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CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO IGUAÇU

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

AUGUSTO VIDMAR ANTES

CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA E MANEJO REPRODUTIVO DE


EQUINOS

UNIÃO DA VITÓRIA
2020
AUGUSTO VIDMAR ANTES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III:


CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA E MANEJO REPRODUTIVO DE
EQUINOS

Relatório de Estágio Supervisionado III, na área de


Clínica Médica e Cirúrgica apresentado ao Curso
de Medicina Veterinária do Centro Universitário
Vale do Iguaçu, como requisito para obtenção do
título de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Me. João Estevão Sebben

UNIÃO DA VITÓRIA
2020
AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho especialmente aos meus pais, Maira Vidmar e João
Nelson Antes.
A minha família que permaneceu ao meu lado, com amor e gratidão.
Pela sua presença e apoio ao longo desta jornada.
Agradeço aos professores que tive ao longo do curso, em especial ao meu
orientador Prof. Me. João Estevão Sebben.
Agradeço também à Clínica Galope Medicina Equina Especializada, onde foi
realizado o estágio.
EPÍGRAFE

“A pessoa que é responsável pela vida de


um animal deve também se preocupar
com os sentimentos dele.”.

Murray E. Fowler
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
CAPÍTULO I - LOCAL E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O PERÍODO DO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III......................................................... 8
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ................................................................ 9
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................... 10
4. CASO CLÍNICO 1 – ODONTOLOGIA EQUINA ................................................... 12
4.1. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 12
4.2. RELATO DO CASO-CLÍNICO............................................................................... 14
4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................ 19
5. CASO CLÍNICO 2 – TÉCNICA DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (IA) COM
SÊMEN FRESCO ................................................................................................. 21
5.1. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 21
5.2. RELATO DO CASO-CLÍNICO............................................................................... 23
5.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................ 25
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 27
CAPÍTULO II SARCOIDES EM EQUINO ................................................................... 28
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 30
2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 31
3. RELATO DE CASO .............................................................................................. 31
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 38
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 41
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 42
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Clínica Galope Medicina Equina Especializada .......................................... 9


Figura 2 – Úlcera na parede do palato lateral esquerdo causada por atrito do dente
.................................................................................................................................. 15
Figura 3 – Úlcera ....................................................................................................... 15
Figura 4 - Dentes de lobo .......................................................................................... 16
Figura 5 – Onda nos dentes pré-molares e molares ................................................. 16
Figura 6 – Extração do dente de lobo ....................................................................... 17
Figura 7 - Capa de dente de leite pré-molar, dois dentes de lobo (direito e esquerdo)
.................................................................................................................................. 17
Figura 8 –Anatomia e fisiologia dos dentes ............................................................... 18
Figura 9 –Anatomia e fisiologia dos dentes ............................................................... 18
Figura 10 – Kit odontológico ...................................................................................... 19
Figura 11 - Vulva lavada e cola atada, pronta para a IA ........................................... 24
Figura 12 - Momento da IA com sêmen a fresco ....................................................... 24
Figura 13 - Caixa de sêmen, pipeta, detergente para limpeza da vulva e papel toalha
.................................................................................................................................. 25
1. INTRODUÇÃO

A realização do Estágio Curricular Supervisionado é de fundamental


importância para a aplicação prática dos conhecimentos que foram adquiridos ao logo
do curso de graduação em Medicina Veterinária, além de ser uma oportunidade de
aprendizado sob orientação de profissionais experientes.
Esta oportunidade proporciona a vivência do dia a dia do profissional, onde é
possível um aprimoramento e uma abordagem prática faz-se de vital importância para
o alcance dos objetivos almejados para tornar-se Médico Veterinário.
Durante o estágio se vivencia diversas situações acerca de metodologias de
trabalho, formas de abordagem a determinados casos e condutas a serem tomadas,
e o estágio ainda proporciona a troca de experiências com outros profissionais da área
ao qual deseja atuar futuramente.
A área de clínica médica e cirúrgica foi escolhida em função do Médico
Veterinário ser bastante requisitado em fazendas, indústrias de alimentos de origem
animal, centros de controle de zoonoses, órgãos fiscalizadores, institutos de pesquisa,
universidades e zoológicos, atendendo, inclusive, animais de grande porte.
Embora a atuação dos médicos veterinários seja mais comum no contexto
urbano, é no meio rural e no meio silvestre onde também se encontra muitas
oportunidades e desafios.
CAPÍTULO I - LOCAL E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O
PERÍODO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

A clínica Galope Medicina Equina Especializada (Figura 1), onde foi realizado
o estágio, fica no interior de Pinheiro Preto/SC, na Linha Túnel aproximadamente 4
km do centro da cidade.
Fundada em 2016, trabalha exclusivamente com equinos realizando
atendimentos clínicos, atendimento externo, exames de anemia e mormo, manejo
sanitário e nutricional, procedimentos cirúrgicos e odontológicos, reprodução,
internações e radiografias e ultrassonografias.
A propriedade é formada por 5 alqueires de terra, 7 baias de alvenarias, cochos
de concretos, água encanada. Cada baia tem 3,5 x 3,5 metros quadrados. Também
tem sala de farmácia, tronco de contenção, banheiro, sala de ração. Possui um
funcionário que realiza todos serviços gerais, limpeza de baias, clínica, fornece a
alimentação dos animais.

Figura 1 - Clínica Galope Medicina Equina Especializada

Fonte: o autor, (2020).


3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

No setor de Clínica Médica e Cirúrgica de Equinos foi acompanhada a rotina


do Médico Veterinário responsável pelos setores, no período de 13/07 a 21/09/2020.
As atividades desenvolvidas (Quadro 1) foram atendimento inicial do paciente
(anamnese e exame físico básico), auxílio na coleta de exames, auxílio em
procedimentos, acompanhamento na realização de exames, discussão dos casos
clínicos a fim de determinar um diagnóstico e estabelecer um protocolo de tratamento,
atendimentos externos.

