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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

GABRIEL DE MOURA E COSTA

ACIDOSE RUMINAL E PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO


FIXO (I.A.T.F) EM BOVINOS

CURITIBA
2015
GABRIEL DE MOURA E COSTA

ACIDOSE RUMINAL E PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO


FIXO (I.A.T.F) EM BOVINOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de
Ciências Biológicas e da Saúde da Universisade
Tuiuti do Paraná, com requisito parcial para
obtenção do Grau de Médico Veterinário
Orientador: Prof: Dr. Welington Hartmann
Orientador Profissional: Guilherme França

CURITIBA
2015
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitoria Acadêmica
Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação
Sr. Afonso Celso Rangel Santos
Diretor de Graduação
Prof. Dr. João Henrique Faryniuk
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Dr. Welington Hartmann

CAMPUS: PROF. SYDNEI LIMA SANTOS


Rua: Sydnei A. Rangel Santos, 238 – Santo Inácio
CEP: 82010-330 – Curitiba – Paraná
Fone: (41) 3331-7700
TERMO DE APROVAÇÃO
GABRIEL DE MOURA E COSTA

ACIDOSE RUMINAL E PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO


FIXO (I.A.T.F) EM BOVINOS

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do titulo de
Médico Veterinário por banca examinadora do curso de Medicina Veterinária da
Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 25 de novembro de 2015

________________________________________________________________

BANCA AVALIADORA

Presidente Prof. Dr. Welington Hartmann

Prof. Dr. Odilei Rogerio Prado

Prof. M. Sc. João Filipi Scheffer Pereira


APRESENTAÇÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C) é apresentado ao curso de
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade
Tuiuti do Paraná, constituído de um Relatório de Estágio descrevendo as atividades
realizadas, sendo elas: clínica médica, manejo produtivo, reprodutivo, nutricional e
sanitário de bovinos leiteiros, acompanhadas no período de 24/08/2015 a 04/11/2015
sob a supervisão do médico veterinário Guilherme França no município de São José
dos Pinhais – PR e revisão da literatura sobre Inseminação Artificial em Tempo Fixo. O
estágio curricular foi realizado na Fazenda Experimental Pé da Serra que está
localizada no município de São José dos Pinhais – PR, executando um total de 400
horas.
AGRADECIMENTO
Primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por derramar suas bênçãos sobre mim,
sempre estando presente em todos os momentos, me dando força pra alcançar todos
meus objetivos.
Aos meus pais, que são meu alicerce, pessoas que com suas lições me
ensinaram bons valores e sempre se doaram por mim a vida toda, com quem eu
sempre compartilhei minhas dificuldades e preocupações. Ao meu pai Dalton Luiz de
Moura e Costa que me ensinou a ter caráter e me mostrou que toda conquista tem um
preço. A minha mãe Marely de Fátima Alves Cordeiro de Moura e Costa mulher
guerreira e batalhadora que com seu amor e conselhos me fez uma pessoa otimista,
sem medo dos desafios, me incentivando correr atrás dos meus sonhos me
proporcionando uma ótima educação.
Agradeço aos meus irmãos que sempre estiveram comigo a vida toda, me
apoiando em todas as minhas conquistas.
A todos aos professores do Curso de Medicina Veterinária - UTP que fizeram
parte da minha formação acadêmica, o reconhecimento pela dedicação ao ensino de
cada um, contribuindo para a formação de todos os estudantes.
Agradeço ao professor e coordenador do Curso de Medicina Veterinária – UTP
Welington Hartmann por me orientar nesta etapa importante da minha formação,
dedicando seu tempo a me passar seus conhecimentos e me ajudar a concluir o curso.
Agradeço também pelos cinco anos que tive o prazer de conviver com ele durante a
graduação, pela paciência, dedicação, amizade, por cada palavra de sabedoria por ele
dita, e seus conselhos.
Ao meu orientador profissional Médico Veterinário Guilherme França pelo
conhecimento adquirido e pela amizade, tornando este período de aprendizado muito
satisfatório. Agradeço a Médica Veterinária Emilie Cirino por fazer parte do meu estágio
curricular, por todas as palavras de sabedoria ditas, passando seu conhecimento e
elevando minhas habilidades práticas. Agradeço ao Marcelo gerente administrativo da
Fazenda Experimental Pé da Serra por me receber muito bem me dando suporte para
exercer a minha função.
Agradeço aos meus colegas de curso Rodrigo Tanck, Matheus Guerreiro, Caio
Cézar e Jorge Ribas, pela convivência, amizade e todas as conquistas que alcançamos
nesses cinco anos. Não poderia esquecer os meus amigos Felipe Bitencourt e Igor
Araújo, que sempre estiveram comigo me apoiando e incentivando a concluir o curso,
muito obrigado a todos.
Agradeço aos funcionários da Fazenda Experimental Pé da Serra, onde realizei
meu estágio obrigatório por todo auxilio neste período.
Agradeço familiares, amigos, funcionários de locais onde fiz estágio, e todas as
pessoas que de alguma forma contribuíram para o meu aprendizado e formação nesses
cinco anos, meu muito obrigado.
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de explanar a execução dos manejos produtivos,
reprodutivos e sanitários da pecuária leiteira. No contexto da Medicina Veterinária
aplicada aos animais manejo significa conduzir, proporcionar condições adequadas,
para melhor atender as necessidades de seu organismo, pelo provimento de bem estar,
nutrição adequada e sanidade, de forma que esse conjunto de práticas otimize a
produção e a eficiência reprodutiva. Contribuindo com as atividades do manejo
reprodutivo consta no corpo do trabalho uma revisão sobre inseminação artificial em
tempo fixo (I.A.T.F.), biotecnologia realizada com objetivo de sincronização da ovulação
através de manipulação hormonal, viabilizando a eficácia dos procedimentos de
inseminação artificial. No que se refere às observações do manejo nutricional, foi
possível identificar um grupo de vacas em produção que apresentavam diferentes
porcentagens em relação gordura-proteína no leite.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Atividades realizadas no estágio curricular ..................................................... 52

Tabela 2 - Relação gordura-proteína do leite dos animais da Fazenda Pé da Serra ....... 53


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Baia individual ……………………………………………………………... 18

Figura 2 - Baia coletiva ........................................................................................ 18

Figura 3 - Cocho coletivo …………………………………………………………….. 20

Figura 4 - Ordenha tipo espinha de peixe 2 x 5 ................................................... 21

Figura 5 - Muco cristalino do estro ………………………………………………… 32

Figura 6 - Representação esquemática das variações, na concentração


dos principais hormônios que regulam o ciclo estral em bovinos ....... 33

Figura 7 - Dispositivo intravaginal de liberação lenta de progesterona ............... 38

Figura 8 - Escore de condição corporal ............................................................... 40

Figura 9 - Influência do escore de condição corporal sobre a taxa de prenhez .. 41

Figura 10 - Representação esquemática do protocolo Ovsynch ........................... 46

Figura 11 - Representação esquemática do protocolo Cosynch ........................... 47

Figura 12 - Representação esquemática do protocolo hCG-synch ....................... 48

Figura 13 - Inseminação artificial ........................................................................... 49

Figura 14 - Valores médios do pH e do escore de motilidade de protozoários na 56


acidose lática experimental .......................................................................

Figura 15 - Temperatura corporal e frequência cardíaca referentes aos sinais 57


clínicos na acidose metabólica ............................................................
LISTA DE ABREVIATURAS
Α Alfa
Β Beta
GnRH Hormônio Liberador de Gonadotrofina
FSH Hormônio Folículo Estimulante
LH Hormônio Luteinizante
PGF2 α Prostaglandina F2 α
Ecg Gonadotrofina Coriônica Equina
Hcg Gonadotrofina Coriônica Humana
P4 Progesterona
E2 Estrógeno
BE Benzoato de Estradiol
VE Valerato de Estradiol
CE Cipionato de Estradiol
CL Corpo Lúteo
SNC Sistema Nervoso Central
ECC Escore de Condição Corporal
IBR Rinotraqueite Infecciosa Bovina
BVD Diarréia Viral Bovina
IA Inseminação Artificial
IATF Inseminação Artificial em Tempo Fixo
IP Intervalo de Partos
CMT California Mastit Test
TRAM Teste de Redução do Azul de Metileno
PR Paraná
Kg Quilograma
L Litro
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ................................................... 16
3. MANEJO PRODUTIVO DE VACAS LEITEIRAS DA FAZENDA PÉ DA
SERRA ....................................................................................................... 17
3.1 MANEJO DE BEZERRAS E NOVILHAS .................................................... 17
3.2 MANEJO DE VACAS SECAS – PERÍODO DE TRANSIÇÃO .................... 19
3.3 MANEJO DE VACAS EM ORDENHA ........................................................ 20
3.3.1 Manejo da ordenha .................................................................................... 21
3.4 MANEJO SANITÁRIO ................................................................................ 22
4. MANEJO REPRODUTIVO DA FAZENDA PÉ DA SERRA ...................... 23
5. REVISÃO DE LITERATURA: INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO
FIXO (I.A.T.F) ............................................................................................. 24
5.1 HORMÔNIOS RELACIONADOS À REPRODUÇÃO DA FÊMEA .............. 24
5.1.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) .......................................... 24
5.1.2 Hormônios hipofisários gonadotróficos ...................................................... 24
5.1.2.1 FSH e LH .................................................................................................... 24
5.1.2.2 Prolactina .................................................................................................... 25
5.1.2.3 Ocitocina ..................................................................................................... 25
5.1.3 Hormônios placentários .............................................................................. 26
5.1.3.1 Gonadotrofina coriônica equina (eCG) ....................................................... 26
5.1.3.2 Gonadotrofina coriônica humana (hCG) .................................................... 26
5.1.3.3 Lactogênio placentário ............................................................................... 27
5.1.3.4 Proteína b ................................................................................................... 27
5.1.3.5 Prostaglandina ........................................................................................... 27
5.1.4 Hormônios esteróides gonadais ................................................................. 28
5.1.4.1 Estrógenos (E2) .......................................................................................... 28
5.1.4.2 Progestágenos ........................................................................................... 29
5.1.4.3 Relaxina .................................................................................................. 29
5.1.4.4 Inibina ...................................................................................................... 30
5.1.4.5 Ativina ...................................................................................................... 30
5.2 CICLO ESTRAL ...................................................................................... 30
5.2.1 Duração do ciclo estral ........................................................................... 31
5.2.2 Fases do ciclo estral ............................................................................... 31
5.3 FOLICULOGÊNESE ............................................................................... 33
5.3.1 Folículo primordial ou primário ................................................................ 34
5.3.2 Folículo secundário .................................................................................. 34
5.3.3 Folículo terciário ....................................................................................... 34
5.3.4 Fluido folicular (antral) .............................................................................. 35
5.3.5 Atresia folicular ......................................................................................... 35
5.3.6 Corpo lúteo ............................................................................................... 35
5.4 CONTROLE DO CICLO ESTRAL ............................................................ 36
5.4.1 Indução artificial da luteólise .................................................................... 37
5.4.2 Simulação da função do corpo lúteo usando progesterona ..................... 37
5.4.2.1 Implantes ou dispositivos liberadores de progesterona ........................... 37
5.5 MANEJO REPRODUTIVO ....................................................................... 39
5.6 ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL (ECC) ........................................ 39
5.6.1 Escore corporal 1 (vaca muito magra) ...................................................... 39
5.6.2 Escore corporal 2 (vaca magra) ............................................................... 39
5.6.3 Escore corporal 2,5 a 3 (regular) .............................................................. 40
5.6.4 Escore corporal 3,5 a 4 (bom) .................................................................. 40
5.6.5 Escore corporal 4,5 a 5 (muito gorda) ...................................................... 40
5.7 FATORES QUE AFETAM PERÍODO PÓS-PARTO ACÍCLICO ............... 41
5.8 CONTROLE SANITÁRIO ......................................................................... 42
5.9 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (I.A) ............................................................ 42
5.10 DETECÇÃO E RECONHECIMENTO DO CIO ......................................... 43
5.11 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F) ........................ 43
5.11.1 Triagem de fêmeas bovinas visando inclusão em programa de IATF ..... 44
5.11.2 Vantagens da inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F) ................... 45
5.11.3 Protocolos hormonais .............................................................................. 45
5.11.4 Protocolos de sincronização ................................................................... 45
5.11.4.1 Protocolo Ovsynch ................................................................................... 45
5.11.4.2 Protocolo Cosynch .................................................................................... 47
5.11.4.3 Potocolo hCG-synch ................................................................................. 48
6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO ..................................... 49
7. ACOMPANHAMENTO DOS ANIMAIS EM PRODUÇÃO COM
PORCENTAGEM DE GORDURA MENOR QUE A PORCENTAGEM DE
PROTEÍNA NO LEITE ............................................................................... 53
7.1 REVISÃO DE LITERATURA: ACIDOSE RUMINAL .................................. 54
7.1.1 Manifestações clínicas e avaliação do pH ................................................. 55
7.1.2 Prevenção e tratamento ............................................................................. 58
8. CONCLUSÃO ............................................................................................ 60
REFÊRENCIAS .......................................................................................................... 61
1. INTRODUÇÃO

