Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAMPUS CURITIBANOS
CENTRO DE CIENCIAS RURAIS
DEPARTAMENTO COORDENADORIA ESPECIAL DE BIOCIÊNCIAS E SAÚDE
ÚNICA
CURSO MEDICINA VETERINÁRIA
Curitibanos
2022
Mariéla Tambosi Packer
Curitibanos
2022
Mariéla Tambosi Packer
Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de Bacharel e
aprovado em sua forma final pelo Curso de Medicina Veterinária
________________________
Prof. Dr. Malcon Andrei Martinez Pereira
Coordenador do Curso
Universidade Federal de Santa Catarina
Banca Examinadora:
________________________
Prof. Dr. Álvaro Menin
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Prof. Dr. Adriano Tony Ramos
Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina
________________________
Profª. Drª. Caroline Pissetti
Avaliadora
Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal
Este trabalho é dedicado a meu nono, Luciano, que nunca deixou faltar amor,
inspiração e que tem grande responsabilidade na escolha da minha carreira (In memoriam)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço de forma inexplicável a minha mãe, Tania Maris que nunca
me deixou desistir dos meus sonhos. Ao meu pai, Nilso por me apoiar e sempre acreditar em
mim e a minha irmã, Mariana que apesar das brigas sempre foi minha cumplice e melhor amiga
e juntos nunca mediram esforços para que eu chegasse até aqui. Agradeço ao meu namorado,
Elton Jean por toda confiança, paciência, apoio e carinho que torna meus dias mais prazerosos.
O meu obrigado a todos os professores que fizeram parte da minha graduação. Em
especial ao professor Adriano Tony Ramos, Carine Glienke, Guilherme Carvalho Serena e meu
orientador Álvaro Menin, profissionais exemplares, repletos de sabedoria e dedicação. De
coração agradeço a cumplicidade dos meus amigos, que tornam a minha vida mais feliz, em
especial Ana Karolina Pannetz, Daniela Raldi, Eduarda Mülhbauer, Leila Schuster, Marcos
Paulo Martins, Nathalia Seeber Bonato, Paola Sônego, Stephanie Alves.
Meu muito obrigada a Deise Hemckmeier, por ser uma profissional incrível por quem
tenho grande admiração e respeito. Obrigada por compartilhar sua sabedoria e experiência.
Agradeço imensamente a Tom Kramer e Geraldo Camilo Alberton pelo voto de
confiança e grande oportunidade a mim concedida. Também gostaria de agradecer ao meu
supervisor Luiz Romulo Alberton pelos ensinamentos e também a sua família que me
acolheram e não mediram esforços para fazer com que eu me sentisse em casa
Agradeço também ao Marcos P. Beuron, que permitiu visitar e realizar o treinamento
na agropecuária recanto verde além de me ajudar durante meu período estágio.
Agradeço a toda equipe que colaborou e me ajudou durante meu estagio, Deisi, Paulo,
Rosane, Sandro e Dorival. Alice e João sou imensamente grata pela companhia, apoio, alegria
e aprendizado que vocês me proporcionaram nesse período.
Agradeço a minha Pulguinha pela companhia, por dormir comigo, me esquentar no
frio de Curitibanos. E os demais que de alguma forma me ajudaram e me apoiaram para
construir minha caminhada.
A TODOS VOCÊS MEU MUITO OBRIGADA!!!
"O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos."
- Elleanor Roosevelt
RESUMO
Swine production is an important economic activity for Brazil. In 2021, more than13.04 million
of swines were slaughtered, showing a growth of 7.6% in relation to the period of the previous
year. Considering the importance of swine production in Brazil, it is necessary attention to
increase production of piglets, reduce losses and ensure the health of the sows. The aim of this
work is review on the parity of sows and care of newborn piglets. Also, to understand the three
phases of parturition and how to make decisions when facing events that go beyond the normal
physiology of parturition in the sows. In addition, demonstrate the signs and behavior of the
sows related to the approach of parturition, so that it is possible to recognize and accompany of
the parity of sows.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15
2 Revisão bibliografica ..................................................................................... 16
2.1 Comportamento pré- parto ............................................................................... 16
3 CONCLUSÃO ............................................................................................... 27
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 28
15
1 INTRODUÇÃO
A cadeia suinícola demostra grande valor econômico e social para o mundo, segundo
a FAO (2022), nos últimos 10 anos a produção mundial teve um crescimento de 412 milhões
de animais abatidos.
A suinocultura é uma atividade econômica importante para o Brasil, de acordo com o
relatório anual da ABPA (2022), a produção de carne suína foi de 4,701 milhões de toneladas,
essa produção gera um valor bruto de 31,3 bilhões de reais. O setor de produção de leitões
nacional se mantém em constante crescimento, para alcançar produção suficiente. O plantel
reprodutivo do Brasil é de 1.720.250 matrizes, que rende 39.263.964 suínos para o abate, isso
soma 62,576 bilhões no PIB (NEVES et al., 2016).