Quadro 1 – Atividades desenvolvidas


13/07 – Clínica: procedimento cirúrgico retirada de sarcoides.
14/07 – Atendimento externo: manejo sanitário, infiltração, dermatológico.
15/07 – Atendimento externo: ultrassom, procedimento odontológico.
16/07 – Atendimento externo: exames anemia e mormo, protocolo de vacinação, manejo sanitário.
17/07 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações e banhos.
20/07 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações;
Atendimento externo: coleta de material para biopsia.
21/07 – Atendimento externo: sistema locomotor, dermatológico.
22/07 – Clínica casuística: medicações, banhos;
Atendimento externo: procedimento odontológico.
23/07 – Clínica casuística: medicações.
24/07 – Atendimento externo: ferreajamento corretivo laminite, garrotilho.
27/07 – Clínica casuística: medicações, banhos.
28/07 - Clínica casuística: procedimento cirúrgico de sarcoide.
29/07 – Atendimento externo: procedimento odontológico.
30/07 – Clínica casuística: medicações, banhos, trocas de curativos.
31/07 - Clínica casuística: medicações;
Atendimento externo: garrotilho.
03/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações, banhos e trocas de curativos.
04/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias e medicações.
05/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações, banhos e trocas de curativos.
06/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações;
Atendimento externo: claudicação.
07/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações, banhos e trocas de curativo.
10/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações, banhos e trocas de curativo.
11/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações.
12/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações, banhos e trocas de curativo.
13/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações;
Atendimento externo: ferreajamento corretivo laminite.
14/08 – Clínica casuística: manejo sanitário das baias, medicações, banhos e trocas de curativo.
17/08 – Atendimento externo: procedimento odontológico.
18/08 – Atendimento externo: manejo sanitário, exames anemia e mormo.
19/08 – Clínica casuística: medicações, banhos trocas de curativos.
20/08 – Clínica casuística: medicações;
Atendimento externo: Laminite.
21/08 – Clínica casuística: medicações, banhos e troca de curativos.
Atendimento externo: retorno paciente com laminite.
24/08 – Atendimento externo: abcesso subsolear.
25/08 – Clínica casuística: medicações.
Atendimento externo: avaliação clínica.
26/08 – Clínica casuística: banhos e trocas de curativos.
27/08 – Atendimento externo: coleta e avaliação de sêmen
28/08 – Atendimento externo: inseminação artificial com sêmen refrigerado e procedimento
odontológico.
31/08 – Ultrassom, clínica casuística, medicações, banhos;
Atendimento externo: intoxicação.
01/08 – Clínica casuística: medicações e emergência: cólica
02/09 – Clínica casuística: medicações, acompanhamento reprodutivo: ultrassom.
03/09 – Atendimento externo: sutura de membro torácico, procedimento odontológico.
04/09 – Clínica casuística: medicações, banhos, acompanhamento reprodutivo, ultrassom.
08/09 – Cólica, acompanhamento reprodutivo, ultrassom.
09/09 – Exames anemia e mormo.
10/09 – Clínica casuística: medicações;
Atendimento externo: avaliação clínica.
11/09 – Acompanhamento reprodutivo, ultrassom.
14/09 – Acompanhamento reprodutivo, ultrassom e inseminação artificial.
15/09 – Clínica casuística: medicações e eutanásia.
16/09 – Cólica, exames anemia.
17/09 – Acompanhamento reprodutivo, ultrassom;
Atendimento externo: abcesso subsolear.
18/09 – Clínica casuística: medicações, banhos e acompanhamento reprodutivo, ultrassom.
Emergência: sutura de face.
21/09 – Clínica casuística: medicações, banhos e acompanhamento reprodutivo, ultrassom.
Fonte: o autor, (2020).

Durante o período de estágio curricular supervisionado, diferentes atividades


foram desenvolvidas e diversos casos acompanhados. No entanto, optou-se por
descrever e discutir dois casos em especial.

Gráfico 1 – Tipo de atendimentos realizados durante o período de estágio

Tipo de atendimentos realizados no periodo de estágio

Atendimentos cliínica médica


11%
27%
Atendimentos clínica cirúrgica

Atendimento ligados a reprodução


36% 5%

Atendimentos voltados ao manejo


21% geral
Atendimento a exames sanitários

Fonte: o autor, (2020).


Observa-se pelo gráfico acima que o maior índice de atendimentos durante o
período de estágio foi referente a manejo geral, (36%). Neste manejo engloba-se
principalmente cuidados relativos à nutrição, cuidados com cascos, curativos,
limpeza de baias, auxílio a medicações dos animais em internamento entre outros
os demais atendimentos destaque pode ser dado a clínica médica e cirúrgica da
qual o autor descreve seus relatos de caso.
O primeiro caso se relaciona a área clínica-cirúrgica e abordará odontalgia
equina. Optou-se por descrever esse caso devido a sua importância em relação aos
cuidados odontológicos que sejam iniciados desde o nascimento. Se denota a
necessidade de que, em função de importantes alterações odontológicas, podem
interferir na amamentação e, posteriormente, na alimentação podendo predispor a
distúrbios digestórios. Alterações dentárias podem resultar em vários transtornos,
desde simples rejeição a embocaduras, perda do elemento dental, inanição e até a
morte.
O segundo caso se relaciona ao manejo reprodutivo e abordará a técnica
de inseminação artificial (IA) com sêmen fresco devido a sua importância, visto
demonstrar maior viabilidade econômica e facilidade na implantação, nas diferentes
espécies domésticas. Nos equinos, nas raças que permitem o uso da inseminação
artificial, a IA vem sendo empregada com bons índices de fertilidade, além de
proporcionar um menor desgaste do garanhão e possibilitar o progresso genético
do plantel existente.

4. CASO CLÍNICO 1 – ODONTOLOGIA EQUINA

4.1. REVISÃO DE LITERATURA

A domesticação e confinamento, cada vez mais precoce dos equinos,


restringiram o tamanho das áreas disponíveis para pastejo, além de predeterminar os
horários, quantidade e qualidade do alimento oferecido. Com isso, ocorrem
modificações dos hábitos e padrões alimentares, comprometendo a formação dentária
natural desta espécie, levando a uma série de afecções odontológicas. Quando são
afetados, os animais apresentam dificuldade na apreensão e deglutição de alimentos,
emagrecimento e queda no seu desempenho (MORAES FILHO, 2016; STRAIOTO;
SILVA; RIBEIRO, 2018).
Além destas condições, houve a substituição da alimentação predominante de
forragens com adição de concentrado com intuito de suprir as exigências nutricionais.
Se verifica, desta forma, a alteração dos hábitos alimentares do comportamento
natural dos equinos, onde era o pastejo contínuo e com um período de consumo de
até dezoito horas por dia (STRAIOTO; SILVA; RIBEIRO, 2018).
O alimento natural mais seguro para os equinos é a forragem, picada ou não,
devendo constituir da dieta básica desses animais. Quando há a oferta em excesso
de concentrados e forragens tenras e pouco variadas, associada ao confinamento,
também se verifica como condições que contribuem para ocorrência de afecções
dentárias (MORAES FILHO, 2016).
As afecções dentárias podem lacerar tecidos moles, como língua, bochechas e
gengiva, causando dor à mastigação, podendo resultar em alteração na biomecânica
da articulação temporomandibular e consequente queda do desempenho animal
(MORAES FILHO, 2016).
Nos equinos, a disponibilidade de carboidratos estruturais depende em
grande parte sobre a adequada quebra da barreira físico-química do material
vegetal para expor o conteúdo da membrana celular, que ocorre
principalmente pela moagem durante a mastigação. Mastigação ineficiente
devido à dor ou alterações biomecânicas desencadeadas por patologias
bucais pode prejudicar a moagem dos alimentos e consequentemente a
digestibilidade, causando perda de peso e desenvolvimento de cólica por
impactação além de dificultar o desempenho de animais esportivos
(MORAES FILHO, 2016).

