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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

RENAR REGIS ANTUNES

BRUCELOSE BOVINA NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO


PARANÁ

CURITIBA
2013

1
RENAR REGIS ANTUNES

BRUCELOSE BOVINA NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO


PARANÁ

Trabalho de conclusão de Curso de Medicina


Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná
como requisito parcial para obtenção do grau
de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Welington Hartmann

Orientador Profissional: Airton Jose Marenda


Ferreira

CURITIBA
2013

2
TERMO DE APROVAÇÃO
RENAR REGIS ANTUNES

BRUCELOSE BOVINA NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO


PARANÁ

Esse trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção do


título de Médico Veterinário da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, ___ de ________________, de 2013.

____________________________________
Medicina Veterinária
Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: _________________________________

Prof. Welington Hartmann

Universidade Tuiuti do Paraná

_________________________________

Prof.ºElza Galvão Ciffoni

Universidade Tuiuti do Paraná

_________________________________

Prof.º Liedge Camila Simioni

Universidade Tuiuti do Paraná

3
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às pessoas mais importantesda minha vida: meus pais e
a minha namorada, que confiaram no meu potencial para estaconquista. Não
conquistaria nada se não estivessem ao meu lado. Obrigado, por estaremsempre
presentes a todos os momentos, me dandocarinho, apoio, incentivo, determinação,
fé, eprincipalmente pelo Amor de vocês.

4
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, criador, que me deu seu fôlego de vida e


coragem para buscar sabedoria e propor sempre um novo mundo de possibilidades.
À minha família, por acreditar e investir em mim, pela dedicação e incentivo
para seguir sempre adiante, pela segurança e certeza de que nunca estarei sozinho
nesta caminhada.
À Kamilla Gabriele Lopes minha namorada, pessoa com quem amo partilhar a
minha vida. Obrigado pelo carinho, pela paciência e por sua capacidade de me
trazer paz na correria de cada semestre, pela ajuda em tudo no que precisei nesses
cinco anos.
A todos os meus amigos de graduação, pelos momentos de alegrias, tristezas
e dores compartilhadas, pela experiência dividida em tudo que tenho produzido na
vida. E àqueles com quem dividi durante alguns anos, além da experiência
profissional e educacional, também a rotina diária de uma família.
Ao Médico Veterinário Airton Jose Marenda Ferreira, supervisor de estágio, e
posso dizer, minha formação profissional e pessoal foi muito significativa ao seu
lado. Agradeço também por ter disponibilizado o “Clube do Leite” para meu estágio
curricular obrigatório.
A todo corpo docente do curso de Medicina Veterinária, da UTP Curitiba-PR
por toda a dedicação atribuída para que eu pudesse me tornar hoje o profissional
que sou.
Em especial, ao professor e orientador Welington Hartmann, por sua
paciência, ensinamentos e confiança ao longo da concretização deste trabalho. Foi
um prazer tê-lo como orientador.
Também aos Professores que além de dedicados em sua profissão,
demonstraram grande amizade.
A todos aqueles que, de alguma forma, estiveram e estão próximos a mim,
fazendo com que a vida valha mais a pena.
A todos, o meu muito obrigado!

5
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um
objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo
fará coisas admiráveis.”

José de Alencar

6
RESUMO

A saúde dos animais tem sido uma grande preocupação para o país, devido seu
crescimento econômico para o país e o mundo. Durante o estágio curricular foi
possível presenciar algumas enfermidades preocupantes na área médica de
grandes animais, métodos cirúrgicos alternativos e meios preventivos de algumas
doenças. Dentre algumas situações clínicas, cirúrgicas e reprodutivas dos animais,
uma delas, a Brucelose bovina, foi destacada com maior ênfase devido número de
animais atendidos ser grande e estimativa de animais reagentes muito pequenas, o
que traz um satisfatório resultado epidemiológico para um estrato da região oeste do
Paraná. Destacam-se também os métodos preventivos obrigatórios e que são
aplicados na região estudada e em toda região brasileira segundo o Programa
Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).

Palavras-chave: bovinos,clínica médica, doenças infecciosas.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 ATIVIDADES REALIZADAS NAÁREA DE CLÍNICA MÉDICA DE


BOVINOS DE LEITE NO PERÍODO DE 4 DE MARÇO A 14 DE
MAIO DE 2013................................................................................ 16
TABELA 2 ATIVIDADES REALIZADAS NA ÁREA DE CLÍNICA CIRÚRGICA
DE BOVINOS DE LEITE NO PERÍODO DE 4 DE MARÇO A 14
DE MAIO DE 2013.......................................................................... 31
TABELA 3 ATIVIDADES REALIZADAS NA ÁREA DE OBSTETRÍCIA DE
BOVINOS DE LEITE NO PERÍODO DE 4 DE MARÇO A 14 DE
MAIO DE 2013................................................................................ 38
TABELA 4 EXAMES DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE REALIZADOS
NOS REBANHOS DE BOVINOS DE LEITE NO PERÍODO DE 4
DE MARÇO A 14 DE MAIO DE 2013.............................................. 58
TABELA 5 REBANHOS DE BOVINOS DOS ESTRATOS DO OESTE DO
ESTADO DO PARANÁ AMOSTRADOS PARA DIAGNÓSTICO
DE BRUCELOSE POR MUNICÍPIO................................................ 59

8
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 ASSISTÊNCIA VETERINÁRIA CLUBE DO LEITE SITUADA EM


TOLEDO-PR.................................................................................... 14
FIGURA 2 PAPILOMATOSE BOVINA............................................................... 17
FIGURA 3 PROVA DE TUBERCULINA............................................................ 19
FIGURA 4 CARRAPATO PRESENTE NO ANIMAL.......................................... 20
FIGURA 5 ANIMAL EM DECÚBITO, POR CONTA DA HIPOCALCEMIA
PÓS-PARTO.................................................................................... 23
FIGURA 6 DISTENSÃO ABDOMINAL POR CONTA DE UM TIMPANISMO
GASOSO.......................................................................................... 24
FIGURA 7 EXSUDATO CÉRVICO-VAGINAL MUCOPURULENTO,
INDICANDO UMA ENDOMETRITE................................................. 26
FIGURA 8 CORPO ESTRANHO ENCONTRADO NO
PERICÁRDIO................................................................................... 27
FIGURA 9 TESTE CMT..................................................................................... 30
FIGURA 10 DESCORNA REALIZADA MOSTRANDO O CURATIVO NO
LOCAL.............................................................................................. 33
FIGURA 11 HERNIOPLASTIA SENDO REALIZADA.......................................... 33
FIGURA 12 OMENTOPEXIA PELO FLANCO DIREITO..................................... 37
FIGURA 13 PALPAÇÃO RETAL PARA DIAGNÓSTICO DE
PRENHEZ........................................................................................ 39
FIGURA 14 AVALIAÇÃO SIMÉTRICA DA BOLSA
ESCROTAL...................................................................................... 41
FIGURA 15 RETIRADA DO BEZERRO.............................................................. 42
FIGURA 16 CASO DE MORTE FETAL, E O MESMO RETIRADO POR
FETOTOMIA.................................................................................... 44
FIGURA 17 AUXÍLIO EM PARTO DISTÓCICO.................................................. 45
FIGURA 18 TESTE DE AAT................................................................................ 50
FIGURA 19 IDENTIFICAÇÃO NO ANIMAL DA VACINAÇÃO............................. 55

9
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 12
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO................................................... 13
3 RELAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS................................... 15
4 ATIVIDADES LIGADAS A CLÍNICA MÉDICA DE BOVINOS................... 16
4.1 PAPILOMATOSE........................................................................................ 16
4.2 TUBERCULOSE BOVINA.......................................................................... 18
4.3 TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA........................................................... 19
4.4 ACIDOSE METABÓLICA EM BOVINOS.................................................... 21
4.5 HIPOCALCEMIA......................................................................................... 22
4.6 TIMPANISMO GASOSO............................................................................. 23
4.7 ENDOMETRITE.......................................................................................... 25
4.8 RETÍCULO PERICARDITE TRAUMÁTICA................................................ 26
4.9 MASTITE.................................................................................................... 27
5 ATIVIDADES LIGADAS A CLÍNICA CIRÚRGICA DE BOVINOS............. 31
5.1 DESCORNA................................................................................................ 31
5.2 HERNIOPLASTIA UMBILICAL EM BOVINOS........................................... 32
5.3 ORQUIECTOMIA EM BOVINOS................................................................ 34
5.4 DESLOCAMENTO DE ABOMASO............................................................. 34
6 ATIVIDADES LIGADAS A ÁREA DE OBSTETRÍCIA DE BOVINOS....... 38
6.1 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO................................................................ 38
6.2 EXAME ANDROLÓGICO EM TOUROS..................................................... 40
6.3 CESARIANA EM VACAS............................................................................ 41
6.4 FETOTOMIA............................................................................................... 43
6.5 DISTOCIA EM BOVINOS........................................................................... 44
7 BRUCELOSE BOVINA NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO
PARANÁ..................................................................................................... 46
7.1 ETIOLOGIA................................................................................................. 46
7.2 TRANSMISSÃO.......................................................................................... 47
7.3 SINAIS CLÍNICOS...................................................................................... 48
7.4 DIAGNÓSTICO........................................................................................... 49

10
7.4.1 Teste de Soro Aglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado
(AAT)........................................................................................................... 49
7.4.2 Teste do Anel do Leite (TAL) – Ring Test................................................... 50
7.4.3 Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME)............................................................. 51
7.4.4 Teste de Soroaglutinação em Tubos (SAT)................................................ 51
7.4.5 Fixação de Complemento (FC)................................................................... 52
8 CONTROLE E PROFILAXIA DA BRUCELOSE........................................ 54
8.1 VACINAS CONTRA BRUCELOSE............................................................. 54
9 INFECÇÃO DA BRUCELOSE NO HOMEM.............................................. 57
10 BRUCELOSE BOVINA. ESTUDO DE CASOS EM UM ESTRATO DA
REGIÃO OESTE DO ESTADO DO PARANÁ, EM GADO LEITEIRO....... 58
10.1 MÉTODOS.................................................................................................. 60
10.2 RESULTADOS............................................................................................ 60
10.3 DISCUSSÃO............................................................................................... 61
11 CONCLUSÃO............................................................................................. 62
12 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 63

11
1 INTRODUÇÃO

Um dos problemas da saúde animal são as enfermidades infecto-contagiosas


que podem estar relacionadas a desnutrição animal, escasso desenvolvimento do
manejo dos animais, má higiene das instalações, carências de recursos e
informações dos proprietários, além de enfermidades da produção por fatores
ambientais e de manejo. Estes problemas causam efeitos diretos e indiretos sobre a
saúde, deficiências produtivas e reprodutivas e a mortalidade de animais.
Este trabalho tem como objetivo destacar algumas enfermidades clínicas e
reprodutivas e procedimentos cirúrgicos em bovinos, incluindo métodos tecnológicos
e avançados de tratamentos preventivos e curativos de acordo com o perfil da saúde
animal e produção pecuária, sabendo que a saúde dos animais deve ser observada
como conseqüência de processos transformadores, ou seja, investimentos,
administração, manejo, e tecnificação.
A concretização do curso de Medicina Veterinária, juntamente com os
trabalhos teóricos e práticos que envolvem animais de grande porte, constituiu o
incentivo para que este trabalho fosse desenvolvido com o intuito de por em prática
todo conhecimento adquirido nesta área.
Durante o estágio curricular obrigatório, foi possível a aproximação com a
realidade de animais a campo, participando de procedimentos práticos clínicos,
cirúrgicos e reprodutivos em bovinos.
Através de pesquisas bibliográficas alcançou-se um estudo de parte das
enfermidades clínicas, procedimentos cirúrgicos, reprodutivos, obstétricos e exames
diagnósticos realizados. Além destes, o estudo trata do cuidado nos atendimentos
assistenciais realizados a fim de prevenção, cura e promoção da saúde animal, boas
condições de manejo e orientação a pecuaristas.
É evidenciada e titulada a este trabalho a enfermidade Brucelose Bovina.
Dentre outras enfermidades, esta foi escolhida como tema principal deste trabalho
devido maior número de animais atendidos e por ser uma doença de grande impacto
econômico para todo o país entre outros, embora já possua prevenção obrigatória.

