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IDENTIFICAÇÃO

Estagiário: Andreza Aires da Silva

Supervisor na Empresa:

Supervisor: Dra. Ana Luiza Guimarães Silva

Relatório: 04

TÍTULO DO TRABALHO (Provisório)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


AVALIAÇÃO DO SUPERVISOR

Nota:

Comentário:

CONTEÚDO PRODUZIDO
Andreza Aires da Silva

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Palmas-TO
2019
Andreza Aires da Silva

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório apresentado como requisito parcial


para aprovação na disciplina de Estágio
Supervisionado em medicina veterinária, do
curso de bacharel em medicina veterinária do
Centro Universitário Luterano de Palmas
(CEULP/ULBRA).

Supervisor: Profª. Drª. Ana Luiza


Guimarães

Palmas-TO
2019
RESUMO
O estágio supervisionado foi realizado em dois campos diferentes, o primeiro em
uma empresa de reprodução animal CESCAGE Genética, fundada através do
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (CESCAGE) em Ponta Grossa-
PR. Nessa empresa foi possível acompanhado procedimentos ligados a
reprodução como diagnostico de gestação, avaliação do sistema reprodutor
feminino, aspiração folicular, produção in vitro de embriões, protocolo de
sincronização e ovulação em receptoras, exame andrológico e congelamento de
sêmen, dentro outros. O segundo campo foi realizado no Hospital Veterinário
CEULP/ULBRA, acompanhado procedimentos ligados a clínica e cirurgia de
pequenos e grandes animais. Ambos os locais proporcionaram conhecimento
prático das áreas da medicina veterinária mencionadas, contribuindo para
formação profissional.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Relação de matrizes e touros da fazenda escola CESCAGE .......................... 9
Tabela 2: Relação de animais jovens (6 a 18 meses) produto de FIV da ...................... 10
Tabela 3: Relação de bezerros (0 a 6 meses) produto de FIV da fazenda .................... 10
Tabela 4: Relação de caprinos da fazenda escola CESCAGE ........................................ 10
Tabela 5: Relação de ovinos da fazenda escola CESCAGE ........................................... 11
Tabela 6: Casuística das práticas reprodutivas em fêmeas ............................................. 29
Tabela 7: Casuística das práticas reprodutivas em macho: ............................................. 29
Tabela 8: Casuística do estágio no Hospital veterinário CEULP/ULBRA....................... 30
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Hospital veterinário do centro universitário luterano de Palmas ..................... 13
Figura 2: Consultório de atendimento clínico...................................................................... 13
Figura 3: Treinamento de exame ginecológico em peças anatômicas........................... 14
Figura 4: Palpação retal para diagnóstico gestacional ...................................................... 16
Figura 5: Touros que realizou exame andrológico. (A) Maine-anjou; (B) Angus; ......... 17
Figura 6: (A) mensuração da circunferência escrotal (B) vagina artificial montada (C)
coleta .......................................................................................................................................... 18
Figura 7: Eletrojaculador ........................................................................................................ 19
Figura 8: (A) máquina seladora de paletas (B) congelador portátil ................................. 20
Figura 9: Corpo lúteo grau 1 cavitário .................................................................................. 21
Figura 10: (A) aspiração folicular (B) seleção de oócitos ................................................. 23
Figura 11: Introdução do laparoscópico .............................................................................. 24
Figura 12: Exteriorização dos cornos uterinos ................................................................... 25
Figura 13: Deposição de PBS no corno uterino ................................................................. 26
Figura 14: Inovulação do embrião ........................................................................................ 27
Figura 15: Cura do umbigo em recém-nascido .................................................................. 28
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8
2 APRESENTAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO .................................................................. 9
2.1 ESTAGIO EM REPRODUÇÃO ANIMAL...................................................................... 9
2.2 ESTÁGIO NO HOSPITAL VETERINÁRIO CEULP/ULBRA.................................... 12
3 METODOLOGIA ................................................................................................................... 14
3.1 AULA SOBRE AVALIAÇÃO DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO E
ESCOLHA DE UMA BOA RECEPTORA.......................................................................... 14
3.2 EXAME GINECOLÓGICO E ANDROLÓGICO EM BOVINOS E PEQUENOS
RUMINANTES ...................................................................................................................... 15
3.3 CONGELAMENTO DE SÊMEN DE BOVINOS ........................................................ 19
3.4 PROTOCOLO DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM TEMPO FIXO EM
BOVINOS............................................................................................................................... 20
3.5 TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM BOVINOS .................................................... 21
3.6 ASPIRAÇÃO FOLICULAR GUIADA POR ULTRASSOM ....................................... 22
3.7 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL POR LAPAROSCOPIA EM OVELHAS .................. 23
3.8 COLETA DE EMBRIÃO E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM OVELHAS .... 24
3.9 MANEJO DE RECÉM-NASCIDOS ............................................................................. 27
4 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................................... 29
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 31
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 32
8