Os problemas dentários em cavalos são as razões mais comuns para procurar


serviço veterinário, e desta forma, os procedimentos odontológicos aparecem na lista
de tarefas mais comuns realizadas por profissionais dos equinos:
O interesse e conhecimento em odontologia equina têm aumentado com o
reconhecimento da importância da saúde oral do equino, juntamente com as
expectativas do cliente e percepções da solidez oral no desempenho atlético
de seu animal (MORAES FILHO, 2016, p. 03).

A arcada dentária dos equinos normalmente é composta por: três dentes


incisivos, um canino, três ou quatros dentes pré-molares (PM) e três molares (M) em
cada lado (CORREIA, 2014). Quanto a variação na quantidade de dentes PM, se
ocasiona pela presença ou não do primeiro PM ou popularmente chamado de “dente
de lobo”. Este não possui função mastigatória e, por evolução da espécie, não é
observado em todos os animais (CORREIA, 2014).
A prevenção é possível quando se realiza um tratamento periódico anual. É de
suma importância iniciar os exames orais ainda com o cavalo jovem, pois poderá
prevenir o dente de lobo e outras afecções orais que interferem em sua saúde geral,
desenvolvimento, temperamento e até reprodução. No que diz respeito ao dente de
lobo, este deve ser extraído. Ele causa diversos problemas relacionados à dor e
desconforto e o procedimento deve ser realizado por um Médico Veterinário, pois é o
profissional que o conhecimento necessário e equipamentos adequados (MORAES
FILHO, 2016).
Diante do exposto, é de suma importância a avaliação da cavidade oral dos
cavalos para a manutenção da saúde bucal, visto que isso possibilita o diagnóstico de
afecções orais e o acompanhamento da eficácia terapêutica de tratamentos instituídos
(LUCIANO, 2017). É importante que os cuidados odontológicos sejam iniciados desde
o nascimento, visto que importantes alterações, como a fenda palatina, falhas na
oclusão, presença de dentes supranumerários e tumores podem interferir na
amamentação e, posteriormente, na alimentação podendo predispor a distúrbios
digestórios. Alterações dentárias podem resultar em vários transtornos, desde simples
rejeição a embocaduras, perda do elemento dental, inanição e até a morte (MORAES
FILHO, 2016; LUCIANO, 2017).

4.2. RELATO DO CASO-CLÍNICO

Relata-se um animal da espécie equina de nome Dama, raça crioula, pelagem


Picaço Bragado, sexo fêmea, idade 4 anos, peso 430 kg, o qual encontrava-se no
município de Pinheiro Preto em Santa Catarina.
Este equino apresentava em sua dentição completa (44 dentes) que
apresentava dificuldade em ganhar peso, com mastigação lenta ou alterada,
dificuldade em apreensão dos alimentos, movimentos ladeados da cabeça, abrindo a
boca constantemente enquanto se alimentava o que chamou atenção ao exame
clínico. Teve perda de peso progressiva, deixava resto de comida no cocho, reagia ao
freio ou escabeciava, ficava nervoso quando estava com embocadura, salivava mais
que o normal. Foi avaliada a saúde dos dentes e gengiva (Figuras 2, 3 e 4):
Figura 2 – Úlcera na parede do palato lateral esquerdo causada por atrito do dente

Fonte: o autor, (2020).

Figura 3 – Úlcera

Fonte: o autor, (2020).


Figura 4 - Dentes de lobo

Fonte: O autor,(2020).

Nota-se nesta imagem a necessidade de corrigir ondas irregulares, bem como


correção de pontas as quais causam úlceras (Figura 5).

Figura 5 – Onda nos dentes pré-molares e molares.

Fonte: o autor, (2020).


Foi realizada então a retirada dos dentes de lobo (Figura 6) e dentes de leite
que já estavam moles, capas que também são dentes de leites, porém dos pré-
molares e molares (Figura 7). Nas Figuras 8 e 9, é possível verificar anatomia e
fisiologia dos dentes.

Figura 6 – Extração do dente de lobo

Fonte: o autor, (2020).

Figura 7 - Capa de dente de leite pré-molar, dois dentes de lobo (direito e esquerdo)

Fonte: o autor, (2020).


Figura 8 –Anatomia e fisiologia dos dentes

Fonte: o autor, (2020).

Figura 9 –Anatomia e fisiologia dos dentes

Fonte: o autor, (2020).


Para a sedação de animais, se utiliza Dormin V® (detomidina), realizado em
estação. Em casos de dentes de lobo, é usado 3 ml de lidocaina no local de cada
dente para extração. Dentes de leites e capas não é realizado anestesia local pois são
dentes bem moles (que só são arrancados quando estão moles). Na Figura 10, é
demonstrado os materiais usados kit odontológico.

Figura 10 – Kit odontológico

Fonte: o autor, (2020).

Sobre o pós procedimento odontológico, em casos de remoção de dentes, dar


sal ao animal, não dar ração concentrada em questão de 12 horas após por conta da
sedação. Pode oferecer feno e deixar o paciente em um pique onde não proporcione
risco de se machucar até passar a sedação.

4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

É importante que os cuidados odontológicos sejam iniciados desde o


nascimento, realizando a prevenção com um tratamento periódico anual. Iniciar os
exames orais ainda com o cavalo jovem pode prevenir o dente de lobo e outras
afecções orais que interferem em sua saúde geral, desenvolvimento, temperamento
e até reprodução. Assim que detectado, o dente de lobo deve ser extraído uma vez
que causa diversos problemas relacionados à dor e desconforto. O procedimento deve
ser realizado por um Médico Veterinário, que tem o conhecimento necessário e
equipamentos adequados (MORAES FILHO, 2016; ALENCAR-ARARIPE; CASTELO-
BRANCO; NUNES-PINHEIRO, 2013).
Desordens da cavidade oral e dentes são relativamente comuns em cavalos
e podem ter consequências desastrosas se não diagnosticados e tratados
precocemente. O maior desafio é o facto de que a maioria das patologias de
dentes e tecidos associados, geralmente, só produzem sinais clínicos
evidentes quando a doença já é avançada. Portanto, o exame oral deveria
fazer parte de exame físico completo, o que muitas vezes é negligenciado
(EASLEY, 2011 apud CORREIA, 2014).