Visando a importância da suinocultura no nosso país, faz-se necessário ter atenção na
fase de maternidade, com o objetivo de aumentar o número de leitões nascidos vivos, reduzir
perdas e garantir a saúde das matrizes. Assistir o parto é um manejo importante para a fêmea e
para o leitão. Além disso, as primeiras horas após o parto são essenciais para o leitão e pode
prevenir futuros problemas (WENTZ et al., 2009).
As práticas de bem-estar durante a maternidade suína auxiliam para minimizar o
estresse dos animais, compreender isso é importante para garantir uma produção equilibrada
com máximo desempenho.
Sendo um tema de extrema importância, esse trabalho tem como objetivo fazer uma
revisão de literatura para pontuar os principais manejos a serem realizados no pré e pós-parto e
dessa forma, elucidar as vantagens de realizar cada manejo.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
Por ocasião do parto, na natureza, a fêmea se separa do grupo ao qual pertence e inicia
a construção do ninho, formado por terra escavada, capim, grama, arbustos, entre outros
materiais vegetais com o objetivo de proteger e aquecer os leitões (BRASIL, 2018). No sistema
de produção intensivo, para o parto e criação dos leitões até o desmame são utilizadas de celas
de parição e lactação, para reduzir os índices de mortalidade por esmagamento, esse risco é
maior entre o 2° e 3° dia após o parto. Apesar do uso de celas ter sua vantagem ela pode
restringir o comportamento natural das matrizes e aumentar o estresse dos animais por elevar
os níveis de cortisol plasmático (BRASIL, 2018).
Na gestação o útero aumenta progressivamente, a prostaglandina mantém a
quiescência do miométrio bem como mantêm a cérvix tensa e contraída para proteção da
gestação. O feto sofre mudanças com o processo de maturação, principalmente no eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal (KLEIN, 2014). A hipófise aumenta a produção de ACTH,
acredita-se que o córtex da adrenal se torne mais sensível a esse hormônio, consequentemente
há um aumento do cortisol fetal. Esse por sua vez induz enzimas a aumentar a produção de
estrógeno e prostaglandina (KLEIN, 2014).
Outro hormônio importante para o parto é a ocitocina, tem seus receptores formados
com o estímulo do estrógeno. Os níveis de ocitocina aumentam quando o feto é encaminhado
para o canal do parto e inicia-se o “Reflexo de Ferguson”. Esse pressionamento do feto contra
a cérvix somado ao estímulo dos leitões na glândula mamaria envia impulsos através de nervos
sensoriais para o hipotálamo da mãe, estimulando a uma maior secreção de ocitocina. O
resultado do processo é o aumento da contração uterina (KLEIN, 2014).
O primeiro estágio do parto pode ser observado dias antes, quando a fêmea começa a
apresentar desenvolvimento da glândula mamária, relaxamento de ligamentos pélvicos,
hiperemia e edemaciação da vulva esses sinais começam a aparecer cerca de 10 dias antes do
parto (COSTI, 2016; WENTZ et al., 2009).
É evidente quando o momento do parto se aproxima, pois, a fêmea passa a apresentar
inquietação, redução de apetite, demonstra-se mais irritada, além de deitar e levantar com
17
frequência e mastigar objetos disponíveis. Além disso, em fêmeas com níveis plasmáticos de
ocitocina já elevado pode haver gotejamento de leite.
Por fim nas últimas 6 horas que antecedem o parto inicia a dilatação da cérvix, há um
aumento considerável das contrações uterinas e pode haver presença de secreção vulvar
(COSTI, 2016; WENTZ et al., 2009). A tabela 1 demostra as fases em que o parto pode ser
dividido, e seus principais acontecimentos em cada período (SECCO; MOYA, 2021;
WENTZ et al., 2009; COSTI, 2016; GIACOMAZZI; JOVILIANO, 2021).
Durante a supervisão ao parto além dos cuidados com a matriz é necessário ter atenção
com a leitegada. Segundo Loureiro (2015) a mortalidade de leitões pode ser elevada do
nascimento ao desmame, podendo chegar 18%, sendo que de 2,4% a 10% morrem durante o
parto. Somado a isso, ainda sobre a mortalidade na maternidade, cerca de 70% da mortalidade
acontece na primeira semana de vida. Logo percebe-se a necessidade de atenção para esses
índices que podem ser reduzidos pelo manejo e ambiência da granja.
A espécie suína apresenta algumas particularidades que merecem atenção da equipe,
o leitão recém-nascido tem baixa reserva energética e gordura corporal que somado a baixa
cobertura corporal (pouca densidade de cerdas) dificulta a regulação térmica (MANI, 2011).
Sabe-se que na vida uterina a temperatura corporal do leitão é bastante alta e constante,
quando comparada com a vida extrauterina. Além da espécie possuir um aparelho
termorregulador pouco desenvolvido, são animais sensíveis ao frio quando filhotes e sensíveis
21
tipo epiteliocorial difusa, ou seja, não permite a passagem de anticorpos da circulação materna
para os fetos. Portanto, os fetos, nascem sem defesas específicas para determinados patógenos
que existem no ambiente (BRASIL, 2018; FERREIRA, 2019; PUC, 2022).
colostro e fornecer ao leitão com auxílio de uma sonda uretral ou nasal humana acoplada a uma
seringa. O colostro pode ser coletado e congelado, mas o ideal é que seja fornecido colostro
recém-coletado (ABCS,2014).