A pecuária de leite no Brasil vem ganhando destaque no cenário internacional,


devido ao aumento gradativo na produção leiteira. Esse reconhecimento é resultado do
desempenho das tarefas realizadas diretamente ao animal, tais como escolha da região
onde será desenvolvida a atividade de pecuária leiteira, oferta de pastagens e
subprodutos utilizados na alimentação dos animais, bem estar animal, mão de obra
capacitada, manejo sanitário adequado em todas as etapas da produção e utilização de
biotecnologias para melhor seleção genética, refinando os rebanhos e elevando o
potencial de produção dos animais proporcionando maior retorno econômico para os
produtores.
A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (I.A.T.F) tem sido uma biotecnologia
utilizada com maior frequência nos bovinos de corte, porém atualmente vem
despertando interesse também no segmento leiteiro, buscando otimizar a eficiência
reprodutiva do rebanho, diminuir intervalos entre partos, aumentar os animais em
lactação, manter uma produção de leite constante durante todos os períodos do ano,
aumentar a produção de bezerros diminuindo custos e proporcionando maior retorno
econômico à atividade.

15
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

O estágio foi realizado na Fazenda Experimental Pé da Serra localizada no


município de São José dos Pinhais – PR.
Possui uma área total de 54 alqueires sendo 18 deles utilizados para agricultura
e pastagens. As terras agricultáveis são utilizadas para a cultura de milho com a
finalidade de produzir silagem para o rebanho bovino.
O objetivo da Fazenda é atender a finalidade educacional, inserindo os alunos da
Universidade Tuiuti do Paraná a atividades e aulas práticas do curso de Medicina
Veterinária ministradas pelos professores da instituição. A propriedade possui varias
espécies de animais, entre elas ovinos das raças Texel, Suffolk e Dorper, caprinos das
raças Boer e Saanen, equinos da raça Mangalarga, Crioulo e Puro Sangue Inglês.
Recentemente foram adquiridos bovinos de corte da raça Hereford, no entanto o
rebanho leiteiro é o mais expressivo, com 30 vacas em lactação. O plantel de suínos é
composto por 10 matrizes da raça Dalland e demais categorias.

16
3. MANEJO PRODUTIVO DE VACAS LEITEIRAS DA FAZENDA PÉ DA SERRA

3.1 MANEJO DE BEZERRAS E NOVILHAS


Após o nascimento a bezerra é exposta à vida extrauterina e precisa se adaptar
as mudanças fisiológicas. Nos primeiros momentos de vida deve-se estar atento quanto
à remoção das membranas fetais e desobstrução de vias aéreas, retirando muco das
narinas e boca. A realização da cura do umbigo é feita o mais rápido possível com
solução de iodo 2% e repetida por um período de três dias ou até cair o umbigo.
O colostro é fornecido em seguida diretamente com a bezerra mamando na vaca
se possível, a ingestão do colostro deve ser feita nas primeiras 6 horas de vida da
bezerra período em que a absorção das imunoglobulinas é mais eficiente.
Após separada da vaca a bezerra é conduzida ao bezerreiro em uma baia
individual (Figura 1) onde recebe uma alimentação composta por 2 litros de leite pela
manhã e 2 litros de leite à tarde, juntamente com 800 gramas de ração para bezerro,
feno e água potável à vontade. Esse período de aleitamento artificial tem duração de 60
dias, e após atingir aproximadamente o dobro do peso ao nascer o animal é
desmamado e conduzido a uma baia coletiva (Figura 2) passando a conviver com
outros animais da mesma faixa etária. Considera-se de grande importância essa fase,
em que a bezerra passa a ser estimulada a ingerir alimentos sólidos, com pastagens e
concentrados. Após o desmame são realizados os procedimentos de identificar os
animais com brincos de plástico flexíveis, e a abertura de uma ficha individual
constando a filiação, data de nascimento, foto e demais informações. No primeiro mês
de vida também é realizada a mochação.
Após completarem cinco meses são soltas em um piquete direcionado a
novilhas, e o manejo alimentar nesta fase consiste de uma dieta contendo 10 quilos de
silagem por animal dia, feno, pasto, sal mineralizado à disposição e água potável à
vontade. Os animais permanecem neste piquete até alcançarem um escore corporal
adequado e o peso ideal para a primeira inseminação que ocorre quando a fêmea
atinge 350 quilos.

17
Figura 1: Baia individual

Figura 2: Baia coletiva

Ao serem avaliadas e estarem aptas a receber a primeira inseminação as


novilhas são sincronizadas em um protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo
(I.A.T.F), o protocolo será descrito detalhadamente no decorrer deste trabalho.
A seleção do sêmen é realizada de acordo com animal a ser inseminado e qual a
sua necessidade de melhoramento genético, explorando o máximo do seu potencial
com objetivo de gerar um produto sempre superior para o rebanho. Um dos fatores
avaliados na hora da escolha é comprovação e reconhecimento do sêmen escolhido, os
sêmens preferencialmente escolhidos pela propriedade são os de touros com filhas de
alta produtividade e touros que tenham avaliação positiva para facilidade de parto.
18
3.2 MANEJO DE VACAS SECAS – PERÍODO DE TRANSIÇÃO
Após o diagnóstico de prenhez as novilhas e vacas permanecem no campo até
os 60 dias antecedentes ao parto. Na fase de 60 dias que antecedem o parto as vacas
são trazidas para um piquete mais próximo de fácil visualização denominado piquete
maternidade ou piquete pré-parto. Nesta fase da gestação é fornecida uma alimentação
com valores nutritivos adequados aos animais gestantes, também composta pela dieta
aniônica nas três semanas que antecedem o parto.
Um dos principais objetivos da utilização de dietas aniônicas em vacas no pré-
parto é controlar a hipocalcemia, cetose, edema, laminite e deslocamento de abomaso.
A hipocalcemia é caracterizada pela rápida depleção das concentrações de cálcio no
sangue, devido a grande demanda de cálcio para a glândula mamária no início da
lactação. Os hormônios responsáveis pela absorção de cálcio, tanto no intestino quanto
nos ossos, estão em baixa atividade, devido a pequena exigência de cálcio no período
seco (VALENTINI, 2009).
Uma dieta aniônica é aquela em que os anions estão em maior quantidade que
os cátions, possuindo valor negativo, a qual tem capacidade de causar uma leve
acidose metabólica e os eventos químicos e fisiológicos que se sucedem podem ser
usados para prevenir alguns distúrbios metabólicos a que as vacas leiteiras no pré-
parto estão mais susceptíveis (SCHAFHAUSER, 2001).
As primíparas recebem a mesma dieta que as vacas em lactação. A secagem é
realizada 60 dias antes do parto com antibiótico intramamário e selante de teto. As
vacas recém-paridas são inseridas na ordenha para desempenhar seu papel na
produção.

19
3.3 MANEJO DE VACAS EM ORDENHA
Esta etapa se inicia ainda no pasto com a condução correta dos animais, o
percurso é feito em uma velocidade confortável sem utilização de qualquer tipo de
instrumento de agressão minimizando o estresse, são conduzidas sempre pela mesma
pessoa e nos mesmos horários, a primeira ordenha é realizada nas primeiras horas do
dia às 6:00 h e a segunda ordenha às 16:00 h. Os animais são direcionados ao cocho
coletivo (Figura 3) para receberem uma alimentação composta de 35 quilos de silagem
por animal, dois quilos e meio de cevada, feno e água potável a vontade,
permanecendo neste local por aproximadamente meia hora. Em seguida entram na
sala de espera onde recebem individualmente ração tamponada com 20% de proteína
bruta conforme a sua categoria de produção. Os animais classificados como lote de alta
produção recebem 4 quilos de concentrado e os animais classificados como lote de
baixa produção recebem 3 quilos.
Após consumirem a ração as vacas são conduzidas à sala de ordenha tipo
espinha de peixe, 2 x 5 (Figura 4)
.
Figura 3: Cocho coletivo

20
Figura 4: Ordenha tipo espinha de peixe 2 x 5

3.3.1 Manejo da ordenha


Na sala de ordenha, inicialmente é realizado o processo de higienização dos
tetos para a diminuição da carga microbiana, denominado pré-dipping. Este é realizado
com água clorada deixando agir por alguns segundos e em seguida secando
individualmente os tetos com papel toalha após a desinfecção. Um dos procedimentos
sanitários realizados é o teste da caneca de fundo preto, que permite a observação de
alterações na composição do leite como por exemplo a presença de grumos, indicativo
de mastite clínica. A fase seguinte é a ordenha propriamente dita, as teteiras são
conectadas aos tetos dando inicio ao processo.
Após toda a descida do leite as teteiras são retiradas e é realizado o pós-dipping
com solução antisséptica para eliminação de bactérias contagiosas.
Após a ordenha o esfíncter do teto permanece aberto por aproximadamente 30
minutos facilitando a entrada de microrganismos. Os animais retornam ao cocho
coletivo permanecendo no local por mais uma hora, o que é indicado para que
permaneçam em pé, diminuindo as chances de invasão bacteriana nos tetos.
Terminando as atividades na ordenha os animais retornam ao piquete onde
pastoreiam e descansam em torno de 10 a 11 horas entre uma ordenha e outra.

