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MONTES CLAROS – MG
NOVEMBRO/2022
BRUNA EVELIN FRANÇA SILVA
MONTES CLAROS – MG
NOVEMBRO/2022
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL ........................................................................................ 5
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................ 6
4. RELATO DE CASO ................................................................................................. 7
4.1 Introdução .......................................................................................................... 7
4.2 Relato de caso ................................................................................................... 8
4.3 Discussão ........................................................................................................ 12
4.4 Conclusão ........................................................................................................ 14
5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 15
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1. INTRODUÇÃO
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
4. RELATO DE CASO
Resumo. Fraturas e luxações vertebrais (FLV) toracolombares são uma das afecções
neurológicas observadas com mais frequência na neurologia veterinária. Se trata de
um quadro complicado, pois possui um elevado risco de paralisia permanente,
levando uma grande quantidade de animais à eutanásia, por ter um prognóstico
desfavorável em animais que perderam sua nocicepção.
Tem como tratamento conservativo analgésicos com neuroprotetores e imobilização
de coluna e normalmente possui indicativo cirúrgico para correção de fratura para
proporcionar alivio dor ao animal. Esse trabalho tem como intuito relatar um caso
clinico de um cão SRD de grande porte que foi atropelado, sendo acometido com
fratura de coluna na região toracolombar.
4.1 Introdução
Fraturas e luxações vertebrais (FLV) toracolombares são uma das afecções
neurológicas observadas com mais frequência na neurologia veterinária. Se trata de
um quadro complicado, pois possui um elevado risco de paralisia permanente,
levando uma grande quantidade de animais à eutanásia, por ter um prognóstico
desfavorável em animais que perderam sua nocicepção.(DEWEY 2014). Corresponde
a 7% das enfermidades neurológicas em cães (FLUEHMANN et al., 2016).
Acontecem na maior parte das vezes por acidentes automobilísticos. briga
entre animais, quedas, chutes, choques contra objetos parados e também por
neoplasias, infecções vertebrais e osteopatias nutricionais. Afeta com maior
frequência a região toracolombar da coluna vertebral (T3-L3 ) (ARÁUJO et al. 2009,
BALI et al. 2009, WEH & KRAUS 2012).
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inferiores. Foi administrado morfina para controle de dor pois a dor pois apresentava
grande desconforto, logo após administração alguns testes neurológicos foram
realizados. De início o teste de propriocepção onde o membro do animal é colocado
em posição não anatômica com intuito de que ele volte esse membro no mesmo
instante para a posição devida, nesse caso o teste teve resultado negativo, foi
realizado também os testes de reflexos espinhais onde são realizados estímulos em
locais específicos com pinçamento, percussão de ligamentos, todos os testes foram
negativos. Também foi realizado o teste de sensação de dor consciente, onde foi
utilizando a ponta dos dedos para beliscamento interdigital com intuito de avaliar a
sensação de dor superficial que também teve resultado negativo. Por último foi feito
pinçamento interdigital para avaliar a dor profunda que também teve resultado
negativo.
Durante a palpação da coluna vertebral foi notada uma grande
protuberância na região toracolombar que provavelmente seria o local fraturado.
Sendo assim a equipe medica encaminhou o animal para exame de raio-x onde a
suspeita foi confirmada, fratura vertebral entre T13 – L1 com redução de espaço
vertebral entre T11 – T12 e T12 – T13.
O tratamento indicado pela equipe foi o cirúrgico, onde a correção de fratura
seria realizada, porém não é feita na cidade de Montes Claros, apenas em Belo
Horizonte, o que tornaria o processo um pouco mais complicado por se tratar de um
cão de porte grande em uma viagem relativamente longa, fora a questão de gastos
no geral. Foi explicado para a proprietária onde a mesma demonstrou interesse em
realizar o procedimento, com isso a equipe medica iniciou uma pesquisa para avaliar
qualidade de clinicas em Belo Horizonte e que também apresentasse um bom
orçamento, para encaminhar o animal, enquanto era resolvida essa questão
juntamente com a proprietária o animal ficou internado na clínica Quality recebendo
os cuidados necessários
Como protocolo terapêutico foram utilizados: Para analgesia a morfina na
dose de 1 mg/kg, TID, para auxiliar na redução de edema foi utilizado Manitol que tem
função diurética na dose de 1g /kg QID, como corticoide foi usada a dexametasona
com intuito anti-inflamatório na dose de 0,5 mg/kg. O animal foi sondado para
realização do esvaziamento de bexiga pois não estava realizando tal tarefa sozinho,
defecava sem necessidade de estimulo e todos os dias era realizado troca da posição
para prevenção de escaras, os testes neurológicos eram sempre refeitos. No segundo
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dia de internação o animal apresentou reflexo de retirada, mas não apresentava dor
profunda, já estava mais estável e atento, se alimentou, reconheceu os donos, sem
presença de midríase e hiperextensão de membros.
