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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde


Curso de Medicina Veterinária

Heloysa Cristina Lagner Hass

OSTEOSSARCOMA OSTEOBLÁSTICO EM OSSO METACÁRPICO CANINO

CURITIBA,
2020
HELOYSA CRISTINA LAGNER HASS

OSTEOSSARCOMA OSTEOBLÁSTICO EM OSSO METACÁRPICO CANINO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti
do Paraná, como requisito parcial para obtenção do
grau de Médica Veterinária.
Orientador(a) acadêmico(a): Rhea Cassuli Lima dos
Santos
Orientador Profissional: Roberto Luiz Lange

CURITIBA
2020
Reitor
Prof. João Henrique Faryniuk
Pró-Reitora Administrativa
Prof. Camille Rangel
Pró-Reitor Acadêmico
Prof. João Henrique Faryniuk
Secretário Geral
Sr. Marco Aurélio Cardoso
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Welington Hartmann
Supervisora de Estágio Curricular
Prof. Jesséa de Fátima França Biz

Campus Barigui
Rua Sydnei A. Rangel Santos, 238
CEP: 82010-330 – Curitiba – PR
Fone: (041) 3331-7958
TERMO DE APROVAÇÃO
HELOYSA CRISTINA LAGNER HASS

OSTEOSSARCOMA OSTEOBLÁSTICO EM ARTICULAÇÃO METACARPO


FALANGEANA EM CÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do


grau de Médico (a) Veterinário (a) no Curso de Medicina Veterinária da Universidade
Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 19 de junho de 2020

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________
Prof. Dr. Welington Hartmann
Presidente

___________________________________________________
Prof. Ana Carolina Camargo de Oliveira Aust

____________________________________________________
Prof. Carolina Lacowicz
AGRADECIMENTOS

Gostaria de dedicar e agradecer este trabalho de conclusão de curso


primeiramente a minha mãe e meu irmão pela oportunidade de estar aqui hoje
prestes a me formar e também por me apoiarem em momentos difíceis, nunca
deixando de me incentivar.
Agradecer também a equipe do Hospital Veterinário Santa Mônica pela
oportunidade de estágio e por todos os ensinamentos passados, sejam eles para a
vida pessoal ou profissional.
A professora Rhéa Cassuli Lima dos Santos pela orientação, dedicação e
apoio, dando todo auxílio necessário para a elaboração deste trabalho.
E agradecer aos professores do curso de Medicina Veterinária da
Universidade Tuiti do Paraná por todo o conhecimento passado, necessários para
chegar até aqui.
“A tarefa não é tanto ver aquilo que
ninguém viu, mas pensar o que ninguém
ainda pensou sobre aquilo que todo
mundo vê.”
Arthur Schopenhauer
APRESENTAÇÃO
Este trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina
Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti
do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Médico (a) Veterinário
(a), é composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as atividades
realizadas durante o período de 03 de Agosto de 2020 à 06 de Novembro de 2020,
no Hospital Veterinário Santa Mônica, localizado no município de Curitiba, local de
cumprimento do estágio curricular, e um relato de caso sobre Osteossarcoma
osteoblástico em osso metacárpico canino, com sua respectiva revisão de literatura.
RESUMO
O presente trabalho para conclusão de curso, foi baseado nas atividades
realizadas no estagio curricular supervisionado no Hospital Veterinário Santa
Monica, situado no Municipio de Curitiba-PR, na área de clinica médica de pequenos
animais, diagnóstico por imagem e internamento. Este trabalho tem como objetivo
relatar um caso de osteossarcoma osteoblástico em osso metacárpico canino. O
osteossarcoma é um tumor ósseo maligno de origem primária, que acomete
principalmente cães de raças grandes a gigantes, de meia idade à idosos. Tem
maior prevalência no esqueleto apendicular, afetando principalmente os membros
torácicos. Possui crescimento rápido, invasivo e alto potencial metastático. Seu
diagnóstico definitivo requer uma abordagem multifatorial envolvendo o histórico
clinico, exame físico, exame radiográfico, biopsia e exame histopatológico. O
tratamento recomendado é a amputação cirúrgica do membro afetado com
protocolos de quimioterapia sistêmica para o controle de metástases, buscando uma
maior sobrevida dos animais, apesar do prognostico reservado à desfavorável.

Palavras-chave: apendicular; lise óssea; quimioterapia;


LISTA DE ABREVIATURAS

HVSM – Hospital Veterinário Santa Monica


UTI – Unidade de terapia intensiva
HAC - Hiperplasia de adrenal congênita
DVG – Dilatação vólvulo gástrica
PIF – Peritonite infecciosa felina
FELV – Vírus da Leucemia Felina
DRC – Doença renal crônica
IRA – Insuficiência renal aguda
DDIV – Doença do disco intervertebral
OSH - Ovariosalpingohisterectomia
% - Por cento
OSA – Osteossarcoma
TC – Tomografia computodarizada
RM – Ressonância Magnética
kg – Quilogramas
mg – Miligramas
cm – Centímetros
SID – Uma vez ao dia (semel in die)
BID – Duas vezes ao dia (bis in die)
TID – Três vezes ao dia (ter in die)
ALKP – Fosfatase alcalina
U/L – Unidade por litro
COX 2 – Cicloxigenase tipo 2
mg/m² - Miligramas por metro quadrado
IV – Intravenoso
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Consultórios para atendimento de cães e gatos do HVSM,


Curitiba/2020.................................................................................................... 13
Figura 2: Salas de exame de imagem (Ultrassom e Raio-x) do HVSM,
Curitiba/2020.................................................................................................... 13
Figura 3: Internamento de cães e gatos do HVSM, Curitiba/2020.................................. 14
Figura 4: Radiografia de tórax em posição latero lateral esquerda, apresentando
discreta opacificação do parênquima pulmonar com maior evidencia em
lobos caudais. Achados podem ser compatibilizados com bronquite
leve................................................................................................................... 29
Figura 5: Radiografia de articulação metacarpo falangeana esquerda com discreta
elevação do periósteo em terço médio do terceiro metacarpo e afinamento
de corticais adjacentes realizado no dia 31 de Agosto de 2020, HVSM,
Curitiba/2020.................................................................................................... 29
Figura 6: Radiografia de articulação metacarpo falangeana esquerda com importante
lise óssea, diminuição de radiopacidade e discreta elevação do periósteo
em terço médio do terceiro metacarpo, com afinamento de corticais
adjacentes realizado no dia 01 de Setembro de 2020, HVSM,
Curitiba/2020.................................................................................................... 29
LISTA DE TABELAS E QUADROS