21
3.4 MANEJO SANITÁRIO
As bezerras recebem o colostro nos três a cinco primeiros dias, sendo dois litros
por dia, com a finalidade de ingestão de imunoglobulinas. A primeira vermifugação
ocorre por ocasião do desmame, e nessa idade também ocorre a primeira vacinação
contra as clostridioses. Entre o terceiro e o oitavo mês de vida as bezerras são
vacinadas contra brucelose bovina, doença infecto contagiosa de potencial zoonótico, a
imunização é realizada com a vacina B19. Aos 90 dias recebem a 2ª dose da vacina
contra clostridioses. No mês seguinte, ao atingirem quatro meses, recebem a vacina
anti-rábica. Em setembro, quando ocorre a brotação das pastagens, são vacinadas
contra pasteurelose, e nos meses de maio e novembro, contra a febre aftosa.

22
4. MANEJO REPRODUTIVO DA FAZENDA PÉ DA SERRA
As novilhas da raça Holandesa geralmente atingem o peso de 350 kg aos 14
meses de idade. Esse é considerado o peso ideal para a primeira cobertura ou
inseminação, tendo em vista que, em um manejo que possibilite o ganho de peso médio
de 0,800 a 0,850 kg por dia, atingirão 600 kg ao término da gestação (HARTMANN,
2011). Esse é o manejo preconizado na Fazenda Pé da Serra.
Quarenta a cinquenta dias após o parto passa-se a observar a ocorrência de cio.
As vacas que exteriorizam cio pela manhã são inseminadas à tarde, e as vacas que
apresentam cio à tarde são inseminadas no dia seguinte pela manhã, de acordo com o
esquema de Trimberger (HARTMANN, 2010).
As vacas que apresentam altas produções, geralmente têm maiores dificuldades
de concepção, afetando diretamente seu desempenho reprodutivo e produtivo ao longo
de sua vida. Essas são agrupadas e submetidas a protocolos de inseminação artificial
em tempo fixo (I.A.T.F).
Essa técnica é historicamente utilizada com êxito na bovinocultura de corte, no
entanto em bovinos leiteiros também apresenta benefícios como: diminuição do
intervalo entre partos (IEP), dispensa a observação de cio, programação das lactações
e organização da propriedade com o descarte das vacas inférteis.

23
5. REVISÃO DE LITERATURA: INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO
(I.A.T.F)
5.1 HORMÔNIOS RELACIONADOS À REPRODUÇÃO DA FÊMEA
5.1.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH)
O hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH) é um hormônio proteico, um
decapeptídeo (10 aminoácidos) produzido naturalmente pelo hipotálamo. Induz a
liberação pulsátil de LH e constitutiva de FSH, hormônios estes envolvidos com o
desencadeamento das ondas de crescimento folicular, maturação folicular, ovulação e
luteinização do folículo ovulatório (PALHANO, 2008).
O GnRH é secretado pelas extremidades dos axônios que fazem sinapses com
os capilares da eminência média do hipotálamo. O sangue flui para o sistema porta
hipotálamo-hipofisário, desta forma o GnRH produzido no hipotálamo é transportado até
a hipófise para estimular a produção hormonal dos gonadotrofos (BIOGENESIS, 2004).
Trabalhos experimentais demonstram a variação da frequência e da amplitude
no pulso do GnRH, sendo esta liberação pulsátil essencial para a manutenção da
secreção de LH e FSH pela adenohipófise (PALHANO, 2008).
Segundo Hafez e Hafez (2004) o GnRH fornece uma ligação humoral entre os
sistemas endócrino e nervoso. Ele é sintetizado e armazenado no hipotálamo basal
médio.

5.1.2 Hormônios hipofisários gonadotróficos


5.1.2.1 FSH e LH
Hormônios glicoproteicos produzidos e secretados pelas células basófilas da
adeno-hipófise. São constituídos por duas cadeias polipeptídicas (subunidades)
interligadas, estando as mesmas ligadas as unidades polissacarídicas complexas.
Estas subunidades foram designadas alfa (α) e beta (β) (PALHANO 2008).
Gonadótrofos na hipófise anterior secretam ambos hormônios. As subunidades
alfa e beta de qualquer um desses hormônios não possuem atividade biológica de
modo separado (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
O hormônio folículo estimulante estimula o crescimento e a maturação do folículo
ovariano ou folículo de Graaf. O FSH por si só não causa secreção de estrógenos no
24
ovário; ao contrário, ele necessita de presença de LH para estimular a produção
estrogênica (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
O FSH, que estimula o desenvolvimento dos folículos primários e secundários, o
LH, que estimula o amadurecimento do folículo terciário e desencadeia a ovulação
(PANSANI E BELTRAN, 2009).
O hormônio luteinizante é uma glicoproteína composta de uma subunidade alfa e
uma beta com o peso molecular de 30.000 dáltons e meia vida biológica de 30 minutos.
Níveis tônicos ou basais de LH atuam em conjunto com FSH no sentido de induzir a
secreção de estrógenos do folículo ovariano desenvolvido. O pico pré-ovulatório do LH
é responsável pela ruptura da parede folicular e ovulação (HAFEZ E HAFEZ 2004).
O LH também vem sido utilizado com frequência em programas de sincronização
de cio para inseminação em tempo fixo (PALHANO, 2008).

5.1.2.2 Prolactina
A prolactina é um hormônio polipeptídico secretado pela adeno-hipófese. A sua
molécula é uma estrutura similar ao hormônio do crescimento. A prolactina inicia e
mantém a lactação. É reconhecida como um hormônio gonadotófico por causa das
suas propriedades luteotróficas (manutenção do corpo lúteo) em roedores (HAFEZ E
HAFEZ, 2004).
Desempenha importante função na secreção do leite, ou lactogênese. Ela é
liberada quando da a manipulação da teta sempre que ocorre ordenha ou mamada
(CUNNINGHAM, 1999).

5.1.2.3 Ocitocina
Promove as contrações uterinas em sinergismo com a PGF2α no trabalho de
parto e promove ejeção do leite ao atuar sobre as células mioepiteliais dos alvéolos
mamários (PALHANO, 2008).
A ocitocina é sintetizada no núcleo supra-óptico do hipotálamo e transportada em
pequenas vesículas envoltas por uma membrana através de axônios do nervo
hipotálamo-hipofisário. Desempenha um importante papel no processo reprodutivo.
Durante a fase folicular do ciclo estral e durante os últimos estágios da gestação, a
25
ocitocina estimula contrações uterinas, que facilitam o transporte do esperma para o
oviduto durante o cio (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
A ocitocina age diretamente sobre a musculatura lisa uterina, facilitando as
contrações uterinas e promovendo a saída do feto. Extratos da neuro-hipófise são
usados na prática clínica para estimular contrações do útero fatigado durante um
trabalho de parto prolongado (FRANDSON et al., 2011).

5.1.3 Hormônios placentários


5.1.3.1 Gonadotrofina coriônica equina (eCG)
A glicoproteína hCG consiste de uma subunidade α e outra β com peso
molecular de 40.000 dáltons. O hCG é primeiramente luteinizante e leutrófico,
possuindo baixa atividade de FSH (HAFEZ E HAFZ 2004).
A eCG também pode se ligar aos receptores de LH do corpo lúteo (CL) e, assim,
promover um aumento das células luteais grandes, que são responsáveis por cerca de
80% da síntese de P4, conferindo-lhe maior volume e maior capacidade de produção
de P4, tanto que alguns autores têm apontado o uso da eCG como ferramenta potencial
para melhorar as concentrações plasmáticas de P4 em ciclos estrais subsequentes. A
eCG possui meia-vida de aproximadamente 46 h, produzida nos cálices endometriais
da égua prenhe, entre 40 e 130 dias de gestação, e é a única gonadotrofina capaz de
se ligar tanto aos receptores de FSH como aos de LH, isto é, possui atividade folículo
estimulante e luteinizante. Assim, a eCG, ao se ligar aos receptores de FSH e LH do
folículo, pode promover o crescimento, a maturação folicular e a ovulação (MELLO et
al., 2014).

5.1.3.2 Gonadotrofina coriônica humana (hCG)


Segundo Hafez e Hafez (2004) a glicoproteina hCG consiste de uma subunidade
α e outra β com peso molecular de 40.000 dáltons. A subunidade do hCG é semelhante
à subunidade α do LH em humanos.
É detectada por radioimunoensaios sensíveis, na urina, a partir de oito dias após
a concepção da mulher. Possui funções semelhantes ao LH, sendo indicada para
tratamento de ovários císticos, indução de ovulação e no estudo de receptores do LH. A
26
hCG substitui o LH pituitário, por seu alto custo de purificação, para induzir ovulação de
vacas com ovários císticos, em programas de sincronização da ovulação e
superovulação (ALBURQUERQUE et al., 2004).

5.1.3.3 Lactogênio placentário


O lactogênio placentário é uma proteína com propriedades químicas similares à
prolactina e ao hormônio do crescimento. O lactogênio placentário é mais importante
por suas propriedades de hormônio do crescimento do que por suas propriedades de
prolactina. Ele é importante na regulação da passagem de nutrientes maternos para o
feto (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

5.1.3.4 Proteína b
Segundo Hafez e Hafez (2004) atualmente uma proteína oriunda do tecido
placentário foi parcialmente purificada, a proteína B específica da prenhez bovina. A
ação fisiológica da proteína B parece estar envolvida na prevenção da luteólise no início
da prenhez da vaca.

5.1.3.5 Prostaglandina
As prostaglandinas são membros de uma grande família de compostos
endógenos derivados de ácidos graxos oxigenados e insaturados exercendo efeitos
distintos em função de seu local de produção e atuação, estando envolvidas em
praticamente todas as células e tecidos corporais (PALHANO, 2008).
As prostaglandinas, primeiramente foram isoladas de fluidos das glândulas
sexuais acessórias, receberam essa nomenclatura por causa da associação com a
glândula prostática. Podem ser consideradas hormônios que regulam diversos
fenômenos fisiológicos e farmacológicos, tais como a contração da musculatura lisa dos
tratos reprodutivo e gastrointestinal, ereção, ejaculação, ovulação, formação de corpo
lúteo, o parto e a ejeção do leite (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
Em relação à atividade reprodutiva das fêmeas bovinas, a expressão mais
marcante destes compostos pode se observar na regulação do ciclo estral e durante o
trabalho de parto. No ciclo estral, o corpo lúteo (CL), formado após a ovulação de um
27
folículo dominante, passando antes pela formação do corpo hemorrágico, é uma
estrutura altamente vascularizada, cujo fluxo sanguíneo permite sua manutenção
(PALHANO, 2008).
A regressão do CL, ou a luteólise, é um fenômeno que ocorre pela ação da
prostaglandina F2α (PGF2α), produzida pelo endométrio e liberada na forma pulsátil
durante todo o ciclo estral, observando-se um padrão de três a quatro pulsos por dia no
inicio do processo, sendo necessário cinco pulsos diários para sua completa regressão
(GONÇALVES et al., 2002).