12
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio curricular supervisionado foi realizado na Assistência Veterinária


“Clube do Leite” (figura 1) situada no município de Toledo, no período compreendido
entre 4 de marçoa 14 de maio de 2013.
O “Clube do Leite” fica anexo a LactoBom que é uma grande indústria
delaticínios na região oeste do Paraná.O “Clube do Leite” presta assistência
veterinária 24 horas para os produtores da LactoBom e da DuCampo, outro laticinio
situado em Toledo. Também presta serviços particulares para produtores de leite.
Para um atendimento à demanda das necessidades dos produtores de leite
da região, o “Clube do Leite” é constituído por uma ótima estrutura, possuindo um
moderno laboratório para realização de exames de avaliação de sêmen, e teste de
Soro Aglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) para diagnóstico de
Brucelose. Outros testes diagnósticos não realizados pelo “Clube do Leite”, eram
encaminhados para laboratórios particulares.
O corpo técnico do “Clube do Leite” é composto por três profissionais,
médicos veterinários, responsáveis pela assistência técnica, médica,
cirúrgica,obstétrica e sanidade em geral à bovinos de leite.
As visitas de assistência técnica realizadas a campo eram efetuadas com
agendamento semanal. Em casos emergenciais, fora do horário de funcionamento
da empresa, eram realizados atendimentos através do plantão 24 horas
disponibilizado pela empresa.
Dentre os vários motivos que direcionaram a escolha na realização do estágio
no“Clube do Leite” foram a possibilidade de executar na prática todo conhecimento
teórico adquirido na graduação de Medicina Veterinária, na área de concentração
direcionada a pecuária e atendimento a campo em propriedades rurais a bovinos de
leite. Obtendo dessa forma expansão dos conhecimentos adquiridos durante
formação acadêmica e um estágio extraordinário.

13
FIGURA 1- ASSISTÊNCIA VETERINÁRIA CLUBE DO LEITE SITUADA EM
TOLEDO-PR

Fonte: Clube do Leite Toledo-PR.

14
3 RELAÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O“Clube do Leite” atendia e acompanhava, principalmente a campo, em


grande variedade, atividades voltadas à pecuária de leite. Durante a jornada de
estágio curricular, grande parte destas atividades puderam ser acompanhadas.
Dentre estas, citam-se: visitas técnicas a produtores de leite, atividades relacionadas
a atendimentos clínicos, cirúrgicos e reprodutivos em bovinos de leite.
Visto que a bovinocultura leiteira é uma atividade potencial da região, grande
parte dos atendimentos esteve relacionada a essa categoria animal.
As atividades do estagiário incluíram o acompanhamento dos médicos
veterinários nas visitas técnicas, auxílio e realização de atividades de contenção de
animais, administração de anestésicos e medicamentos, diagnóstico de gestação,
além da execução de procedimentos clínicos, cirúrgicos e obstétricos. Tudo sob a
supervisão do médico veterinário responsável pela empresa.
A seguir, as tabelas 1, 2 e 3 são demonstrativas de grande parte dos casos
clínicos, cirúrgicos e reprodutivos acompanhados durante o estágio curricular
supervisionado obrigatório no“Clube do Leite”, em Toledo-PR. Segue a tabela e
relato de cada caso, sendo que o caso clínico de Brucelose Bovina será evidenciado
ao final do trabalho.

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4 ATIVIDADES LIGADAS A CLÍNICA MÉDICA DE BOVINOS

TABELA 1 –ATIVIDADES REALIZADAS NA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA DE


BOVINOS DE LEITE NO PERÍODO DE 4 DE MARÇO A 14 DE MAIO DE 2013.

Casos Clínicos Acompanhados Número de casos Participação


(%)
Acidose metabólica 10 4,88
Brucelose 15 7,32
Endometrite 19 9,27
Hipocalcemia 21 10,24
Mastite 47 22,92
Papilomatose 15 7,32
Retículo pericardite traumática 1 0,49
Timpanismo 7 3,41
Tristeza Parasitária Bovina 63 30,73
Tuberculose 7 3,41
TOTAL: 205 100
Fonte: “Clube do Leite” Toledo – PR, 2013

4.1 PAPILOMATOSE

É uma enfermidade viral onde o agente etiológico pertence ao gênero


Papillomavírus, é transmissível e caracterizada pelo crescimento excessivo das
células basais da epiderme formando tumores conhecidos como “verrugas” (figura 2)
que podem se localizar na pele, pênis, vulva, trato digestivo, úbere ou teto, variando
o tipo de Papilomavírus Bovino envolvido (BPV). A transmissão ocorre através de
contato direto, vetores mecânicos ou fômites contaminados.O diagnóstico clínico é
feito através de biopsia para observar-se as características microscópicas em cortes
histológicos ou para observação das partículas víricas em microscopia eletrônica,
uma vez que é sugerido seu envolvimento com carcinomas epidermóides de pele e
intoxicação por samambaia (Pteridium aquilinum) em tumores do trato

16
gastrintestinal. Porém, essas técnicas não são utilizadas como rotina. Já quanto aos
tratamentos, os mais utilizados são as vacinas autógenas, extirpação cirúrgica dos
papilomas e tratamentosmedicamentosos (SCHUCH, 1998; HARTMANN et al.,
2002).
Além do tratamento alternativo com coleira de sulfato de cobre e auto-
hemoterapia, a extirpação cirúrgica e o tratamento medicamentoso são os métodos
mais utilizados pelo “Clube do Leite”. Alguns animais apresentam cura espontânea,
devido ativação do sistema auto-imune através da circulação sanguínea. O método
mais utilizado e eficaz no tratamento medicamentoso é o uso de clorobutanol em
dosagem de 3,5 mg/kg/PV (SANTIN e BRITO, 2004).

FIGURA 2- PAPILOMATOSE PRESENTE NO ANIMAL.

Fonte: FERREIRA, 2011.

17
4.2 TUBERCULOSE BOVINA

Causada por Micobacterium bovis, caracteriza-se pelo desenvolvimento


progressivo de lesões nodulares denominadas tubérculos, que podem se localizar
em qualquer órgão ou tecido. O M. bovis, tem maior patogenicidade em bovinos
podendo também acometer outros animais. Sua principal fonte de infecção em
rebanhos é o bovino infectado(LAGE et al., 2006).
O M. bovis é eliminado pelo ar expirado, fezes, urina, leite e outros fluidos
corporais sendo a respiratória, a principal forma de transmissão. A eliminação do M.
bovis, ocorre antes do aparecimento dos sinais clínicos. Um fator desencadeante é a
aglomeração dos animais em estábulos inadequados quanto à instalações
zootécnicas, sendo o correto, estábulos ao sol, sem aglomeração de animais.
Raramente vacas transmitem a tuberculose genital ao feto por via transplacentária
(LAGE et al., 2006).
A maioria dos bovinos não apresenta sinais clínicos, embora em
estabelecimentos de alta prevalência, os animais podem apresentar perda de peso,
debilidade, febre, anorexia e sinais respiratórios caracterizados por dispnéia, tosse e
corrimento nasal seroso e purulento. Além de linfonodos periféricos na cabeça e pré-
escapulares.Linfonodos supurados é fonte de infecção.O diagnóstico mais eficiente
e utilizado pelo“Clube do Leite”é através da tuberculinização cervical comparativa
(tuberculina I.D.0,1mg/mL, do tipo Derivado Protéico Purificado), este teste é
reagente quando o animal infectado produz reação alérgica no local, evidenciada
por edema na pele, que aparece 72 horas após a inoculação. Considera-se suspeito
o edema de 2 a4mm e positivo acima de 4mm. Reações iguais ou maiores que
3mm, acompanhadas de dor, edema, exsudato ou necrose local também são
consideradas positivas. Outro método de diagnóstico é o exame histológico
laboratorial mais realizado em frigoríficos e necessário para a vigilância sanitária
devido a similaridade da tuberculose com outras doenças(RIET-
CORREA;ANDRADE,1998).
O controle e profilaxia adotados pelo“Clube do Leite”era principalmente a
prova tuberculina periódica (figura 3) com intervalo de 6 meses e o abate dos
animais positivos conforme o PNCEBT.

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FIGURA 3: PROVA DE TUBERCULINA.

Fonte: MEDEIROS, 2010.

4.3 TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA (TPB)

Denomina-se tristeza parasitária bovina o complexo de duas enfermidades


causadas por agentes etiológicos distintos, porém com sinais clínicos e
epidemiologia similares: babesiose, causada pelos protozoários Babesia bovis e
Babesia bigemina e a anaplasmose pela rickettsia Anaplasma marginale, ambas
destroem os eritrócitos do hospedeiro. Os agentes da TPB são transmitidos pelo
carrapato Rhipicephalus, sendo que o Anaplasmose marginale, pode, ainda, ser
transmitido por insetos hematófagos como moscas, mutucas e mosquitos ou por
instrumentos durante castração e vacinação.Os sinais clínicos variam de espécie,
virulência, inóculo e sensibilidade do hospedeiro. Babesia bovis é mais patogênica
do que Babesia bigemina, devido causar a babesiose cerebral nervosa. A
sensibilidade do hospedeiro está ligada à raça, predominando as européias devido
menor resistência ao carrapato vetor (figura 4), permitindo o contato com maiores
inócuos; a idade, morbidade e mortalidade maior em bovinos com idade maior a 10
meses; fatores individuais, onde os agentes superam as defesas do hospedeiro,
principalmente aqueles imunodeprimidos por estresse do transporte por exemplo.Os
principais sinais clínicos são hipertermia, anorexia, pêlos arrepiados, taquicardia,
taquipnéia, redução dos movimentos de ruminação, anemia (mais freqüente na

19
anaplasmose), icterícia, hemoglobinúria (ausente na anaplasmose e mais intensa na
babesiose por Babesia bigemina), abatimento, prostração, redução ou suspensão da
lactação e sinais nervosos de incoordenação motora, andar cambaleante,
movimentos de pedalagem e agressividade, característicos na babesiose por
Babesia bovis, devido às lesões cerebrais. Além de constatar mucosas e serosas
anêmicas, fígado e baço escuros, aumentados e congestos, linfonodos intumescidos
e escuros, rins aumentados, vesícula biliar distendida, com bile escura, densa e
grumosa, hidropericádio, congestão do córtex cerebral e cerebelar (B. bovis), urina
vermelho-escura. O exame realizado no “Clube do Leite” era o comum para
diagnóstico da TPB onde o sangue do animal era coletado e enviado a laboratórios
particulares para que, juntamente com os dados epidemiológicos, sinais clínicos e
lesões ser dado o diagnóstico definitivo da doença através de técnicas de
imunofluorescência indireta, ELISA, e soroglutinação. Assim como o diagnóstico, o
tratamento adotado pela clínica é a utilização de drogas como derivados de
diamidina de 3 a 3,5mg/kg, IM, uma dose para B.bigemina e duas a três para B.
bovis com intervalos de 24 horas (babesicida) e tetraciclinas, IM, 5mg/kg de quatro a
cinco dias (anaplasmicida) imidocarb e associações de diamidina com oxitetraciclina
(dupla ação), quando não é possível diagnóstico laboratorial, a principal arma no
controle continua sendo a vacinação que é recomendada em áreas endêmicas, e
deve ser conservada em nitrogênio líquido até o momento do uso, sua dose é de 2
ml por via subcutânea e pode ser administrada a partir dos três meses de idade do
animal (FARIAS, 1998).