1 INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado em medicina veterinária tem grande importância


para o desenvolvimento profissional do acadêmico, uma vez que o aluno passa
a praticar em sua determinada área de escolha o que foi visto na teoria durante
sua graduação. Possibilitando acompanhar rotinas de profissionais capacitados
e realizar trocas de experiências junto com outros acadêmicos de diferentes
instituições.
O estágio curricular obrigatório foi realizado em dois campos diferentes,
em um primeiro momento na empresa CESCAGE Genética. Fundada através do
Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (CESCAGE), em 2005, sendo o
primeiro Laboratório de Biotecnologia de Reprodução Animal do Sul do Brasil,
credenciado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA)
(CESCAGE GENÉTICA, 2019). A Empresa é localizada em Ponta Grossa, no
estado do Paraná, à direita das margens da BR 376, sentido capital, Km 503.
A empresa realiza atividades relacionadas a melhoramento genético,
como produção in vitro de embriões, produção sêmen e transferência de embrião
em bovinos e pequenos ruminantes de diferentes raças.
A segunda parte do estágio foi realizada no Hospital Veterinário do Centro
Universitário Luterano de Palmas CEULP/ULBRA, localizado em Palmas-TO. O
empreendimento foi inaugurado em maio de 2019, é o primeiro da cidade e o
único do estado do Tocantins. Realiza atendimento de animais de pequeno e
grande porte, nas áreas de: clínica médica de pequenos animais; clínica de
felinos; clínica cirúrgica de pequenos animais; anestesiologia; internação;
ortopedia; oncologia; dermatologia; radiologia; ultrassonografia; odontologia;
clínica médica de animais de produção e equinos; reprodução; clínica cirúrgica
de animais de produção e equinos, laboratório de análises clínicas
(CEULP/ULBRA, 2019).
9

2 APRESENTAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

2.1 ESTAGIO EM REPRODUÇÃO ANIMAL


O estágio supervisionado curricular foi realizado na empresa CESCAGE
genética do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (CESCAGE), localiza
em Ponta Grossa-PR, no período compreendido entre 19 de agosto a 16 de
outubro. A principal atividade da propriedade está relacionada a biotecnologias
reprodutivas, tais como produção de sêmen, inseminação artificial (IA),
aspiração folicular guiada por ultrassom (OPU), fecundação in vitro (FIV) e
transferência de embriões (TE) produzidos em seu próprio laboratório.
A propriedade possui 168 bovinos de diferentes raças e idade, exibidos
posteriormente (Tabela 1, 2 e 3). E 61 caprinos e 190 ovinos de várias raças
expostos a seguir (Tabela 4 e 5).

Tabela 1: Relação de matrizes e touros da fazenda escola CESCAGE


RAÇA MATRIZ TOUROS APTIDÃO TOTAL

BRAFORD 5 1 Carne 6

HEREFORD 2 0 Carne 2

WAGYU 5 2 Carne 7

MAINE-ANJOU 1 1 Dupla aptidão 2

BRANGUS 2 0 Carne 2

NORMANDO 1 0 Dupla aptidão 1

HORLANDES 1 0 Leite 1

JESEY 9 0 Leite 9

ANGUS 0 1 Carne 1

MESTIÇAS 36 0 - 36
(Receptoras)
TOTAL 62 5 - 67
10

Tabela 2: Relação de animais jovens (6 a 18 meses) produto de FIV da


fazenda escola CESCAGE
RAÇA FÊMEA MACHO APTIDÃO TOTAL
BRAFORD 5 6 Corte 11
HEREFORD 2 3 Corte 5
SENEPOL 7 19 Corte 26
BRANGUS 0 4 Corte 4
PURUNÃ 6 3 Corte 9
NELORE 13 7 Corte 20
HOLANDES 3 1 Leite 4
JESEY 0 2 Leite 2
GIROLANDO 3 0 Leite 3
TOTAL 39 45 - 84