5.1.4 Hormônios esteróides gonadais


5.1.4.1 Estrógenos (E2)
. Os estrógenos são carregados na corrente circulatória por meio de proteínas
ligadoras. De todos os esteróides, os estrógenos têm a mais ampla gama de funções
fisiológicas. Algumas das funções exercidas pelos estrógenos são:
• Os estrógenos atuam no SNC induzindo comportamento de cio nas fêmeas.
• Atuam no útero aumentando a amplitude quanto à frequência das contrações,
potencializando os efeitos da ocitocina e de PGF2α.
• Desenvolvimento físico das características sexuais secundarias femininas.
• Estimulam o crescimento dos ductos e desenvolvem as glândulas mamárias.
• Exercem efeitos de retroalimentação tanto negativos quanto positivos no controle
da liberação de LH e FSH através do hipotálamo.
• Em ruminantes os estrógenos também possuem efeito anabólico proteico,
aumentando o ganho de peso e crescimento (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
Os estrógenos são indutores da ovulação. Existem várias moléculas de
estrógenos disponíveis no mercado para utilização em protocolos de sincronização de
cio. Os principais são: 17 β estradiol, benzoato de estradiol (BE), valerato de estradiol
(VE) e o cipionato de estradiol (CE). Cada um deles tem um metabolismo diferente,
alterando sua meia vida. Normalmente os estrógenos estão sempre associados aos
progestágenos nos protocolos de sincronização de cio. Sua ação é independente do
estágio do ciclo estral ou da onda de desenvolvimento folicular (SANTIN, 2010).

28
5.1.4.2 Progestágenos
Atuam sobre o endométrio promovendo o desenvolvimento e a secreção
glandular, inibem a motilidade uterina espontânea, promovem efeito antagônico à
ocitocina, efeito sobre as glândulas mamárias estimulando o desenvolvimento do
lóbulo-alveolar, podem inibir a ovulação em tratamentos para sincronização de cio
(implantes intravaginais e auriculares de progesterona) e são essências para a
manutenção da gestação (PALHANO, 2008).
Exercem efeito inibitório sobre a liberação hipotalâmico e hipofisário de GnRH e
LH, respectivamente. O corpo lúteo, formado após a ovulação de um folículo
dominante, é a principal fonte de progesterona em fêmeas bovinas não-gestantes. A
progesterona também é secretada pela placenta, contudo a fêmea mantém atividade
luteal durante toda a gestação (PALHANO, 2008).
Segundo Hafez e Hafez (2004) a progesterona é o progestágeno natural de
maior prevalência, sendo secretada pelas células luteínicas do corpo lúteo, pela
placenta e pelas glândulas adrenais. A progesterona, assim como os andrógenos e os
estrógenos, é transportada pela corrente circulatória por uma proteína de ligação. A
progesterona desempenha as seguintes funções:
• Atua sinergicamente com os estrógenos na indução do comportamento do cio.
• Provoca a inibição do cio e do pico pré-ovulatório do LH quando em níveis
elevados. Portanto, a progesterona desempenha papel fundamental na
regulação hormonal do ciclo estral.
• Inibe a motilidade uterina.

5.1.4.3 Relaxina
É um hormônio polipeptídico que consiste de uma subunidade α e outra β,
conectadas por duas pontes dissulfídicas e possui peso molecular de 5.700 dáltons.
Inibina e insulina são estruturalmente similares, mas as suas ações biológicas são
diferentes. A relaxina é secretada primeiramente pelo corpo lúteo durante a gestação.
Em algumas espécies a placenta e o útero também secretam relaxina. A principal ação
biológica da relaxina é a dilatação da cérvix e da vagina antes do parto (HAFEZ E
HAFEZ, 2004).
29
Provoca o relaxamento da sínfise púbica para a passagem fetal, estimula o
crescimento uterino em conjunto com os estrógeno e a progesterona (ANDREWS,
2008).

5.1.4.4 Inibina
A inibina secretada pelas células de Sertoli promove o controle da secreção de
FSH no macho através de ação retrógrada negativa. A secreção ovariana de inibina
(pelas células da granulosa do folículo dominante) inibe a secreção de FSH, inibindo o
crescimento de outros folículos recrutados nas ondas foliculares (PALHANO, 2008).
As inibinas desempenham um papel importante na regulação hormonal da
foliculogênese ovariana durante o ciclo estral. Atuam como sinalizadores químicos para
hipófise sobre o numero de folículos em crescimento no ovário. A inibina reduz a
secreção até um certo nível, o que mantém o número de ovulações espécie-específico
(HAFEZ E HAFEZ, 2004).

5.1.4.5 Ativina
As ativinas são potentes dímeros liberadores de FSH e estão presentes nos
fluídos gonadais, como, por exemplo, no fluído folicular. A ativina é um membro
completamente funcional nos fatores de crescimento. É secretada pelas células da
granulosa, e estimula a secreção de FSH e LH (ANDREWS, 2008).
A ativina é um membro completamente funcional dos fatores de crescimento
(HAFEZ E HAFEZ, 2004).

5.2 CICLO ESTRAL


As fêmeas bovinas são poliéstricas continuas, apresentando estros em intervalos
mais ou menos regulares de 21 dias. Durante o ciclo estral ocorre uma cadeia de
eventos que se repetem até o impedimento da luteólise pela gestação. Nas fêmeas
ruminantes, o processo de foliculogênese (ativação, crescimento e maturação folicular)
tem inicio com a formação dos folículos durante a vida fetal, ou seja, ao nascimento, as
crias já tem estabelecido em geral, o número de folículos primordiais nas suas gônodas
(GONÇALVES et al., 2002).
30
A fase do ciclo estral nos ovários podem ser didaticamente divididas em:
maturação folicular, ovulação, luteinização e involução do CL. No útero observa-se as
fases proliferativa ou estrogênica (durante a fase folicular ovariana), secretória ou
progesterônica (durante a fase luteínica ovariana), e involução (do endométrio) pelo
défict de progesterona (fase de luteólise ovariana) (PALHANO, 2008).

5.2.1 Duração do ciclo estral


A vaca é um animal poliéstrico e, não estando prenhe, tende a retornar o cio
repetidamente ao longo do ano em intervalos de 18 a 24 dias (média = 21 dias). Por
convenção, o dia do cio é considerado o início do ciclo estral (ANDREWS, 2008).
Pode haver variação considerável (dentro da faixa de variação normal) na
duração do ciclo estral: mesmos ciclos sucessivos na mesma vaca podem ter variações
de vários dias. A maior parte dessa variação se deve à diferença na duração da fase
lútea do ciclo ovariano (ou seja, na expectativa de vida funcional de um CL). A
regressão do CL pode iniciar tão cedo a partir do 15º dia ou tão tarde quanto no 19º dia
do ciclo normal (de 20 a 24 dias) (ANDREWS, 2008).

5.2.2 Fases do ciclo estral


Considera-se o inicio do ciclo estral no momento da ovulação. Porem para
melhor compreensão das fases do ciclo associado ao padrão de secreção hormonal,
devemos iniciar pela fase do estro, que nos bovinos dura em torno de 12 a 18 horas
(PALHANO, 2008).
O início do estro é caracterizado por um aumento da secreção hipotalâmica de
GnRH que via sistemas porta-hipotalâmico-hipofísário estimulará a secreção hipofisária
de FSH e LH (secreção pré-ovulatória) (PALHANO, 2008).
As altas concentrações de 17 β-estradiol determinam os sintomas
psíquicos/comportamentais (receptividade sexual) e clínicos: vulva hiperêmica,
secreção de muco cristalino do estro (Figura 5). Ao atingir determinada concentração
plasmática, o estradiol atua nos núcleos hipotalâmicos de liberação pré-ovulatória de
GnRH, determinando secreção deste hormônio que, ao chegar na adeno-hipófise, irá

31
sensibilizá-la para a sua ação e estimular a secreção pré ovulatória de LH, culminando
com a ovulação aproximadamente doze horas depois (PALHANO, 2008).

Figura 5: Muco cristalino do estro

Após a ovulação ocorrera a luteinização do folículo, dando origem ao CL, que


inicia a produção de progesterona, iniciando-se assim o período de metaestro, que tem
duração média de três dias. Com pleno funcionamento do CL e níveis crescentes de
progesterona ocorre o bloqueio da secreção hipotalâmica e hipofisária de GnRH e LH
respectivamente, por feedback (-) a fêmea encontra-se neste momento no período de
diestro (PALHANO, 2008).
Caso tenha ocorrido a concepção, o embrião implantado no endométrio irá
estimular a síntese de interferon-t sendo este o sinal antiluteolítico para a manutenção
do CL durante a gestação. Caso não ocorra a concepção na época do estro, poderá ser
observado ao final do diestro (17º. dia do ciclo) um rápido declínio nos níveis
plasmáticos de progesterona em função a involução do CL. Paralelamente se desfaz o
bloqueio hipotalâmico-hipofisário, podendo se observar um aumento gradativo das
concentrações de FSH e LH dando inicio ao pró-estro, que dura em torno de três dias
terminando no estabelecimento de um novo estro (PALHANO, 2008).
32
Figura 6: Representação esquemática das variações, na concentração
dos principais hormônios que regulam o cicio estral em bovinos.

Fonte: EMBRAPA 1991

5.3 FOLICULOGÊNESE
Da reserva de folículos primordiais, formada durante a vida fetal ou logo após o
nascimento alguns folículos crescem continuamente durante a vida do animal ou pelo
menos até a reserva se exaurir. Quando um determinado folículo deixa essa reserva,
ele cresce até a ovulação ou até que ocorra a sua degeneração, o que acontece com a
maioria dos folículos. O folículo de maior tamanho é responsável pela maior quantidade
de estrógeno secretado pelo ovário durante o cio, sendo que essa secreção descresse
rapidamente durante o pico de LH (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
Vacas ovulam um único folículo, que pode ser identificado pelo seu tamanho
cerca de 3 dias antes da expressão do cio, quando há apenas um ou dois folículos
grandes nos ovários (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

33
5.3.1 Folículo primordial ou primário
Os folículos primordiais são constituídos por um oócito quiescente, esférico ou
oval, circundado por células da pré- granulosa de formato pavimentoso. O núcleo do
oócito é relativamente grande e ocupa uma posição central ou excêntrica, podendo ter
o nucléolo evidente. A zona pelúcida, neste estádio, ainda não é totalmente observada,
verificando-se uma justaposição do oócito e das células da granulosa, sem nenhuma
junção específica. Essa classe de folículos permanece quiescente até a ativação, e
depois entra para o grupo de folículos em crescimento (primários, secundários e
terciários). Os folículos primários são formados por um oócito circundado por células da
granulosa de formato cuboide dispostas em uma única camada. A partir desse estádio,
o oócito passa a manter um estreito contato com essas células mediado por endocitose
(LIMA-VERDE et al., 2011).

