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CURITIBA,
2020
HELOYSA CRISTINA LAGNER HASS
CURITIBA
2020
Reitor
Prof. João Henrique Faryniuk
Pró-Reitora Administrativa
Prof. Camille Rangel
Pró-Reitor Acadêmico
Prof. João Henrique Faryniuk
Secretário Geral
Sr. Marco Aurélio Cardoso
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Welington Hartmann
Supervisora de Estágio Curricular
Prof. Jesséa de Fátima França Biz
Campus Barigui
Rua Sydnei A. Rangel Santos, 238
CEP: 82010-330 – Curitiba – PR
Fone: (041) 3331-7958
TERMO DE APROVAÇÃO
HELOYSA CRISTINA LAGNER HASS
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof. Dr. Welington Hartmann
Presidente
___________________________________________________
Prof. Ana Carolina Camargo de Oliveira Aust
____________________________________________________
Prof. Carolina Lacowicz
AGRADECIMENTOS
3.6 DIAGNÓSTICO................................................................................................. 21
5. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 30
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 35
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1. INTROÇÃO
O estagio curricular supervisionado foi realizado no Hospital Veterinário Santa
Mônica (HVSM), em Curitiba-PR, durante o período de 03 de agosto de 2020, à 06
de Novembro de 2020, das 09 horas as 15 horas, totalizando 400 horas. Sendo
acompanhados os setores de Clinica médica de Pequenos animais, diagnostico por
imagem e internamento, auxiliando os médicos veterinários, sob a supervisão do
orientador profissional Médico Veterinário Roberto Luiz Lange.
O presente trabalho teve como objetivo relatar um caso de Osteossarcoma
osteoblástico na região metacarpiana de um cão, o qual é uma neoplasia primária
maligna relativamente comum em cães, mas rara em gatos que caracterizam-se pela
produção exacerbada de matriz óssea. Podem surgir no esqueleto axial e
apendicular, sendo comumente encontrado em metáfises de ossos longos no
esqueleto apendicular (75%), aonde os membros torácicos são os mais acometidos.
A sua etiologia permanece desconhecida, mas afeta quase de modo exclusivo
raças grandes e gigantes de meia-idade a idosos. O comportamento biológico do
OSA é caracterizado por infiltração local agressiva dos tecidos adjacentes e rápida
disseminação hematógena, principalmente pulmões. O diagnóstico é baseado na
história clínica, no exame físico minucioso, nos achados radiográficos, sendo o
principal achado a lise óssea. O diagnóstico definitivo de osteossarcoma conhecido
como padrão ouro é através da biópsia óssea para exame histopatológico.
O tratamento de escolha para cães com OSA é a amputação seguida de
quimioterapia adjuvante com um agente ou uma combinação de medicamentos, o
tratamento quimioterapico na maioria das vezes produz um aumento na sobrevida
do animal para 12 a 18 meses e 25% dos pacientes podem sobreviver mais de 2
anos. Sendo o prognóstico reservado. A principal consideração é que 90% dos
pacientes morrem com doença metastática, apesar do controle a longo prazo do
tumor primário.
13
21,07%
15,38%
10,36%
9,03% 9,36%
8,69%
7,02% 7,35% 7,69%
4,34%
2,67% 3,01%
1,67%
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 ANATOMIA DOS OSSOS METACÁRPICOS
O metacarpo compõe-se de cinco ossos, cada qual com sua falange (Konig e
Liebich, 2016), sendo o terceiro e quarto ossos metacarpianos os mais longos
(Sisson, 2012). A base dos ossos metacarpais II e III apresentam proeminências
para fixação de ligamentos lateralmente, e todos os ossos metacarpais tem essas
proeminências em sua extremidade distal bilateralmente. (Konig e Liebich, 2016).
Como descrito por Sisson (2012), os ossos metacarpais estão dispostos de modo a
formar uma superfície dorsal convexa e uma superfície palmar côncava. Cada um
deles consiste em um corpo e duas extremidades. As extremidades proximais
(bases) articulam-se uma com a outra e com os ossos cárpicos correspondentes.
3.6 DIAGNÓSTICO
Segundo Daleck et al. (2017) o diagnóstico é baseado na história clínica como
claudicação, emagrecimento progressivo e dificuldade respiratória, no exame físico
onde pode apresentar aumento de volume, sinais neurológicos e atrofias
musculares, nos achados radiográficos sendo o principal a lise óssea e cintigráficos,
sendo a confirmação feita por biopsia e exame histopatológico. Assim como citado
por Palmisano & Milovancev (2008) também deve ser feito um exame físico
minucioso, hemograma completo, perfil bioquímico sérico e urinálise, importantes
para avaliar o estado de saúde geral do paciente e investigar doenças
concomitantes que podem influenciar a conduta terapêutica. A avaliação bioquímica
sérica pode ajudar determinar quais opções de tratamento são adequadas ou
inadequadas, como seriam as caso da cisplatina em um cão com insuficiência renal
e pode fornecer uma indicação de prognóstico (Henry, 2007).