Quadro 1: Atendimentos acompanhados em cães, no período de 03 de Agosto à 06


de Novembro de 2020, no HVSM, Curitiba/2020........................................ 14
Quadro 2: Atendimentos acompanhados separados por espécie e sexo, no período
de 03 de Agosto à 06 de Novembro de 2020, no HVSM,
Curitiba/2020.................................................................................................. 17
Gráfico 1: Atendimentos acompanhados em cães e gatos, separados por
especialidades no período de 03 de Agosto à 06 de Novembro de 2020, no
HVSM, Curitiba/2020...................................................................................... 17
Quadro 3: Sistema de estadiamento de neoplasias ósseas em canídeos e felídeos
pela Organização Mundial de Saúde (adaptado de Slatter,
2003)............................................................................................................... 23
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO .................................................................. 13

2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E CASUÍSTICA ........................................... 14

3. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 18

3.1 ANATOMIA DOS OSSOS METACÁRPICOS ................................................... 18

3.2 NEOPLASIAS ÓSSEAS ................................................................................... 18

3.3 OSTEOSSARCOMA APENDICULAR .............................................................. 19

3.4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS......................................................................... 20

3.5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ........................................................................ 20

3.6 DIAGNÓSTICO................................................................................................. 21

3.7 ESTADIAMENTO ............................................................................................. 23

3.8 MORFOLOGIA DO OSTEOSSARCOMA ......................................................... 23

3.9 ABORDAGENS TERAPEUTICAS .................................................................... 24

3.10 PROGNÓSTICO ............................................................................................ 26

4. RELATO DE CASO .................................................................................................. 27

5. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 30

6. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 35
12

1. INTROÇÃO
O estagio curricular supervisionado foi realizado no Hospital Veterinário Santa
Mônica (HVSM), em Curitiba-PR, durante o período de 03 de agosto de 2020, à 06
de Novembro de 2020, das 09 horas as 15 horas, totalizando 400 horas. Sendo
acompanhados os setores de Clinica médica de Pequenos animais, diagnostico por
imagem e internamento, auxiliando os médicos veterinários, sob a supervisão do
orientador profissional Médico Veterinário Roberto Luiz Lange.
O presente trabalho teve como objetivo relatar um caso de Osteossarcoma
osteoblástico na região metacarpiana de um cão, o qual é uma neoplasia primária
maligna relativamente comum em cães, mas rara em gatos que caracterizam-se pela
produção exacerbada de matriz óssea. Podem surgir no esqueleto axial e
apendicular, sendo comumente encontrado em metáfises de ossos longos no
esqueleto apendicular (75%), aonde os membros torácicos são os mais acometidos.
A sua etiologia permanece desconhecida, mas afeta quase de modo exclusivo
raças grandes e gigantes de meia-idade a idosos. O comportamento biológico do
OSA é caracterizado por infiltração local agressiva dos tecidos adjacentes e rápida
disseminação hematógena, principalmente pulmões. O diagnóstico é baseado na
história clínica, no exame físico minucioso, nos achados radiográficos, sendo o
principal achado a lise óssea. O diagnóstico definitivo de osteossarcoma conhecido
como padrão ouro é através da biópsia óssea para exame histopatológico.
O tratamento de escolha para cães com OSA é a amputação seguida de
quimioterapia adjuvante com um agente ou uma combinação de medicamentos, o
tratamento quimioterapico na maioria das vezes produz um aumento na sobrevida
do animal para 12 a 18 meses e 25% dos pacientes podem sobreviver mais de 2
anos. Sendo o prognóstico reservado. A principal consideração é que 90% dos
pacientes morrem com doença metastática, apesar do controle a longo prazo do
tumor primário.
13

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO


O estágio curricular foi realizado no Hospital Veterinário Santa Monica (HVSM),
localizado em Curitiba-PR na Rua Brigadeiro Franco, 4029, no período de 03 de
Agosto de 2020 à 06 de Novembro de 2020, das 09 horas até as 15 horas, com
carga horária total de 400 horas. O hospital tem funcionamento de 24 horas
contando com 25 veterinários em suas respectivas especialidades, tais como:
endocrinologia, dermatologia, oftalmologia, gastroenterologia, pneumologia,
neurologia, cardiologia, oncologia, ortopedia, fisioterapia, destinado ao atendimento
de cães e gatos, e também com uma ótima estrutura.
A estrutura interna é composta por 5 consultórios, sendo um apenas destinado a
consulta de felinos, internamento para cães, gatos e isolamento para casos de
doenças infectocontagiosas, alem da sala de emergência para pacientes que
chegam em estado critico, sala cirúrgica para procedimentos gerais e sala para
procedimentos odontológicos, setor de diagnóstico por imagem com Raio-x e
ultrassom, laboratório de patologia clinica, fisioterapia e atualmente conta também
com uma Unidade de terapia intensiva (UTI).

Figura 1: Consultórios para atendimento de cães e gatos do HVSM, Curitiba/2020

Fonte: Próprio autor.

Figura 2: Salas de exame de imagem (Ultrassom e Raio-x) do HVSM, Curitiba/2020

Fonte: Próprio autor.


14

Figura 3: Internamento de cães e gatos do HVSM, Curitiba/2020

Fonte: Próprio autor.

2.1. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E CASUÍSTICA


O estagio curricular foi realizado nos setores de diagnóstico por imagem, clinica
médica e internamento. As atividades diárias envolviam o acompanhamento do
atendimento clínico desde a anamnese, exame físico, contenção dos animais e
coleta de exames, exames de diagnóstico por imagem para o auxilio do médico
veterinário e acompanhamento e monitoramento de parâmetros vitais de animais
internados, sejam eles pós-operatório de procedimentos eletivos ou pacientes
críticos.

Quadro 1: Atendimentos acompanhados em cães, no período de 03 de Agosto à 06 de Novembro de


2020, no HVSM, Curitiba/2020.

SISTEMAS AFECÇÃO CANINO FELINO TOTAL


Cardiomiopatia hipertrófica 1 1
Dirofilariose 1
Edema pulmonar cardiogênico 2
Endocardiose 1
Cardíacológico 9
Hipertensão pulmonar 1
Insuficiência cardíaca
1
congestiva
Taquiarritmia ventricular 1
Adenoma de glândula hepatóide 1
Dermatite alérgica a picada de
2
ectoparasitas
Dermatológico Laceração tecidual por mordedura 5 2 21
Mastocitoma 1
Necrose tecidual por picada de aranha
1
marrom
15

Nódulos cutâneos indefinidos 8


Piodermite 1
Sarcoma de aplicação 1
Diabetes melitus 5
Cetoacidose diabética 2
Hiperadrenocorticismo 14
Endócrinológico 23
Hiperplasia de adrenal congênita
1
(HAC)
Hipertireoidismo 1
Dilatação vólvulo gástrica (DVG) 1
Cyniclomyces guttulatus 10
Giardíase 1
Esplenectomia 3
Gastrite 2
Gastroenterite 24
Hérnia espúria 1
Hérnia perineal 1
Gastrointestinal 66
Gastrite por ingestão de corpo estranho 8 1
Lipidose hepática 2
Megaesôfago 2
Metástase hepática 1
Neoplasia hepática 3
Prolapso retal 1
Pancreatite 5
Sarcoma histiocítico 1
Cinomose 3
Erliquiose 1
Hemoparasitose 1
Leptospirose 1
Imunológico 13
Peritonite infecciosa felina (PIF) 1
Policitemia Vera 1
Síndrome paraneoplásica 1
Vírus da Leucemia Felina (Felv) 4
Cistite 2
Doença renal crônica (DRC) 13 6
Insuficiência renal aguda (IRA) 3
Excretor Metástase renal 1 31
Pielonefrite 1
Obstrução uretral 1 3
Uretrostomia 1
Distúrbio cognitivo 1
Neurológico 27
Epilepsia 12 1
16