5.3.2 Folículo secundário


Com a multiplicação das células da granulosa, uma nova camada de células é
formada, dando origem ao grupo de folículos chamados secundários. Estes folículos
são constituídos por um oócito circundado por duas ou mais camadas de células da
granulosa de formato cuboide. Com o desenvolvimento dos folículos, o espessamento
da zona pelúcida torna-a visível, ocorre à formação das células da teca a partir do
estroma intersticial e também aumenta o número de microvilos. Estes estão presentes
em oócitos de fetos e adultos e facilitam a captação de nutrientes e excreção de
metabólitos, visto que os oócitos presentes no interior do folículo são avasculares e
dependentes das células da granulosa circundantes (LIMA-VERDE et al., 2011).

5.3.3 Folículo terciário


Com o crescimento dos folículos secundários e a organização das células da
granulosa em várias camadas, ocorre a formação de uma cavidade repleta de líquido
denominada antro. A partir deste estágio, os folículos passam a ser denominados
terciários (LIMA-VERDE et al., 2011)

34
5.3.4 Fluido folicular (antral)
Durante o desenvolvimento folicular, a produção de fluido antral é intensificada
pelo aumento da vascularização folicular e permeabilidade dos vasos sanguíneos, os
quais estão fortemente relacionados com o aumento do tamanho folicular. Durante o
crescimento folicular antral, as células da teca secretam andrógenos aromatizáveis que
se acumulam no fluido folicular. Os andrógenos se difundem através da membrana
basal do folículo e nas células da granulosa, onde atuam de duas formas: 1)
potencializando a ação do FSH no aumento da atividade das enzimas estrogênicas; e
2) como substrato imediato para a conversão de estrógenos por estas mesmas
enzimas. O desenvolvimento dos folículos antrais é caracterizado pela continuidade da
fase de crescimento, seguindo o recrutamento, a seleção e a dominância, sendo a
formação de folículos pré-ovulatórios um pré-requisito para a ovulação e formação do
corpo lúteo, bem como para a manutenção da fertilidade (LIMA-VERDE et al., 2011).

5.3.5 Atresia folicular


Os folículos ovarianos passam por mudanças degenerativas durante as quais
sua integridade é perdida. A maior parte dos oócitos é perdida em estágios diversos de
crescimento. A atresia é associada a uma série de mudanças morfológicas, bioquímicas
e histológicas, que variam de acordo com o estágio do crescimento folicular, e também
com a espécie do animal. Tais mudanças também podem estar relacionadas ás
alterações das células da granulosa e ás alterações no transporte de nutrientes do
plasma para o folículo (HAFEZ e HAFEZ, 2004).

5.3.6 Corpo lúteo


A formação do corpo lúteo é um dos processos mais rápidos de que se tem
conhecimento na fisiologia animal e, como glândula transitória, tem por função o
controle do ciclo estral e, na maioria das fêmeas, manutenção da gestação. A
luteogênese e a luteólise dependem de uma complicada sequência de eventos, que
ocorrem após a ovulação por mecanismos bioquímicos inter-relacionados e
sincronizados. A manutenção da atividade do corpo lúteo dependente de um ajuste
entre produção de substâncias luteotróficas e luteolíticas durante o ciclo estral e/ou a
35
gestação. Sua existência fora destas duas condições (ciclicidade e gestação) reflete
uma condição fisiológica anormal, sendo, portanto, o corpo lúteo um fator sinalizador da
atividade reprodutiva da fêmea. Isto significa dizer que o corpo lúteo está presente tanto
em condições de normalidade fisiológica como em condições de anormalidades, o que
serve de parâmetro confiável para avaliar a atividade reprodutiva da fêmea (SALLES e
ARAÚJO, 2010).

5.4 CONTROLE DO CICLO ESTRAL


Ciclo estral define-se como sendo o ritmo funcional dos órgãos femininos que se
estabelece a partir da puberdade. Compreende as modificações cíclicas na fisiologia e
na morfologia dos órgãos genitais e também no perfil dos hormônios relacionados.
Durante o ciclo estral ocorre uma cadeia de eventos que se repetem até o impedimento
da luteólise pela gestação (MARTINS, 2005).
O ciclo estral é regulado por mecanismos endócrinos e neuroendócrinos,
principalmente por hormônios hipotalâmicos, as gonadotrofinas e os esteróides
secretados pelos ovários e é caracterizado pelo crescimento e regressão de folículos e
do CL (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
Sob o ponto de vista do clínico veterinário parece que o ovário é responsável por
cronometrar os eventos do ciclo estral. Essa visão é reforçada pelos resultados do
recente desenvolvimento tecnológico da ultra-sonografia, que propicia ao clinico acesso
às modificações morfológicas do trato genital feminino durante todo ciclo reprodutivo da
vaca (ANDREWS, 2008).
O ciclo é iniciado pela liberação de GnRH pelo hipotálamo, que por sua vez
causa liberação de FSH pela glândula pituitária anterior. Isto estimula o crescimento
folicular. Do grupo de folículos primários que foram recrutados, e que se desenvolveram
ao estágio antral (contendo cavidade preenchida com líquido), o mais maduro (folículo
dominante) responde aos níves em elevação de FSH e são destinados a ovulação
(folículo pré-ovulatório). Os folículos antrais restantes param de crescer o sofrem
atresia. Esse processo é, até certo grau é controlado pela produção de inibina, do
folículo dominante, que atua em nível local na limitação da liberação de FSH (BALL E
PETERS, 2006).
36
Segundo Hafez e Hafez (2004) o controle do ciclo estral depende da
manipulação dos eventos hormonais que ocorrem durante o ciclo ovariano/estral
normal. Acredita-se que o principal evento dominante envolvido no desenvolvimento de
um folículo ovariano até o ponto de ovulação em uma vaca cíclica é a luteólise ou a
redução da secreção de P4, que ocorre entre o 17º e o 18º dia do ciclo normal. Essa
diminuição na concentração periférica de progesterona pode ser manipulada
artificialmente por três maneiras:
• Por meio da indução artificial prematura de luteólise, utilizando substancias
luteolíticas como PGF2α;
• Mediante a tentativa de modificar o momento dos eventos ovarianos normais
pela combinação de hormônios tróficos e substancias luteolíticas;
• Pela simulação da função do CL por meio de administração de P4 (ou de um de
seus derivados sintéticos) durante certo número de dias, seguida de interrupção
abrupta.

5.4.1 Indução artificial da luteólise


Luteólise é definida como a perda da função do corpo lúteo (CL) e sua regressão
ou involução, que encerra o ciclo estral de vacas. Quando a PGF é utilizada em bovinos
para induzir a luteólise, uma única injeção intramuscular precisa ter a mesma eficácia
dos pulsos de PGF uterina, atuando localmente no CL para induzir a luteólise funcional
e estrutural. No entanto, neste caso, a PGF vai passar pela circulação sistêmica antes
de começar sua ação local. Portanto, grandes doses de PGF natural ou potente
análogos resistentes ao metabolismo endógeno são necessários para causar uma
luteólise eficaz induzida por PGF em bovinos. Definiu luteólise efetiva ou completa,
após PGF, como uma queda nas concentrações séricas de progesterona a níveis
basais após 2 dias da injeção de PGF (SANTOS E VASCONCELOS, 2011).

5.4.2 Simulação da função do corpo lúteo usando progesterona


5.4.2.1 Implantes ou dispositivos liberadores de progesterona
Implantes são o método mais apropriado para administração de progestógenos,
já que a remoção, pode então, ser precisamente controlada pela retirada do implante.
37
Os produtos para inserção na vagina incluem dispositivos intravaginais de liberação
lenta de progesterona (Figura 7), que consiste em uma espiral de aço inoxidável
coberta por uma matriz de borracha de silicone inerte, na qual 1,55 mg de progesterona
é impregnada. Uma capsula gelatinosa, contendo 10 mg de benzoato de estradiol, é
fixada a superfície interna da espiral (BALL E PETERS 2006).
Figura 7: Dispositivo intravaginal de liberação lenta de progesterona

O dispositivo liberador de progesterona, ou o dispositivo de liberação interna


controlada de progesterona, são formas especializadas de implante introduzidas e
mantidas no interior da vagina da vaca por um periodo de 7 a 12 dias Com o uso do
dispositivo liberador de progesterona pretende-se que o benzoato de estradiol atue
como agente luteolítico. Esses dispositivos são introduzidos no interior da vagina por
meio de aplicadores especiais, aí permanecendo por ate 12 dias. A P4 é continuamente
liberada do elastômero, até a remoção do dispositivo. A remoção depois de 7 a 12 dias
faz com que a concentração plasmática periférica de progesterona se reduza,
consequentemente simulando a luteólise natural. Assim, a vaca deve exibir sinais de cio
48 a 72 horas mais tarde e em seguida pode-se realizar a inseminação artificial em
tempo fixo (ANDREWS, 2008).

38
5.5 MANEJO REPRODUTIVO
Para um rebanho expressar toda sua capacidade produtiva deve, ser livre de
doenças, estar adaptado as condições ambientais nas quais é explorado, ser
alimentado de forma que atenda toda sua demanda nutricional, bem como ser
trabalhado dentro de um manejo reprodutivo que permita maximizar o seu potencial de
produção (PALHANO, 2008).
De maneira prática, a avaliação do escore de condição corporal tem sido uma
ferramenta valiosa para refletir o estado nutricional. O escore de condição corporal ao
parto foi positivamente correlacionado com o desenvolvimento folicular precoce no
período pós parto (SANTIN, 2010).

5.6 ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL (ECC)


A avaliação da ECC tanto da vaca leiteira quanto da vaca de corte pode ser
avaliada, por inspeção da cobertura subcutânea na região das costelas, do dorso
lombar, das ancas e da inserção de cauda, determinando, assim o escore de condição
corporal com escala de pontuação variando de 1 vaca muito magra, a 5 vaca muito
gorda (Figura 8) (ANDREWS, 2008).

5.6.1 Escore corporal 1 (vaca muito magra)


O mais provável é que a vaca encontre-se em anestro em função da deficiência
nutricional. Apesar de ser muito rara, também existe a possibilidade da fêmea estar em
gestação adiantada, (maior que sete meses) e seu escore corporal reflete intensa perda
de peso ao longo da gestação (PALHANO, 2008).

5.6.2 Escore corporal 2 (vaca magra)


Ocorre a mesma situação que a anterior, porém, provavelmente, em caso de
gestação positiva, encontra-se acima de quatro meses (PALHANO, 2008).

39
5.6.3 Escore corporal 2,5 a 3 (regular)
Caso a fêmea esteja recuperando a condição corporal (ECC-1 para ECC-2 ou
para ECC-3) provavelmente estará em anestro. Se estiver perdendo peso (ECC-4 para
ECC-3), poderá estar ciclando ou em gestação (PALHANO, 2008).

5.6.4 Escore corporal 3,5 a 4 (bom)


A fêmea poderá estar em gestação ou ciclando. Raramente estará em anestro, a
não ser que apresente persistência de corpo lúteo, cisto folicuclar em fase avançada ou
algum tempo atrás ficou longo período com escore corporal ruim (PALHANO,2008).

5.6.5 Escore corporal 4,5 a 5 (muito gorda)


Provavelmente estas fêmeas estarão em gestação ou ciclando. Algumas podem ate
apresentar repetição de cios (PALHANO, 2008).

