmo
que a criança não apresente sinais evidentes de candidíase. O
tratamento a critério médico inicialmente é local, com Nistatina,
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Condutas:
O tratamento dessa condição deve ser instituído precoce
e energicamente, para que o processo não evolua de ingurgita-
mento para mastite. As seguintes medidas são necessárias para o
desbloqueio de um ducto lactífero:
• Mamadas frequentes;
• Utilização de distintas posições para amamentar, ofere-
cendo primeiramente a mama obstruída, com o queixo do bebê
direcionado para a área afetada, o que facilita a retirada do leite
desse local;
• Massagens suaves na região atingida, na direção do ma-
milo, antes e durante as mamadas;
• Ordenha manual da mama, caso a criança não esteja con-
seguindo esvaziá-la;
• Evitar o uso de sutiã/tops apertados que bloqueiem a dre-
nagem do leite;
• Restringir o uso de cremes nos mamilos.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Galactocele
Condutas:
• O tratamento imediato é feito por punção e aspiração.
• A formação cística deve ser extraída cirurgicamente por-
que o cisto enche novamente após a aspiração.
Condutas:
• Ordenhar um pouco de leite antes da mamada até que o
fluxo diminua.
• Colocar a criança para mamar apenas depois de iniciar
o reflexo de ejeção do leite, o que pode ser estimulado com or-
denha. Isto diminui a intensidade do fluxo de leite na boca da
criança.
O leite ordenhado, se necessário, poderá ser ofertado ao re-
cém-nascido ou doado ao Banco de Leite.
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Hiperlactação
Sinais e sintomas:
Relativos às mamas - desconforto permanente, enchimen-
to muito rápido após esvaziamento, dor profunda em agulhada,
presença de áreas sensíveis, firmes e nodulosas, dor intensa ao
primeiro sinal de ejeção do leite, reflexo de ejeção do leite exacer-
bado, vazamento constante de leite entre as mamadas.
Relativos ao bebê - engasgos, tosse e/ou leite escorrendo da
boca durante a mamada. Dificuldade em manter a pega, largan-
do o seio abruptamente, arqueando o corpo. Regurgitação, fla-
tulência (como resultado da fermentação da lactose e deglutição
de ar devido ao rápido fluxo de leite), fezes explosivas, ganho de
peso insatisfatório ou bom ganho de peso no início com ganho
de peso mais lento posteriormente.
Condutas:
• Amamentação em livre demanda garantindo esvaziamen-
to completo da mama.
• Se houver desconforto na mama, a mãe deve ordenhar vo-
lume necessário apenas para obter conforto.
• Caso a lactante apresente reflexo de ejeção de leite exacer-
bado, seguir as condutas listadas no tópico acima.
• Se o recém-nascido apresentar sinais de engasgo durante
a mamada, colocar para arrotar, ordenhar a mama até a diminui-
ção do fluxo de leite, e iniciar novamente a mamada.
Condutas:
• Avaliar e corrigir a pega e posição da mamada para detec-
ção e correção de possíveis falhas.
• Suspender o uso de bicos artificiais (bicos, chupetas e ma-
madeiras).
• Estimular o aleitamento em livre demanda.
• Promover o esvaziamento adequado da mama.
• Garantir de 8 a 12 esvaziamentos da mama por dia.
• Suspender ou diminuir a quantidade do consumo de ci-
garros/tabaco.
• Garantir a hidratação adequada (consumir de 3 a 4 litros
de líquidos por dia).
• Proporcionar repouso materno.
• Sendo necessária a complementação com fórmula infantil,
utilizar pequenos volumes após a amamentação, para não deses-
timular a amamentação. Se possível, a complementação deverá
ser feita pela técnica de relactação.
• Identificar e garantir tratamento médico adequado para
as patologias maternas.
Conduta:
• Avaliar e corrigir a pega e posição da mamada.