FIGURA 4- CARRAPATO PRESENTE NO ANIMAL.

Fonte: SILVA, 2009.

20
4.4 ACIDOSE METABÓLICA EM BOVINOS

A acidose está associada a ingestão de dietas com excesso de carboidratos


(açúcares e alimentos ricos em amido e ácido lático). Doença tipicamente aguda,
mas que pode ocorrer de forma crônica. Ocorre em conseqüência do acúmulo de
acido lático no rúmen devido trocas bruscas de ração de baixo valor energéticos
para concentrados com alto valor energéticos sem adaptação dos animais a este,
que na ingestão, pela rápida fermentação, aumenta os ácidos graxos e o pH cai,
matando a flora ruminal que aumenta a proliferação do Streptococcus bovis e
Lacitobacillus, produzindo acido lático baixando ainda mais o pH ruminalpodendo
chegar a 4 (SCHILD, 1998).
O quadro clínico varia de acordo com a causa primária que pode ser, por
exemplo, uma diarréia. O animal passa por uma depressão no estado geral com
quadro de abatimento, apatia, menor resposta aos estímulos, elevação da
freqüência respiratória causada pela diminuição do pH, que pode a uma
hipoventilação intensa que antecede a morte. A desidratação geralmente
acompanha a acidose metabólica. Na doença em forma crônica observa-se
timpanismo irregular recidivante, fezes de coloração acinzentada ou amarelada e
mais mole que o normal, além de não haver ganho de peso esperado, e
laminite(SCHILD, 1998; GONZALEZ; CAMPUS, 2003).
O diagnóstico realizado pelo “Clube do Leite” era feito através dos sinais
clínicos e determinação do pH do conteúdo ruminal através de sonda ou
paracentese. A observação do líquido ruminal demonstra ausência dos protozoários.
O controle é evitar o fornecimento de alimentos concentrados em quantidade
diária maior que 0,3% por peso corporal dos animais. Suspender alimento em caso
de suspeita de sintomas. Nos casos de acidose grave, retira-se conteúdo ruminal
por laparotomia ou sonda, administrando água e retirando repetidamente por 15 a 20
vezes, em seguida, administrar 5-20/L de conteúdo ruminal de animais sadios.
Como medicação a alternativa é tratamento IV com solução de bicarbonato de sódio
a 20% (SCHILD, 1998).

21
4.5 HIPOCALCEMIA

A hipocalcemia puerperal (HP), mais conhecida como febre do leite, é uma


doença metabólica de ocorrência comum em vacas leiteiras de alta produção no
período pós-parto, caracterizada por uma redução significativa dos níveis de cálcio
no sangue, fraqueza muscular generalizada, colapso circulatório e depressão da
consciência. O problema inicia-se nas primeiras 72 horas após o parto. É uma
enfermidade que gera grandes perdas econômicas nas explorações leiteiras de todo
mundo em decorrência dos custos com o tratamento, mortes e complicações
secundarias (mastite, retenção placenta e pneumonia por aspiração)
(BIEGELMEYER et al., 2009).
Sinais clínicos nos animais atendidos pelo foram: fraqueza,decúbito lateral
(figura 5) , nos exames clínicos, aumento de freqüência cardíaca, pulso e bulhas
cardíacas quase imperceptíveis, hipotermia, atonia ruminal e anorexia. Todos os
sinais clínicos foram diagnosticados alguns dias após o parto. Com base nos sinais
clínicos e na anamnese realizou-se o diagnóstico clínico de hipocalcemia puerperal,
em seguida iniciou-se de imediato o tratamento medicamentoso: 500mL de
borogluconato de cálcio, 300mL por via endovenosa e 200mL subcutâneo, seguido
de controle de sinais vitais e fluidoterapia. O terneiro foi separado e alimentado com
leite de outra vaca, os resultados ao tratamento foram positivos sendo mantido o
animal sob rigorosa observação, confirmando o quadro de HP.Pode-se afirmar que
os fatores que predispõe a doença são: idade do animal, raça, condição corporal
elevada, já que vacas mais velhas apresentam menor capacidade de reabsorção
óssea e de absorção intestinal de cálcio; a raça Jersey pela maior produção de
colostro e vacas superalimentadas no período seco apresentam maior depressão do
apetite no período (BIEGELMEYER et al., 2009).

22
FIGURA 5- ANIMAL EM DECÚBITO, POR CONTA DA HIPOCALCEMIA
PÓS-PARTO.

Fonte: SCOTT, 2004.

4.6 TIMPANISMO GASOSO

Timpanismo ruminal é uma condição clinica caracterizada pelo excessivo


acúmulo de gás, de formula livre (timpanismo gasoso) ou associado com conteúdo
ruminal, tornando-se espumoso (timpanismo espumoso) e, resultando assim em
vários graus de distensão abdominal. Trata-se de um dos problemas digestivos em
bovino mais facilmente conhecido. É uma condição freqüente em bovinos e ovinos,
com incidência elevada principalmente em propriedades que adotam o sistema de
produção intensiva (COUTINHOet al, 2008).
O timpanismo gasoso é caracterizado pelo aumento de fermentação no
interior do rúmen, na forma de uma bolsa de gás livre no topo do conteúdo ruminal.
Essa enfermidade decorre da obstrução física da eructação, provocada por
alterações que levem ao aumento pressão fora do esôfago ou obstrução de cárdia.
Clinicamente, os animais afetados apresentam dilatação súbita do rúmen e
distensão da cavidade abdominal (figura 6) com diminuição dos movimentos
ruminais (VITÓRIAet al, 2001).

23
Também conhecido como meteorismo ruminal, o timpanismo pode causar
asfixia e morte quando seu quadro alcança dificuldade respiratória e circulatória.
Pode também ser ocasionada pela obstrução do esôfago por corpo estranho;
complicações de doenças que podem causar aumento dos linfonodos; por lesões
nas vias nervosas responsáveis pela eructação ou por hérnia diafragmática.
Antibióticos ou sulfas podem alterar flora ruminal e predominar bactérias que
causam gases. Em casos crônicos pode levar a dor abdominal, extensão do
pescoço, atonia ruminal, exteriorização da língua, entre outros. Diagnóstico é
baseado nos sinais clínicos (OLIVEIRAet al, 2009).
O tratamento adotado pelo “Clube do Leite” diante do diagnostico descrito,
baseou-se no alívio do animal com o auxilio de sonda orogástrica que pode
apresentar alguma dificuldade nos casos de obstrução ou diminuição da luz do
esôfago, e na tentativa de solução da doença ou lesão precursora do problema.
Para eliminar o gás administrou-se 200mL de carboxemetilcelulose (Ruminol)
juntamente com 5 L de água morna e ruminocentese com auxilio do trocáter
deixando-o fixado por 3 dias.

FIGURA 6: DISTENSÃO ABDOMINAL POR CONTA DE UM TIMPANISMO


GASOSO

Fonte: MARTÍN, 2009.

24
4.7 ENDOMETRITE

O termo endometrite refere-se a infecção do endométrio, causada por


bactérias da flora vaginal que ascendem ao trato superior. A maioria das infecções
uterinas esta relacionada a introdução de sêmen, prenhez, parto ou involução
uterina pós parto e seus principais agentes infecciosos são: Streptococcus,
Staphylococcus, Escherichia coli, Proteus spp e Actinomyces pyogenes (PARRAet
al, 2008).
Acomete principalmente vacas de leite no período pós-parto, comprometendo
reprodução, diminuindo fertilidade, e uma redução na produção de leite, no pós
parto. O diagnóstico feito pela “Clube do Leite”, é baseado no exame clínico
ginecológico do animal através de avaliação da genitália externa e interna através de
palpação transretal e vaginoscopia que avaliam-se a forma do colo uterino, a
coloração das mucosas vaginal e cervical, o grau de umidade e a característica da
secreção (SANTOSet al, 2009).
No exame feito pela vaginoscopia as endometrites são classificadas em: 1º
grau: fase progesterônica com hipersecreção, pode apresentar petéquias na cérvice
ou discreta congestão; 2º grau: mucopurulenta, muco turvo, estrias, cérvice
hiperêmica; 3º grau: predominantemente purulenta, cérvice congestionada; 4º grau:
piometra e acumulo de secreção purulenta no útero (PIMENTEL, 1998).
Os animais examinados pelo “Clube do Leite” apresentavam aumento da
espessura do útero, exsudato cérvico-vaginal, com muco purulento (figura 7). Dentre
os animais examinados, nos com diagnóstico positivo, iniciou-se tratamento com
aplicação de antimicrobiano por via sistêmica e por infusões uterinas, utilizando
gentamicina para infusão uterina e por via sistêmica oxitetraciclina 20mg/kg ou
Tilosina 15mg/kg. Em casos de retenção de placenta é administrado E.C.P
(ciprionato de estradiol) na dose de 5mL por animal (SANTOS et al, 2009).
O tratamento realizado pelo “Clube do Leite” nos animais com endometrite
obtiveram resultados excelentes.

25
FIGURA 7: EXSUDATO CÉRVICO-VAGINAL MUCOPURULENTO,
INDICANDO UMA ENDOMETRITE.

Fonte: GUIDO, 2012

4.8 RETICULO PERICARDITE TRAUMÁTICA

É uma enfermidade relativamente comum em bovinos adultos, devido a


ingestão de corpos estranhos junto aos alimentos fibrosos sem distinguí-los, sendo
que aqueles que recebem alimentos estocados ou os que ficam próximos a cerca
em reparos, tem maior ocorrência desta enfermidade. Os corpos estranhos ingeridos
ficam retidos no rúmen ou no retículo. Quando estes são perfurantes podem dirigir-
se e transpor a parede reticular causando peritonite focal ou difusa ou perfurar o
diafragma e o saco pericárdico (figura 8) causando uma pericardite.Os sinais clínicos
dependem das estruturas anatômicas envolvidas, da profundidade da perfuração e
do estado geral do animal acometido. No estagio agudo evidencia-se anorexia
completa, taquicardia, taquipnéia, diminuição brusca na produção de leite 12 horas
após o inicio dos sintomas, dor abdominal, atonia ruminal, cifose, relutância à
movimentação. O animal procura permanecer-se por um longo tempo em estação e
deita-se com cuidado. Observa-se o abafamento das bulhas cardíacas com a
presença variável de sons de fricção do saco pericárdio, ingurgitamento da jugular,
pulso jugular e insuficiência cardíaca congestiva (CASTROet al, 2008).
Durante o atendimento do“Clube do Leite” o diagnostico foi avaliado na
inspeção do animal, através da ausculta pulmonar e cardíaca, pulso jugular,

26
mucosas pálidas, desidratação, atonia ruminal, temperatura retal, além de
hemograma completo (CASTROet al, 2008).
Dentre os tratamentos alternativos medicamentosos, como Flunexin
Meglumine 2,2mg/kg, penicilina 20.000UI/kg, borogluconato de cálcio, fluidoterapia e
terapêutica como massagem com antiinflamatório para diminuição da estenose
jugular, restabelecimento da flora ruminal, entre outros variando o trauma
(CASTROet al, 2008). O método estabelecido pelo atendimento do“Clube do Leite”
foi a eutanásia devido ao quadro clinico já avançado em que se encontrava o
paciente.