Figura 8: Escore de condição corporal

Fonte: MILKPOINT, 2015

40
Figura 9: Influência do escore de condição corporal sobre a taxa de prenhez.

FONTE: CUTAIA, 2006

5.7 FATORES QUE AFETAM O PERÍODO PÓS-PARTO ACÍCLICO


A duração do anestro pós-parto é afetada por diversos fatores, sendo os de
maior importância à nutrição, a amamentação, a condição corporal e a idade. Existem
também, vários outros fatores que podem contribuir para o anestro, como: a estação do
ano, a raça, o grau de dificuldade do parto e a ocorrência de doenças puerperais
(ANDREWS, 2008).
Doenças debilitantes, a produção de leite, as patologias do útero, as patologias
de ovário e o estresse térmico e a observação de cio impactam diretamente no intervalo
entre partos (PALHANO, 2008).
O anestro pós-parto é o período que estende desde o parto até o aparecimento
do primeiro estro, sendo caracterizado por ausência de manifestação estral. Neste
período, também conhecido como puerpério, ocorre a involução uterina e o
restabelecimento da atividade ovariana. A involução uterina é indispensável para que
possa haver concepção e envolve processos fisiológicos simultâneos como, redução do
tamanho do útero, perda de tecidos, reparação do tecido residual e diminuição do fluído
tissular. O tempo de involução uterina da vaca normalmente ocorre por volta dos 35 a
45 dias pós-parto (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

41
5.8 CONTROLE SANITÁRIO
Possuir um bom manejo sanitário dentro da propriedade é imprescindível para o
sucesso no programa de sincronização de cio. As principais vacinas utilizadas são para
prevenir as seguintes doenças: febre aftosa, brucelose, leptospirose, IBR e BVD. Deve
ser lembrado que algumas vacinas elevam a temperatura corporal por diversos dias
após a aplicação, e essa elevação de temperatura se coincidir com aplicação de
hormônios para sincronizar o estro, pode levar a uma diminuição dos resultados da
sincronização (MILISTETD, 2006).

5.9 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (I.A)


A utilização e do desenvolvimento da inseminação artificial (IA) são
indispensáveis para o melhoramento genético e o aumento da eficiência produtiva dos
rebanhos. De todas as biotécnologias aplicadas à reprodução animal, a IA é a mais
antiga, a mais simples e de maior impacto na produção animal. A sua propagação
inicial decorreu da necessidade da erradicação de doenças infecciosas transmitidas
pelo macho durante a monta natural (GONÇALVES et al., 2014).
Quando realizada adequadamente, existem poucas desvantagens em sua
utilização. Entretanto é necessário contar com um pessoal treinado em técnicas
adequadas e dispor de boas condições para o manuseio das fêmeas durante a terapia
hormonal, além da detecção do cio e a própria inseminação (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
Segundo Hafez e Hafez (2004) a inseminação artificial oferece várias vantagens
ao criador como:
• Possibilita larga expansão de reprodutores superiores de alto valor
genético em qualquer tipo de criação.
• Facilita o teste de progênie em uma série de condições ambientais e de
manejo, melhoramento, assim a acurácia da seleção.
• Leva ao melhoramento do desempenho e à potencialidade do rebanho.
• Permite cruzamentos que modificam características de produção.
• Acelera a introdução de novos processos genéticos.
• Possibilita a utilização de reprodutores já morotos, por meio de sêmen
congelado, colaborando na preservação de linhagens seletas.
42
• Permite o uso de sêmen de reprodutores incapacitados ou oligospérmicos.
• Reduz o risco de propagação de doenças sexualmente transmissíveis.
• É de utilização essencial após a sincronização do cio em grandes grupos
de animais.
• Permite que reprodutores com características desejáveis sejam utilizados
em acasalamentos genéticos específicos.
• Custo benefício positivo.
A IA facilita os cruzamentos, requerendo que apenas uma das raças seja
mantida na fazenda (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

5.10 DETECÇÃO E RECONHECIMENTO DO CIO


Para se obter um intervalo de partos (IP) próximo a 12 meses e,
consequentemente, maior eficiência reprodutiva, é necessária que a vaca conceba ou
fique gestante até três meses após o parto. Para que isso ocorra é importante o retorno
ao cio após o parto o mais breve possível; bem como uma identificação (ou detecção)
de cio eficiente e uma boa taxa de concepção (CAMARGO, 2001).
Para se obter boa eficiência no reconhecimento do cio, é de suma importância
que se conheça bem os sinais dele. A principal característica do cio é quando a fêmea
aceita a monta de um touro ou de uma companheira do rebanho. Entretanto, existem
outros sinais secundários. Normalmente os animais em cio ficam mais agitados,
procurando uma companheira, mugindo ou lambendo e cheirando outros animais do
rebanho com mais frequência. Realizam também tentativas de monta em outros
animais que podem ou não estar no cio. A presença de muco na vulva ou muco seco
grudado no períneo e cauda também são indicativos de cio. A vulva fica avermelhada e
“inchada” além do normal (CAMARGO, 2001).

5.11 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F)


Visando minimizar os prejuízos causados por um longo período de intervalo entre
partos tanto em rebanho destinados à produção de leite como à de carne, diversos
estudos foram desenvolvidos no campo da manipulação hormonal para a sincronização
da ovulação. Além de reduzir o intervalo entre partos, viabiliza de forma mais eficaz a
43
inseminação artificial e a concentração de parição, proporcionando assim, a formação
de lotes mais homogêneos de animais para abate (maximizando a estação de monta
em gado de corte) e um maior número de partos na época de melhor preço do leite,
contribuindo assim para a formação da cota e maior rentabilidade de exploração
(PALHANO, 2008).
Com a evolução e o estabelecimento da técnica de IA, os problemas, como
detecção de cio, baixo número de animais inseminados e principalmente a necessidade
de mão-de-obra em tempo integral, conduziram a busca por algumas alternativas sem
comprometer os índices reprodutivos. Assim surgiram as técnicas de inseminação
artificial em tempo fixo (I.A.T.F) (CUNHA 2011).
A escolha dos principais protocolos a serem utilizados deverá ser baseada nas
características de viabilidade econômica e prática da propriedade trabalhada
(PALHANO 2008).
Os métodos de sincronização compreendem o uso de drogas que agem ao nível
hipotalâmico-hipofisário e/ou gonodal. Os primeiros métodos de sincronização de estro
eram baseados na redução da fase luteínica com uso de análogos sintéticos de
prostaglandina (PALHANO, 2008).

5.11.1 Triagem de fêmeas bovinas visando inclusão em programa de IATF


• Identificação e escrituração zootécnica confiável.
• Escore de condição corporal.
• Ciclicidade.
• Infecções uterinas inespecíficas.
• Doenças da reprodução (campilobacteriose, tricomonose, brucelose) e
outras que interferem na reprodução (leptospirose, IBR, BVD etc).
• Histórico de maceração fetal em gestação anterior; piometra.
• Defeitos anatômicos do sistema genital.

44
5.11.2 Vantagens da inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F)
Segundo Seliestre (2008) as principais vantagens da IATF são:
• Inseminação com dia e hora marcado.
• Eliminação na detecção de cio.
• Inseminação de várias vacas por dia.
• Inseminação de vacas com cria ao pé.
• Indução de ciclicidade em vacas em anestro.
• Redução no intervalo entre partos.
• Possibilita altas taxas de prenhez.
• Padronização dos lotes.
• Atingir o objetivo de um bom terneiro por vaca a cada ano.

5.11.3 Protocolos hormonais


Diversos protocolos hormonais têm sido elaborados na tentativa de controlar
funções foliculares e luteais ovarianas, possibilitando a IATF. Muitos são os hormônios
utilizados para este fim, dentre deles destacam: na fase inicial do protocolo as
progesteronas (P4) e o benzoato de estradiol (BE), com a finalidade de sincronizar a
onda da emergência folicular. Na fase intermediaria do protocolo, ocorre a remoção do
dispositivo de P4 e as prostaglandinas, para assegurar a luteólise. Na fase final do
protocolo o BE 24 horas após a remoção do P4, para induzir a ovulação sincronizada. A
ovulação também pode ser induzida com hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH)
ou LH, administrada 12 horas antes da IATF. Alem disso a gonadotrofina crônica equina
(eCG) também pode ser administrada na fase intermediaria do protocolo, para estimular
o crescimento final folicular até a ovulação (CUNHA, 2011).

5.11.4 Protocolos de sincronização


5.11.4.1 Protocolo Ovsynch
O protocolo Ovsynch foi desenvolvido com o propósito de permitir a inseminação
artificial a tempo fixo sem a necessidade de detecção do cio. As estratégias para o
controle da ovulação são, até ao momento, baseadas no controle do tempo de vida do
CL pela PGF2α, na estimulação do desenvolvimento folicular e na sincronização da
45
ovulação, ou no impedimento do retorno ao estro usando tratamentos de progesterona.
Parte destas abordagens foram integradas com o desenvolvimento do protocolo
Ovsynch. O protocolo consiste na administração de GnRH ou análogos numa altura
aleatória do ciclo éstrico. Esta administração de GnRH induz a ovulação ou luteinização
do folículo dominante, dependendo da fase do ciclo éstrico em que a vaca se encontra,
sincroniza a onda de folículos emergente e controla o estado de desenvolvimento do
folículo pré-ovulatório antes da administração da PGF2α, que é realizada sete dias
depois da administração de GnRH. A prostaglandina induz a regressão do corpo lúteo
original e/ou do corpo lúteo recém-formado. Quarenta e oito horas mais tarde realiza-se
uma segunda administração de GnRH para induzir um pico pré-ovulatório de LH e a
ovulação subsequente do folículo dominante no espaço de 24 a 32 horas. A
inseminação a tempo fixo, será realizada 12 a 16 horas após a segunda administração
de GnRH (MARCIEL, 2010).

Figura 10: Representação esquemática do protocolo Ovsynch

FONTE: MARCIEL, 2010

46
5.11.4.2 Protocolo Cosynch
O protocolo Cosynch é também um protocolo Ovsynch modificado em que a IA é
realizada no mesmo momento em que as vacas recebem a segunda administração de
GnRH (48 horas após a administração da PGF2α). Este protocolo apresenta como
principal vantagem o fato de reduzir o número de vezes que se manuseia os animais.
No entanto, apresenta uma taxa de concepção mais baixa do que quando as vacas são
inseminadas a tempo fixo, 16 a 24 horas depois da segunda injecção de GnRH
(Ovsynch clássico). As taxas de concepção para este protocolo podem ser optimizadas
utilizando-se em combinação um bom programa de detecção de cios. Estudos com este
protocolo reportam entre 38% e 51% das vacas a demonstrarem cio no segundo dia
depois da administração da PGF2α. É importante ter em consideração que as vacas
que evidenciam comportamento de cio durante o protocolo necessitam ser identificadas
e beneficiadas no momento correcto, pelo que a IATF neste protocolo deve servir
sobretudo como forma de inseminação das vacas cujos cios não foram detectados
atentadamente (MARCIEL, 2010).