Epilepsia por intoxicação por planta 1


Epilepsia por intoxicação por
1
Permetrina
Meningioma 1
Sindrome vestibular central 1
Trauma crânio encefálico 6 3
Odontológico Doença periodontal 18 4 22
Catarata 1
Entrópio 1
Oftalmológico Glaucoma 1 5
Perfuração 1
Úlcera de córnea 1
Amputação 1
Fratura de fêmur 1
Fratura de Ulna 1
Fratura de pelve 6 1
Doença do disco intervertebral
2
(DDIV)
Musculoesquelético 28
Hérnia discal cervical 2
Luxação coxo femoral 3
Luxação de patela 5
Osteossarcoma apendicular 2
Ruptura de ligamento
4
cruzado cranial
Asma 1
Broncopneumonia 2
Metástase pulmonar 2
Respiratório 8
Obstrução de vias aéreas 1
Pneumonia 1
Síndrome do Braquiocefálico 1
Endometrite bacteriana purulenta 4
Hiperplasia endometrial 2
Neoplasia mamária 5
Reprodutor 46
Orquiectomia terapêutica 12
Ovariosalpingohisterectomia (OSH)
16 7
terapêutica
Total 261 38 299
17

Gráfico 1: Atendimentos acompanhados em cães e gatos, separados por especialidades no período


de 03 de Agosto à 06 de Novembro de 2020, no HVSM, Curitiba/2020.

21,07%

15,38%

10,36%
9,03% 9,36%
8,69%
7,02% 7,35% 7,69%
4,34%
2,67% 3,01%
1,67%

Dos casos acompanhados no Hospital Veterinário Santa Mônica, a maior


casuistica apresentada no periodo de estagio foi na área Gatroenterologia,
correspondendo à 21,07 por cento (%) dos casos, dos 299 enfermidades (100%).

Quadro 2: Atendimentos acompanhados separados por espécie e sexo, no período de 03 de Agosto


à 06 de Novembro de 2020, no HVSM, Curitiba/2020.

Espécie Machos Fêmeas Total de animais


Canina 103 130 233
Felina 21 16 37
Total 124 146 270

Foram acompanhados no HVSM um total de 270 pacientes, no período de 03


de Agosto à 06 de Novembro de 2020, sendo destes 299 enfermidades, já que
alguns pacientes apresentavam mais de um quadro. Sendo destes representando
86% representado por cães e 24% por felinos.
18

3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 ANATOMIA DOS OSSOS METACÁRPICOS
O metacarpo compõe-se de cinco ossos, cada qual com sua falange (Konig e
Liebich, 2016), sendo o terceiro e quarto ossos metacarpianos os mais longos
(Sisson, 2012). A base dos ossos metacarpais II e III apresentam proeminências
para fixação de ligamentos lateralmente, e todos os ossos metacarpais tem essas
proeminências em sua extremidade distal bilateralmente. (Konig e Liebich, 2016).
Como descrito por Sisson (2012), os ossos metacarpais estão dispostos de modo a
formar uma superfície dorsal convexa e uma superfície palmar côncava. Cada um
deles consiste em um corpo e duas extremidades. As extremidades proximais
(bases) articulam-se uma com a outra e com os ossos cárpicos correspondentes.

3.2 NEOPLASIAS ÓSSEAS


As neoplasias ósseas representam aproximadamente 5% de todas os
tumores que acometem cães e gatos (Gomes et al., 2006). Segundo Denny e
Butterworth (2006) estas podem ser classificados em quatro grupos: Benignos,
malignos, malignos mistos e metastáticos. As neoplasias ósseas primarias são
relativamente comum em cães, mas rara em gatos. Sendo a maioria destas
malignas porque geralmente causam a morte por infiltração local ou metástases
(Nelson e Couto, 2015). Os tumores ósseos primários podem surgir no esqueleto
axial e apendicular, sendo os tumores apendiculares mais comumente encontrados
(Brealey e Hayes, 2008).
Os tumores do esqueleto apendicular podem ocorrer tanto como lesão
primaria quanto como lesão metastática (Palmisano e Milovancev, 2008). Os tipos
de sarcomas primários que acometem os ossos são o osteossarcoma e, menos
frequentemente, o condrossarcoma, fibrossarcoma, hemangiossarcoma e
lipossarcoma (Liaffa, 2018). Segundo Daleck et al. (2017) o osteossarcoma
comumente se desenvolve no esqueleto apendicular (75%), nas metáfises de ossos
longos, especialmente no rádio distal, no úmero proximal, no fêmur distal e na tíbia
distal e proximal, e o restante ocorre no crânio e no esqueleto axial (25%).
Liaffa (2018) cita que a nomenclatura utilizada para descrever os
osteossarcomas depende do local de proliferação das células neoplásicas e auxilia
19

na determinação do prognóstico e comportamento biológico do tumor, além de


possuírem apresentações clínicas distintas.

3.3 OSTEOSSARCOMA APENDICULAR


Segundo Daleck et al. (2017) os sarcomas ósseos são classificados em: tumores
centrais ou medulares; e periféricos ou periosteais. Os centrais ou medulares são os
mais comuns e representados pelo osteossarcoma (OSA), representando 80% entre
os sarcomas ósseos malignos diagnosticados no cão. Sendo os membros torácicos
duas vezes mais acometidos que os pélvicos (Fossum, 2015). Esta incidência se
deve ao fato de que aproximadamente 60% do peso corpóreo dos cães é distribuído
nos membros torácicos (Daleck et al., 2017).
A etiologia do OSA canino permanece desconhecida. Porém, especula-se a
importância viral na origem dessa neoplasia, entretanto, ainda não se isolou nenhum
vírus responsável pelo surgimento do OSA. A sensibilização de células nessa região
pode iniciar a doença pela indução de sinais mitogênicos, aumentando a
probabilidade de desenvolvimento de uma linhagem mutante (Daleck et al., 2017).
Como citado por Silva (2018) esta neoplasia afeta, quase de modo exclusivo, raças
grandes e gigantes como o Rottweiler, Dogue alemão, Irish Wolfhound, Galgo inglês,
São Bernardo, Setter Irlandês, Boxer, Borzoi, Pastor Alemão e Golden retriever.
Uma das hipóteses para a pouca freqüência em cães de pequeno porte é que as
placas epifisárias fecham-se precocemente em relação aos cães de grande porte,
diminuindo a tendência a traumas nesta região (Daleck et al., 2017), geralmente
afeta animais mais velhos, porém tem sido registrado em cães jovens com 1 ano de
idade (Denny e Butterworth, 2006).
Segundo Liaffa (2018) o osteossarcoma é denominado apendicular quando a
doença acomete os ossos dos membros torácicos e pélvicos como rádio, ulna, tíbia,
fíbula, fêmur, úmero, tarso, carpo, metatarso, metacarpo, falange e patela, e os
ossos que se articulam com o esqueleto axial como escápula, ílio, ísquio e púbis. O
comportamento biológico do OSA é caracterizado por infiltração local agressiva dos
tecidos adjacentes e rápida disseminação hematógena, principalmente pulmões
(Nelson e Couto, 2015). Noronha et al., (2018) afirma que normalmente os animais
afetados por este tumor morrem devido a metástase pulmonar, devido à capacidade
de implantação das células tumorais distantes do tumor original.
20