FIGURA 8- CORPO ESTRANHO ENCONTRADO NO PERICÁRDIO.

Fonte: PAES, 2012

4.9 MASTITE

O termo mastite refere-se a inflamação da glândula mamária, qualquer que


seja a causa.Caracteriza-se por alterações físicas, químicas e,em geral,
bacteriológicas do leite e por alterações patológicas do tecido glandular. Vários
agentes infecciosos são apontados como causa de mastite os mais comuns são:

27
Streptococcus agalactiae e Staphylococcus aureus, sendo que a Escherichia coli
vem se tornando causa significativa em bovinos (RADOSTITS, 2002).
A mastite é uma das mais frequentes infecções que acometem o gado
leiteiro,levando a perdas econômicas pela diminuição na produção e na qualidade
do leite, à elevação dos custos com mão de-obra, medicamentos e serviços
veterinários, além de descarte precoce de animais. É importante ressaltar a
importância da mastite,no que se refere à saúde pública, devido ao envolvimento de
bactérias patogênicasque podem colocar em risco a saúde humana. Um dos
grandes problemas da mastite no rebanho é a sua prevalência silenciosa, ou seja,
subclínica, determinando perdas de até 70%, enquanto 30% devem-se à mastite
clínica.A prevalência da mastite está relacionada, principalmente, ao manejo
antes,durante e após a ordenha. Isso explica a importância da conscientização do
ordenhador, dos procedimentos adequados de ordenha, incluindo as formas
corretasde higienização e desinfecção do ambiente, do animal, do profissional e de
todos os utensílios utilizados na ordenha.(SANTOS, 2001).
A infecção de cada glândula mamária ocorre via canal do teto originando-se
de duas fontes, o úbere infectado e o meio ambiente. O mecanismo de transmissão
depende do seguinte: Tamanho da infecção no ambiente, incluindo quartos
infectados; eficiência dos ordenhadores e máquinas incluindo em especial a higiene
geral; estágio de lactação da vaca, sua idade, nível de resistência hereditária, lesões
na pele do teto e sua anatomia, estado imunológico de cada glândula, incluindo
infecções anteriores(RADOSTITS, 2002).
Achados clínicos de mastite incluem anormalidades de secreção, tamanho,
resistência, temperatura da glândula mamária e frequentemente reação sistêmica.
As formas clínicas de mastite em geral são classificadas de acordo com sua
gravidade; inflamação do quarto com acentuada reação sistêmica é classificada
como supraguda; inflamação grave sem reação sistêmica acentuada como aguda;
inflamação branda com anormalidade persistente do leite como subaguda; e crises
recidivantes de inflamação com pequena alteração no leite como
crônica(RADOSTITS, 2002).
Casos superagudos que estão, geralmente, associados com a infecção por
agentes ambientais do grupo dos coliformes se caracterizam por inflamação muito

28
intensa, com a presença de sinais sistêmicos, tais como febre, dispneia, hipotensão,
prostração e anorexia, dentre outros. Na forma aguda, estes sinais estão presentes,
mas a evolução é mais lenta e os sinais sistêmicos são mais discretos (BURVENICH
et al., 2003). A forma subaguda se caracteriza pela presença de grumos no teste da
caneca, sendo mais discretos os demais sinais inflamatórios. A forma crônicase
caracteriza por infecção persistente do úbere, que pode durar dias, meses ou anos,
podendo ocorrer sinais de fibrose dos quartos acometidos, em alguns casos
acompanhados de atrofia do mesmo e presença de fístulas(HILLERTON, 1996).Na
mastite gangrenosa, o quarto mamário afetado apresenta-se frio, de cor alterada,
variando do escuro ao púrpuro-azulado e sem sensibilidade. O quarto acometido
pode apresentar-se úmido e com gotejamento constante de soro tingido de sangue
(BLOWEY & EDMONSON, 1999).
A mastite é dita subclínica quando há evidencia de inflamação, por exemplo
uma contagem celular somática alta no leite, sem qualquer anormalidade visível do
leite, úbere ou do próprio animal(RADOSTITS, 2002).
Quando a glândula mamária é colonizada por algum agente patogênico,
oorganismo do animal reage, mandando para o local células de defesa,
principalmenteleucócitos, na tentativa de reverter o processo infeccioso. Essas
células de defesa, somadas às células de descamação do epitélio secretor de leite
nos alvéolos, são chamadas células somáticas do leite. Portanto, quando há
presença de um microrganismo patogênico na glândula mamária, geralmente, a
contagem de células somáticas apresenta-se elevada, e esse aumento é a principal
característica da mastite subclínica (CHAPAVAL & PIEKARSKI, 2000).
Em relação ao diagnóstico, nesse tipo de mastite, não existem sinais
evidentes da doença, não sendo possível diagnosticá-la sem a utilização de testes
auxiliares.O sinal clássico da mastite subclínica é a elevação da CCS, que pode ser
mensurada direta ou indiretamente por meio dos testes California Mastitis
Test(CMT), Wisconsin Mastitis Test (WMT) ou pela contagem eletrônica de
célulassomáticas (CECS)(FONSECA & SANTOS,2001).
O CMT (figura 9), um teste que pode ser feito na hora daordenha,
possibilitando a detecção de vacas com a doença subclínica. Os primeirosjatos de
cada teto devem ser colocados numa placa especial, na qual é adicionadoo

29
reagente específico para o teste. Por meio de agitação da placa e pela coloração eo
aspecto que a mistura adquirir (leite mais reagente), pode-se saber se há ou
nãopresença de infecção(ATHIÊ, 1988).
A maioria dos produtores que são atendidos pelo “Clube do Leite” fazem o pré
e o pós dipping,que são substâncias químicas utilizadas para higiene do teto,
consequentemente prevenindo a mastite.Também outro fator relevante para a
prevenção dessa enfermidade é a limpeza das instalações e do ambiente, evitar
lama onde as vacas deitam e não introduzir animais infectados no rebanho. Adotar
antibiótico intramamário para as vacas secas também é um método utilizado para os
produtores afim de evitar a doença nesses animais.
Cada tipo bacteriológico de mastite requer um tratamento específico, porém
existem princípios gerais que abrangem todas as formas. O tratamento parenteral é
aconselhável em todos os casos de mastite em que há reação sistêmica
acentuada(RADOSTITS, 2002). O tratamento adotado pelo depende da gravidade
do caso. A antibióticoterapia é inevitável podendo associar injetável com
intramamário (cloxacilina, cefacetril, cefalexina + neomicina + prednisolona,
gentamicina), também é usado um antiinflamatório não esteroidal
(flunixinameglumina, diclofenaco sódico) e um antitérmico(dipirona sódica) em caso
de febre.
Alguns antibióticos usados para conter a reação sistêmica são: Combinação
de sulfonamidas com trimetoprim, eritromicina, tilosina, penetemato, cloranfenicol,
penicilinas e tetraciclinas (RADOSTITS, 2002).
Também é muito utilizado as quinolonas: enrofloxacina e ciprofloxacina.
FIGURA 9- TESTE CMT.

Fonte: DREBES, 2011.

30
5 ATIVIDADES LIGADAS A CLÍNICA CIRÚRGICA DE BOVINOS

TABELA 2 –ATIVIDADES REALIZADAS NA ÁREA DE CLÍNICA CIRÚRGICA DE


BOVINOS DE LEITE NO PERÍODO DE 4 DE MARÇO A 14 DE MAIO DE 2013.

Cirúrgias acompanhadas Número de casos Participação


(%)
Descorna 4 20
Deslocamento de abomaso 4 20
Hernioplastia 5 25
Orquiectomia 7 35
TOTAL: 20 100
Fonte: “Clube do Leite” Toledo - PR

5.1 DESCORNA

Método cirúrgico para retirada do corno, já que este pode provocar


complicados problemas aos animais, tais como: maior agressividade na manjedoura
coletiva; feridas no corpo provocadas pelas pontas dos cornos; interrupção da
gestação em decorrência de uma cornada no ventre; lesões no úbere que podem
gerar mamites; dificuldade dos tratadores circularem entre os animais para manejo e
afetar resultados econômicos de vacaria de leite (RODRIGUES, 1991).
A descorna cosmética do gado proporciona uma aparência estética e
uniforme, principalmente em animais de exposição; além de facilitar o manejo do
rebanho e exigir menor espaço no cocho para alimentação. As lacerações e
perfurações de pele ocorrem com menos freqüência, aumentando a qualidade do
couro. A técnica operatória, recomendada com o animal tranqüilizado, compreende
incisões cutâneas frontais, ventrais e circulares, exteriorizando a base do corno para
posterior amputação da apófise óssea. A sutura da pele é realizada com pontos
simples separados. O procedimento adotado no estágio era a imobilização do animal
com cordas na região metatársica e colocado em decúbito esternal, a cabeça
contida com cabresto. Após tricotomia e antissepsia com iodofor, faz-se anestesia

31
local. Realiza-se uma incisão semicircular, na base do processo córneo na posição
da fossa temporal, a pele dissecada e a apófise córnea serrada com serra manual.
Utilizando o chifre como alavanca a pele na porção posterior foi descolada, em
seguida a incisão caudal da pele foi feita próxima a base do corno, realizada
hemostasia e retirada os coágulos e esquírolas ósseas seguida de sutura ponto
simples separado (FIORAVANTet al., 1999).
No pós-operatório dos animais assistidos pelo “Clube do Leite” foi
administrado penicilina G benzatina, potassica 20.000UI/kg cada 48 horas em 3
aplicações. O curativo local (figura 10) foi realizado diariamente até a total
cicatrização e retirada dos pontos.

FIGURA 10- DESCORNA REALIZADA MOSTRANDO O CURATIVO NO LOCAL.

Fonte: O autor.

5.2 HERNIOPLASTIA UMBILICAL EM BOVINOS

A hérnia umbilical é uma condição frequentemente encontrada em bovinos,


congênita em recém nascidos ou adquirida quando aparece um tempo depois. Esta
ultima, pode ser causada por infecção do cordão umbilical, traumas locais e
distúrbios digestivos (BASILE, 1978).

32
Compreendida pela insinuação através do anel umbilical não involuído, de
órgãos e estruturas da cavidade abdominal envolvidas pelo peritônio, o diagnóstico é
basicamente clínico e deve fudamentar-se no exame semiológico local, com o
bovino em estação, recomenda-se ainda técnicas radiográficas e ultrassonográficas
(SILVA et al., 2005).
Após diagnóstico clínico da hérnia pelo “Clube do Leite” o animal foi
submetido a hernioplastia, com anestesia geral xilazina dose 0,5ml/100kg. O método
cirúrgico iniciou-se pela incisão da pele e dissecção da mesma para individualização
do saco herniário e dissecção do saco peritonial para retirada de restos de aderência
externas. Em seguida a reposição do saco e do seu conteúdo na cavidade
abdominal seguida do fechamento do orifício herniário com sutura em “U” (BASILE,
1978).
O sucesso do tratamento depende dos cuidados pós-operatórios, diâmetro do
anel herniário, tamanho e peso dos animais, presença de inflamação no local e da
resistência dos tecidos localizados nas bordas do anel herniário. O animal deve
receber alimentação em pequenas quantidades após 12 horas aumentando
gradativamente, curativo diário, uso de antibiótico a base de penicilina durante 4
dias, exercício de pastagem limpa, e retirada dos pontos entre 8-10 dias (BASILE,
1978; SILVA et al., 2005).

FIGURA 11- HERNIOPLASTIA SENDO REALIZADA.