O trabalho de Silva (2022) demonstra que o manejo de colostro via sonda pode
diminuir a mortalidade de leitões, porém é necessário ter colostro armazenado e realizar a
pesagem dos leitões para avaliar os leitões que necessitam. O mesmo trabalho relata que há um
aumento da mão de obra dos funcionários, é importante garantir um treinamento para a equipe
e motivá-los a alcançar os objetivos.
Existem outros manejos importantes para serem realizado no manejo de maternidade.
O primeiro é a reanimação de leitões aparentemente mortos, em muitos casos os fetos podem
nascer com as vias obstruídas em com ausência de respiração, mas ainda pode haver batimentos
cardíacos.
Dessa forma, o ato de reanimar o animal faz a expulsão líquidos aspirados e
reestabelece a respiração. Chamado popularmente de “sanfonar” o leitão é basicamente
posiciona-lo de cabeça para baixo e contrair o abdômen do leitão algumas vezes (Figura 3)
(ABCS, 2011).
bem realizado há uma redução em leitões desuniformes dentro de uma mesma leitegada (ABCS,
2011; PUC, 2022).
Porem a literatura relata desvantagens sobre esse manejo, ao ultrapassar as 24 horas
de vida os leitões já podem ter formado hierarquia e as disputas tetos podem aumentar e gerar
lesões e perdas produtivas; a matriz pode perceber os leitões estranhos e reduzir a produção de
leite (BRASIL, 2018). Em relação ao bem-estar, ele evita disputas desleais, melhora o
relacionamento entre os leitões. Porém, causa um rompimento do elo afetivo pela separação da
mãe e do leitão.
3 CONCLUSÃO
Conclui-se com esse trabalho que a suinocultura é uma atividade de grande
importância no Brasil. Dessa forma precisamos ter grande atenção ao setor de maternidade,
uma vez que é o setor responsável pelo início da produção.
Compreende-se que a fase de maternidade necessita de cuidados especiais para
garantir a saúde e bem-estar da mãe e do leitão. Os manejos de primeiro dia fazem a diferença
no desenvolvimento do leitão, além de melhorar os índices da granja e garantir melhores lucros.
Percebe-se que ter uma equipe treinada e preparada, é essencial para que haja senso
crítico de quando e como intervir no parto. Apesar da maioria dos manejos serem essenciais e
necessários um grande desafio é a alta necessidade de mão de obra. Dessa forma, cada unidade
deve julgar se é necessário reduzir algum manejo, menos importante, quando há escassez da
equipe.
28
REFERÊNCIAS
ABCS. Produção de suínos: teoria e prática. Brasília: Gráfica Qualitá, 2014. 908 p.
ANDERSON, L.L. 1993. Pigs. In: Hafez E.S.E. (Ed). Reproduction in Farm Animals. 6th ed.
Philadelphia: Lea & Febiger, p.343-360.
BERNARD, Mari Lourdes. Fisiologia do parto em suínos. Acta Scientiae Veterinariae, Rio
Grande do Sul, v. 0, n. 0, p. 139-147, jan. 2007
BRASIL, Cristina Indio do. Brasil abate 13,04 milhões de cabeças de suínos no segundo
trimestre: os dados são da estatística da produção pecuária do ibge. Os dados são da
Estatística da Produção Pecuária do IBGE. 2021. Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-09/brasil-abate-1304-milhoes-de-
cabecas-de-suinos-no-segundo-
trimestre#:~:text=O%20Brasil%20abateu%2013%2C04,em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20
ao%20primeiro%20trimestre. Acesso em: 10 jun. 2022.
BRASIL. EMBRAPA. . Produção Suínos. 2003. Elaborado por: Airton Kunz, Ademir,
Francisco Girotto, Cícero Juliano Monticelli, Jalusa Deon Kich, Jerônimo Antônio Fávero,
Jorge Vitor Ludke, Nelson Morés, Paulo Giovanni de Abreu, Paulo R. S. da Silveira.
Disponívelem:http://www.cnpsa.embrapa.br/SP/suinos/manejoprodu.html#:~:text=Procedime
ntos%20para%20a%20detec%C3%A7%C3%A3o%20do%20cio,-%
Food and Agriculture Organization of the United Nations. FAOSTAT. 2022. Disponível em:
https://www.fao.org/faostat/en/#compare. Acesso em: 13 jul. 22.
KLEIN, Bradley G. Tratado de fisiologia veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
1599 p.
TIZARD, Ian R. Imunologia veterinária. 9. ed. Rio de Janeiro: ABDR, 2014. 1217 p.
31
ZUFFO, Tais Inês et al. Effects of disinfection of the umbilical cord of piglets on healing and
albumin levels. Comparative Clinical Pathology, [S.L.], v. 25, n. 3, p. 663-665, 18 mar.
2016. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s00580-016-
2253-x