Figura 11: Representação esquemática do protocolo Cosynch

FONTE: MARCIEL, 2010

47
5.11.4.3 Protocolo hCG-synch
Uma alteração recente ao protocolo Ovsynch foi a substituição da segunda
administração de GnRH, por hCG. A gonadotrofina crônica humana apresenta uma
atividade similar à da LH e promove a ovulação do folículo dominante. A hCG apresenta
uma semi-vida mais longa do que a da LH, mantendo o folículo sob uma dominância
trópica mais prolongada. Assim, uma estimulação mais prolongada dos receptores
foliculares para a LH, devido à ação da hCG, mantendo as concentrações plasmáticas
marcadamente aumentadas por cerca de 30 horas após a sua administração, poderá
favorecer a luteinização das estruturas folículares após a ovulação quando comparada
com a obtida através da administração de GnRH, e assim permitir reduzir a incidência
de mortalidade embrionária. A administração do análogo de GnRH induz um pico de LH
de apenas 5 horas em novilhas, o qual é aproximadamente metade do pico de LH que
ocorre naturalmente (10 horas), podendo ainda assim resultar na indução de uma
estimulação completa do folículo ovulatório e formação completa do corpo lúteo
funcional, com uma vida normal (MARCIEL, 2010).

Figura 12: Representação esquemática do protocolo hCG-synch

FONTE: MARCIEL, 2010

48
6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO
As atividades realizadas no estágio foram voltadas ao manejo produtivo,
reprodutivo, nutricional e sanitário juntamente com o acompanhamento de
determinados procedimentos clínicos necessários nos animais da Fazenda
Experimental Pé da Serra.
Das atividades relacionadas à reprodução houve a possibilidade de acompanhar
diagnósticos de gestação por meios de palpação retal e ultrassonografia.
Acompanhamento de exame pré-parto, para avaliação do posicionamento do feto e
dilatação da cervix. Palpação transvaginal após o parto para detectar/avaliar a possível
existência de um segundo feto. Presenciar a realização de protocolos de sincronização
de cio para realização de inseminação artificial em tempo fixo, acompanhar
procedimentos de inseminação artificial propriamente dita (Figura 13), desde o
descongelamento do sêmen até a inseminação. Auxiliar partos com fetos posicionados
corretamente auxiliando somente na tração e partos distócicos de bovinos conseguindo
reverter o feto para saída pelo canal do parto, participação também no auxilio obstétrico
de ovinos. Observação dos animais no aprisco para detectar sinais de trabalho de
parto.
Figura 13: Inseminação artificial

49
Quanto à nutrição os animais da Fazenda Experimental Pé da Serra houve a
possibilidade de acompanhar o desenvolvimento e a execução das dietas elaboradas
pela área técnica da Fábrica de Rações para cada espécie visando uma nutrição
adequada e o aumento da produção leiteira, acompanhando dia a dia o fornecimento
dos alimentos no cocho, reajustando as medidas quando necessário. Ainda com
relação ao manejo nutricional, houve acompanhamento da qualidade da silagem e pré-
secado. Realizava-se também a mudança dos animais de piquetes visando
proporcionar alimentação de melhor qualidade nos períodos em que estavam soltos.
Utilizando-se as informações geradas pelo Programa de Análise dos Rebanhos do
Paraná (PARLPR), obteve-se informações sobre a proporção entre gordura e proteína
do leite, nas vacas em produção. Assim, foi identificado um grupo de animais com
acidose sub-clínica.
Com relação ao manejo sanitário em bovinos era realizada a vermifugação das
bezerras após o desmame, e vacinação contra clostridioses aos 4 meses. Os animais
que estavam entre o terceiro e o oitavo mês de vida recebiam a vacinação contra
brucelose bovina, imunização realizada com a vacina B19. Um lote de animais
adquiridos pela propriedade passou por um período de quarentena em um piquete
isolado do rebanho, neste período foi realizada uma serie de exames como: inoculação
de tuberculina para o diagnostico da tuberculose e coleta de sangue para exames de
brucelose. Uma amostra de sangue de cada animal foi coletada também e enviada ao
laboratório para obter o diagnostico de outras doenças como: rinotraqueite infecciosa
bovina (IBR), diarreia viral bovina (BVD) e leptospirose. Com o resultado negativo para
brucelose esses animais receberam a imunização contra essa doença, a vacina
aplicada foi a RB 51. No mês de setembro, que ocorre a brotação das pastagens, foram
vacinadas contra pasteurelose. Acompanhamento de administração de dipropionato de
imidocarb (Imizol®) como tratamento profilático para piroplasmose. Nas atividades
sanitárias da ordenha foi realizado o California Mastit Test (CMT) para o diagnóstico de
mastite e o teste da caneca do fundo preto com a mesma finalidade, através de
alterações nas características do leite, como formação de grumos por exemplo. Ainda
nas atividades executadas na ordenha visando a sanidade, destaca-se a realização do
pré-dipping e pós dipping. Realização de vermifugação de ovinos e caprinos utilizando
50
fosfato de levamisol 18,8% (Ripercol L 150 F®) antihelmintico e imunoestimulante
injetável por via subcutânea. A dose utilizada nos animais adultos foi de 2 mL e 0,5 mL
nos borregos e borregas.
Relacionado ao manejo geral de produção foi realizado tratamento do umbigo de
animais recém-nascidos, a mochação de bezerras desmamadas, identificação dos
animais com brincos numerados para elaboração de uma ficha contendo os dados do
animal, casqueamento e tosquia de ovinos e administração de ferro em leitões com dois
dias de vida.
Na área de clínica médica e cirúrgica foram acompanhados e realizados diversos
procedimentos como: diagnóstico e tratamento de timpanismo de bovinos e ovinos,
realizando a técnica de esvaziamento dos gases através de agulhas estéreis em ovinos
e trocater em bovinos, aliviando a compressão de outros órgãos causada pelo aumento
do rúmen por conta dos gases. Diagnósticos e tratamentos de piroplasmose em
bovinos também foi um dos procedimentos realizados. Houve possibilidade de
acompanhar diagnósticos de hipocalcemia pós-parto em vacas, um distúrbio
metabólico, os tratamentos eram realizados com a administração de 1 L de cálcio por
via intravenosa lentamente para evitar qualquer efeito toxico sobre o sistema
cardiovascular, controlando a velocidade da infusão para evitar arritmias. Tratamento de
metrite com antibioticoterapia, e também diagnóstico e tratamento de mastite clínica e
sub-clínica com antibióticos intramámarios e selante de teto.
Acompanhamento e auxilio no procedimento cirúrgico de cesariana em ovino, em
que o feto já estava em estado de óbito, cirúrgica realizada com sucesso tirando a
fêmea de risco. As atividades realizadas no estágio estão listadas na Tabela 1.

51
Tabela 1: Atividades realizadas no estágio curricular
Atividade N %
Manejo nutricional de ovinos 90 12,29%
Vermifugação de ovinos 87 11,88%
Diagnostico de gestação por palpação 68 9,28%
Casqueamento de ovinos 60 8,19%
Diagnostico de gestação por ultrassonografia 57 7,78%
Administração de ferro em leitões recém-nascidos 50 6,83%
Inseminaçao artificial 40 5,46%
Auxilio ao parto de ovinos 34 4,64%
Pré-dipping e pós-dipping 30 4,09%
Californa Mastit Test (CMT) 30 4,09%
Manejo nutricional das vacas em ordenha 30 4,09%
Identificação de borregos com brincos numerados 28 3,82%
Protocolos de sincronização hormonal para I.A.T.F 25 3,41%
Tratamento profilático de tristeza parasitária 22 3,00%
Tosquia de ovinos 20 2,73%
Coleta de amostra sanguínea para exames laboratoriais 10 1,36%
Vermifugação de bezerras 8 1,09%
Identificação de bezerras com brincos numerados 8 1,09%
Tratamento de tristeza parasitária 6 0,81%
Tuberculinização para exame 5 0,68%
Coleta de amostra sanguínea para exame de Brucelose 5 0,68%
Tratamento de mastite sub-clínica 4 0,54%
Tratamento de hipocalcemia pós-parto 3 0,40%
Parto distócico 3 0,40%
Manejo de bezerro recém nascido 3 0,40%
Tratamento de timpanismo gasoso 2 0,27%
Tratamento de metrite 2 0,27%
Cesariana em fêmea ovina 1 0,13%
Cesariana e ovariohisterectomia em cadela 1 0,13%
Total 732 100%

52
7. ACOMPANHAMENTO DOS ANIMAIS EM PRODUÇÃO COM PORCENTAGEM DE
GORDURA MENOR QUE A PORCENTAGEM DE PROTEÍNA NO LEITE
Durante o período de estágio foram estudadas as produções de 19 vacas que
apresentaram porcentagem de gordura baixa. Foram calculadas as relações gordura-
proteína, que estão apresentadas na Tabela 2.
Tabela 2: Relação gordura-proteína do leite dos animais da Fazenda Pé da Serra
Vaca número % Gordura % Proteína Relação
1 2.41 3.56 0.68
2 2.19 3.21 0.68
3 2.46 3.53 0.70
4 2.19 3.12 0.70
5 2.46 3.30 0.73
6 2.40 3.25 0.74
7 2.06 2.72 0.76
8 2.66 3.37 0.79
9 2.50 3.16 0.79
10 2.50 3.07 0.81
11 2.80 3.41 0.82
12 2.88 3.22 0.89
13 2.71 2.94 0.92
14 2.68 2.84 0.94
15 2.52 2.62 0.96
16 3.47 3.59 0.97
17 3.33 3.43 0.97
18 2.61 2.67 0.98
19 3.41 3.42 1.00
Média 2,64 3,18 0,83
Desvio-padrão 0,39 0,30 0,11

Os 19 animais estudados representavam 66,33% de um lote de 30 animais em


produção.
Com esta observação foi possível identificar as vacas com acidose sub-clínica.
Para estas, foi indicado proceder a intervenção na dieta com aumento de oferta de
fibra, e ao mesmo tempo a inclusão de bicarbonato de sódio, com efeito tamponante.