Fonte: ATOM, 2010

33
5.3 ORQUIECTOMIA EM BOVINOS

A orquiectomia (castração) em bovinos é uma prática tradicionalmente


utilizada nos diversos modelos de criação, já que estes castrados tornam-se mais
dóceis e desenvolvem-se melhor na parte posterior do músculo, maior cobertura de
gordura e maior valorização nos frigoríficos e manejo conjunto de machos e fêmeas.
A orquiectomia pode ser realizada através de duas incisões laterais, incisão
transversal e secção do funículo espermático por meio do burdizzo. É importante o
uso de um método hemostático devido o risco de hemorragia (ESTEVES et al,
2010).
Dentre as técnicas cirúrgicas citadas, as utilizadas nas experiências pelo
“Clube do leite” foram: a incisão bilateral no escroto, e a remoção do ápice do
escroto. A contenção é tanto em bretes ou na imobilização em decúbito lateral, em
seguida o escroto é higienizado com idofor e administrado 20mL cloreto de lidocaína
para bloqueio anestésico local.
A incisão é de em media de 8cm da pele do escroto e túnica vaginal
permitindo a exposição do testículo para a retirada do mesmo. Finaliza-se
pulverizando o local com Fenitrothion e administração de Doramectina na dose de
1ml/50kg (COSTA et al, 2009).

5.4 DESLOCAMENTO DE ABOMASO

Considera-se a dilatação ou o deslocamento do abomaso uma das condições


cirúrgicas mais comuns em pacientes bovinos. Podem ocorrer deslocamentos para a
esquerda ou para a direita, embora a maioria ocorra para a esquerda e seja mais
comum durante o primeiro mês após o nascimento em vacas das raças Jersey,
Guernsey e Holandesa. Acredita-se que o deslocamento do abomaso ocorra
secundariamente a níveis anormalmente altos de ácidos graxos voláteis e
fermentação excessiva, que acarretam acúmulo de gás e distenção. Por causa do
gás, o abomaso fica flutuando no alto da parede abdominal, do lado esquerdo ou do
direito (HENDRICKSON, 2010).

34
Tanto o deslocamento para a esquerda como o para a direita podem ser
tratados com a omentopexia pelo flanco direito, tratamento utilizado pelo “Clube do
Leite”.
A omentopexia pelo flanco direito foi desenvolvida quando a única alternativa
era a abomasopexia paramediana, em que o paciente tinha de ficar em decúbito
dorsal. Em algumas vacas, tal posição era indesejável, de modo que um
procedimento cirúrgico que poderia ser realizado com o animal em estação tinha
vantagens óbvias. A omentopexia pelo flanco direito envolve a sutura da camada
superficial do omento maior na região do piloro a parede abdominal no flanco direito,
com altos índices de sucesso no tratamento do deslocamento (HENDRICKSON,
2010).
A preparação cirúrgica e anestésicapara a realização da omentopexia pelo
flanco direito ocorre: a área paralombar direita é tricotomizada e preparada
cirúrgicamente e a anestesia local é instituída por bloqueio paravertebral, em L
invertido usando o anestésio lidocaína. (HENDRICKSON, 2010).
Foi utilizado bandeja com instrumental para cirurgia geral, luvas estéreis,
agulha de calibre 14 a 16 com tubo estéril adaptado, agulha cortante grande e reta
ou uma agulha curva em S e tubo gástrico estéril de tamanho médio para retirada de
gás do abomaso (HENDRICKSON, 2010).
Técnica cirúrgica da omentopexia pelo flanco direito (figura 12): penetra-se no
abdome através de uma incisão vertical de 20 cm na fossa paralombar direita que
começa 4 a 5 cm ventral aos processos transversos das vértebras lombares.
Quando se entra na cavidade abdominal no caso de um deslocamento a esquerda, o
duodeno estará em uma posição vertical, em vez na horizontal normal. Usando luvas
estéreis, o cirurgião palpa o lado esquerdo do abdome fazendo uma deflexão cranial
no aumento maior e em seguida passa o braço esquerdo caudal ao omento e ao
rúmen para palpar o abomaso distendido com gás no lado esquerdo do rúmen.
Enquanto palpa o órgão deslocado deve procurar evidência de aderências. O
abomaso pode ser desinsuflado com uma agulha de calibre 14 a 16 contendo um
tubo estéril comprido adaptado. A agulha é levada caudal ao rúmen para a parte
mais dorsal do abomaso deslocado e inserida obliquamente através da parede do
abomaso. Aplica-se pressão firme com o antebraço e a mão para liberar o gás ou

35
adapta-se o tubo a um dispositivo de aspiração. A agulha é retirada com cuidado,
com o tubo dobrado para evitar contaminação. Recoloca-se o abomaso na posição
normal, acompanhando as superfícies peritoneais ventralmente com a mão entre o
rúmen e parede corporal. Uma vez a esquerda do rúmen, usa-se a mão, com os
dedos fechados para empurrar o abomaso para trás, para o lado direito do abdome.
Puxar delicadamente o omento em direção dorsocranial, que já estava deslocado
para a esquerda, também ajuda nessa manipulação. Se o rúmen estiver cheio pode
ser necessário elevar seu saco cego caudal ventral com o lado interno do cotovelo
para empurrar o abomaso ao longo e sob o rúmen. Assim que o abomado estiver
voltado a sua posição normal, o duodeno volta a sua posição horizontal normal e é
comum vê-lo encher-se de gás. O omento maior observado através da incisão
abdominal, também é sentido solto. A manipulação desnecessária do duodeno
durante essas manobras pode causar duodenite pós- operatória. O omento é
tracionado delicadamente através da incisão, em direção dorsal e caudal até que o
piloro possa ser visualizado. Essa prega de omento pode ser segurado por um
assistente ou presa a parte superior da incisão cutânea com pinças de campo
enquanto são feitos os pontos de ancoragem, dois de colchoeiro de fio sintético
absorvível número 1 ou 2 através do peritonio e do musculo abdominal transverso,
abrangendo ambas as camadas da prega do omento. Os pontos são feitos a cerca
de 3 cm caudais ao piloro. O peritônio e o músculo abdominal transverso são então
suturados com pontos simples contínuos de fio sintético absorvível número 1 ou 2 e
o omento é incorporado na linha de sutura nos dois terços ventrais da incisão. As
camadas dos músculos oblíquos abdominais interno e externo e a pele são fechadas
de forma rotineira para laparotomia pelo flanco (HENDRICKSON, 2010).
A conduta pós-operatória depende do caso individual. A correção de
distúrbios metábolicos subsequentes a deslocamentos do abomaso para a esquerda
pode exigir a administração de eletrólitos, sais de cálcio e terapia hídrica.
Antibióticos são administrados no pós-operatório (enrofloxacina, penicilinas são
indicadas). Se o animal não recuperar o apetite em dois dias, pode valer a pena
fazer uma inoculação no rúmen. A terapia oral de suporte, em que se acrescentam
cloreto de sódio e de potássio à água, pode ser empregada para pacientes capazes

36
de absorver o líquido. O prognóstico depende em grande parte da extensão do dano
tecidual e da quantidade e da duração do vólvulo (HENDRICKSON, 2010).

FIGURA 12- OMENTOPEXIA PELO FLANCO DIREITO.

Fonte: HENDRICKSON, 2010.

37
6 ATIVIDADES LIGADAS A ÁREA DE OBSTETRÍCIA DE BOVINOS

TABELA 3 – ATIVIDADES REALIZADAS NA ÁREA DE OBSTETRÍCIA DE


BOVINOS DE LEITE NO PERÍODO DE 4 DE MARÇO A 14 DE MAIO DE 2013.

Atividades Obstétricas Número de casos Participação


acompanhadas (%)
Cesariana 3 0,17
Diagnóstico de gestação 1752 98,54
Distocia 14 0,79
Exame Andrológico 7 0,39
Fetotomia 2 0,11
TOTAL: 1778 100
Fonte: “Clube do Leite” Toledo - PR

6.1 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO

O diagnóstico de gestação é de grande importância para a melhoria da


eficiência reprodutiva, pois possibilita a identificação precoce das fêmeas que não
ficaram prenhes durante a estação de monta ou após a inseminação artificial. O
método de diagnóstico mais utilizado é o via palpação retal (figura 13) realizado por
um médico veterinário experiente, normalmente este exame pode ser efetuado a
partir dos 45 a 60 dias após o final da estação de monta ou inseminação artificial. O
diagnóstico de gestação adotado pelo “Clube do Leite” foi o mesmo da literatura de
Riet-Correa et al. (1998), ou seja, as características dos estágios da gestação por
palpação retal são:
 28 dias: espessamento da vesícula embrionário no corno uterino;
 32 dias: presença de paredes duplas – beliscamento;
 45 dias: assimetria evidente, pequena bolsa;
 90 dias: grande bolsa;
 120 dias: útero em forma de balão, não se consegue passar a mão por
baixo dele;

38
 150 dias: cérvix pesada, fase de descida;
 180 dias: o feto atinge a base do abdômen;
 210 dias: feto volta para cavidade pélvica, palpa-se a cabeça do feto, fase
de subida;
 240 dias: feto posiciona-se para parto.
A partir dos 4 meses nota-se o frêmito da artéria uterina média que é
assimétrico, sendo mais intenso e a artéria mais espessa do corno gestante e por
isso deve-se palpar os dois lados (PIMENTEL, 1998).
Foram acompanhados também durante o período de estágio, diagnósticos de
gestações com o uso de ultrassonografia.

FIGURA 13 - PALPAÇÃO RETAL PARA DIAGNÓSTICO DE PRENHEZ.

Fonte: O autor.

39
6.2 EXAME ANDROLÓGICO EM TOUROS

O objetivo do exame andrológico é o de se fazer uma estimativa da fertilidade


potencial do touro e identificar a normalidade no trato genital ou no comportamento
sexual que possam comprometer a fertilidade, deve-se também observar o mérito
genético para que se destina. O intuito é que o touro sirva 25 vacas por temporada.
As etapas do exame são: histórico (objetivo do exame); inspeção (condição corporal,
lesões de aprumo e temperamento); palpação; exame de sêmen e comportamento
sexual. O exame dos órgãos externos compete verificar possíveis lesões no
prepúcio, examinar pênis por palpação e inspeção. A bolsa escrotal deve se
apresentar simétrica em sua inspeção (figura 14) sem lesões de pele, temperatura e
cicatrizes. Os testículos devem compreender inspeção avaliando simetria, alterações
de tamanho e forma e palpação, quando se determina presença de mobilidade,
consistência e sensibilidade. Ao examinar o epidídimo baseia-se basicamente na
palpação apresentando normalidade dos diferentes segmentos (cabeça, corpo e
calda). O cordão espermático deve ser palpado avaliando a integridade do canal
deferente, plexo pampiniforme. O exame de órgãos internos compete palpação retal,
examinando próstata, vesículas seminais, músculo uretral e as ampolas (PIMENTEL,
1998).
Após os exames citados anteriormente, o “Clube do Leite”, fez a coleta de
sêmen através do eletro-ejaculador para realização de exames.Este foi realizado em
duas etapas, inicialmente avaliando-se volume, aspecto, pH, motilidade e vigor e a
seguir coleta amostrar para o exame laboratorial (concentração e morfologia
espermática).
Algumas alterações podem ser diagnosticadas, o que não foi o caso dos
touros atendidos pelo “Clube do Leite”, algumas delas são: degeneração testicular,
orquite, hiplopasia testicular, epididimite, alterações das ampolas e próstata, etc
(PIMENTEL, 1998).
Os animais apresentados como aptos não apresentavam nenhuma das
alterações e lesões clínicas nas genitálias. Os padrões para exame de aptidão
recomendados pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal para exame clínico do
sistema genital, medição escrotal, considera insatisfatório valor inferior a 30cm.