3.4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


Como citado por Nelson e Couto (2015) o exame físico freqüentemente revela
edema na área acometida, com ou sem envolvimento do tecido mole ou fratura
patológica. As manifestações clínicas são múltiplas e variam desde claudicação
discreta e edema indolor, até claudicação sem sustentação do peso, com
deformidade evidente do membro (Palmisano e Milovancev, 2008). A dor e o edema
podem ser de início súbito, levando ao diagnóstico de problemas ortopédicos não
neoplásicos e, podendo levar a um considerável atraso no diagnóstico e no
estabelecimento definitivo da terapia para a neoplasia (Couto, 2007).
Segundo Vail, Thamm e Liptak (2020) a fisiopatologia da dor da OAS é pouco
claro, mas pode ser mediado pela perda de resistência mecânica do osso resultando
em microfraturas, infiltração ou compressão de nervos, e a quimiotaxia de células
imunes com subseqüente liberação de citocinas e proteases resultando em dor
inflamatória. Provavelmente está relacionada com a ocorrência de microfraturas
induzidas por osteólise do osso cortical com a extensão do tumor a partir do canal
medular. A osteólise é uma resposta típica da atividade osteoblástica (Daleck et al.,
2017).
Como afirmam Nelson e Couto (2015) os donos procuram assistência veterinária
por causa de claudicação ou edema no membro acometido. A claudicação tende
agravar, assim como o aumento de volume local e presença de sensibilidade
dolorosa no sítio primário (Ehrhart; Christensen e Fan, 2020). Segundo Daleck et al.
(2017) alguns cães podem ter atrofia muscular do membro afetado causado pela
claudicação persistente, geralmente vindo de um inicio gradual com evolução aguda
ou crônica com o membro apoiado em pinça.

3.5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL


Considerando as manifestações clínicas, incluem-se nos diagnósticos
diferenciais fraturas, avulsões, lesões articulares e ligamentares, lesões aos tecidos
moles, corpos estranhos, periostite, artrites, osteopatia hipertrófica pulmonar,
panosteíte eosinofílica e osteopatia metafiseal, miopatias, doenças metabólicas,
além de infartos ósseos e hipervitaminose A. Considerando alterações radiográficas,
as lesões líticas ósseas podem ser encontradas também em osteomielites
bacterianas e micoses sistêmicas (Daleck et al., 2017).
21

3.6 DIAGNÓSTICO
Segundo Daleck et al. (2017) o diagnóstico é baseado na história clínica como
claudicação, emagrecimento progressivo e dificuldade respiratória, no exame físico
onde pode apresentar aumento de volume, sinais neurológicos e atrofias
musculares, nos achados radiográficos sendo o principal a lise óssea e cintigráficos,
sendo a confirmação feita por biopsia e exame histopatológico. Assim como citado
por Palmisano & Milovancev (2008) também deve ser feito um exame físico
minucioso, hemograma completo, perfil bioquímico sérico e urinálise, importantes
para avaliar o estado de saúde geral do paciente e investigar doenças
concomitantes que podem influenciar a conduta terapêutica. A avaliação bioquímica
sérica pode ajudar determinar quais opções de tratamento são adequadas ou
inadequadas, como seriam as caso da cisplatina em um cão com insuficiência renal
e pode fornecer uma indicação de prognóstico (Henry, 2007).
Segundo Ehrhart, Christensen e Fan (2020) o diagnóstico precoce e
estadiamento clínico da doença é de extrema importância. A radiologia isoladamente
não deve ser empregada para fazer o diagnóstico definitivo de uma patologia óssea.
As avaliações radiográficas são importantes para analisar a extensão do
envolvimento ósseo e distinguir neoplasias ósseas de outras condições não
neoplásicas, como fraturas, osteomielites e doenças ósseas metabólicas (Daleck et
al., 2017). Vanel, Blond e Vanel (2012) ainda acrescentam que a avaliação inicial do
local primário envolve a interpretação de radiografias de boa qualidade feitas em
projeções laterais e craniocaudais. Projeções especiais tais como oblíquas, podem
ser necessárias para lesões localizadas no esqueleto axial.
Morais (2019) afirma que as características macroscópicas e radiológicas variam
bastante. Radiograficamente, a lesão causada pelo OSA canino tem aspecto
agressivo e pode ser principalmente lítica, proliferativa ou mista. A radiografia de
suspeita de tumor ósseo maligno primário demonstra lise cortical, margens fracas
entre os tecidos normais e anormais e proliferação e reação óssea periosteal ativa,
caracterizando uma lesão óssea agressiva (Daleck et al., 2017). Brealey e Hayes
(2008), citam que a lise óssea pode ser grave o suficiente para deixar áreas obvias
de descontinuidade do córtex levando a fraturas patológicas.
Podem haver dois clássicos sinais radiográficos descritos na literatura sobre
OSAs, sendo estes o aparecimento de “explosão solar" da proliferação periosteal
irradiando do eixo cortical e "Triângulo de Codman", que é uma proliferação em
22