53
7.1 REVISÃO DE LITERATURA: ACIDOSE RUMINAL
A utilização de dietas ricas em fibras ou concentrados induz a alterações na
fisiologia ruminal, uma vez que, dependendo do alimento, altera-se a população de
microrganismos, taxa de passagem do alimento, motilidade e velocidade de absorção
dos nutrientes. Estes fatores podem causar uma série de distúrbios metabólicos que
podem acarretar em perda de eficiência e produção dos animais, e consequentemente,
prejuízos econômicos para os produtores (VAN CLEEF et al, 2009).
As doenças relacionadas à produção são transtornos metabólicos que se
apresentam em um grupo de animais de produção, induzidos por medidas de seleção
ou manejo, e que têm como causa um desequilíbrio entre a entrada de um ou mais
nutrientes ao organismo, sua biotransformação e a saída do organismo (VAN CLEEF et
al, 2009).
Estudando os efeitos da proporção gordura-proteína do leite, Koeck et al (2014)
demonstraram que em vacas com alta proporção gordura-proteína há maior incidência
de cetose.
A acidose ruminal é uma doença metabólica de evolução aguda ou crônica,
causada pela ingestão abrupta, sem prévia adaptação de alimentos ricos em
carboidratos, os quais, fermentados no rúmen, produzem grandes quantidades de ácido
lático, provocando inicialmente acidose ruminal e atonia neste órgão, seguida de
acidose sistêmica, desidratação, prostração, coma e, freqüentemente, morte (MILLEO
et al, 2006).
As alterações nas características físico-químicas do suco ruminal estão
relacionadas com a diminuição do pH causada pela excessiva elevação na
concentração do ácido lático (rápida proliferação de bactérias Gram-positivas
Streptococcus bovis e Lactobacillus sp) no rúmen, que altera a osmolaridade do meio,
aumentando-a, tornando o meio hipertônico em relação ao plasma. A acidose é uma
enfermidade de grande impacto econômico, pois acomete normalmente os bovinos
mantidos em sistemas de confinamento e alimentados com dietas hiperglucídicas com a
finalidade de atingirem seu peso e o seu potencial máximo (MILLEO et al, 2006).
Na forma aguda do distúrbio há um aumento exacerbado na osmolaridade
ruminal, assim como acúmulo de glicose e lactato nas suas duas formas
54
estequiométricas, o D-lactato e o L-lactato no líquido ruminal. Na forma subaguda, há
um pequeno acúmulo de ácido lático no rúmen, e grande parte da alteração no
ambiente ruminal é devida ao acúmulo de grandes concentrações de ácidos graxos
voláteis (VAN CLEEF et al, 2009).
Para o diagnóstico destas enfermidades ligadas ao sistema digestório dos
ruminantes, especialmente aquelas dos compartimentos pré-gástricos, é realizada a
análise do fluido ruminal, avaliando os seguintes parâmetros: aspectos organolépticos
(cor, odor, consistência), avaliação in vitro dos infusórios (densidade, motilidade e
tamanho dos protozoários), pH, tempo de sedimentação e flotação, teste de redução do
azul de metileno (TRAM), contagem de infusórios e percentual de protozoários viáveis,
pois a microbiota do rúmen é altamente sensível às alterações externas e internas às
quais rotineiramente estão submetidos os animais (MILLEO et al, 2006).
O diagnóstico da acidose ruminal depende não somente da coleta e avaliação do
líquido ruminal, mas também da historia clínica e avaliação da sintomatologia que pode
estar associada com a enfermidade (BERCHIELLI et al, 2011).
A quantidade e a diversidade de protozoários no suco ruminal, são influenciadas
pelas dietas ingeridas, pelo pH e pelas relações que estabelecem entre si e com a
população bacteriana. No entanto, o pH do conteúdo ruminal é fator determinante na
concentração e composição da população de protozoários (MILLEO et al, 2006).

7.1.1 Manifestações clínicas e avaliação do pH


O quadro clínico apresentado pelos ruminantes com acidose ruminal aguda é
bastante variável, dependendo da quantidade e qualidade de carboidratos solúveis
ingeridos, da evolução da doença e da susceptibilidade individual (RODRIGUES, 2009).
Segundo experimento realizado por Milleo et al (2006), os valores encontrados
para o pH do líquido ruminal após a indução do distúrbio fermentativo, permitiram
verificar uma queda significativa (p<0,05) desta variável a partir de duas horas pós-
ingestão. O resultado mais baixo para o pH foi de 5,53, observado cinco horas pós-
ingestão, momento em que a unidade experimental foi medicada a fim de se
restabelecer suas funções metabólicas normais.

55
Após três horas do período de indução, foi observado que a motilidade dos
protozoários sofreu uma diminuição significativa (p<0,05), ocorrendo grande
comprometimento desta característica (Figura 14).

Figura 14: Valores médios do pH e do escore de motilidade de protozoários na acidose


lática experimental

Fonte: MILLEO, 2006

Os valores obtidos na TRAM demonstraram que após a indução da acidose


lática ruminal, ocorreu uma elevação significativa (p<0,05) no tempo redução do azul de
metileno, até o final do experimento, atingindo até 164 minutos. Isto demonstra o efeito
de diminuição da função bacteriana relacionada à queda do pH. Na unidade teste, os
valores de TRAM permaneceram estáveis entre 4 e 15 minutos (MILLEO et al, 2006).
Já nas primeiras horas de evolução, os animais apresentaram anorexia. A partir
da décima hora o estado geral pode se modificar com o surgimento de apatia e
depressão, e taquicardia maior que 100 batimentos por minuto (VAN CLEEF et al,
2009).
Segundo experimento realizado por Milleo et al (2006) a frequência cardíaca
apresentou aumento significativo durante as manifestações clínicas, atingindo 104

56
batimentos por minuto, a temperatura corporal também apresentou elevação (Figura
15).

Figura 15: Temperatura corporal e frequência cardíaca referentes aos sinais clínicos na
acidose metabólica

Fonte: MILLEO, 2006

Mucosas congestas, vasos episclerais injetados, a frequência respiratória pode


estar elevada nos casos de acidose metabólica leve ou grandemente diminuída quando
a acidemia for muito intensa. A atonia ruminal ocorre por boa parte dos casos, sendo
considerada um mecanismo de defesa, pois a ausência da movimentação do órgão
diminui sensivelmente a absorção de acido lático (RODRIGUES 2009).
A diarreia é um quadro frequente em animais com acidose. As fezes
apresentam-se líquidas, às vezes com espuma, e com odoro fétido. Apesar das fezes
serem bastante diarreicas, a frequência da defecação é episódica e o volume total
eliminado não é muito grande. A constipação pode ser observada em ruminantes com
intenso quadro de desidratação (RODRIGUES, 2009).
A síndrome de desidratação pode ou não estar presente em animais com
acidose. Em alguns casos a desidratação é intensa atingindo graus de até 10% a 12%.
Nestes casos verificam-se oligúria ou anúria, retardo no retorno do pregueamento da
pele, enoftalmia e temperatura cutânea baixa nas extremidades (RODRIGUES, 2009).
57
Em quadros de acidose subaguda, que é mais comum em vacas de leite, é
frequente a maior ocorrência de problemas de claudicação com origem na sola do
casco. Vacas que sofrem de acidose subaguda são mais propensas a apresentarem
hemorragias e abscessos na sola do casco, sintomas típicos da laminite. Isso é
causado pelas mudanças na formação do tecido córneo da sola do casco, além de
alterações vasculares devido a liberação de mediadores vasoativos, como endotoxinas,
histamina, tiramina, triptamina durante episódios de acidose ruminal (BERCHIELLI et al,
2011).
Alem da maior frequência de problemas de casco, rebanhos que sofrem de
acidose ruminal subaguda tendem a apresentar problemas com manutenção de
concentrações adequadas de gordura no leite. Vacas da raça Holandesa produzem
leite com concentração de gordura normalmente acima de 3,5%. Quando animais são
alimentados com excesso de carboidratos fermentescíveis no rúmen a queda no pH
ruminal facilita a bio-hidrogenação incompleta de ácidos graxos poli-insaturados, o que
resulta em maior produção de ácidos graxos na configuração trans. Rebanhos que
sofrem de acidose ruminal subaguda apresentam, em muitos casos, uma grande
proporção de vacas com baixa concentração de gordura no leite. Muitas vezes,
associada a baixa gordura está o aumento da proteína do leite, o que faz com que
muitas vacas apresentem o que é conhecido como inversão gordura:proteína, ou seja
uma maior concentração de proteína do que de gordura no leite. O aumento da proteína
ocorre em decorrência da maior fermentação ruminal, o que favorece a produção de
proteína microbiana, além de maior síntese de acido propiônico e secreção de insulina.
Além da alteração na composição do leite, rebanhos alimentados com dietas que
predispõem a acidose ruminal também apresentam uma grande proporção de vacas
com fezes de pouca consistência ou mesmo líquidas (BERCHIELLI et al, 2011).

7.1.2 Prevenção e tratamento


A prevenção da acidose ruminal é feita por meio da formulação de dietas que
não predisponham a produção excessiva de ácidos no rúmen, assim como manejo
nutricional para evitar mudanças no ambiente ruminal, independentemente da
composição da dieta (BERCHIELLI et al, 2011).
58
O pH ruminal é influenciado pelo consumo diário de carboidratos
fermentescíveis. Por tanto em vacas de alta produção que recebem dietas com alta
concentração energética e que têm alta ingestão de matéria seca são mais sujeitas a
períodos de baixo pH ruminal após picos de ingestão de alimento. Deve-se, portanto,
evitar flutuações drásticas na ingestão de alimento devido ao manejo alimentar. Para
isso, vacas de leite devem ter alimento disponível na maior parte do dia, de preferência
por pelo menos 22 horas para maximizar a ingestão de matéria seca, ao mesmo tempo
que a distribuição de ingestão é mais homogênea durante o dia (BERCHIELLI et al,
2011).
A utilização de períodos de adaptação nas mudanças de dietas, utilização de
tamponantes e ionóforos são medidas eficazes na prevenção da ocorrência de acidose
lática em bovinos confinados com grande quantidade de grãos na dieta. É importante
prestar atenção ao tamanho de partículas da dieta, é fundamental que haja fibra efetiva
suficiente para estimular a mastigação, pois com isso há maior produção de saliva, que
tem forte ação tamponante no rúmen.
No atendimento clínico de casos agudos, a indicação é baseada na
administração intravenosa de bicarbonato de sódio, que possui efeito tamponante, e
fluidoterapia.

59
8. CONCLUSÃO
A demanda por leite e carne aumentou a intensificação da produção. Visando
atender o mercado, novas tecnologias foram desenvolvidas para se obter maior ganho
produtivo e econômico. O manejo reprodutivo eficiente representa o ponto mais
relevante da produção que é o reflexo da produtividade individual dos animais. Nos
últimos tempos uma biotecnologia vem se destacando na pecuária nacional: a
inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F) com a alternativa da reprodução do
rebanho ser melhor controlada. Esta ferramenta possibilita animais serem inseminados
sem a observação de cio, mais bezerros nascendo e com um ganho genético de uma
geração para outra, planejamento dos lotes a serem inseminados com dia e hora pré
determinado, concentra nascimento e desmama em um período previsto, diminui o
intervalo entre partos, tem maior eficiência nas taxas de concepção comparada a
inseminação artificial convencional. Com essas e algumas outras vantagens, trazendo
resultados satisfatórios para o produtor é possível concluir que há eficácia no uso de
protocolos de sincronização do ciclo estral através do uso de protocolos hormonais.
No manejo nutricional, a partir das informações geradas pelo Serviço de Controle
Leiteiro, que possibilitam aos veterinários gerenciar os rebanhos, torna-se possível ter
conhecimento sobre a relação gordura-proteína do leite, contagem de células
somáticas, pico de produção, persistência de lactação e outras informações
importantes.
No presente trabalho, as informações proporcionaram a detecção de acidose
sub-clínica em mais da metade das vacas em produção, fato considerado de grande
relevância, por estar diretamente relacionado com a diminuição da degradabilidade do
alimento pela biota ruminal, resultando em não atendimento das necessidades
nutricionais, e consequentemente, em diminuição da produção leiteira.

60
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