Qualquer cavalo que apresente sinais clínicos, possivelmente associados a


patologia da cavidade oral ou dentes, deve ser sujeito a exame oral o mais depressa
possível. Assim sendo, em consonância com a literatura, no caso em tela, a partir dos
sinais clínicos apresentados pelo equino, foi avaliada a saúde dos dentes e gengiva e
o procedimento de extração foi realizado por um Médico Veterinário, visto seu
conhecimento e equipamentos adequados. É importante ressaltar que a extração
quando não realizado em conformidade é ilegal e infringem todos os processos éticos
e profissionais na área da Medicina Veterinária. Além disso, pode causar sérios danos
à saúde e bem-estar do animal. Por trazer diversos benefícios ao cavalo, a odontologia
equina, é uma das áreas que mais crescem dentro da medicina veterinária.
Denota-se que a abordagem do médico veterinário, tanto no que se refere à
avaliação da saúde dos dentes e da gengiva, bem como o procedimento de extração
realizado, foi eficiente. De modo geral, as condições patológicas orais de equinos
requerem tratamento específico que possibilitem a prevenção, redução ou
correção da doença.
Assim sendo, a presença de um profissional qualificado se faz necessária visto
o conhecimento especializado e aprofundado que é essencial para o correto
diagnóstico dessas patologias, onde se possibilita delinear um plano terapêutico e
desta forma tornar possível a melhoria da qualidade de vida do animal.
5. CASO CLÍNICO 2 – TÉCNICA DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (IA)
COM SÊMEN FRESCO

5.1. REVISÃO DE LITERATURA

No que diz respeito à ciclicidade reprodutiva, as éguas são poliéstricas


estacionais, existindo um período do ano em que a maioria das fêmeas não apresenta
atividade reprodutiva (anestro) e outro período, onde acontecem ciclos regulares e
repetidos, enquanto a égua não ficar gestante. Entretanto, 10 a 20% das éguas
apresentam atividade cíclica durante todo o ano (DOMINGUES, 2010).
Desta forma, Domingues (2010) destaca que:
O fotoperíodo decrescente durante o Outono e o Inverno resulta num
crescimento folicular reduzido, conduzindo a um período anovulatório. O
aumento do período de luz durante a Primavera conduz à retoma do
crescimento folicular e, eventualmente, a um período ovulatório. O início da
época reprodutiva está assim associado a um aumento do fotoperíodo, bem
como a um aumento da temperatura e da disponibilidade de alimento. No
hemisfério norte, a época reprodutiva ocorre geralmente desde abril até
setembro. Assim, é compreensível que a falta de atividade ovulatória durante
o Inverno tenha consequências para a economia dos criadores de cavalos
desejosos de cobrir as éguas mais cedo durante o ano.

Assim sendo, aliado às vantagens econômicas e sanitárias, se nota uma


crescente aceitação no uso de diferentes biotécnicas ligadas à reprodução:
Entre as diferentes biotecnologias atualmente empregadas, a inseminação
artificial (IA) é a que demonstra a maior viabilidade econômica e facilidade na
implantação, nas diferentes espécies domésticas aonde seu uso já se tornou
consagrado (WEISS; VIANNA; MURADÁS, 2003a).

De acordo com Altmeier (2018), recentemente surgiu um método diferente que


vai combinar o uso de uma membrana porosa e a capacidade de migração foi sugerida
para o sêmen fresco:
Esta técnica consiste em um dispositivo dividido ao meio por uma membrana
porosa, e os espermatozoides móveis cruzam ativamente essa membrana.
Este método de seleção visa uma melhora quantitativa e qualitativa do
espermatozoide quando comparado com o ejaculado nativo, além disso, evita
alterações mecânicas ou físicoquímicas dos espermatozoides. Além disso
como o método de seleção não precisa de centrífuga ou equipamento de
laboratório, ele provou ser uma opção eficaz e viável para a seleção de
espermatozoides. Integridade e funcionalidade da membrana espermática,
bem como cinética aumentada foram observadas após o uso do dispositivo
de seleção.
Em relação à espécie equina, vem sendo empregada com bons índices de
fertilidade a Inseminação Artificial (AI) com sêmen fresco in natura, nas raças que
permitem o uso da inseminação artificial. Esta proporciona um menor desgaste do
garanhão e possibilita o progresso genético do plantel existente. Também apresenta
resultados ótimos, onde a presença do garanhão no local de inseminação é um fator
limitante, surgindo assim, a utilização de sêmen fresco diluído ou congelado, como
solução ideal (WEISS; VIANNA; MURADÁS, 2003; OLIVEIRA et al., 2019).
Oliveira et al. (2019) relatam que a primeira IA na espécie equina foi realizada
no ano de 1322 a.C.:
[...] por um chefe árabe que utilizou um chumaço de algodão impregnado com
secreções de uma égua no cio. Posteriormente, aproximou essas secreções
da fêmea no melhor garanhão da tribo rival, onde conseguiu excitá-lo e obteve
uma ejaculação. O sêmen foi colhido sobre outro chumaço de algodão e foi
introduzido no trato reprodutivo de uma égua no estro. Após alguns meses da
realização do procedimento, observou-se que a fêmea estava gestante.

Ainda os autores Oliveira et al. (2019), destacam que a IA é uma biotécnica que
torna possível o avanço no melhoramento genético, reduzindo o risco de doenças
sexualmente transmissíveis, promovendo grande impacto na produção equina, onde
um garanhão pode gerar vários descendentes ao longo de sua vida reprodutiva e
também após sua morte. E como já mencionado, demonstra maior viabilidade
econômica e fácil implantação nas espécies domésticas.
A IA em equinos pode ser realizada com a utilização de sêmen fresco diluído,
refrigerado ou congelado. As técnicas de diluição são variadas, onde o resfriamento e
congelação de sêmen utilizados em equinos tem diferentes taxas de sucesso. A
eficiência reprodutiva vai depender da tolerância individual do sêmen frente ao
diluente ou a técnica utilizada e de fatores ligados à égua e ao manejo dos animais
(OLIVEIRA, 2019; ALTMEIER, 2018).
Desta forma, se torna relevante o assunto em relação ao manejo
reprodutivo, abordando a técnica de inseminação artificial (IA) com sêmen fresco,
visto demonstrar maior viabilidade econômica e facilidade na implantação, nas
diferentes espécies domésticas.
5.2. RELATO DO CASO-CLÍNICO

Técnica de inseminação artificial (IA) com sêmen a fresco. Nome: Felipa


Espécie: Equinos Raça: Crioula Pelagem: Colorada Sexo: Fêmea Idade: 5 anos
Município: Pinheiro Preto – SC. Introdução: Ciclo Estral da Égua
Fatores determinantes: Éguas são poliestricas estacional (primavera, verão)
duração do período de luz/dia ou foto período, nutrição, temperatura e estado
sanitário.
Primeiro passo para (AI). É realizado um acompanhamento folicular da égua
com ultrassom (acompanhamento do CRESCIMENTO folicular).
Fez-se 5 palpações (com ultrassom) uma a cada dia acompanhando esse
crescimento onde ele alcançou 35 milímetros com edema uterino 3. Foi feito
deslorelina 3ml, onde que em 48 horas essa égua tem que ovular, e é dentro dessas
48 horas que é realizado a IA.
A deslorelina®: é um agente indutor de ovulação.
E antes de começar todo esse acompanhamento, foi realizado prostaglandina
para quebrar o corpo lúteo e começar o cio.
Com a égua pronta para ser inseminada, pela manhã foi realizada a coleta do
sêmen na cidade de Água Doce/SC, de um garanhão da raça crioula.
O diluente usado é o da botu sêmen®, caixa de transporte botu Flex®: caixa de
isopor que mantém a temperatura em 5 graus, usada para o transporte do sêmen
A tarde foi realizada a IA.
Primeiro passo é realizado a limpeza da vulva com detergente neutro / água,
processo repetido três vezes, pós é passado uma atadura ou uma faixa (limpa) na
cola (cauda) da égua, para não ter contato crina da cauda na vulva pós limpeza.
Procedimento geralmente realizado com duas pessoal.
IA: com uma luva descartável de palpação e uma pipeta, é feito a introdução
na vulva da égua até a cervix e aí é realizada a aplicação do sêmen pela pipeta.
Pós IA aos 15 dias é feito o acompanhamento se possui o embrião, e só depois
dos 28 dias aonde pega batimentos cardíacos a égua e dada com prenhes confirmada.
Figura 11 - Vulva lavada e cola atada, pronta para a IA

Fonte: o autor, (2020).