• Suspender o uso de bicos artificiais caso tenham sido uti-
lizados.
• Amamentar em livre demanda.
• Promover o esvaziamento adequado da mama.
• Proporcionar repouso e tranquilidade materna.
• Fornecer apoio e informações para promover o incentivo
e suporte sobre a capacidade da mãe nutrir o seu recém-nascido.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Gemelaridade
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
que seios murchos não significam menos leite, que boa parte do
leite é produzida durante a mamada, e que é normal, durante o
pico de crescimento, o bebê mamar horas seguidas.
Em geral ocorrem três episódios de aceleração do cresci-
mento antes dos 4 meses, podendo ser mais prolongados em gê-
meos:
• entre 10 e 14 dias de vida,
• entre 4 e 6 semanas,
• em torno dos 3 meses.
Bebês prematuros podem experimentar vários períodos de
aceleração do crescimento nos primeiros meses.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
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Lactente Mãe
Melhora a efetividade da Promove o estabelecimento
primeira mamada e reduz o do vínculo afetivo entre a mãe
tempo de obtenção de sucção e recém-nascido
efetiva
Regula/mantém a temperatu- Diminui o risco de ingurgi-
ra corporal tamento mamário e demais
intercorrências mamárias
Melhora a estabilidade car- Favorece o estabelecimento da
diorrespiratória amamentação sem que a mãe
inicie um processo de ansie-
dade
Previne hipoglicemia neonatal Favorece a dequitação placen-
associada a perda de tempera- tária espontânea
tura do recém-nascido
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Captação de Doadoras
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Seleção de Doadoras
• Primeira doação
• Doações subsequentes
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
Licença Maternidade
Licença Paternidade
Direito à Creche
Para amamentar seu filho, até que este complete seis meses
de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho,
a dois descansos, de meia hora cada um. Quando assim exigir
a saúde do filho, o período de seis meses poderá ser expandido
a critério da autoridade competente (Consolidação das Leis do
Trabalho – artigo 396 – parágrafo único).
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
DÚVIDAS FREQUENTES
são úteis:
• melhorar o posicionamento e a pega do bebê, quando não
adequados.
• aumentar a frequência das mamadas.
• oferecer as duas mamas em cada mamada.
• dar tempo para o bebê esvaziar bem as mamas.
• se a criança estiver sonolenta, ou se não sugar vigorosa-
mente, estimular tocando-lhe a face (bochechas).
• evitar o uso de mamadeiras, chupetas e protetores (inter-
mediários) de mamilos.
• consumir dieta balanceada.
• ingerir líquidos em quantidade suficiente: 3,8 litros/dia
(podendo ser água, leite, chás claros e suco), o que corresponde a
18 a 20 copos/dia (lembrar que líquidos em excesso não aumen-
tam a produção de leite, podendo até diminuí-la).
• repousar.
Apesar de haver controvérsias sobre o uso de medicamen-
tos para o estímulo da lactação, muitas vezes o profissional de
saúde, em casos selecionados e quando as medidas citadas não
produziram o efeito desejado, sente necessidade de indicar algu-
ma droga. Para mais informações, leia o Capítulo 6 – “Amamen-
tação e o uso de medicamentos e drogas de vício e abuso”.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
POLÍTICAS NORTEADORAS DE
ALEITAMENTO MATERNO
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pré-natal;
f) assegurar cuidados que reduzam procedimentos invasivos,
tais como rupturas de membranas, episiotomias, aceleração ou
indução do parto, partos instrumentais ou cesarianas, a menos
que sejam necessários em virtude de complicações, sendo tal fato
devidamente explicado à mulher; e
g) caso seja da rotina do estabelecimento de saúde, autorizar a
presença de doula comunitária ou voluntária em apoio à mulher
de forma contínua, se for da sua vontade.