Segundo Ehrhart, Christensen e Fan (2020) o diagnóstico precoce e
estadiamento clínico da doença é de extrema importância. A radiologia isoladamente
não deve ser empregada para fazer o diagnóstico definitivo de uma patologia óssea.
As avaliações radiográficas são importantes para analisar a extensão do
envolvimento ósseo e distinguir neoplasias ósseas de outras condições não
neoplásicas, como fraturas, osteomielites e doenças ósseas metabólicas (Daleck et
al., 2017). Vanel, Blond e Vanel (2012) ainda acrescentam que a avaliação inicial do
local primário envolve a interpretação de radiografias de boa qualidade feitas em
projeções laterais e craniocaudais. Projeções especiais tais como oblíquas, podem
ser necessárias para lesões localizadas no esqueleto axial.
Morais (2019) afirma que as características macroscópicas e radiológicas variam
bastante. Radiograficamente, a lesão causada pelo OSA canino tem aspecto
agressivo e pode ser principalmente lítica, proliferativa ou mista. A radiografia de
suspeita de tumor ósseo maligno primário demonstra lise cortical, margens fracas
entre os tecidos normais e anormais e proliferação e reação óssea periosteal ativa,
caracterizando uma lesão óssea agressiva (Daleck et al., 2017). Brealey e Hayes
(2008), citam que a lise óssea pode ser grave o suficiente para deixar áreas obvias
de descontinuidade do córtex levando a fraturas patológicas.
Podem haver dois clássicos sinais radiográficos descritos na literatura sobre
OSAs, sendo estes o aparecimento de “explosão solar" da proliferação periosteal
irradiando do eixo cortical e "Triângulo de Codman", que é uma proliferação em
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forma triangular de um novo osso que pode ser visto sobre o córtex na periferia do
tumor. Embora nenhum destes sinais radiográficos são patognomônicos para OSA,
ambos podem apoiar um diagnóstico (Henry, 2007). Andrade (2009) cita que o tumor
ao invadir a camada cortical do osso, promove a elevação do periósteo com
formação de osso reativo entre o periósteo e o córtex na zona de transição da
neoplasia. Os OSAs tipicamente não atravessam o espaço articular, mas
ocasionalmente infiltram o osso adjacente (Nelson e Couto, 2015).
Segundo Ehrhart, Christensen e Fan (2020) o diagnóstico definitivo de
osteossarcoma conhecido como padrão ouro é através da biópsia óssea para exame
histopatológico. Como outras neoplasias primárias ósseas, e algumas lesões
osteomieliticas, podem mimetizar os achados radiográficos dos OSAs, a citologia ou
biopsia de toda lesão óssea lítica ou lítica-proliferativa deve ser obtida antes de se
optar por um tratamento especifico (Nelson e Couto, 2015).
A biópsia de osso pode ser efetuada através de uma incisão aberta ou fechada
com agulhas ou com trefinas (Silva, 2018). Palmisano e Milovancev (2008) afirmam
que para o diagnóstico requer a obtenção de amostra representativa do tecido
tumoral por meio de biopsia no centro radiográfico da neoplasia com auxilio de
agulha grossa (agulha de Jamshidi, trepanador de Michel ou incisão aberta) ou por
meio de biopsia em cunha, se o tumor é oriundo de tecido mole. A biopsia com
agulha de Jamshidi tem um índice de precisão de 91,9% para detecção de tumores
versus outras modalidades de doenças e de 82,3% para o diagnóstico do tipo exato
de tumor (Silva, 2018).
Embora a biopsia óssea para exame histopatológico permaneça como padrão
para o diagnóstico de OSA canino, a citologia aspirativa com agulha fina (CAAF)
pode propiciar o diagnóstico definitivo como meio menos invasivo e de baixo custo
(Daleck et al., 2017). Por outro lado, segundo Silva (2018) as suas limitações
incluem a incapacidade de avaliar a arquitetura do tecido e assim a impossibilidade
de classificação do tipo de tumor quando se chega a um diagnóstico presuntivo de
malignidade. A distinção entre inflamação, proliferação de osso reativo e
osteossarcomas é bastante difícil através da citologia.