forma triangular de um novo osso que pode ser visto sobre o córtex na periferia do
tumor. Embora nenhum destes sinais radiográficos são patognomônicos para OSA,
ambos podem apoiar um diagnóstico (Henry, 2007). Andrade (2009) cita que o tumor
ao invadir a camada cortical do osso, promove a elevação do periósteo com
formação de osso reativo entre o periósteo e o córtex na zona de transição da
neoplasia. Os OSAs tipicamente não atravessam o espaço articular, mas
ocasionalmente infiltram o osso adjacente (Nelson e Couto, 2015).
Segundo Ehrhart, Christensen e Fan (2020) o diagnóstico definitivo de
osteossarcoma conhecido como padrão ouro é através da biópsia óssea para exame
histopatológico. Como outras neoplasias primárias ósseas, e algumas lesões
osteomieliticas, podem mimetizar os achados radiográficos dos OSAs, a citologia ou
biopsia de toda lesão óssea lítica ou lítica-proliferativa deve ser obtida antes de se
optar por um tratamento especifico (Nelson e Couto, 2015).
A biópsia de osso pode ser efetuada através de uma incisão aberta ou fechada
com agulhas ou com trefinas (Silva, 2018). Palmisano e Milovancev (2008) afirmam
que para o diagnóstico requer a obtenção de amostra representativa do tecido
tumoral por meio de biopsia no centro radiográfico da neoplasia com auxilio de
agulha grossa (agulha de Jamshidi, trepanador de Michel ou incisão aberta) ou por
meio de biopsia em cunha, se o tumor é oriundo de tecido mole. A biopsia com
agulha de Jamshidi tem um índice de precisão de 91,9% para detecção de tumores
versus outras modalidades de doenças e de 82,3% para o diagnóstico do tipo exato
de tumor (Silva, 2018).
Embora a biopsia óssea para exame histopatológico permaneça como padrão
para o diagnóstico de OSA canino, a citologia aspirativa com agulha fina (CAAF)
pode propiciar o diagnóstico definitivo como meio menos invasivo e de baixo custo
(Daleck et al., 2017). Por outro lado, segundo Silva (2018) as suas limitações
incluem a incapacidade de avaliar a arquitetura do tecido e assim a impossibilidade
de classificação do tipo de tumor quando se chega a um diagnóstico presuntivo de
malignidade. A distinção entre inflamação, proliferação de osso reativo e
osteossarcomas é bastante difícil através da citologia.
Como citado por Nelson e Couto (2015) uma vez estabelecido o diagnostico
radiográfico de osteossarcoma, radiografias torácicas e imagens de tomografia
computadorizada (TC) devem ser obtidas para se determinar a extensão da doença.
As quais auxiliam na localização de metástase pulmonar e de outros sítios extra-
23

ósseos (Palmisano e Milovancev, 2008). A ressonância magnética (RM) revela de


forma clara os limites entre o tecido normal e tumoral e a TC as dimensões reais da
neoplasia (Silva, 2018).

3.7 ESTADIAMENTO
Um dos mais importantes fatores para determinar o tratamento do animal com
osteossarcoma é o estadiamento da doença no momento do diagnóstico (Liaffa,
2018) Segundo Silva (2018) em 1980 a Organização Mundial de Saúde adaptou os
critérios humanos para os animais e dois sistemas de classificação de tumores em
animais domésticos foram definidos e são utilizados em osteossarcoma canino.
Estes sistemas são baseados no grau histopatológico (G), na localização
anatómica do tumor primário (T) e nas metástases locais ou distantes (M). São
considerados três estadios: O estadio I, com lesões de baixo grau (G1) e sem
metástases; o estadio II, com lesões de alto grau (G2) e sem metástases; o estadio
III, em que há metástases regionais ou distantes. Cada estadio subdivide-se de
acordo com o local anatómico do osteossarcoma primário: “A” se
intracompartimental (T1) e “B” se extracompartimental (T2). Intracompartimental
refere-se aos tumores confinados ao espaço intra-ósseo ou intra-articular e
extracompartimental refere-se aos tumores que se estendem do periósteo para os
tecidos moles circundante (Garzotto e Berg, 2003).

Quadro 3 – Sistema de estadiamento de neoplasias ósseas em canídeos e felídeos pela


Organização Mundial de Saúde (adaptado de Slatter, 2003)
T: Tumor Primário

T0 Sem evidencia de tumor


T1 Tumor confinado ao córtex ou medula óssea
T2 Tumor difunde-se ultrapassando o periósteo
 Lesões neoplásicas múltiplas deverão ser classificadas de forma individual

M: Metástases Distantes
M0 Sem evidencia de metástases disseminadas
M1 Metástases disseminadas detectáveis (especificar local)

3.8 MORFOLOGIA DO OSTEOSSARCOMA


O OSA é classificado de acordo com o tipo de osso acometido e seu aspecto
morfológico macroscópico e microscópico (Daleck et al., 2017). De acordo com sua
24

aparência radiográfica, podem ser osteolíticos com muita necrose e reabsorção,


osteoplásicos sendo escleróticos e produtivos ou mistos (Morais, 2019).
Segundo Thompson e Dittner (2017) histologicamente, o OSA é composto por
células mesenquimais malignas de linhagem de células-tronco ou osteoblastos que
produzem matriz osteóide, cuja essa matriz óssea é de caráter reativo ou
metaplásico (Daleck et al., 2017). Desse modo, como citado Fenger, London e
Kisseberth (2014) é possível obter o diagnóstico definitivo e classificar o tumor em
subtipos como osteossarcoma pouco diferenciado ou anaplásico, osteossarcoma
osteoblástico, osteossarcoma condroblástico, osteossarcoma fibroblástico,
osteossarcoma telangiectásico e osteossarcoma de células gigantes, diferenciando
os tipos de matriz óssea predominante.
Macroscopicamente, os OSAs podem ser facilmente confundidos com os demais
sarcomas ósseos. É importante a análise microscópica em busca de características
patognomônicas como osteóides neoplásicos (Serakides, 2016).

3.9 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS


O tratamento de escolha para cães com OSA é a amputação seguida de
quimioterapia adjuvante com um agente ou uma combinação de medicamentos
(Nelson e Couto, 2015). Segundo Henry (2007) a seleção da terapia deve ser
adaptada a cada paciente individual e deve levar em consideração o peso do
paciente, estado ortopédico e neurológico, grau de claudicação e destruição do osso
cortical, local do tumor e problemas médicos concomitantes. É preciso descartar a
presença de displasias ou mielopatias degenerativas que podem afetar as opções
de tratamento (Daleck et al., 2017).
Os dois objetivos primários da terapia para OSA são: o alivio da dor e o controle
ou desaceleração de doença metastática. Em geral, uma abordagem de
modalidades combinada é necessária para alcanças ambos os objetivos (Henry,
2007). Silva (2018) afirma que a combinação de técnicas cirúrgicas agressivas com
quimioterapia usando múltiplos fármacos tem aumentado os tempos de
sobrevivência dos canídeos afetados. O tempo mediano de sobrevida de cães com
OSA apendicular tratados somente com amputação é de aproximadamente 4
meses, enquanto cães tratados com amputação e cisplatina, amputação e
carboplatina, amputação e doxorrubicina, ou amputação e quimioterapia combinada
25