(BRASIL, Portaria n. 1153, de 22 de maio de 2014. Disponí-
vel em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/
prt1153_22_05_2014.html)
Os critérios gerais e de habilitação, avaliação, monitora-
mento, reavaliação e incrementos financeiros aos valores de pro-
cedimentos realizados nos estabelecimentos de saúde habilita-
dos na IHAC são definidos na Portaria n. 1.153, de 22 de maio
de 2014. Consta ainda nesse instrumento legal que os Hospitais
Amigos da Criança devem adotar ações educativas articuladas
com a Atenção Básica, de modo a informar à mulher sobre a as-
sistência que lhe é devida, do pré-natal ao puerpério, visando
ao estímulo das “Boas Práticas de Atenção ao Parto e ao Nasci-
mento”, na forma da Recomendação da OMS no Atendimento ao
Parto Normal, e a vinculação da gestante, no último trimestre de
gestação, ao estabelecimento hospitalar em que será realizado o
parto.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
ANEXO 1
OBJETIVO:
Padronizar a avaliação do frênulo lingual com a finalidade de
atender à Lei nº 13.002 de 20 de junho de 2014, que torna obrigatória a
realização do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês,
em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em suas
dependências.
SIGLAS E ABREVIATURAS:
BTAT: Bristol Tongue Assessment Tool
HU-UFGD: Hospital Universitário da Universidade Federal da
Grande Dourados.
OMS: Organização Mundial da Saúde
UNICEF: Fundo das Nações Unidas para a Infância
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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFGD
DEFINIÇÃO:
Anquiloglossia ou “língua presa”, como é popularmente co-
nhecida, é uma alteração congênita que ocorre quando uma pequena
porção de tecido embrionário, que deveria ter sofrido apoptose duran-
te o desenvolvimento, permanece na face ventral da língua. Essa di-
ferença anatômica pode restringir, em diferentes graus, a mobilidade
lingual e consequentemente, pode causar prejuízo nas funções relacio-
nadas a este órgão.
De acordo com a Lei nº 13.002 de 20 de junho de 2014 é obriga-
tória a realização do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em
Bebês em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em
suas dependências.
O Ministério da Saúde por meio da nota técnica nº 35/2018 su-
gere a utilização do protocolo Bristol Tongue Assessment Tool (BTAT)
e orienta a identificação de casos graves de anquiloglossia na materni-
dade, tendo em vista sua potencial interferência sobre a amamentação.
PROCEDIMENTOS:
• Higienizar as mãos;
• Realizar anamnese com a mãe;
• Colocar equipamentos de proteção individual (luvas e másca-
ra);
• Posicionar o bebê no berço ou no colo da mãe ou responsável;
realizar abertura da boca; inspecionar a cavidade oral; visuali-
zar o frênulo lingual por meio da elevação das margens laterais
da língua com os dedos indicadores; observar os seguintes ele-
mentos padronizados no protocolo BTAT:
1- aparência da ponta da língua;
116
MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Coorde-
nação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Nota
Técnica n.º 35/2018 – Anquiloglossia em recém-nascidos.
• BRASIL. Lei nº 13.002, de 20 de Junho de 2014. Obriga a realiza-
ção do Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês.
• Parecer técnico cientifico: Anquiloglossia e aleitamento mater-
no: evidências sobre a magnitude do problema, protocolos de
avaliação, segurança e eficácia da frenotomia. Instituto de Saú-
de, 2015.
• Martinelli RLC, Marchesan IQ, Berretin-Felix G. Protocolo de
avaliação do frênulo lingual para bebês: relação entre aspectos
anatômicos e funcionais. Rev Cefac 2013;15(3):599-610.
• Martinelli RLC, Marchesan IQ, Berretin-Felix G. Cartilha do
Teste da Linguinha: para mamar, falar e viver melhor. São José
dos Campos, SP: Pulso Editorial, 2014.
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MANUAL DE NORAMAS E ROTINAS DE ALEITAMENTO MATERNO
ANEXO 2
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