Como citado por Nelson e Couto (2015) uma vez estabelecido o diagnostico
radiográfico de osteossarcoma, radiografias torácicas e imagens de tomografia
computadorizada (TC) devem ser obtidas para se determinar a extensão da doença.
As quais auxiliam na localização de metástase pulmonar e de outros sítios extra-
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3.7 ESTADIAMENTO
Um dos mais importantes fatores para determinar o tratamento do animal com
osteossarcoma é o estadiamento da doença no momento do diagnóstico (Liaffa,
2018) Segundo Silva (2018) em 1980 a Organização Mundial de Saúde adaptou os
critérios humanos para os animais e dois sistemas de classificação de tumores em
animais domésticos foram definidos e são utilizados em osteossarcoma canino.
Estes sistemas são baseados no grau histopatológico (G), na localização
anatómica do tumor primário (T) e nas metástases locais ou distantes (M). São
considerados três estadios: O estadio I, com lesões de baixo grau (G1) e sem
metástases; o estadio II, com lesões de alto grau (G2) e sem metástases; o estadio
III, em que há metástases regionais ou distantes. Cada estadio subdivide-se de
acordo com o local anatómico do osteossarcoma primário: “A” se
intracompartimental (T1) e “B” se extracompartimental (T2). Intracompartimental
refere-se aos tumores confinados ao espaço intra-ósseo ou intra-articular e
extracompartimental refere-se aos tumores que se estendem do periósteo para os
tecidos moles circundante (Garzotto e Berg, 2003).
M: Metástases Distantes
M0 Sem evidencia de metástases disseminadas
M1 Metástases disseminadas detectáveis (especificar local)
3.10 PROGNÓSTICO
O tempo de sobrevida pós-cirurgico é variável e depende de fatores como a
presença de metástase; localização, diâmetro e volume do tumor; grau de
agressividade; diagnóstico precoce e idade, peso e raça do animal e necrose
tumoral pós-quimioterapia (Daleck et al., 2017).
Se nenhuma terapêutica for instituída, o prognóstico em canídeos com
osteossarcoma é reservado a fatal. Apenas uma pequena percentagem (5%) de
animais sobrevive até um ano após o diagnóstico deste tumor (Silva, 2018). Há
concordância que animais submetidos a tratamento, principalmente multimodal,
apresentam prognóstico melhor quando comparados aos que optam por não realizar
procedimentos cirúrgicos e/ou quimioterápicos. A cirurgia associada à quimioterapia
eleva a sobrevida média para 12 a 18 meses, sendo que nesses casos 25% dos
pacientes sobrevivem mais de 2 anos (Couto, 2007).
Relatado como fatores prognósticos ruins incluem fosfatase alcalina elevada
(ALKP) no diagnóstico (especificamente fosfatase alcalina induzida por lise óssea) e
aumento do peso corporal (Henry, 2007). Outros fatores citados por Vail, Thamm e
Liptak (2020) incluem a idade avançada, local avançado ou estagio sistêmico,
localização axial, tamanho e porcentagem do tumor. Associa-se também um mau
prognóstico a animais com metástase em linfonodos, tendo uma sobrevida inferior
aos demais (Daleck et al., 2017)
Segundo Daleck et al. (2017) a principal consideração ao tratar cães com
osteossarcoma é que 90% deles morrem com doença metastática, apesar do
controle a longo prazo do tumor primário. Em menos de 10% dos casos, é possível
fazer o diagnóstico de metástase pulmonar no momento da primeira consulta.
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4. RELATO DE CASO
Foi atendido no HVSM um cão, macho, da raça Dog Alemão, de 10 anos de
idade, pesando 72,5 quilogramas (kg). A tutora relatou que há 2 meses o paciente
estava claudicando do membro torácico esquerdo, principalmente na parte da
manhã após acordar. No mesmo dia foi requisitado ao tutor um exame de imagem
para avaliar se havia alguma alteração. Na radiografia de articulação metacarpo
falangeana, foi visibilizado discreta elevação do periósteo em terço médio do terceiro
metacarpo e diminuição de corticais adjacentes, podendo ser estes achados
compatibilizados com panosteite, não descartando um processo neoplásico.
Paciente foi mandado para casa com cloridrato de amantadina 100 miligramas (mg),
uma vez ao dia (SID), como tratamento clínico de dor osteoartrítica por 30 dias, e
meloxican 7,5 mg, SID, para diminuir a inflamação por 5 dias, para avaliar a
evolução do quadro na consulta de retorno.