é de aproximadamente 1 ano (Nelson e Couto, 2015). A cirurgia, realizada de forma


isolada, é considerada um tratamento paliativo devido à sua incapacidade de
remover as micro-metástases que estão presentes, na maioria dos pacientes,
aquando do diagnóstico (Silva, 2018).
A amputação deve ser realizada de maneira a assegurar completa ressecção do
tumor primário, deixando margem de segurança de no mínimo três centímetros (cm)
evitando a proliferação de novos tumores (Daleck et al., 2017). Um grande número
de proprietários se recusa a autorizar a amputação do membro, impossibilitando,
dessa maneira, que o profissional realize uma terapia mais adequada, o que,
conseqüentemente, reduz as chances de proporcionar ao animal melhor qualidade
de vida (Ehrhart, Christensen e Fan, 2020). Nestes casos, segundo Daleck et al.,
(2017) a preservação do membro é uma alternativa viável à amputação do membro.
A cirurgia conservadora envolve a ressecção do tumor em blocos e sua substituição
por enxertos ósseos, e é indicado quando o tumor primário afeta 50% ou menos do
osso ao exame radiográfico.
O mais comum causa da morte ou eutanásia é o desenvolvimento de
metástases. A quimioterapia adjuvante é, portanto, comumente usado para prevenir
ou retardar o desenvolvimento de metástases (Klopfleisch, 2016). A quimioterapia
neoadjuvante produz necrose no tumor primário, prevenindo a reatividade de
micrometastáses. E tem como objetivo prolongar a vida do paciente enquanto se
minimizam os efeitos colaterais (Daleck et al., 2017). Segundo Palmisano e
Milovancev (2008) a quimioterapia aumenta significamente a taxa de sobrevida em
comparação com a amputação, exclusivamente. Cisplatina, Carboplatina e
Doxorrubicina sozinha ou em combinação são os mais comumente aplicados para
OSA caninos (Klopfleisc, Brunnberg e Wergin, 2016). Daleck et al. (2017) cita que o
tratamento quimioterapico na maioria das vezes produz um aumento na sobrevida
do animal, sendo efetuado em 4 a 6 ciclos com duas aplicações medicamentosas
diferentes em intervalos de 21 dias a cada ciclo.
A radioterapia é uma modalidade de tratamento eficaz para alivio da dor e da
disfunção associadas com neoplasia óssea primária ou metastática (Palmisano e
Milovancev, 2008). Segundo Daleck et al., (2017) a radiação paliativa da lesão
primária é realizada nos cães que não podem ser submetidos à amputação ou a
técnica de preservação do membro. Resulta no alivio da dor por causar morte direta
de células tumorais e inflamatórias, reduzindo a destruição óssea pelos osteoclastos
26

e diminuindo o tumor. Outras modalidades como imunoterapia e quimioterapias com


base em um veiculo estão sendo investigadas como tratamentos adjuvantes para
osteossarcoma canino (Palmisano e Milovancev, 2008)

3.10 PROGNÓSTICO
O tempo de sobrevida pós-cirurgico é variável e depende de fatores como a
presença de metástase; localização, diâmetro e volume do tumor; grau de
agressividade; diagnóstico precoce e idade, peso e raça do animal e necrose
tumoral pós-quimioterapia (Daleck et al., 2017).
Se nenhuma terapêutica for instituída, o prognóstico em canídeos com
osteossarcoma é reservado a fatal. Apenas uma pequena percentagem (5%) de
animais sobrevive até um ano após o diagnóstico deste tumor (Silva, 2018). Há
concordância que animais submetidos a tratamento, principalmente multimodal,
apresentam prognóstico melhor quando comparados aos que optam por não realizar
procedimentos cirúrgicos e/ou quimioterápicos. A cirurgia associada à quimioterapia
eleva a sobrevida média para 12 a 18 meses, sendo que nesses casos 25% dos
pacientes sobrevivem mais de 2 anos (Couto, 2007).
Relatado como fatores prognósticos ruins incluem fosfatase alcalina elevada
(ALKP) no diagnóstico (especificamente fosfatase alcalina induzida por lise óssea) e
aumento do peso corporal (Henry, 2007). Outros fatores citados por Vail, Thamm e
Liptak (2020) incluem a idade avançada, local avançado ou estagio sistêmico,
localização axial, tamanho e porcentagem do tumor. Associa-se também um mau
prognóstico a animais com metástase em linfonodos, tendo uma sobrevida inferior
aos demais (Daleck et al., 2017)
Segundo Daleck et al. (2017) a principal consideração ao tratar cães com
osteossarcoma é que 90% deles morrem com doença metastática, apesar do
controle a longo prazo do tumor primário. Em menos de 10% dos casos, é possível
fazer o diagnóstico de metástase pulmonar no momento da primeira consulta.
27

4. RELATO DE CASO
Foi atendido no HVSM um cão, macho, da raça Dog Alemão, de 10 anos de
idade, pesando 72,5 quilogramas (kg). A tutora relatou que há 2 meses o paciente
estava claudicando do membro torácico esquerdo, principalmente na parte da
manhã após acordar. No mesmo dia foi requisitado ao tutor um exame de imagem
para avaliar se havia alguma alteração. Na radiografia de articulação metacarpo
falangeana, foi visibilizado discreta elevação do periósteo em terço médio do terceiro
metacarpo e diminuição de corticais adjacentes, podendo ser estes achados
compatibilizados com panosteite, não descartando um processo neoplásico.
Paciente foi mandado para casa com cloridrato de amantadina 100 miligramas (mg),
uma vez ao dia (SID), como tratamento clínico de dor osteoartrítica por 30 dias, e
meloxican 7,5 mg, SID, para diminuir a inflamação por 5 dias, para avaliar a
evolução do quadro na consulta de retorno.
No retorno a tutora relatou bom estado geral do paciente, estando mais ativo e
apoiando o membro, mas ainda com queixa de dor. No exame físico da área
apresentou aumento de volume na região metacarpiana. O medico veterinário
indicou ser feito histopatológico por biópsia óssea com agulha de Jamshidi e
solicitou uma radiografia de tórax, onde foi observado discreta opacificação do
parênquima pulmonar com maior evidencia em lobos caudais, padrão pulmonar
bronquial, podendo ser compatibilizado com bronquite leve. Não visibilizado foco de
metástase pulmonar no presente exame. Na biópsia óssea obteve-se como
resultado neoplasia de células fusiformes pouco diferenciadas, os achados
morfológicos da amostra favorecem correlação com infiltração neoplásica de
possível origem mesenquimal maligna, sendo indicado então a retirada do osso
afetado, para o mesmo ser mandado para histopatologia. E entrou com cefalexina
500mg, duas vezes ao dia (BID), durante 5 dias após a biópsia, mantendo as
medicações anteriores como recomendado. Alguns dias após a biópsia tutora
relatou que a área apresentava-se bastante edemaciada, e então o veterinário
responsável entrou com prednisolona 20mg, SID por 7 dias.
Paciente retornou, um mês após a biopsia, para ser feita a retirada do osso
afetado (terceiro metacarpo), e fez os exames para o pré-anestésico, como exames
de sangue, ecocardiografia e uma nova radiografia do membro esquerdo. No exame
de sangue apresentou aumento de fosfatase alcalina (ALKP), com 570 unidade por
litro (U/L), na ecocardiografia apresentou uma insuficiência discreta em mitral, sem
28

repercução hemodinâmica no átrio esquerdo; uma disfunção diastólica de ventrículo