Figura 12 - Momento da IA com sêmen a fresco

Fonte: o autor, (2020).


Figura 13 - Caixa de sêmen, pipeta, detergente para limpeza da vulva e papel toalha

Fonte: o autor, (2020).

5.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

De acordo com Oliveira et al. (2018), não há diferença significative na


realização da IA em éguas com sêmen “in natura” e sêmen diluído imediatamente
após a colheita. Entretanto, o sêmen in natura é muito utilizado devido ao seu baixo
custo e boa eficácia, tendo assim como vantagem um gasto a menos com o diluidor,
porém é desvantajoso do ponto de vista de não preservar a qualidade espermática
(CANISSO et al., 2008).
Quando se realiza a diluição do semen, se otimiza o uso do garanhão,
utilizando menor volume e concentração elevada, possibilitando o seu resfriamento
e conservação para viagens longas garantindo boa viabilidade espermática
(CANISSO et al., 2008; SATURNINO et al., 2002).
Heiskanem et al. (1994 apud CANISSO et al., 2008), relatam que:
[…] é possível manter o sêmen de um garanhão viável por um tempo maior
que 80 horas, quando diluído logo após a coleta e mantido na temperatura
constante de 37°C até o momento do seu uso, mas a IA deve ser realizada
em até 12 horas após a ovulação. Para uma boa conservação do sêmen
por um período longo é necessário evitar a aglutinação espermática e
reduzir as influências de alteração do pH seminal. A temperatura padrão
de resfriamento de sêmen de 5ºC ou de 15 a 20ºC, possibilita transporte e
utilização deste sêmen por um período de 1 a 48 horas). Assim destaca-se
a importância da redução da temperatura do sêmen, visto que isto conserva
o sêmen por mais tempo, diminuindo o crescimento bacteriano, reduzindo
o metabolismo espermático, e também promovendo uma baixa de
oxigênio, fazendo com que o metabolismo espermático anaeróbico seja
melhor favorecido do que o aeróbico.

Já o sêmen congelado tem menor viabilidade após o descongelamento, em


função das lesões na membrana plasmática dos espermatozoides decorrentes de
estresse térmico, químico e osmótico, entretanto, é um método que possibilita a
manutenção do material genético de animais de alto valor por maior tempo
(OLIVEIRA, 2019).
Para a realização da IA, a égua deve ser higienizada, e o inseminador estar
preparado devidamente equipado. O procedimento consiste na introdução a pipeta
de inseminação via vaginal até o local de deposição do semen. Este local na IA em
éguas depende do tipo de sêmen utilizado: o sêmen fresco, diluído ou resfriado deve
ser depositado no corpo ou no corno uterino (CANISSO et al., 2008). Já o sêmen
congelado, deve ser depositado no ápice do corno uterino ipsilateral ao folículo pré-
ovulatório, com uma pipeta flexível de 65cm, guiada por via transretal (SATURNINO
et al., 2002).
No caso em tela, foi utilizada a diluição do semen, otimizando assim, o uso
do garanhão, bem como a garantia da boa viabilidade espermática. Verifica-se,
assim, que o manejo reprodutivo adotado pelo médico veterinário, abordando a
técnica de inseminação artificial (IA) com sêmen fresco, foi eficiente, uma vez que
demonstra maior viabilidade econômica e facilidade na implantação, nas diferentes
espécies domésticas, bem como o uso da inseminação artificial, a IA apresenta bons
índices de fertilidade, além de proporcionar um menor desgaste do garanhão e
possibilitar o progresso genético.
Assim sendo, a presença de um profissional qualificado se faz necessária visto
o conhecimento especializado e aprofundado que é essencial para o correto manejo
reprodutivo.
27

6. REFERÊNCIAS

ALENCAR-ARARIPE, M. G. de; CASTELO-BRANCO, D. de S. C. M.; NUNES-


PINHEIRO, D. C. S. ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS NA CAVIDADE
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CORREIA, A. C. T. ODONTOLOGIA EQUINA E TÉCNICAS DE EXODONTIA. [s.l:


s.n.].

DOMINGUES, J. M. T. Reprodução Equina. 2010. UNIVERSIDADE DO PORTO,


2010.

FINLAY, M. et al. The detection of Bovine Papillomavirus type 1 DNA in flies. Virus
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FREDERICO CANISSO, I. et al. INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM EQUINOS: sêmen


fresco, diluído, resfriado e transportado. Revista Acadêmica: Ciência Animal, v. 6,
n. 3, p. 389, 15 jul. 2008.

LUCIANO, A. A. ODONTOLOGIA EQUINA. 2017. UNIVERSIDADE FEDERAL DO


RIO GRANDE DO SUL, 2017.

MATTIL-FRITZ, S. . et al. Immunotherapy of equine sarcoid:dose escalation trial for


the use of chimeric papillomavirus-likeparticles. J Gen Virol, v. 89, p. 138–147, 2008.

MORAES FILHO, L. A. J. DE. Efeito do tratamento odontológico sobre parâmetros


digestivos e metabólicos de equinos. 2016. Universidade de São Paulo, 2016.

OLIVEIRA, R. L. de et al. INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM EQUINOS. In: IV Colóquio


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SATURNINO, H. M. et al. Efeito do intervalo das duas últimas inseminações sobre a


fertilidade de éguas inseminadas com sêmen fresco diluído. Revista Brasileira de
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STRAIOTO, K.; SILVA, L.; RIBEIRO, M. ODONTOLOGIA EQUINA - ASPECTOS


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WEISS, R. R.; VIANNA, B. C.; MURADÁS, P. R. INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM


ÉGUAS COM SÊMEN “IN NATURA” E DILUÍDO. Archives of Veterinary Science, v.
8, n. 1, 30 jun. 2003b.
28

CAPÍTULO II
SARCÓIDE MISTO EM EQUINO NO MUNICÍPIO DE PINHEIRO PRETO – SC,
RELATO DE CASO
29

SARCÓIDE MISTO EM EQUINO NO MUNICÍPIO DE PINHEIRO PRETO – SC,


RELATO DE CASO.

Mixed sarcoid in equine in the city of Pinheiro Preto - SC, case report.