Tabela 3: Relação de bezerros (0 a 6 meses) produto de FIV da fazenda


escola CESCAGE
RAÇA FÊMEA MACHO TOTAL

BRAFORD 6 3 9

BRANGUS 5 6 11

TOTAL 11 9 20

Tabela 4: Relação de caprinos da fazenda escola CESCAGE


RAÇA MATRIZES REPRODUTORES FÊMEAS (0 MACHO(0 TOTAL
a 6 meses) a 6 meses)
SAANEN 2 1 3 0 6
BOER 17 1 6 0 24
PARDA 1 0 0 0 1
ALPINA
TOGGENBURG 4 0 1 0 5
MESTIÇAS 24 0 0 1 25
TOTAL 48 2 10 1 61
11

Tabela 5: Relação de ovinos da fazenda escola CESCAGE


RAÇA MATRIZ REPRODUTORES FÊMEAS (0 MACHO(0 TOTAL
a 6 meses) a 6 meses)
DORPER 32 0 7 4 43
WHITE 6 0 6 5 17
DORPER
TEXEL 19 2 3 4 28
SANTA INÊS 0 1 0 0 1
MESTIÇAS 69 0 28 4 101
TOTAL 114 3 44 17 190

A fazenda possui uma área de 95 hectares, sendo 60 hectares destinada


a piquetes e instalações. E possui 35 hectares de forrageira do tipo Aveia
plantadas, para serem oferecidas a cocho para os animais. Além da forrageira
servida a cocho os animais consomem silagem de milho, resido de soja e sal
mineral de acordo com sua espécie.
Todos os ovinos e caprinos são alojados em galpões, a propriedade
possui 4 galpões de dimensão 24x12 metros, contendo 8 baias cada. Os animais
são separados por espécie, raça, idade e sexo. Já para os bovinos existe um
galpão de 30x15 metros com 10 divisão que abrigam as Jersey e Holandesa.
Além disso possui 16 piquetes individuais, que abrigam as doadoras e os
reprodutores, com dimensão de 100 m² cada piquete. Dispõe de 6 piquetes de
1600 m² que acomodam os animais jovens produtos de FIV e as vacas
receptoras de embriões. Os bovinos jovens são separados por raça e sexo.
Além dos procedimentos realizados com os animais da fazenda, a mesma
possui parcerias com propriedades localizadas próximo a região, atualmente
existem 16 propriedades parceiras, contendo vacas mestiças receptoras de
embrião e doadoras de ovócitos, da raça Charolês, Angus, Braford, Brangus,
Jersey, Holandesas e Girolando.
Na fazenda escola possui laboratórios específicos para realização dos
procedimentos ligados a reprodução como o Centro de Coleta e Processamento
de Sêmen (CCPS), o Centro de Produção In Vitro de Embriões (CPIVE) e o
Centro de Coleta e Processamento de Embriões, todos dispostos de
equipamentos necessários para realização das atividades. Dispõe também de
curral, com brete de contenção para realização do manejo dos animais e
farmácia com medicamentos utilizados para o manejo sanitário dos animais.
12

Atualmente a equipe de profissionais da fazenda escola é composto por


quatro veterinários de campo, Isaac Ferraz aspirador; João Pedro Baleeiro
responsável pela coleta, analise e congelamento de sêmen; Leonardo Lopes de
Proença encarregado pela transferência de embrião em bovinos e Mathias
Mendes Araújo responsável pela inseminação artificial e transferência de
embriões em caprinos e ovinos. No laboratório de fertilização in vitro existe dois
responsáveis, um biólogo Guilherme Lopes que atua na parte do laboratório em
campo e uma medica veterinária Ivy Craveiro que atua em todo processo da FIV
no laboratório.

2.2 ESTÁGIO NO HOSPITAL VETERINÁRIO CEULP/ULBRA


O Hospital Veterinário do CEULP/ULBRA (Figura 1) localiza-se na
Avenida Joaquim Teotônio Segurado, Quadra 1501 Sul, no Plano Diretor Sul de
Palmas-Tocantins, contando com uma equipe de médicos veterinários
especialistas, clínicos, residentes e estagiários graduandos em medicina
veterinária
As atividades realizadas no Hospital Veterinário tiveram início no dia 21
de outubro de 2019, acompanhado a rotina do mesmo, nas áreas de clínica e
cirurgia de pequenos e grandes animais.
O Hospital possui uma ampla estrutura, separada por setor, um de
grandes animais e outra para pequenos animais. O primeiro setor citado é
composto por baias para equinos e pequenos ruminantes, possui também curral
com tronco de contenção para realização de manejos com bovinos. Além de
salas de apoio contendo medicamentos e fichas dos animais e salas para
armazenamento de ração. Possui centro cirúrgico com área para indução
anestésica acolchoada.
Já no setor de pequenos animais o compartimento do hospital é composto
por: recepção para atendimento dos tutores; dois consultórios de atendimento
clínico (FIGURA 2); um ambulatório para atendimento de emergência; duas
salas de internação, uma de doenças infectocontagiosas e outra para demais
doenças; uma sala de diagnostico por imagens e outra para exames radiográfico;
a área de cirurgia é composta por uma sala de preparação cirúrgica, um vestiário
um masculino e um feminino, uma sala de paramentação, uma sala de técnica
operatória. Além disso em um outro compartimento possui laboratório de
necropsia e de patologia clínica divido em duas salas.
13