40
Quanto a qualidade do sêmen, considera-se satisfatório motilidade superior a 50%,
vigor no mínimo 3 e percentual de defeitos espermático no máximo de 30%, não
excedendo 20% de defeitos maiores (MORAES et al., 1998).

FIGURA 14- AVALIAÇÃO SIMÉTRICA DA BOLSA ESCROTAL.

Fonte: COUTO, 2008.

6.3 CESARIANA EM VACAS

Conforme estudos, a cesariana é indicada para os diversos tipos de distocias,


incluindo aquelas causadas por tamanhos desproporcional relativo do feto quando a
entrada pélvica nas vacas jovens é muito pequena para permitir o parto, quando há
má posição fetal, hidropsia do âmnio e do alantóide, torção uterina e também
quando há fetos enfisematosos.A abordagem pelo flanco é mais indicada nos casos
de feto morto e não contaminado viável. A incisão varia de acordo com o lado
(direito ou esquerdo), dependendo da forma mais conveniente para retirada do feto,
sendo a primeira menos indicada em razão do prolapso marcante de alças de
intestino delgado. A abordagem oblíqua ventrolateral poderá ser realizada com o
animal em decúbito lateral. Ambas reduzem contaminação do peritônio. Já a
laparotomia paramediana ventral exige decúbito e imobilização, oferece vantagem
nos casos de feto enfizematoso, melhor exposição do útero, incisão paralela a linha
média. A cesariana é realizada em qualquer local aumentando os cuidados em
condições difíceis e adversas. O "Clube do Leite” realizou este procedimento

41
cirúrgico com efetivos cuidados, partindo da analgesia geral com anestésico que não
cause risco para o animal e permite que este tenha um rápido retorne, o que facilita
a amamentação, imobilização do animal com cordas e não esquecendo da
segurança própria do profissional e seus auxiliares. A anestesia paravertebral com o
animal em pé deve ser feita em “T” com 5 a 7mL de lidocaína. Quando o animal se
encontrar prostrado, a anestesia indicada é a paramamaria por facilitar abordagem
da área, em 80 a 100 mL de lidocaína 2%. A anestesia do flanco direito em “L”
invertido emprega-se 80 a 100 mL de lidocaína 1%, quando se opta por posição em
estação. Inicia-se então a incisão cirúrgica variando entre as descritas conforme o
caso clínico. Retira-se o bezerro (figura 15) por uma das pernas em direção a
incisão cuidando para evitar o derramamento de líquidos fetais para a cavidade
abdominal retendo o útero próximo a incisão. Afasta-se o alantocórion e inicia-se a
sutura simples com fio absorvível em toda margem uterina, fazendo hemostasia. O
útero também é suturado, em seguida o peritônio. Por fim a pele é suturada. No pós-
operatório é administrado antibióticoterapia a base de penicilina 30.000U.I/kg, com
sua posologia variando com o pós-operatório, além de fluidoterapia enquanto houver
necessidade, controle de involução uterina, observar presença de lactação, limpeza
da ferida cirúrgica e retirada de pontos (JOSÉ; FRANCO, 2008).

FIGURA 15 - RETIRADA DO BEZERRO.

Fonte: GUIDO, 2013.

42
6.4 FETOTOMIA

A fetotomia é uma técnica cruenta realizada no feto com o objetivo de reduzir


o seu tamanho no útero, podendo ser subcutâneo, onde o feto é dissecado na
cavidade uterina com o uso de um bisturi para seccionar as articulações, facilitando
a sua saída pelo canal do parto por manobras obstétricas; e percutânea onde o feto
é retalhado dentro do útero ou via fetal mole e suas partes com tamanho
proporcional à largura da via fetal por onde são removidas. A técnica é realizada
com maior freqüência nos bovinos, pois nos eqüinos são mais raras as distocias
(RAMOSet al, 2003).
As indicações consistem em fetos mortos; fetos absolutamente grandes; fetos
enfisematosos; monstros fetais; prevenção da tração excessiva e quando a
cesariana é contra-indicada. Já as contra indicações consistem em estreitamento da
via fetal mole; ruptura do útero; hemorragias uterinas ou vaginais e fetos vivos
(RAMOS et al, 2003).
Dentre as indicações anteriores foram realizados o procedimento de fetotomia
nos casos de morte fetal (figura 16), estreitamento da via fetal mole, dificuldade de
contração da parturiente, fetos mumificados, fetos mortos absolutamente grandes.
O procedimento cirúrgico adotado compreendeu administração de anestesia
epidural e relaxantes uterinos no pré–operatório, além de introdução de grande
quantidade de mucilagem intra-uterina. É feita a antisepsia do local; é utilizado uma
vareta metálica para passar o fio através do fetótomo, são necessários diferentes
tipos de cortes para obtenção de pleno sucesso, podendo ser cortes transversais,
longitudinais e diagonais; a fetotomia é completada com a ajuda de correntes
obstétricas finas com puxadores, ganchos e guia de fio serra (RAMOS et al, 2003).
Após a fetotomia os cuidados adotados com a parturiente foram:
administração de oxitetraciclina 20mg/Kg a cada 48 horas em 3 aplicações.
Dependendo do quadro clínico o animal foi submetido a fluidoterapia e cálcio.

43
FIGURA 16- CASO DE MORTE FETAL, E O MESMO RETIRADO POR
FETOTOMIA.

Fonte: PEREIRA, 2011.

6.5 DISTOCIA EM BOVINOS

O parto com distocia (figura 17) caracteriza-se pela dificuldade ou


impedimento que o feto encontra em ultrapassar o canal do parto, em decorrência
de origem materna, fetal ou de ambas. Acomete principalmente as fêmeas bovinas,
especialmente as novilhas e raças de maior porte.Para que o animal tenha um bom
desempenho no parto é necessário que haja forças de expulsão, canal do parto
adequado, tamanho e estática fetal, alteração de alguns desses caracteriza parto
distócito, o que pode ocasionar morte materna ou fetal, redução de produtividade e
fertilidade, diminuição de apetite e produtividade leiteira. As distocias de origem
materna podem ser causadas por anomalias pélvicas, vulvares, vaginais, cervicais,
uterinas e atonia uterina. Outras causas da distocia são a falha da dilatação cervical,
que tem como causa principal os distúrbios neuroendócrinos, hipocalcemia,
cicatrizações deformantes da cervix, conseqüentes a traumatismos em partos
anteriores (MACIEL, 2010).
Diante dos casos diagnosticados, o tratamento mais comum executado, e
recomendado pela literatura vigente, foi a manobra obstétrica como retropulsão,
rotação, versão, extensão, tração, tanto como a fetotomia e a cesariana, isto quando

44
não houver resposta ao tratamento. Deve certificar-se que o parto deu início e não
está apenas no seu começo. Pode-se tentar inicialmente um dilatação manual
através dos dedos do obstetra ou através do uso de medicamentos como estrógeno,
cálcio e ocitocina, porém este processo é lento, é importante verificar se o feto esta
vivo e se as membranas ainda estão intactas através da palpação retal (MACIEL,
2010).
No pós-operatório, adotou-se um tratamento a base de antibioticoterapia
preventiva, curativos e cuidados para que seja evitado miíases, isto no caso de
alguns procedimentos cirúrgicos e cuidados com hemorragia na tração da placenta.

FIGURA 17- AUXÍLIO EM PARTO DISTÓCICO.

Fonte: O autor.

45
7 BRUCELOSE BOVINA NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO PARANÁ

A brucelose bovina e uma das zoonoses de maior importância nas Américas,


não somente por sua implicação para a saúde humana, mas também pelas sérias
perdas que causa a criação industrial, com a conseqüente diminuição da oferta de
gêneros alimentícios. No Brasil, a brucelose bovina é endêmica em todo o território
nacional e existeheterogenicidade entre as regiões quanto a sua freqüência
(KOLODA, 2005).

7.1 ETIOLOGIA

A brucelose é uma zoonose de distribuição mundial causadas por bactérias


do gênero Brucella (COSTA, 1998).
Doença infecto-contagiosa, produz infecção característica no animais, pode
também infectar o homem. Por ser uma zoonose de distribuição universal, acarreta
grandes problemas, tanto sanitários quanto econômicos. As principais
manifestações nos animais são: aborto, nascimentos prematuros, esterilidade e
baixa produção de leite. Contribuem para uma considerável baixa na produção de
alimentos. Estas perdas se dão devido à brucelose acometer de modo especial, os
órgãos do trato reprodutivo. Os prejuízos econômicos estão relacionados com o
custo de diagnóstico e tratamento, principalmente quando a enfermidade é tratada
no curso crônico (LAGE et al, 2006).
O genero Brucella comporta bactérias gram-negativas, aeróbicas, imóveis, e
não formadoras de esporos, sendo que a espécie que hospeda os bovinos e
bubalinos é a Brucella abortus. Pelo menos 8 diferentes biovars de B. abortus têm
sido reconhecidos.As brucelas resistem meses na água, fetos, restos de placenta,
fezes, lã, feno, matérias evestimentas e, também locais secos e baixas
temperaturas, desde que as condições de pH, temperatura, e luz sejam favoráveis,
em baixa concentração as brucelas são destruídas pelo calor, em produtos não
pasteurizados elas podem persistirem por meses, na carne por pouco tempo. As
brucelas são destruídas por desinfetantes, raios ultravioletas e ionizantes (COSTA,
1998).

46
7.2 TRANSMISSÃO

A transmissão se faz por contaminação direta pelo contato de fetos


abortados, placentas e descarga uterinas ou transmissão placentária, a bactéria
penetra no organismo pela mucosa oral, nasofaríngea, conjuntival ou genital e pela
pele intacta. A porta de entrada mais importante é o trato digestivo, sendo que a
infecção se inicia quando um animal susceptível ingere água e alimentos
contaminados ou pelo hábito de lamber as crias recém nascidas. Uma vaca pode
adquirir a doença apenas por cheirar fetos abortados, pois a bactéria também pode
entrar pelas mucosas do nariz e dos olhos (COSTA, 1998; LAGEet al, 2006).
Após a penetração, as brucelas são levadas aos linfonodos regionais. Após a
fagocitose pelos macrófagos e células reticulares a degradação ocorre no interior
dos fagolisossomos provocando a liberação da endotoxina e outros antígenos.
Assim são transportadas até os linfonodos e, após, disseminam-se pelo organismo e
multiplicam-se no retículo endoplasmático. As localizações preferenciais são:
linfonodos, baço, fígado, aparelho reprodutor masculino, úbere. Eventualmente
podem instalar-se nas articulações mais exigidas, dando origem às lesões
denominadas higromas, que podem supurar (LAGEet al, 2006).
Devido ao seu tropismo por algumas substâncias, como eritritol, grande parte
das brucelas se localizam nos testículos e no útero gestante, a infecção deste último
ocorre por via hematógena, as brucelas multiplicam-se no trofoblasto do placentoma
infectando as células adjacentes, ocorrendo inflamação da placenta e do feto. As
lesões inflamatório-necróticas dos placentomas, impedem a passagem de nutrientes
e oxigênio materno-fetal. O aborto seria o resultado do choque causado pelas
endotoxinas e pela morte do feto (COSTA, 1998).
O tempo transcorrido entre a exposição ao agente infeccioso e o
aparecimento dos sintomas visíveis é o que define como período de incubação. Na
brucelose este período pode ser de poucas semanas e até mesmo meses ou anos.
O momento em que ocorre a infecção, o período de incubação é inversamente
proporcional ao tempo de gestação, ou seja, quanto mais adiantado a gestação
menor será o período de incubação.Embora a transmissão pelo coito tenha pouca

47
importância devido as defesas da vagina, o touro infectado não pode doar sêmen,
pois este é introduzido diretamente no útero, sendo assim, importante via de
transmissão e de difusão da enfermidade nos plantéis.A principal forma de entrada
da brucelose em uma propriedade é a introdução de animais infectados. Quanto
maior a freqüência de introdução de animais, maior o risco de entrada da doença no
rebanho. Por essa razão, deve-se evitar introduzir animais cuja condição sanitária é
desconhecida. O ideal é que esses animais procedam de rebanhos livre ou então
que sejam submetidas a rotina diagnóstica que lhes garanta a condição de não
infectadas (LAGEet al, 2006).