¹Augusto Vidmar Antes; ²João Estevão Sebben


1Acadêmico de Medicina Veterinária da UNIGUAÇU.
augusto.vidmar@yahoo.com
2Médico Veterinário, Orientador, Professor Me. Desenvolvimento Regional, da UNIGUAÇU.
prof_estevao@uniguacu.edu.br

RESUMO: O sarcóide é a neoplasia cutânea mais frequente em equinos, e


corresponde a um terço de todos os tumores descritos. Este trabalho objetivou relatar
o desfecho clínico de um caso de sarcóide misto em equino atendido na rotina clínica
da empresa Galope Medicina Equina Especializada de Pinheiro Preto/SC, onde se
espera contribuir com os clínicos e patologistas no diagnóstico desse importante
condição na medicina de equídeos. O sarcóide é um tumor único ou múltiplo benigno
e localmente invasivo. Clinicamente são classificados em seis tipos: verrucoso,
superficial, nodular, fibroblastico, maligno ou misto. O diagnóstico é dado por meio de
biopsia da pele e estudo histopatológico. Entre as opções de tratamentos, é possível
citar as seguintes técnicas: criocirurgia, hipertermia e quimioterapia, que diminuem a
frequência da recidiva. No caso relatado, foi utilizada a cirurgia, realizando a tricotomia
na região do peito pescoço base da orelha. Aproximadamente 19 tumores em diversas
áreas do corpo. No que se refere ao tratamento, se utilizou em todos os tumores que
ficaram Iodo 40% e Eufurix®, bem como Ripercol L® 6 ml. A auto-hemoterapia
também foi realizada. Quando empregada sozinha, a remoção cirúrgica apresenta alta
taxa de recidiva, entretanto, técnicas moleculares como a auto-hemoterapia foi
associada. O protocolo de tratamento deve ser escolhido com critérios pelo
veterinário, já que para cada protocolo existem indicações diferentes e eficácias
variáveis, que dependem do tipo de tumor, tamanho e sua localização.

Palavras-chave: Sarcoide equino misto. Tratamento. Cirurgia. Auto-hemoterapia.

ABSTRACT: Sarcoid is the most common cutaneous neoplasia in horses, and


corresponds to one third of all tumors described. This study aimed to report the clinical
outcome of a case of mixed sarcoid in equine treated in the clinical routine of the
company Galope Medicina Equina Especializada in Pinheiro Preto / SC, where it is
expected to contribute with clinicians and pathologists in the diagnosis of this important
condition in equine medicine. The sarcoid is a benign and locally invasive single or
multiple tumor. Clinically, they are classified into six types: verrucous, superficial,
nodular, fibroblast, malignant or mixed. The diagnosis is made by means of skin biopsy
and histopathological study. Among the treatment options, it is possible to mention the
following techniques: cryosurgery, hyperthermia and chemotherapy, which reduce the
30

frequency of recurrence. In the reported case, surgery was used, performing the
trichotomy in the region of the chest, neck and base of the ear. Approximately 19
tumors in different areas of the body. Regarding the treatment, Iodine 40% and
Eufurix® were used in all tumors, as well as Ripercol L® 6 ml. Autohemotherapy was
also performed. When used alone, surgical removal has a high rate of recurrence,
however, molecular techniques such as auto-hemotherapy have been associated. The
treatment protocol must be chosen with criteria by the veterinarian, since for each
protocol there are different indications and variable efficacies, which depend on the
type of tumor, size and location.

Keywords: Mixed equine sarcoid. Treatment. Surgery. Autohemotherapy.

1. INTRODUÇÃO

O sarcóide é um tumor benigno, que acomete equinos de várias idades sem


predisposição por raça, sexo ou pelagem, apresentando-se geralmente na derme.
Tem caráter localmente invasivo, mas não metastático (TASCHETTO, 2018) .
Embora seja considerado um tumor benigno, se mostra agressivo visto que
apresenta uma rápida proliferação celular desorganizada permitindo que cresça
rapidamente. Há uma propensão à recorrência das lesões em função de que a
neoplasia é refratária aos diferentes tipos de tratamento (FLAIN PIFFERO et al.,
2017).
Os fatores importantes para o desenvolvimento do sarcóide equino, estão
associados à agentes infecciosos do Papilomavírus Bovino (BPV) e a susceptibilidade
genética do indivíduo. Existem relatos da possibilidade de infecção por contato direto
com bovinos e equinos contaminados, e o envolvimento de mosquitos e moscas como
vetores da enfermidade, uma vez que as lesões tumorais podem surgir em áreas
preferenciais de picadas deles (BROMERSCHENKEL; FIGUEIRÓ, 2013;
CREMASCO; SEQUEIRA, 2010)
No que se refere à ocorrência das lesões neoplásicas, estas podem ser
isoladas ou multifocais, com incidência maior na cabeça, os membros e as porções
ventrais do tórax e do abdome (TASCHETTO, 2018; FLAIN PIFFERO et al., 2017).
Quanto à classificação, Taschetto (2018), destaca: “São classificados em seis tipos
distintos: verrucoso, superficial, nodular, fibroblástico, maligno ou misto”. No que diz
respeito ao diagnóstico, este se baseia na suspeita clínica e confirmado por análise
histopatológica.
31

O sarcóide misto, provavelmente, representa um estágio de transição entre os


tipos verrucoso, oculto, fibroblástico e nodular. Assume, macroscopicamente, diversas
aparências, dependendo das formas clínicas que o compõe, quando traumatizado
torna-se bastante agressivo e infiltrativo, histologicamente é bem variado,
dependendo da sua composição e do local da clivagem, onde se pode observar
variadas alterações e intensidade variada, tanto da derme, quanto na epiderme
(BRUM, 2010) .
Assim sendo, este trabalho objetivou relatar o desfecho clínico de um caso de
sarcóide misto em equino atendido na rotina clínica da empresa Galope Medicina
Equina Especializada de Pinheiro Preto/SC, onde se espera contribuir com os clínicos
e patologistas no diagnóstico desse importante condição na medicina de equídeos.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Se trata de uma pesquisa descritiva com abordagem quanti-qualitativa.


Realizou-se um levantamento de dados nacionais por meio da revisão das
publicações na área de saúde em base de dados científicos, bem como em consulta
de prontuário.
Os dados foram analisados a partir dos registros dos atendimentos bem como
da interpretação dos resultados dos exames.
As informações foram autorizadas pela empresa onde o estágio/estudo foram
desenvolvidos.

3. RELATO DE CASO

Nome: Lola Espécie: equina, raça: SDR (Sem Raça Definida), pelagem:
Tordilha, sexo: Fêmea, idade: onze meses, peso: 250 Kg, município: Pinheiro Preto
– SC, chegada à clínica: 13/07, saída da clínica: 24/08 (43 dias), exames realizados:
Hemograma, biopsia.
Cirurgia: primeiro passo foi realizado a tricotomia na região do peito pescoço
base da orelha, aproximadamente 19 tumores em diversas áreas do corpo, porém, foi
32

realizado a remoção cirúrgica de dois tumores no peito e um na virilha lado direito pelo
fato de serem maiores (Figuras 14, 15 e 16).