Figura 1: Hospital veterinário do centro universitário luterano de Palmas

Figura 2: Consultório de atendimento clínico


14

3 METODOLOGIA
Durante o estágio curricular supervisionado realizado na fazenda escola
do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (CESCAGE), foi possível
acompanhar procedimentos ligados a reprodução animal em bovinos, caprinos
e ovinos. Como, por exemplo: aulas sobre o sistema reprodutor feminino e
escolha de uma boa receptora; Exame ginecológico em bovinos; exame
andrológico; congelamento de sêmen; protocolo de sincronização de receptoras
bovinas; acompanhamento de aspiração folicular a campo; avaliação de corpo
lúteo de receptoras previamente sincronizadas e transferência de embrião;
inseminação por laparoscopia em ovelhas; coleta e transferência de embrião em
ovinos; manejo de bezerros recém-nascidos.

3.1 AULA SOBRE AVALIAÇÃO DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO E


ESCOLHA DE UMA BOA RECEPTORA
Em primeiro momento foi realizado treinamento de exame ginecológico
em peças anatômicas do sistema reprodutor feminino de bovinos, visualizando
e avaliando todas divisão do útero, cérvix, corpo e cornos uterinos, bem como o
oviduto e ovários nas peças. Observando através da palpação nos ovários as
estruturas presentes, folículos e corpo lúteo, analisando assim se o animal
estava ciclando ou em anestro (FIGURA 3).

Figura 3: Treinamento de exame ginecológico em peças anatômicas


15

Posteriormente foi ministrado uma aula sobre escolha de uma boa


receptoras para transferência de embrião, apresentado pelos médicos
veterinários Isaac Ferraz e João Pedro Baleeiro. Abordando algumas
características necessárias de uma receptora, como por exemplo status
sanitário, a mesma deve está em plena saúde, sem doenças infecciosas,
patologias locomotoras entre outros. O estado nutricional é uma das
características mais importantes, é recomendado que as fêmeas estejam com
escore entre 2,5 a 3,5 e serem bem suplementadas com sal mineral de
qualidade.
Além disso a receptora deve apresentar boa habilidade materna e
produção de leite, características irão proporcionar um bom desenvolvimento do
bezerro. Importante ressaltar também a observação do comportamento animal,
se a fêmea é estressada, uma vez que isso interfere na resposta ao protocolo de
indução a ovulação e o desenvolvimento do corpo lúteo, devido a produção de
cortisol.

3.2 EXAME GINECOLÓGICO E ANDROLÓGICO EM BOVINOS E


PEQUENOS RUMINANTES
Durante o estágio foi possível acompanhar alguns exames ginecológico
em vacas receptoras de embrião, tanto através da palpação retal e do ultrassom.
Observando se as mesmas estavam gestantes ou vazias e também avaliação
de resposta a protocolos de ovulação e sincronização de receptoras, ou seja, se
a receptora possuía corpo lúteo viável para transferência de embrião.
Realizou-se diagnostico de gestação por ultrassom em 19 cabras da raça
Boer. O exame foi realizo com introdução da pobre do ultrassom acoplada com
cano PVC para facilitar a movimentação da mesma dentro do reto do animal. As
fêmeas que demostrou dificuldade na observação das estruturas, foram
suspensas com as mãos na parte pélvica, aproximando os órgãos da cavidade,
para facilitar a visualização. Das 19 fêmeas avaliadas, 4 estavam prenhas.
Durante o estágio foram efetuadas 30 palpações retais para diagnostico
gestacional das fêmeas, bem como avaliação da condição ovariana das vacas
que se encontram vazias (FIGURA 4). Já a avaliação ovariana e diagnostico
gestacional com auxílio do ultrassom foram executadas em 140 fêmeas.
16