No retorno a tutora relatou bom estado geral do paciente, estando mais ativo e
apoiando o membro, mas ainda com queixa de dor. No exame físico da área
apresentou aumento de volume na região metacarpiana. O medico veterinário
indicou ser feito histopatológico por biópsia óssea com agulha de Jamshidi e
solicitou uma radiografia de tórax, onde foi observado discreta opacificação do
parênquima pulmonar com maior evidencia em lobos caudais, padrão pulmonar
bronquial, podendo ser compatibilizado com bronquite leve. Não visibilizado foco de
metástase pulmonar no presente exame. Na biópsia óssea obteve-se como
resultado neoplasia de células fusiformes pouco diferenciadas, os achados
morfológicos da amostra favorecem correlação com infiltração neoplásica de
possível origem mesenquimal maligna, sendo indicado então a retirada do osso
afetado, para o mesmo ser mandado para histopatologia. E entrou com cefalexina
500mg, duas vezes ao dia (BID), durante 5 dias após a biópsia, mantendo as
medicações anteriores como recomendado. Alguns dias após a biópsia tutora
relatou que a área apresentava-se bastante edemaciada, e então o veterinário
responsável entrou com prednisolona 20mg, SID por 7 dias.
Paciente retornou, um mês após a biopsia, para ser feita a retirada do osso
afetado (terceiro metacarpo), e fez os exames para o pré-anestésico, como exames
de sangue, ecocardiografia e uma nova radiografia do membro esquerdo. No exame
de sangue apresentou aumento de fosfatase alcalina (ALKP), com 570 unidade por
litro (U/L), na ecocardiografia apresentou uma insuficiência discreta em mitral, sem
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Figura 6: Radiografia de articulação metacarpo falangeana esquerda com importante lise óssea,
diminuição de radiopacidade e discreta elevação do periósteo em terço médio do terceiro metacarpo,
com afinamento de corticais adjacentes realizado no dia 01 de Setembro de 2020, HVSM,
Curitiba/2020;
5. DISCUSSÃO
Silva (2018) afirma que o osteossarcoma afeta, quase de modo exclusivo, raças
grandes e gigantes, sendo que 29% dos pacientes tem mais de 40kg. Sendo este
fato confirmado no caso apresentado, onde o paciente era um cão, macho da raça
Dog alemão, pesando 72 kg, com 10 anos de idade. Há uma distribuição bifásica de
idade entre dois e nove anos, com uma média de 7 anos, embora haja relatos em
cães com 1 ano de idade, sendo os de meia idade e idosos os mais acometidos
(Tedardi et al., 2016).
A principal queixa da tutora foi referente ao paciente apresentar claudicação do
membro torácico esquerdo, sendo este fato compatível com a literatura, onde
Andrade (2009) cita que de acordo com a distribuição anatômica 75% dos
osteossarcomas desenvolvem-se no esqueleto apendicular, sendo mais comum o
acometimento dos membros torácicos. No exame físico avaliou-se também que a
área das falanges apresentava aumento de volume e desconforto, sendo os sinais
clínicos dor, claudicação aguda ou crônica com o membro apoiado em pinça e
edema na área afetada (Daleck et al., 2017).
Na primeira radiografia de articulação metacarpo falangeana realizada
apresentou discreta elevação do periósteo em terço médio do terceiro metacarpo e
diminuição de corticais adjacentes, podendo ser compatibilizados com panosteite,
não descartando processo neoplásico. Sendo esta, como citado por Daleck et al.
(2017), importante para analisar a extensão do envolvimento ósseo e distinguir
neoplasias ósseas de outras condições não neoplásicas, fazendo um diagnóstico
sugestivo de tumor ósseo. Além de que considerando as manifestações clínicas,
inclui-se no diagnóstico diferencial a panosteite.
Na primeira radiografia torácica, apesar do paciente apresentar algumas
alterações como bronquite leve, não foi visibilizado foco de metástase pulmonar.
Como afirmado por Serakides (2016), as metástases pulmonares são detectadas em
cerca de 10% dos casos de osteossarcoma apenas. Não são visíveis quando com
diâmetro menor que 5 a 10 mm em análises radiográficas de tórax (Kealy, Mcallister
e Graham, 2012).
Pacientes oncológicos com envolvimento ósseo sentem dor por conta da
liberação de mediadores químicos onde estimulam os nociceptores do periósteo e a
osteólise causada pelos osteoclastos (Jark et al., 2013). Como tratamento de dor
osteoartrítica, optou-se pelo cloridrato de amantadina a qual, segundo Daleck et al.