Figura 1 – Sarcoides

Fonte: o autor, (2020).

Observa-se nesta imagem os vários pontos de sarcóide na região peitoral do equino,


demostrando a situação geral no animal.
33

Figura 2 – Sarcóides retirados peito e virilha (2 virilha, 3 peito)

Fonte: o autor, (2020).

Figura mostrando três massas tumorais (sarcóides) em variáveis tamanhos.


Nota-se a característica destas massas com contornos bem definidos, estando de
acordo com os citados por O tipo verrucoso é observado principalmente na cabeça,
pescoço, axilas e na virilha (SCOTT & MILLER JR., 2003; KNOTTENBELT, 2005).
Lesões deste tipo são raras nos membros, exceto na região do rodete coronário, onde
é comum quando comparada a outras regiões das patas (KNOTTENBELT, 2005).
34

Figura 3 - Dia da cirurgia, tricotomia e retirada cirúrgica dos dois maiores do peito e
um na virilha

Fonte: o autor, (2020).

Sedação foi realizada com Dormin V (Detomidina) 0,01 miligrama por kg, a
anestesia foi local com lidocaína 5 ml em casa incisão.

Figura 14 - Sarcoide pescoço

Fonte: o autor, (2020).


35

Figura 415 - Sarcoide orelha

Fonte: o autor, (2020).

Foram retirados três tumores e 1 centímetro de pele (circunferência do tumor).


Os pontos de escolha foram isolados simples, fio de Nylon 2-0.
A cirurgia foi realizada com o animal em estação no dia 15/07 e a retirada dos
pontos no dia 30/07.
No que se refere ao tratamento, se utilizou em todos os tumores que ficaram
(os pequenos que não foram feitos remoção cirúrgica): Iodo 40% 1x dia (manhã,
tópico), Eufurix® 1x ao dia (tarde, tópico). Também foi usado Ripercol L® 6 ml 48/48
horas durante período da internação. A auto-hemoterapia foi realizada todas as
segundas-feiras, durante o período de internação (retirado 20ml de sangue da veia
jugular externa e aplicado imediatamente na face dorsal ou superior. Foram dados
banhos de clorexidina com cetoconazol de 4/4 dias.
A potra permanecia na baia 24 horas por dia tendo duas refeições de ração
concentrada por dia (2 kg às 6h e 2 kg às 15h). Também se alimentava de feno alfafa
duas vezes ao dia (10h30 a 18h). Água e sal mineral própria à vontade.
36

Figura 5 - Sarcoide, processo de cauterização

Fonte: o autor, (2020).

Figura 16 - Sarcoides pós-cirúrgico

Fonte: o autor, (2020).


37

Figura 17 - Recuperação do paciente

Fonte: o autor, (2020).

No que diz respeito aos resultados dos exames, se tem:


HEMOGRAMA
Hemácias em milhões /mL 6,83
Hemoglobina em g/dL 8,8
Hematócrito em % 26,7
Vol. Glob. Média em u3 39,1
Hem. Glob. Média em uug. 12,9
C.H. Glob. Média em % 33,0
RDW 15,80
LEUCOGRAMA % /mm³
LEUCÓCITOS TOTAIS 11.700
Eosinófilos 1,0 117
Bastonados 1,0 117
Neutróf. Segmentados 75,0 8.775
Linfócitos 20,0 2.340
Monócitos 3,0 351
PLAQUETAS 226.000
Obs.:(Lâmina Corada): Hemácias normocíticas e normocromicas
38

HISTOPATOLÓGICO
Diagnóstico: DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA Um (01) fragmento de pele (2,4
x 2 x 1,1cm) contendo um foco de ulceração medindo 1cm de diâmetro, fixado em
formol 10%, foi recebido para avaliação histopatológica. O fragmento apresentava
nodulação difusamente branca, oval (0,9 x 0,6cm) na superfície de corte. Três
secções, incluindo as margens cirúrgicas, foram selecionadas e encaminhadas para
processamento histológico.
DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA Pele (hirsuta): Três secções histológicas foram
avaliadas. Há hiperplasia irregular a pseudoepiteliomatosa da epiderme
acompanhada por área focalmente extensa deulceração, recobertas por fina crosta
serocelular. Expandindo focalmente a derme, há uma proliferação de células
fusiformes, com moderada anisocitose e anisocariose, formando curtos feixes
multidirecionais, que se entrelaçam em várias direções; estas células apresentam
citoplasma eosinofílico pouco delimitado e núcleo arredondado a oval, alguns deles
vesiculoso, com 1 a 3 nucléolos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre outras especialidades, a dermatologia e oncologia veterinária tem se


destacado e se verifica que se tem entre 20 e 70% dos atendimentos veterinários
relacionados a problemas dermatológicos (BROMERSCHENKEL; FIGUEIRÓ, 2013).
O diagnóstico é dado por meio de biópsia da pele e estudo histológico, que
revela proliferação fibroblástica da derme com hiperplasia epidérmica concomitante e
dentre as lesões que devem ser consideradas diagnóstico diferencial do sarcóide
equino estão: “[...] habronemose cutânea, tecido de granulação exuberante, infecções
fúngicas cutâneas ou profundas, carcinomas epidermóides, papilomas, fibromas e
neurofibromas.” (RADOSTITSET al., 2000 apud BROMERSCHENKEL; FIGUEIRÓ,
2013).
De acordo com os comentários do exame histopatológico, a proliferação
neoplásica neste caso tem origem mesenquimal (fibroblastos) e comportamento
biológico benigno. Embora as margens cirúrgicas estejam livres de células
neoplásicas, sarcoide equino pode se desenvolver em múltiplos locais, com diferentes
39