Figura 4: Palpação retal para diagnóstico gestacional

Exames andrológicos foram realizados em touros criados na fazenda,


sendo 2 Wagyu, 1 Braford, 1 Maine-anjou e 1 Angus (FIGURA 5). Os respectivos
touros são esgotados em intervalos de dois em dois dias e avaliados
semanalmente.
Para este procedimento realizou-se a contenção dos animais no brete,
para a limpeza do prepúcio e pênis com solução fisiológica, em seguida o touro
é estimulado a urinar realizando movimentos circularem dentro do prepúcio.
Posteriormente mensurou-se a circunferência escrotal dos touros (FIGURA 6 A),
e montagem da vagina artificial com mucosa interna de látex, aclopado com um
tubo de falcon, com água aquecida a temperatura entre 38ºC colocada dentro da
vagina artificial para mimetizar a temperatura da vagina do animal (FIGURA 6
B).
Após isto, utilizando uma fêmea como manequim, para estimular o salto
do touro, é então realizado a coleta do sêmen, através do desvio do pênis para
dentro da vagina artificial (FIGURA 6 C). Finalmente avalia-se coloração, volume,
turbilhonamento, motilidade, vigor, concentração e defeitos maiores e menores,
17

com o supervisionamento do médico veterinário João Pedro responsável técnico


por está área.

Figura 5: Touros que realizou exame andrológico. (A) Maine-anjou; (B) Angus;
(C) Wagyu; (D) Braford.
18

Figura 6: (A) mensuração da circunferência escrotal (B) vagina artificial montada (C) coleta
de sêmen com a vagina (D) sêmen coletado

Foram realizados também exame andrológico em 20 touros da raça


Brangus, criados em uma propriedade a 50 km da cidade Reserva no estado do
Paraná. Dos 20 animais examinados, 12 foram coletados através massagem
transretal e 8 através do eletroejaculador (FIGURA 7).
19

Figura 7: Eletrojaculador para realização do exame andrológico

3.3 CONGELAMENTO DE SÊMEN DE BOVINOS


Foi realizado congelamento de sêmen de dois touros da fazenda escola,
um da raça Wagyu e outro Braford. Para isto realizou o mesmo procedimento
citado anteriormente na avaliação de sêmen, lavagem, estimulação para urinar
e secagem do prepúcio, coleta e avaliação da qualidade do sêmen.
Após a avaliação do sêmen, observando que o mesmo está em condições
adequadas, com tubilhonamento e vigor acima de 4 e motilidade acima de 85%
é então realizado a criopreservaçã. Inicialmente é feito a diluição utilizando o
diluente de nome comercial Botubov®, meio com ação protetora contrachoque
térmico e para a proteção da integridade dos espermatozoides durante o
processo de congelamento. A diluição inicial é de 1ml de sêmen para 1ml de
diluente, sendo avaliado e diluído até chegar a uma concentração de
aproximadamente 30 milhões por palheta. Após a diluição é realizado o
processo de envase do sêmen em palhetas de 0,5 ml ou 0,25 ml, onde em
seguida são seladas através da máquina seladora de palhetas (Figura 8 A).
20

Após isso, inicia o processo de criopreservação, utilizando um congelador


portátil de sêmen da fabricante NEOVET, modelo CRYOGEN HSE Portátil
(Figura 8 B). Selecionando o processo de congelamento lento, onde inicia em
temperatura ambiente (35 a 37ºC) entrando em uma curva de congelamento
positivo até chegar a 5ºC durante aproximadamente 4 horas até estabilizar, após
isso inicia uma curva de congelação negativa que vai caindo de 5°C cai para -
15ºC em 15 minutos, e estabiliza durante 20 minutos, seguida de uma segunda
curva negativa partindo de -15ºC caindo até -100ºC em 5 minutos. Após chegar
a temperatura de -100ºC, as palhetas são mergulhadas rapidamente em
nitrogênio líquido, em seguida são armazenados em um botijão de sêmen sendo
mantida a uma temperatura de -196ºC, finalizando assim o congelamento do
sêmen.