7.3 SINAIS CLÍNICOS

Nas vacas gestantes os sinais predominantes é o aborto e nascimento de


animais mortos ou fracos. Geralmente acontece na segunda metade da gestação
causando retenção de placenta, metrite e esterilidade permanente e perdas na
produção leiteira. Animais infectados antes da fecundação e após um ou dois
abortos podem não apresentar sinais clínicos, embora continuem excretando brucela
no meio ambiente (COSTA, 1998).
O feto geralmente é abortado 24 a 72 horas depois da sua morte sendo
comum sua autólise. Não há nenhuma lesão patognomônica da brucelose no feto
abortado, mas com freqüência, observa-se broncopneumonia supurativa (LAGEet al,
2006).
Nos touros a infecção se localiza nos testículos, vesículas seminais e
próstata. A doença manifesta por orquite, que acarreta baixa de libido e infertilidade.
Os testículos podem apresentar degeneração, aderência e fibroses; às vezes
higromas e artrites (COSTA, 1998).

48
7.4 DIAGNÓSTICO

É dividido em diagnóstico direto e indireto. Direto quando o diagnóstico é feito


pela identificação do agente por métodos diretos, através da bacteriologia e
coloração direta utilizando os tecidos e produtos dos animais infectados (tecidos
fetais, sangue, leite, etc). É feito uma simples coloração de gram em uma lâmina e
após ocorre a observação no microscópio. O diagnóstico indireto ou sorológico, é
feito pelo estudo da reposta imunológica à infecção, pela pesquisa de anticorpos
contra Brucella sp, através de soro sanguíneo, leite, muco vaginal e sêmen bem
como pela pesquisa da resposta celular pelo teste cutâneo. Teste ideal para detectar
a doença em seu inicio (COSTA, 1998; LAGEet al 2006).
A reposta sorológica da brucelose é influenciada por muitos fatores, entre
eles, o longo e variável período de incubação da doença, durante o qual a sorologia
pode ser negativa, a condição vacinal dos animais, a natureza do desafio, a variação
individual da resposta à vacinação e à infecção e o estágio da gestação no momento
da infecção. Os testes variam segundo a região. Nos testes de aglutinação (lenta,
com antígeno acidificado, do anel em leite e de Coombs), de fixação de
complemento ou imunofluorescência indireta, o antígeno é representado por células
inteiras de B. abortus. Nos testes de imunodifusão em gel (dupla ou radial), Elisa
(indireta e competitivo), hemólise indireta e Wester blot, o antígeno é representado
pelo lipopolissacarídeo da parede celular da B. abortus semipurificado.No Brasil, o
PNCEBT definiu como oficias os seguintes testes: como testes de triagem o
Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e o Anel em Leite (TAL); como testes
confirmatórios o 2-Mercaptoetanol (2-ME) e Fixação de Complemento (FC) (LAGEet
al, 2006). Alguns diagnósticos diferenciais que também causam aborto (principal
sinal clínico da brucelose): Tricomoníase, Vibriose, Leptospirose, Rinotraqueíte
Infecciosa bovina, Micoses, Listeriose, Aborto epizoótico a vírus, Isoimunização da
prenhez.

7.4.1 Teste de Soro Aglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT)

49
O teste com antígeno tamponado a um pH 3,65 e corado com rosa bengala,
realizado em placa ou cartão (figura 18), indica a presença ou ausência de IgG
(Imunoglobulina que indica infecção crônica), única imunoglobulina que reage no pH
ácido. É considerado o teste de triagem do rebanho por ser barato, simples e de
rápida execução (PINTO, et al., 2005). A concentração de antígeno na preparação é
de 8%, tamponado em pH ácido e corado com Rosa de Bengala. Com poucos casos
de reações falso-positivas devido utilização da vacina B9, a leitura revela presença
ou ausência de IgG1. o AAT detecta com maior precocidade as infecções recentes,
sendo neste caso superior à prova lenta em tubos (LAGEet al, 2006; ACYPRESTE,
1999).

FIGURA 18: TESTE DE AAT.

Fonte: O autor.

7.4.2 Teste do Anel em Leite (TAL)- RING TEST

É técnica usada para detectar rebanhos infectados ou potencialmente


infectados. Essa prova pode ser usada na triagem do rebanho, ou individualmente,
porém, em rebanhos com mais de mil animais, a sensibilidade do teste fica menos
fidedigna. É aplicado em misturas de leite, com concentração de antígeno de 4%,
tornando-o bastante sensível; empregando antígenos corados com hematoxilina,

50
dando a cor azul à reação positiva, por tanto se existirem anticorpos no leite
combinando com o B. abortus, formam uma malha de complexo antígeno-anticorpo
que será arrastada pelos glóbulos de gordura fazendo com que se forme um anel
azulado na camada de creme do leite, caso a reação seja positiva, no contrário o
anel terá coloração branca e a coluna de leite azul.Entre as vantagens dessa prova
estão a praticidade, segurança, simplicidade e a possibilidade de ser utilizada na
profilaxia da doença. Como desvantagem existe o fato de ser restrita ao gado
leiteiro, só aplicável em animais em lactação e esta sujeita a falsos positivos em
animais vacinados, após a idade indicada para vacina B19 (LAGE et al, 2006;
ACYPRESTE, 1999).

7.4.3 Teste do 2-Mercaptoetanol (2-ME)

É o teste confirmatório oficialmente recomendado pelo Ministério da


Agricultura para ser utilizado para teste de animais reagentes na AAT ou de animais
que apresentaram resultado inconclusivo no 2-ME e caracteriza-se por ser de fácil
realização e não exigir equipamentos sofisticados. Prova quantitativa seletiva que
detecta somente a presença de IgG no soro. Baseia-se no fato de anticorpos da
classe IgM (Imunoglobulina que indica infecção aguda), com configuração
pentamérica, degradarem-se em subunidades por compostos que contenham
radicais tiol. Essas subunidades não dão origem a complexos suficientemente
grandes para provocar aglutinação. Assim sendo, soros com predomínio de IgM
apresenta reação negativa nesta prova e positivas na prova lenta, dada através
dessa diferença a interpretação dos resultados. Nesse caso, essas reações
(positivas na lenta e negativas no 2-ME), são inespecíficas ou devido a anticorpos
da vacina B19 (LAGEet al 2006; PINTOet al., 2005).

7.4.4 Teste de Soroaglutinacão em Tubos (SAT)

Conhecido como prova lenta devido leitura de resultado em 48 horas, é a


técnica mais antiga empregada até hoje. É utilizada para confirmar resultados
positivos em provas de rotina associada a teste 2-ME. Seu resultado é expresso em

51
unidades internacionais devido ser padronizada frente a um soro de padrão
internacional. Embora apresente resultados falso-negativos, a SAT identifica uma
grande proporção de animais infectados. Nos casos de infecção crônica, em
decorrência de reações cruzadas com outras bactérias e animais vacinados com B-
19 acima de 8 meses (apresentam anticorpos por um longo tempo ou
permanentemente), o resultado desse teste não é comprovatório (LAGE et al, 2006).

7.4.5 Fixação de Complemento (FC)

Considerado um dos testes mais importantes, o FC é empregado em diversos


países que conseguiram ou estão em fase de erradicar a brucelose. É o teste de
referência recomendado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para
trânsito internacional de animais. Embora a FC detecte tanto IgG1 como IgM, o
primeiro é mais efetivo como fixador de complemento. Nos animais vacinados acima
de 8 meses de idade os anticorpos que fixam complemento desaparecem mais
rapidamente do que os aglutinantes. Por outro lado, é uma técnica bastante
trabalhosa, requerendo a utilização de reagentes recém-preparados e pessoal
especializado (LAGEet al, 2006; PINTOet al., 2005).
Existem novos métodos de diagnóstico da brucelose. No teste de Elisa
Indireto (I-Elisa), o antígeno polissacarídeo B. abortus é imobilizado em placas de 96
poços, como conjugado, utiliza-se um anticorpo monoclonal anti-IgG1 bovina
conjugado com peroxidase e agentes quelantes (EDTA/EGTA) para minimizar
reações não específicas. Sua especificidade assemelha-se àquela do AAT. No teste
Elisa Competitivo (C-Elisa), com o antígeno também imobilizado, o soro a testar é
misturado com um anticorpo monoclonal (detectado pela peroxidase-anti-IgG)
específico contra a cadeia “O” de B. abortus. Quanto maior quantidade de anticorpos
anticadeia “O” de Brucella sp no soro testado, maior a competição com o anticorpo
monoclonal específico e menor a quantidade de cor desenvolvida. É um teste muito
específico de alto custo e recomendado pela OIE. Por final o Teste de Polarização
de Fluorescência (FPA). Neste, o antígeno utilizado é preparado com polissacarídeo
O, de B. abortus, conjugado com o isotiocionato de fluoresceína. A prova se
fundamenta na comparação de velocidades dos movimentos aleatórios das

52
moléculas em solução, sendo o principal fator da velocidade de rotação, o tamanho
da molécula. Havendo anticorpos no soro, haverá formação dos complexos
anticorpo-antígeno-conjugado, cuja velocidade de rotação será inferior à do antígeno
conjugado isolado. Isto é visto com o auxílio de equipamento de iluminação por luz
polarizada e controles e soro pré-titulado para calcular quantidade de anticorpos no
soro testado. O teste é rápido e pode ser realizado em soro e leite (LAGEet al,
2006).
Para o diagnóstico populacional da brucelose somente os testes sorológicos
são convenientes. O diagnóstico sorológico constitui uma das principais bases em
que se apóiam os programas de controle da brucelose. Sem o diagnóstico correto
torna-se praticamente impossível realizar programas de erradicação. Assim, a
disponibilidade de métodos confiáveis para o diagnóstico é essencial em campanhas
de combate às doenças infecciosas, dentre a brucelose (LAGEet al, 2006).

53
8 CONTROLE E PROFILAXIA DA BRUCELOSE

Seu controle é baseado na vacinação das bezerras e controle sorológico de


animais adultos. A eliminação dos animais positivos é recomendada.
A vacinação de amostra 19 de B. abortus; de boa proteção durante o tempo
de vida útil em até 80% dos animais;deve ser aplicada em bezerras entre 3-8 meses
em dose única nos locais de alta prevalência. Nas bezerras, ao contrário dos
animais adultos, a resposta sorológica desaparece rapidamente. Nos adultos a
opção pela vacina é apenas em casos de criação com grande freqüência de aborto
embora a dose é inferior a prescrita para a bezerra, ou seja, doses de 20 a 400
vezes menores mas que conferem imunidade em fêmeas adultas. Deve ser
administrada em via subcutânea ou intraconjuntival. A vacinação diminui muito o
número de aborto e aumenta a resistência à infecção embora não erradique a
doença. A vacinação associada à eliminação dos animais infectados aumenta as
chances de eliminação desta zoonose. O tratamento da brucelose não é
recomendado, pois não tem sucesso devido a presença intracelular da bactéria o
que impede a eliminação por dificuldade de alcance dos antibióticos para eliminá-la
(COSTA, 1998).