No quarto foi realizada a troca da morfina para o tramadol na dose de
4mg/kg pois o animal apresentava maior conforto em relação a dor. No quinto dia o
animal foi encaminhado para a clínica veterinária MEDVET em Belo Horizonte onde
passaria por uma nova consulta para realização da cirurgia de correção na coluna,
durante a avaliação o especialista em ortopedista confirmou a fratura e lesão medular
onde foram descartadas as chances desse animal andar novamente, resultando em
um prognostico reservado a desfavorável. Foi oferecida duas opções, eutanásia tendo
em vista que se tratava de um cão de porte grande podendo afetar sua qualidade de
vida e a cirurgia de correção onde seria oferecido maior conforto de dor. Com isso a
proprietária optou pela cirurgia ciente de que o animal seria um cão especial daí em
diante. Foram solicitados novos exames pré cirúrgicos: Perfil bioquímico +
Hemograma e um novo Raio-x.
A cirurgia foi realizada no dia 15/09/2022 com anestesia inalatória, onde foi
feita uma incisão de aproximadamente 15 cm na região toracolombar, exposição da
coluna vertebral e o realimento ósseo na região onde havia fratura, logo após foi
utilizado cimento ósseo, parafusos e pinos para correção permanente do local
fraturado, somando um total de 10 parafusos e 2 pinos, localizados em aspecto dorsal
de T12, T13, L1 e L
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Figura 4: Exposiçao de fratura durante cirurgia Figura 5: Fratura já corrigica com utilização de cimento
Fonte: Próprio autor ósseo, pinos e parafusos
Fonte: Próprio autor
.
4.3 Discussão
De acordo com Mendes (2012), a principal causa de lesão por trauma à
coluna vertebral é o atropelamento, mas também acontece por conta de quedas e
brigas com outros cães. Impactos externos podem resultar em fratura, e luxação
vertebral. A medula espinhal e raízes nervosas que são ligadas à coluna, são
comprometidas na maior parte dos casos devido à compressões e contusões do
tecido neural (MENDES, 2012; SEVERO, 2011).
As fraturas podem acontecer em qualquer parte da coluna vertebral, mas é
mais comum nos corpos vertebrais, processos transversos e processos espinhosos.
São associados ao trauma vertebral e medular e são agudos, geralmente não
progressivos. Os animais sentem dor podendo também apresentar outras
enfermidades como trauma, choque, escoriações e fraturas. As alterações
neurológicas dependem da localização e da gravidade da lesão medular (NELSON;
COUTO, 2015b).
Estudos relatam que em cães de grande e médio porte o traumatismo
provavelmente se deve ao local do impacto do veículo no corpo, pois a maioria são
atingidos lateralmente. Complementam ainda que a altura média dos para-choques
da maior parte dos veículos é semelhante à altura média da coluna vertebral desses
animais. Também é comum em cães machos, jovens que não são castrados por
possuir comportamento de passeio o reprodutivo, tem tendência a sair para rua e
nesse momento sofrer o acidente.
De acordo com Olby (1999) e Weh & Kraus (2012), cães que tem suspeita
de FLV (fraturas e luxações vertebrais) precisão receber uma imobilização temporária
no transporte enquanto o tratamento adequado é decidido, essa imobilização vai
prevenir a ocorrência de traumatismos adicionais à coluna vertebral e a medula
espinal. De acordo com Weh & Kraus (2012), a lesão medular é dinâmica sendo assim
pode piorar caso a imobilização vertebral seja realizada de forma tardia.
O tempo de espera do animal desde o atropelamento ao diagnóstico de
fratura é de extrema importância pois ele precisa ser encaminhado para um
especialista em tempo hábil.
O diagnóstico deve ser iniciado pela anamnese, sinais clínicos e
neurológicos agudos, é necessário imagens da coluna vertebral e medula espinal
(ARÁUJO et al. 2009). Os sinais clínicos vão variar em dor excessiva à paralisia com
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4.4 Conclusão
5. REFERÊNCIAS
ARÁUJO B.M., ARIAS M.V.B. & TUDURY E.A. 2009. Paraplegia aguda com perda
da percepção de dor profunda em cães: revisão de literatura. Clí n. Vet. 14(81):70-
82.
FLUEHMANN G., DOHERR M.G. & JAGGY A. 2006. Canine neurological diseases
in a referral hospital population between 1989 and 2000 in Switzerland. J. Small.
Anim. Pract. 47(10):582-587
JEFFERY N.D. 2010. Vertebral fracture and luxation in small animals. Vet. Clin. N.
Am., Small. Anim. Pract. 40(5):809-828.
MCKEE W.M. 1990. Spinal trauma in dogs and cats: a review of 51 cases. Vet.
Rec. 126(6):285-289.
OLBY N. 1999. Current concepts in the management of acute spinal cord injury.
J. Vet. Intern. Med. 13(5):399-407.
ROBERTSON, J.; MEAD, A. Physical Therapy and Massage for the Dog. CRC
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<https://books.google.com.br/books?id=ANvMU4lbrH0C>.
STURGES B.K. & LECOUTEUR R.A. 2007. Fraturas e luxações vertebrais, p.1244-
1260. In: SLATTER D. (Ed.), Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 3ª ed.
Manole, São Paulo.
WEH M. & KRAUS K.H. 2012. Spinal fractures and luxations, p.487-503. In: TOBIAS
K.M. & JOHNSTON S.A. (Eds), Veterinary Surgery Small Animals. Saunders,
Elsevier