Figura 8: (A) máquina seladora de paletas (B) congelador portátil

3.4 PROTOCOLO DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM TEMPO FIXO EM


BOVINOS
Durante o estágio obrigatório foram realizados dois protocolos de
transferência de embrião em tempo fixo, ou seja, aplicação de indutores de
sincronização e ovulação em receptoras de embrião. Foram feitos em vacas
mestiças do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), fazenda modelo que criou
21

a raça Purunã, de origem do estado do Paraná, desenvolvida pelo governo do


Estado.
Foram trabalhados 2 lotes de animais, o primeiro lote contendo 70
receptoras e o segundo 45 receptoras, utilizou-se o protocolo de sincronização
a seguir:
D0: implante de progesterona (1mg) + 2ml Benzoato de estradiol
D9: retirada do implante + 1,5 de eCG + 2,5ml de prostaglandina + 0,3
cipionato de estradiol (ECP)
D17: avaliação do corpo lúteo (CL)
D18: transferência de embrião
No D17 realizou-se a avaliação dos ovários das fêmeas com auxílio do
ultrassom, visualizando se ocorreu resposta ao protocolo, bem como o grau do
corpo lúteo (grau1, 2 ou 3) e em qual ovário está presente o CL (esquerdo ou
direito) (FIGURA 9). Apenas fêmeas com CL de grau 1 ou 2 são destinadas a
receber o embrião no D18.

Figura 9: Corpo lúteo grau 1 cavitário

3.5 TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM BOVINOS


Para a realização da transferência de embrião, realizou-se a contenção
dos animais, com auxílio do brete de contenção da própria propriedade,
posteriormente foi feito anestesia epidural aplicando-se 4 ml de lidocaína a 2%
22

no espaço sacrococcígeo. Simultaneamente a montagem do aplicador contendo


a paleta juntamente com o embrião era efetuada, revestindo o aplicador com a
camisinha, para evitar contaminação no trato reprodutivo da fêmea. Portanto a
camisinha era rompida pouco antes de atravessar os anéis da cévix. Após
ultrapar os anéis cervicais o aplicador era levado a porção cranial do corno que
se encontrava o corpo lúteo, depositando assim o embrião.
Após 22 dias da inovulação, é efetivado o diagnóstico de gestação das
receptoras, estando o embrião com 30 dias.

3.6 ASPIRAÇÃO FOLICULAR GUIADA POR ULTRASSOM


As aspirações foliculares guiadas por ultrassom, acompanhadas ao longo
do estágio foram realizadas em fazendas parceiras do CESCAGE. Até o
presente momento foi acompanhada 5 aspirações folicular guiada por ultrassom
em vacas da raça Charolês, Holandês, Braford e Brangus . Neste procedimento
os estagiários realizaram o controle da identificação das fêmeas e antissepsia
com álcool 70% no local da anestesia epidural no espaço sacrococcígeo
aplicando-se 4 ml de lidocaína a 2%.
Posteriormente o aspirador realizou o procedimento aspirando os
folículos visualizado pelo ultrassom intravaginal. Em seguida os oocistos
aspirados foram levados para o laboratório de campo onde foram selecionados
aqueles que apresentavam mais de uma camada de cumulus. Após a seleção
os mesmos são colocados em microtubos de tampa rosqueável com meio de
maturação, posteriormente realizou-se a gaseificação com CO2 e O2 por 15
segundo. Por fim os tubos são armazenados na caixa transportadora mantidos
a temperatura de 37,5ºC, até chegar ao laboratório (FIGURA 10).
23

Figura 10: (A) aspiração folicular (B) seleção de oócitos

3.7 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL POR LAPAROSCOPIA EM OVELHAS


As inseminações artificiais por laparoscopia foram realizadas em uma
propriedade localizada a 8km de Castro-PR. Fazenda criadora de ovinos da raça
Texel, produzindo animais para reprodução, matrizes e reprodutores, além de
animais voltados para o abate. Realizou-se a IA em 5 fêmeas solteiras e
pluríparas, de escore corporal entre 3 e 4. Para isto foi feito um protocolo de
sincronização e ovulação nas fêmeas executado pelos colaboradores da
fazenda. O protocolo é exposto a segui:
D0: implante de progesterona
D8: retirada do implante + aplicação de PGF2+ eCG
D10: Inseminação artificial

No dia 10 foi então realizado a inseminação das matrizes, as fêmeas


previamente em jejum hídrico e alimentar. Primeiramente as fêmeas foram
sedadas com xilazina a 2% diluída em solução fisiológica 1:3ml. Aplicando assim
por via intramuscular 1ml da diluição. Em seguida foi feito a contenção do animal
em decúbito dorsal em uma marca especifica para o procedimento,
posteriormente realizando-se tricotomia na região abdominal e antissepsia com
clorexidina e álcool 70%. Depois a marca foi suspensa em um ângulo de 45º
deixando a cabeça do animal voltada para baixo.
24