velocidades de crescimento em um mesmo animal. Sugere-se, portanto, avaliação


periódica do paciente.
“O sarcoide equino é uma neoplasma cutâneo comum, localmente agressivo e
foi descrito e caracterizado como uma entidade clínica por Jackson em 1936.”
(STRAFUSS et al., 1973; MARTI et al., 1993; GOODRICH et al., 1998;
KNOTTENBELT, 2005 apud BRUM, 2010). Jackson propôs o termo sarcoide para
distinguir um tumor fibroepitelial específico de outros tumores de pele. “O termo
“sarcoide” significa semelhante à carne (do grego sarx significa carne)”. Foi utilizado
com intuito de enfatizar as diferenças clínicas e patológicas que este tumor tem com
o papiloma, fibroma e fibrossarcoma, sugerindo a aparência sarcomatosa das lesões
(KNOTTENBELT, 2005 apud BRUM, 2010).
Ainda de acordo com os comentários do exame, o sarcoide equino é
considerado o tumor mais comum de pele destes animais, com uma prevalência ao
redor de 60% (ROONEY; ROBERTSON, 1996). Mais recentemente técnicas de
biologia molecular indicam que o Papillomavirus bovino tipos 1 ou 2 (BVP 1 e 2) é o
agente causador desse tumor (SCOTT; MILLER JR, 2003). No entanto, a transmissão
do BPV para o equino e a patogênese não são completamente compreendidas
(MATTIL-FRITZ et al., 2008). Uma vez que no equino, ao contrário do que ocorre em
bovinos, não são observadas partículas virais nestas neoplasias (FINLAY, 2009), é
possível que a administração de auto vacinas não seja tão eficaz como nos casos de
sua aplicação em papilomas de bovinos.
O sarcóide equino foi o mais comumente encontrado nos equinos, de acordo
com um estudo retrospectivo de neoplasias diagnosticados na Universidade Federal
de Pelotas (RAMOS, et al., 2008 apud BROMERSCHENKEL; FIGUEIRÓ, 2013). De
acordo com Valentine (2006 apud BROMERSCHENKEL; FIGUEIRÓ, 2013), que
realizaram um estudo no noroeste do Pacífico, o sarcóide representou 51,4% das
neoplasias cutâneas encontradas em equinos. BRUM (2010), após revisar protocolos
de exames histopatológicos, arquivados entre os anos de 2000 e 2010, encontrou
uma maior prevalência do sarcóide equino em raças de sela, o que pode ser explicado
pelo maior contato desses animais com bovinos de fazendas.
O sarcóide equino pode ser classificado clincamente em verrucoso, superficial,
nodular, fibroblástico, maligno ou misto, podendo acometer diversas regiões do corpo
(BROMERSCHENKEL; FIGUEIRÓ, 2013) (Quadro 2).
No caso relatado, o equino apresentava sarcoide misto e, de acordo com Brum
(2010), o sarcoide misto, provavelmente, representa um estágio de transição entre os
40

tipos verrucoso, oculto, fibroblástico e nodular. Assume, macroscopicamente, diversas


aparências, dependendo das formas clínicas que o compõe, quando traumatizado
torna-se bastante agressivo e infiltrativo, histologicamente é bem variado,
dependendo da sua composição e do local da clivagem, onde se pode observar
variadas alterações e intensidade variada, tanto da derme, quanto na epiderme
(BRUM, 2010) .

Quadro 2 - Classificações clínicas do sarcóide, aspecto clínico e local de manifestação

Fonte: Bromerschenkel; Figueiró (2013).

Para a o tratamento, é importante levar em conta alguns fatores como o valor


do animal e do tratamento, o local da lesão, tratamentos prévios e histórico da lesão,
existência de tecido de granulação ou outra neoplasia concomitante, instalações do
local e praticabilidade do tratamento a ser instituído. A remoção cirúrgica do sarcóide
tem uma alta taxa de recidiva, e essas podem levar até cinco anos para ocorrem no
local. A associação com outras técnicas tais como criocirurgia, hipertermia e
quimioterapia diminuem a frequência da recidiva (BROMERSCHENKEL; FIGUEIRÓ,
2013).
No caso relatado, foi utilizada a cirurgia, onde foi realizado a tricotomia na
região do peito pescoço base da orelha. Aproximadamente 19 tumores em diversas
áreas do corpo, entretanto, foi realizado a remoção cirúrgica de dois tumores no peito
e um na virilha lado direito pelo fato de serem maiores. Foram retirados três tumores
41

e 1 centímetro de pele (circunferência do tumor). Os pontos de escolha foram isolados


simples, fio de Nylon 2-0. No que se refere ao tratamento, se utilizou em todos os
tumores que ficaram (os pequenos que não foram feitos remoção cirúrgica): Iodo 40%
1x dia (manhã, tópico), Eufurix® 1x ao dia (tarde, tópico). Também foi usado Ripercol
L® 6 ml 48/48 horas durante período da internação. A auto-hemoterapia foi realizada
todas as segundas-feiras, durante o período de internação (retirado 20ml de sangue
da veia jugular externa e aplicado imediatamente na face dorsal ou superior. Foram
dados banhos de clorexidina com cetoconazol de 4/4 dias. Apesar de haver risco de
recidiva, a potra saiu totalmente curada da clínica.
Quando empregada sozinha, a remoção cirúrgica apresenta alta taxa de
recidiva, desta forma, sempre que possível, deve ser associada à outra terapia
assegurando a completa destruição das células neoplásicas. Como já relatado, os
tratamentos que podem ser combinados com a remoção cirúrgica são crioterapia,
quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e eletro cauterização. Entretanto, técnicas
moleculares como a auto-hemoterapia e hipertermia também estão sendo associadas
(PARMEGGIANI, 2016).

5. CONCLUSÃO

Conclui-se que o desfecho clínico do caso de sarcóide misto em equino foi


satisfatório visto ter sido realizada cirurgia associada aos tratamentos com Iodo 40%
e Eufurix®, bem como Ripercol L® 6 ml e a auto-hemoterapia.
Quando empregada sozinha, a remoção cirúrgica apresenta alta taxa de
recidiva, entretanto, técnicas moleculares como a auto-hemoterapia melhoram estas
estatísticas.
O protocolo de tratamento deve ser escolhido com critérios pelo veterinário, já
que para cada protocolo existem indicações diferentes e eficácias variáveis, que
dependem do tipo de tumor, tamanho e sua localização.
Vale ressaltar que o laudo histopatológico foi fundamental para confirmar a
suspeita de sarcóide equino e diferenciar este em sua forma morfológica fibroblástica.
Assim sendo, com estes resultados, se espera contribuir com os clínicos e
patologistas no diagnóstico desse importante condição na medicina de equídeos.
42

6. REFERÊNCIAS

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BRUM, J. S. SARCOIDE EQUINO. 2010. Universidade Federal de Santa Maria, 2010.

CREMASCO, A. de C. M.; SEQUEIRA, J. L. Sarcoide equino: aspectos clínicos,


etiológicos e anatomopatológicos. Veterinária e Zootecnia, v. 17, n. 2, p. 191–199,
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FINLAY, M. et al. The detection of Bovine Papillomavirus type 1 DNA in flies. Virus
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FLAIN PIFFERO et al. Tratamento de sarcóide equino: procedimento cirúrgico e


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MATTIL-FRITZ, S. . et al. Immunotherapy of equine sarcoid:dose escalation trial for


the use of chimeric papillomavirus-likeparticles. J Gen Virol, v. 89, p. 138–147, 2008.

PARMEGGIANI, E. B. et al. SARCOIDE FIBROBLÁSTICO EM FÊMEA EQUINA


CRIOULA. XVII Jornada de Extensão - UNIJUI, 2016.

ROONEY, J. R.; ROBERTSON, J. L. Equine Pathology. Iowa State University Press,


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SCOTT, D. W.; MILLER JR, W. H. Equine Dermatology. Saunders, p. 698–795, 2003.

TASCHETTO, P. M. et al. SARCÓIDE EQUINO: RELATO DE CASO. Anais do 10o


SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE.
Universidade Federal do Pampa, 2018.

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