esquerdo (déficit de relaxamento muscular), mas com suas dimensões e função
sistólica preservada. No raio-x de articulação metacarpo falangeana do membro
esquerdo, após um mês do primeiro exame, foi visibilizado importante lise óssea,
diminuição de radiopacidade e discreta elevação do periósteo em terço médio do
terceiro metacarpo, com adelgaçamento de corticais adjacentes, sendo os achados
compatibilizados com processo neoplásico (osteossarcoma/condrosarcoma). Animal
foi liberado para cirurgia após os exames.
Foi feita a amputação da terceira falange metacarpiana do membro torácico
esquerdo, sendo esta amostra mandada para histopatológico. Animal teve alta
médica no outro dia, sendo mandado para casa com meloxican 7,5 mg, SID, por 4
dias, omeprazol 40mg, SID, por 5 dias, cefalexina 500mg, BID, por 7 dias e
cloridrato de tramadol 50mg, três vezes ao dia (TID), por 4 dias, alem de continuar
com cloridrato de amantadina 100mg por mais dois meses.
O histopatológico obteve como resultado macroscópico uma área elevada em
tarso medindo quatro cm no maior eixo, com a superfície interna castanha
enegrecida, calcificada e irregular, observado acometido ósseo. E
microscopicamente, havia fragmento apresentando neoplasia maligna, caracterizada
por proliferação de células alongadas e ovaladas, com moderado pleomorfismo
nuclear, núcleo amplo, nucléolo central evidente e citoplasma pálido com presença
de numerosas figuras de mitose, presença de numerosos focos de produção
osteóide, tendo então como diagnóstico definitivo osteossarcoma osteoblástico.
O tratamento indicado pela medica veterinária oncologista responsável pelo caso,
foi da combinação de doxorrubicina e cisplatina após a amputação da falange
acometida. E acompanhamento clínico do paciente, fazendo exames
constantemente para avaliar a condição física do animal ao recebimento das drogas
e também para a avaliação de possíveis metástases. A tutora ficou de decidir e não
se obteve mais retorno quanto à continuidade do tratamento no HVSM, apenas
sendo relatado que decidiu acompanhar o caso com outro colega, informando que o
mesmo optou pelo tratamento com carboplatina em 6 sessões com intervalo de 21
dias, sendo realizado antes de cada sessão hemograma, creatinina e FA para
avaliação de possíveis alterações devido reação ao recebimento das medicações.
29

Figura 4: Radiografia de tórax em posição latero lateral esquerda, apresentando discreta


opacificação do parênquima pulmonar com maior evidencia em lobos caudais. Achados podem ser
compatibilizados
atibilizados com bronquite leve, rea
realizado
lizado no dia 31 de Agosto de 2020, HVSM, Curitiba/2020;

Fonte: Próprio autor.

Figura 5: Radiografia de articulação metacarpo falangeana esquerda com discreta elevação do


periósteo em terço médio do terceiro metacarpo e afinamento de corticais adjacen
adjacentes realizado no dia
31 de Agosto de 2020, HVSM, Curitiba/2020;

Fonte: Próprio autor.

Figura 6: Radiografia de articulação metacarpo falangeana esquerda com importante lise óssea,
diminuição de radiopacidade e discreta elevação do periósteo em terço médio do terceiro metacarpo,
com afinamento de corticais adjacentes realizado no dia 01 de Setembro de 2020, HVSM,
Curitiba/2020;

Fonte: Próprio autor.


30

5. DISCUSSÃO
Silva (2018) afirma que o osteossarcoma afeta, quase de modo exclusivo, raças
grandes e gigantes, sendo que 29% dos pacientes tem mais de 40kg. Sendo este
fato confirmado no caso apresentado, onde o paciente era um cão, macho da raça
Dog alemão, pesando 72 kg, com 10 anos de idade. Há uma distribuição bifásica de
idade entre dois e nove anos, com uma média de 7 anos, embora haja relatos em
cães com 1 ano de idade, sendo os de meia idade e idosos os mais acometidos
(Tedardi et al., 2016).
A principal queixa da tutora foi referente ao paciente apresentar claudicação do
membro torácico esquerdo, sendo este fato compatível com a literatura, onde
Andrade (2009) cita que de acordo com a distribuição anatômica 75% dos
osteossarcomas desenvolvem-se no esqueleto apendicular, sendo mais comum o
acometimento dos membros torácicos. No exame físico avaliou-se também que a
área das falanges apresentava aumento de volume e desconforto, sendo os sinais
clínicos dor, claudicação aguda ou crônica com o membro apoiado em pinça e
edema na área afetada (Daleck et al., 2017).
Na primeira radiografia de articulação metacarpo falangeana realizada
apresentou discreta elevação do periósteo em terço médio do terceiro metacarpo e
diminuição de corticais adjacentes, podendo ser compatibilizados com panosteite,
não descartando processo neoplásico. Sendo esta, como citado por Daleck et al.
(2017), importante para analisar a extensão do envolvimento ósseo e distinguir
neoplasias ósseas de outras condições não neoplásicas, fazendo um diagnóstico
sugestivo de tumor ósseo. Além de que considerando as manifestações clínicas,
inclui-se no diagnóstico diferencial a panosteite.
Na primeira radiografia torácica, apesar do paciente apresentar algumas
alterações como bronquite leve, não foi visibilizado foco de metástase pulmonar.
Como afirmado por Serakides (2016), as metástases pulmonares são detectadas em
cerca de 10% dos casos de osteossarcoma apenas. Não são visíveis quando com
diâmetro menor que 5 a 10 mm em análises radiográficas de tórax (Kealy, Mcallister
e Graham, 2012).
Pacientes oncológicos com envolvimento ósseo sentem dor por conta da
liberação de mediadores químicos onde estimulam os nociceptores do periósteo e a
osteólise causada pelos osteoclastos (Jark et al., 2013). Como tratamento de dor
osteoartrítica, optou-se pelo cloridrato de amantadina a qual, segundo Daleck et al.
31