8.1 VACINAS CONTRA BRUCELOSE

Após muitos estudos de inúmeras vacinas vivas atenuadas, mortas, de


subunidade, recombinantes e de DNA vem sendo desenvolvidas, embora algumas
ainda estão em teste como a de subunidade, recombinantes e de DNA e outras não
são tão eficazes, sendo as mais utilizadas, as vacinas vivas atenuadas, sendo que
duas delas são as mais indicadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE),
são elas a B19 e a vacina não indutora de anticorpos aglutinantes (amostra RB51)
(LAGEet al, 2006).

Vacina B19 – É uma amostra de B. abortus lisa isolada do leite de uma vaca Jersey
em 1923 que após ser esquecida por mais de um ano a temperatura ambiente,
perdeu a virulência e desde então vem sendo utilizada como vacina. É a vacina mais

54
utilizada para erradicação da doença em muitos paises. É obrigatória para bezerras
com idade entre 3 e 8 meses. Para fêmeas jovens a B19 é atenuada; pode causar
orquite nos machos e aborto no caso de ser administrada durante a gestação. No
homem pode infectar originando a doença, por isso é adotado precauções na
administração e descarte das seringas e frascos da vacina. Devido a amostra ser
lisa, B19 provoca imunidade contra LPS liso o que interferi no diagnóstico sorológico
da brucelose. A persistência desses anticorpos esta relacionado com a idade da
vacinação, fêmeas imunizadas acima de 8 meses de idade podem produzirem
anticorpos que irão interferir no diagnóstico da doença após 2 anos de idade. No
contrário, quando as fêmeas são vacinas até 8 meses, os anticorpos desaparecem
rapidamente e nos testes sorológicos acima de 2 anos, o resultado é totalmente
negativo (LAGEet al, 2006). A identificação das fêmeas que foram vacinadas é a
marca a fogo na cara ao lado esquerdo com um “V”, significando vacinado, e o
número indicando o ano que esse animal foi vacinado, como mostra a figura 19.

FIGURA 19: IDENTIFICAÇÃO NO ANIMAL DA VACINAÇÃO.

Fonte: O autor.

55
Amostra RB51- É elaborada com uma amostra B. abortus rugosa atenuada, que se
origina da amostra lisa virulenta 2308 que sofreu modificações contendo
subinibitórias e rimfapicina. Suas características se parecem às da B19, embora não
induza anticorpos anti-LPS liso e não altera diagnóstico sorológico, devido ser uma
amostra rugosa. Vem sendo utilizada no programa de controle de vários países, no
Brasil poderá ser empregada na prevenção de fêmeas adultas. Devido ser uma
vacina viva, exige muita precaução no manuseio (LAGE et al, 2006).

56
9 INFECÇÃO DA BRUCELOSE NO HOMEM

A brucelose no homem esta geralmente relacionada com o profissional já que


estes estão mais propensos a infecções, pois trabalham diretamente com o animal
infectado. As chances de contaminação aumentam também em profissionais ligados
a produtos animais (laboratório, matadouro, etc.), seus sintomas na fase aguda são:
fraqueza, dores musculares, mal estar, variação de temperatura, na forma crônica
confere: melancolia, prostração, cefaléia, inapetência, hipertensão, dispnéia, entre
outros. A infecção é praticamente limitada ao sistema reticulo endotelial (COSTA,
1998).
O tratamento é feito através da administração de antibióticos como:
tetraciclinas, doxiciclina, rifampicina por seis semanas, lembrando que a rifampicina
não é indicada em casos de infecção acidental com RB51 (LAGEet al, 2006).
A prevenção é através da educação sanitária dos profissionais ou seja, o uso
de equipamentos individual, eliminação correta de vacinas e carcaças,
pasteurização de lácteos, controle dos animais infectados (COSTA, 1998).

57
10 BRUCELOSE BOVINA. ESTUDO DE CASOS EM UM ESTRATO DA REGIÃO
OESTE DO ESTADO DO PARANÁ, EM GADO LEITEIRO

TABELA 4 – EXAMES DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE REALIZADOS NOS


REBANHOS DE BOVINOS DE LEITE NO PERÍODO DE 4 DE MARÇO A 14 DE
MAIO DE 2013.

Exames Número de exames Participação


realizados (%)
Brucelose 2478 50
Tuberculose 2478 50
TOTAL: 4956 100
Fonte: “Clube do Leite” Toledo - PR

O Estado do Paraná esta localizado na região sul do Brasil, com uma área
geográfica de quase 200 mil km². Sabe-se que suas condições geográficas, sociais
e econômicas contribuem para diferentes condições de produção, sendo a região
Oeste uma das mais tecnificadas da bovinocultura (DIAS, 2009).
A Brucelose bovina foi diagnosticada pela primeira vez no Paraná em1947
através de provas de soroaglutinação. Em 1975, o Ministério da Agricultura fez uma
análise do índice de brucelose bovina a nível nacional. No Paraná, que teve um
índice de casos positivos satisfatório, foi visto que o Estado utilizava como meio
profilático a vacina de controle preventivo da doença, embora seu uso não fosse
obrigatório. Ainda assim, a prevalência da doença era considerável (KOLODA,
2005).
Devido as medidas adotadas a nível nacional não terem sido satisfatórias, o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou no ano de 2001, o
Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCBT),
tendo suas condutas preconizadas internacionalmente sendo implementadas em
todos os Estados brasileiros (POESTER, 2009).
Em 2001, o Paraná então criou juntamente como o PNCEBT, o Programa
Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT). A partir

58
da implantação deste programa, a vacina passou a ser obrigatória em todo o Estado
nas bezerras de 3 a 8 meses de idade, o descarte dos animais positivos e a
classificação das propriedades em livres ou monitoras (KOLODA, 2005).
O estudo a seguir teve por objetivo estimar a prevalência da Brucelose,
realizado em um estratoda região Oeste do Paraná. Foi feito através de diagnóstico
de Brucelose por sorologia de amostras de animais de leite de diferentes rebanhos.
A pesquisa envolveu alguns rebanhos de 9 cidades, sendo elas:
Toledo,Tupãssi,Vera Cruz do Oeste, Santa Helena,Assis Chateaubriand,Novo
Sarandi,São Pedro do Iguaçu,Ouro Verde do Oeste e Quatro Pontes; um total de
108 propriedades e 2.478 animais (tabela 5) entre fêmeas e machos.
A maioria das propriedades investigadas das cidades citadas acima, são
acompanhadas pela clínica desde a prevenção à promoção da saúde animal, com
exceção de algumas propriedades, nas quais a prevenção não é de
responsabilidade da clínica, embora o exame de controle e diagnóstico da brucelose
bovina,foi executado, com resultados inferidos para o estrato em estudo.

TABELA 5 – REBANHOS DE BOVINOS DOS ESTRATOS DO OESTE DO ESTADO


DO PARANÁ AMOSTRADOS PARA DIAGNÓSTICO DE BRUCELOSE POR
MUNICÍPIO.
Municípios Rebanhos Animais
amostrados amostrados
Assis Chateaubriand 12 395
Novo Sarandi 3 152
Ouro Verde do Oeste 5 112
Quatro Pontes 1 35
Santa Helena 21 526
São pedro do Iguaçú 1 88
Toledo 30 720
Tupãssi 28 274
Vera Cruz do Oeste 7 176
TOTAL: 108 2478
Fonte: “Clube do leite” Toledo – PR

59
10.1 MÉTODOS

O método diagnóstico de amostragem foi baseado no inquérito


soroepidemiológico da Brucelose proposto pelo MAPA. As amostras de sangue de
2478 animais de 108 rebanhos de um estrato da região Oeste do Estado do Paraná,
foram colhidas para exame sorológico no período que compreende, março de 2013
a maio de 2013 por punção caudal. Depois de colhida as amostras foram
encaminhadas ao Laboratório de análises clínicas do “Clube do Leite”. O material
obtido para o exame, foi submetido ao teste de triagem de Antígeno Acidificado
Tamponado (AAT), segundo protocolo preconizado pelo manual técnico do
PNCEBT. No teste foi utilizado antígeno de concentração de 8%, tamponado em pH
ácido (3,65) e as bactérias coradas com Rosa de Bengala.
O procedimento a ser realizado a partir dos resultados positivos do teste AAT
dependem da conduta do proprietário do rebanho, sendo que este pode optar por
abate do animal ou solicitação do teste confirmatório 2 Mercaptoetanol (2-ME).

10.2 RESULTADOS

Dentre os testes de AAT aplicado na sorologia de todos os animais, os com


resultado negativo foram maioria, ou seja, 2463 (99,39%), sendo que o número de
animais reagentes ao teste AAT foram de 15 animais, entre eles 13 fêmeas e 2
machos. Portanto apenas 0,6% dos animais amostrados tiveram resultados
positivos, o que é uma boa estimativa de prevenção para a região.
Do total de animais positivos, 9 foram destinados ao abate sanitário por opção
do proprietário do rebanho. As sorologias positivas para o teste AAT dos outros 6
animais, foram encaminhadas para o teste confirmatório 2-ME, analisados por
Laboratórios particulares e tiveram resultados positivos, sendo estes, também
encaminhados para abate sanitário.
O gráfico a seguir mostra a proporção da diferença entre animais reagentes e
não reagentes para os testes.

60
GRÁFICO 1 -DADOS DA PORCENTAGEM DO RESULTADO DE ANIMAIS
REAGENTES PARA TRIAGEM DE EXAME AAT E TESTE CONFIRMATÓRIO 2-ME

RESULTADO DE ANIMAIS REAGENTES E NÃO


REAGENTES NA TRIAGEM

0,60%

REAGENTES
NÃO REAGENTES

99,39%

10.3 DISCUSSÃO

Trabalhos conduzidos por PEREIRA e HARTMANN (2007) apresentaram


prevalência de 1,6% de bovinos de corte reagentes na região de Iporã-PR.
Por KURODA et al. (2004) estudando 96 propriedades na Serra de Botucatu-
SP encontraram 3,6% de animais reagentes para antígeno da brucelose, e por
SCHEIN et al. (2004) que encontraram 5,9% de animais reagentes no Mato Grosso,
tem sido semelhante à descrita por RIBEIRO et al. (2003) que encontraram 1,9% de
animais reagentes positivos estudando 85 fazendas em Ilhéus-BA, e por POLETTO
et al. (2004) estudando 156 propriedades em Passo Fundo-RS, que encontraram
1,2% dos animais positivos.

Observa-se que em bacias leiteiras, em que os exames de brucelose são


exigidos semestralmente esses índices tendem a ser menores.

61
11 CONCLUSÃO

Dentre todas as enfermidades estudas em período de estágio curricular


obrigatório, a escolha em concluir o estudo bibliográfico sobre a Brucelose foi de
grande interesse, evidenciando o fato de que a doença ser de grande importância
epidemiológica em todo Estado do Paraná, e no mundo. Sabe-se que a brucelose já
alcançou altos índices de contaminação e ainda alcança, embora hoje com um
impacto bem menor, devido inúmeros estudos voltados para esta patologia
promovendo a prevenção através da vacinação obrigatória, conscientização do
proprietário e/ou criador no melhor manejo do rebanho, contudo, reduzindo a
prevalência da doença.
Os resultados obtidos foram excelentes, já que o número de animais
reagentes não alcançou 1% de seu total, o que mostra que os pecuaristas da região
pesquisada têm grande preocupação na prevenção de seus rebanhos a brucelose.

62
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