Após isto, o inseminador fez duas incisões de pele de 1 centímetro na


região abdominal próximo ao úbere, a 5 centímetros da linha media lateralmente,
uma do lado esquerdo e a outra no direito, para facilitar a inclusão de um trocater
por onde introduz a lente do laparoscópico (FIGURA 11), visualizando assim a
localização do mesmo na cavidade. O laparoscópico foi introduzido no lado
esquerdo da fêmea e imediatamente colocou-se dióxido de carbono (CO2) para
distender a cavidade abdominal facilitando assim a visualização e manipulação
dos cornos na cavidade. Posteriormente foi colocado o trocater ao lado direito
para inserção do aplicador contendo a dose inseminante acoplado a uma
pequena agulha que facilita a introdução no corno. Foi depositado 3ml de sêmen
em cada corno, na parte medial do corno uterino.
O sêmen utilizado era congelado e o mesmo foi descongelado a banho
maria em 37ºC, e avaliado antes da inseminação.

Figura 11: Introdução do laparoscópico

3.8 COLETA DE EMBRIÃO E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM OVELHAS


A coleta de embrião em ovinos foi realizada na mesma propriedade citada
anteriormente. Foram protocoladas para superovulação duas matrizes de valor
genético superior. O protocolo foi executado pelos colaboradores da fazenda.
25

No dia 10 foi realizado a inseminação dos animais por laparoscopia, da


mesma maneira que foi descrito anteriormente. No entanto as fêmeas foram
inseminadas em dois horários, as 11horas e as 14horas.
Durante o intervalo entre a inseminação e a coleta, no quarto dia após a
inseminação umas das fêmeas veio a óbito, não se sabe o motivo, foi realizado
a necropsia, porém não mostrou alterações evidentes.
No 7ª dia após a inseminação realizou-se a coleta dos embriões na ovelha
superovulada. Em um primeiro momento fez-se contenção do animal na marca,
ampla tricotomia da região abdominal e antissepsia com clorexidina e álcool
70%. Posteriormente realizou-se anestesia inalatória do animal com isoflurano,
estando o animal previamente em jejum hídrico e alimentar por 24horas. Após o
animal anestesiado realizou-se uma incisão de 6 cm na linha alba anterior ao
úbere, adentrando na cavidade abdominal, localizando os cornos uterinos
realizando a exteriorização dos mesmos com auxílio de uma pinça atraumática
(FIGURA 12).

Figura 12: Exteriorização dos cornos uterinos


26

Em seguida, visualizando o corpo uterino, próximo a bifurcação dos


cornos é injetado 30 ml de PBS com auxílio de um cateter e uma seringa de 20ml
(FIGURA 13). Depois introduziu uma sonda de Foley de duas vias através do
orifício feito pelo cateter e em seguida massageou os cornos estimulando a saída
do liquido injetado com os possíveis embriões. A solução foi recolhida em um
tubo de Falcon e levada para o laboratorista realizar o rastreamento dos
embriões.

Figura 13: Deposição de PBS no corno uterino

Por fim, a fêmea foi fechada, a camada muscular com fio de poliglactina
em ponto de reverdin. E pele com ponto wolff (sutura em U). Após a sutura foi
administrado 1ml de flunixin (antiinflamatório) e 10 ml de oxitretaciclina
(antibiótico) e 1ml de prostaglandina Ciosin®.
Foi possível a obtenção de 7 embriões viáveis em seu estágio de mórula.
Os mesmos foram envasados em um meio manutenção chamado de Holding
com auxílio de uma seringa de 1ml acoplada em uma pequena sonda.
As receptoras foram previamente sincronizadas com o mesmo protocolo
utilizado para inseminação artificial, sendo esperado que as fêmeas estejam com
7 dias de corpo lúteo no dia da inovulação. Foi realizado jejum hídrico e alimentar
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por 24 horas em todas as receptoras. Primeiramente as fêmeas foram sedadas


com xilazina a 2% diluída com solução fisiológica 1:3ml, aplicando assim 1ml da
diluição por via intramuscular. As receptoras foram contidas na marca e realizado
a tricotomia e antissepsia das mesmas. Posteriormente realizou-se uma incisão
de 4cm a 2cm da linha alba, introduziu-se o laparoscópico para visualização do
corno uterina que possui o corpo lúteo viável. Desta forma exteriorizou o corno
que possui o CL, realizou-se uma pequena incisão na parte medial do corno,
facilitando assim a introdução da sonda e inovulação do embrião apertando o
embolo da seringa (FIGURA 14). Por fim o realizou a sutura com fio de
poliglactina com pontos simples separado e aplicação de cloridrato de
oxitetraciclina.