(2017) teria potencial uso em pacientes oncológicos com quadros de dor crônica
com componente neuropático, principalmente neoplasias ósseas. Também foi
instituído no protocolo o meloxicam e tramadol, para Couto (2007), é importante o
controle da dor com uso de uma combinação de antiinflamatórios não esteroidais em
doses convencionais e tramadol. Produtos como o firocoxibe, o carprofeno e o
meloxicam devem ser considerados em protocolos. O uso de inibidores seletivos da
coxigenase tipo 2 (COX2) bloqueia o crescimento de tumores pela antiangiogênese
e pelos efeitos pró-apoptóticos (Daleck et al., 2017).
Na biópsia obteve-se como resultado, neoplasia de células fusiformes pouco
diferenciadas, os achados morfológicos da amostra favoreceram correlação com
infiltração neoplásica de possível origem mesenquimal maligna. Segundo Thompson
e Dittner (2017) histologicamente, o OSA é composto por células mesenquimais
malignas de linhagem de células-tronco ou osteoblastos que produzem matriz
osteóide, cuja essa matriz óssea é de caráter reativo ou metaplásico (Daleck et al.,
2017).
Mas como não foi fechado diagnóstico de OSA na biópsia, mesmo com agulha
de Jamshidi, a qual segundo Palmisano e Milovancev (2008) tem um índice de
precisão de 91,9% para detecção de tumores e de 82,3% para o diagnóstico do tipo
exato de tumor, foi indicado a retirada do osso afetado para o mesmo ser mandado
para a histopatologia. Como citado por Sabattini et al. (2017) a biópsia pode não ser
conclusiva quando as dimensões e a qualidade das amostras são inadequadas e
não conferem representatividade suficiente. A amputação do membro pode ser
realizada sem a obtenção de diagnóstico, sendo o membro amputado ou suas
amostras representativas devem ser sempre submetidos à avaliação histopatológica
(Nelson e Couto, 2015).
Nos exames de sangue pré anestésicos a única alteração que o paciente
apresentou foi o aumento de fosfatase alcalina (ALKP), com 570 U/L, segundo
Selvarajah e Kirpensteijn (2010) os níveis séricos da enzima fosfatase alcalina
podem estar elevados em pacientes acometidos por osteossarcoma, devido a
elevação na sua isoenzima fosfatase alcalina óssea, a qual é marcador da atividade
osteoblástica e a detecção desta isoenzima pode indicar a presença de tecido ósseo
derivado de condições patológicas malignas (Matos e Sant’Ana, 1996).
Daleck et al. (2017) afirma que a radiografia de suspeita de tumor ósseo maligno
primário demonstra lise cortical, margens fracas entre os tecidos normais e anormais
32

e proliferação e reação óssea periosteal ativa, caracterizando uma lesão óssea


agressiva. No caso apresentado, o raio-x de articulação metacarpo falangeana do
membro esquerdo, após um mês do primeiro exame, demonstrou importante lise
óssea, diminuição de radiopacidade e discreta elevação do periósteo em terço
médio do terceiro metacarpo, com o afinamento de corticais adjacentes, sendo os
achados compatibilizados com processo neoplásico
(osteossarcoma/condrosarcoma). A imagem radiográfica mais freqüente e
característica é a lise cortical e é aquela que, quando severa, predispõe a fraturas
patológicas (Silva, 2018).
Segundo Daleck et al. (2017) o OSA é classificado de acordo com o tipo de osso
acometido e seu aspecto morfológico macroscópico e microscópico. O
histopatológico obteve como resultado macroscópico uma área elevada em tarso
medindo quatro cm no maior eixo, com a superfície interna castanha enegrecida,
calcificada e irregular, observado acometido ósseo. Serakides (2016) afirma que os
tumores osteoblásticos caracterizam-se pela produção exacerbada de matriz óssea,
mostram tons enegrecidos, áreas de calcificação e cartilagem e incitam marcada
reação periosteal. Sendo suas características compatíveis com o caso apresentado.
Como citado por Nelson e Couto (2015) as células do OSA são geralmente
redondas ou ovais, tem bordas citoplasmáticas definidas, tem um citoplasma azul
brilhante granular e núcleos excêntricos com ou sem nucléolos. Células
multinucleadas gigantes são comuns e há, freqüentemente, um material amorfo
róseo (osteóide) no fundo da lamina ou no citoplasma dos osteoblastos.
Microscopicamente, no histopatológico do paciente neste caso, havia fragmento
apresentando neoplasia maligna, caracterizada por proliferação de células
alongadas e ovaladas, com moderado pleomorfismo nuclear, núcleo amplo, nucléolo
central evidente e citoplasma pálido com presença de numerosas figuras de mitose,
presença de numerosos focos de produção osteóide, tendo então como diagnóstico
definitivo osteossarcoma osteoblástico.
Neste caso foi realizado apenas a amputação da falange acometida, e não do
membro por completo. Segundo Klopfleisch (2016) tumores da falange e dígitos são
geralmente tratados por amputação do dedo ou falange apenas. O tratamento de
escolha para cães com OSA é a amputação seguida de quimioterapia adjuvante
com um agente ou uma combinação de medicamentos (Nelson e Couto, 2015).
33

O veterinário atualmente responsável pelo caso optou pelo tratamento com


carboplatina em 6 sessões com intervalo de 21 dias, sendo realizado antes de cada
sessão hemograma, creatinina e FA. Segundo Vail, Thamm e liptak, (2020) a
carboplatina é um composto de platina de segunda geração que é menos
nefrotóxico que a cisplatina, e não requer pré-hidratação ou diurese, podendo ser
tão eficaz quanto a cisplastina no controle de metástases. A Carboplatina dada a
300 miligramas por metro quadrado (mg/m²) por via intravenoso (IV) a cada 21 dias
por 4 ciclos resulta em uma sobrevida mediana de aproximadamente 10,5 meses
em até 35% dos casos. (Brearley e Hayes, 2008). Daleck et al. (2017) cita que os
pacientes tratados com carboplatina podem ser acometidos por mielotoxicidade
representada por neutropenia, trombocitopenia e anemia, por isso a importância da
realização de exames antecedendo a aplicação da medicação.
Como o paciente apresentava algumas alterações cardíacas, a doxorrubicina,
causa toxicidade envolvendo alterações hematológicas, cardiocirculatórias,
dermatológicas, renais, entre outras (Daleck et al., 2017). Podendo então talvez,
agravar este quadro cardíaco.

6. CONCLUSÃO
O estágio curricular valeu de grande aprendizagem e crescimento pessoal e
profissional, colocando em prática todo o conhecimento adquirido durante a
graduação e proporcionando conhecimento de diversas especialidades aqui
presentes, assim como, os desafios na área de medicina veterinária dentro de um
ambiente com diversos profissionais trabalhando em conjunto.
Com o presente trabalho, conclui-se que o osteossarcoma é uma neoplasia
maligna altamente agressiva, com um prognóstico desfavorável, que geralmente
leva a morte devido à metástases desenvolvidas a partir do tumor primário. O
diagnóstico por imagem é essencial para avaliar a evolução, que geralmente é
rápida, auxiliando juntamente com outros exames no diagnóstico, demonstrando
como sinal radiográfico principalmente a lise óssea. O exame considerado como
padrão ouro é a biópsia óssea para exame histopatológico, ou como no caso, a
remoção cirúrgica do osso metacárpico, sendo o mesmo mandado para exame
histopatológico. A intervenção cirúrgica associada a quimioterapia é o tratamento
que proporciona maior sobrevida ao paciente, sendo realizado durante este
34

processo exames seriados para avaliar a condição geral do paciente após o


recebimento das medicações e avaliar possíveis formações de metástases. Por ser
altamente agressivo é importante o diagnóstico precoce para iniciar a terapêutica
imediatamente.
35

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