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(2017) teria potencial uso em pacientes oncológicos com quadros de dor crônica
com componente neuropático, principalmente neoplasias ósseas. Também foi
instituído no protocolo o meloxicam e tramadol, para Couto (2007), é importante o
controle da dor com uso de uma combinação de antiinflamatórios não esteroidais em
doses convencionais e tramadol. Produtos como o firocoxibe, o carprofeno e o
meloxicam devem ser considerados em protocolos. O uso de inibidores seletivos da
coxigenase tipo 2 (COX2) bloqueia o crescimento de tumores pela antiangiogênese
e pelos efeitos pró-apoptóticos (Daleck et al., 2017).
Na biópsia obteve-se como resultado, neoplasia de células fusiformes pouco
diferenciadas, os achados morfológicos da amostra favoreceram correlação com
infiltração neoplásica de possível origem mesenquimal maligna. Segundo Thompson
e Dittner (2017) histologicamente, o OSA é composto por células mesenquimais
malignas de linhagem de células-tronco ou osteoblastos que produzem matriz
osteóide, cuja essa matriz óssea é de caráter reativo ou metaplásico (Daleck et al.,
2017).
Mas como não foi fechado diagnóstico de OSA na biópsia, mesmo com agulha
de Jamshidi, a qual segundo Palmisano e Milovancev (2008) tem um índice de
precisão de 91,9% para detecção de tumores e de 82,3% para o diagnóstico do tipo
exato de tumor, foi indicado a retirada do osso afetado para o mesmo ser mandado
para a histopatologia. Como citado por Sabattini et al. (2017) a biópsia pode não ser
conclusiva quando as dimensões e a qualidade das amostras são inadequadas e
não conferem representatividade suficiente. A amputação do membro pode ser
realizada sem a obtenção de diagnóstico, sendo o membro amputado ou suas
amostras representativas devem ser sempre submetidos à avaliação histopatológica
(Nelson e Couto, 2015).
Nos exames de sangue pré anestésicos a única alteração que o paciente
apresentou foi o aumento de fosfatase alcalina (ALKP), com 570 U/L, segundo
Selvarajah e Kirpensteijn (2010) os níveis séricos da enzima fosfatase alcalina
podem estar elevados em pacientes acometidos por osteossarcoma, devido a
elevação na sua isoenzima fosfatase alcalina óssea, a qual é marcador da atividade
osteoblástica e a detecção desta isoenzima pode indicar a presença de tecido ósseo
derivado de condições patológicas malignas (Matos e Sant’Ana, 1996).
Daleck et al. (2017) afirma que a radiografia de suspeita de tumor ósseo maligno
primário demonstra lise cortical, margens fracas entre os tecidos normais e anormais
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6. CONCLUSÃO
O estágio curricular valeu de grande aprendizagem e crescimento pessoal e
profissional, colocando em prática todo o conhecimento adquirido durante a
graduação e proporcionando conhecimento de diversas especialidades aqui
presentes, assim como, os desafios na área de medicina veterinária dentro de um
ambiente com diversos profissionais trabalhando em conjunto.
Com o presente trabalho, conclui-se que o osteossarcoma é uma neoplasia
maligna altamente agressiva, com um prognóstico desfavorável, que geralmente
leva a morte devido à metástases desenvolvidas a partir do tumor primário. O
diagnóstico por imagem é essencial para avaliar a evolução, que geralmente é
rápida, auxiliando juntamente com outros exames no diagnóstico, demonstrando
como sinal radiográfico principalmente a lise óssea. O exame considerado como
padrão ouro é a biópsia óssea para exame histopatológico, ou como no caso, a
remoção cirúrgica do osso metacárpico, sendo o mesmo mandado para exame
histopatológico. A intervenção cirúrgica associada a quimioterapia é o tratamento
que proporciona maior sobrevida ao paciente, sendo realizado durante este
34
REFERÊNCIAS
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p.1165-1174.
36
JARK, P. C.; NARDO, C. D. D.; BERNABE, C. G., et al. Emprego dos bisfosfonatos
em oncologia veterinária. Veterinária e Zootecnia. v. 20, n. 3, p.:9-20, 2013.
KONIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos animais domésticos. 6.ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016. Cap. 1, p8.
VAIL, D. M.; THAMM, D. H.; LIPTAK, J. M. Withrow & MacEwen’s Small Animal
Clinical Oncology. 6.ed. [S.I.: s.n.] 2020. 865 p.
VANEL, M.; BLOND, L.; VANEL, V. Imaging of primary bone tumors in veterinary
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<https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0720048X11008102>.
Acesso em: 03/11/2020.