Figura 14: Inovulação do embrião

3.9 MANEJO DE RECÉM-NASCIDOS


Receptoras mestiças com prenhes avançadas eram mantidas em um
piquete maternidade. Todos os dias acompanhava-se a evolução da gestação
dessas fêmeas e posteriormente o desencadeamento do parto, caso
necessitasse de assistência a mesma era realizada. Durante as parições apenas
duas fêmeas precisaram de intervenção, realizando tração do feto com as mãos.
Após o nascimento realizava-se a cura do umbigo durante 5 dias com iodo a
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10% em todos os bezerros e aplicação de 5ml por via intramuscular de pró


bezerro (Benzilpenicilina Benzatina + ivermectina).

Figura 15: Cura do umbigo em recém-nascido

No estágio no hospital veterinário do CEULP/ULBRA, as atividades


realizadas durante o período de estagio foi relacionado a casuística do local.
Passando pelas áreas de internação, clinica, anestesiologia e cirurgia.
Realizou-se procedimentos como exame físico do paciente, anamnese,
preparação do paciente para cirurgia, avaliação dos parâmetros fisiológicos
submetidos a anestesia, administração de medicamentos e acompanhamento
de cirurgias de pequeno e grande porte.
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4 DESENVOLVIMENTO

As casuísticas das práticas realizadas no estágio supervisionado na


empresa CESCAGE genética e no Hospital Veterinário Ceulp/Ulbra estão
expostas nas tabelas a seguir:

Tabela 6: Casuística das práticas reprodutivas em fêmeas


Casuística nº
ATIVIDADES animais Porcentagens
Palpação retal em bovinos 30 6,8%
Exame ginecológico em
bovinos por US 140 32%
Diag. de gestação por US em
caprinos 19 4,3%
Aspiração folicular em
bovinos 58 13%
Protocolo de transferência
de embrião em tempo fixo 115 26%
Transferência de embrião em
bovinos 64 14%
Inseminação artificial em
ovinos 5 1%
Coleta de embrião em ovinos 1 0,2%
Transferência de embrião em
ovinos 7 1,6%
Auxilio em partos distócico
em ovinos 1 0,2%
TOTAL 440 100%

Tabela 7: Casuística das práticas reprodutivas em macho:


Porcentagem
ATIVIDADES Casuística nº animais (%)
Coleta de sêmen de bovinos
por vagina artificial 11 35,4%
Coleta de sêmen de bovinos
por eletroejaculador 13 42%
Congelamento de sêmen em
bovinos 2 6,4%
Coleta de sêmen em caprinos
com vagina artificial 2 6,4%
Coleta de sêmen em ovinos
com vagina artificial 3 9,8%
TOTAL 31 100%
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Tabela 8: Casuística do estágio no Hospital veterinário CEULP/


ULBRA
Casuística nº Porcentagem
ATIVIDADES animais (%)
Consulta 9 27%
Cirurgia 7 20%
Internação 10 29%
Retorno 3 9%
Ultrassom 4 12%
Emergência 0 0%
Raio x 1 3%
TOTAL 34 100%
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização do estágio na empresa CESCAGE Genética possibilitou


acompanhar a rotina dos médicos veterinários e observar na pratica as
realizações de algumas biotecnias reprodutivas, possibilitando adquirir
conhecimento e aprimorar algumas habilidades profissionais.
Já no Hospital Veterinário do CEULP/ULBRA foi possível acompanhar as
casuísticas do hospital, acompanhando e realizando procedimentos ligados a
clínica, cirurgia, diagnostico por imagens e entre outros, proporcionado adquirir
conhecimentos nas áreas de grandes e pequenos animais.
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REFERÊNCIAS

CEULP/ULBRA, Centro Universitário Luterano de Palmas. Hospital


Veterinário do Ceulp/Ulbra inicia atendimentos 24h. 2019. Disponível em:
<http://ulbra-to.br/noticia/2019/08/07/Hospital-Veterinario-do-CeulpUlbra-inicia-
atendimentos-24h>. Acesso em: 10 nov. 2019.

CESCAGE GENÉTICA. Centro de biotecnologia e reprodução animal. 2019.


Disponível em: <http://cescagegenetica.com.br/home/>. Acesso em: 15 set.
2019.

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