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CURITIBA
2015
GABRIEL DE MOURA E COSTA
CURITIBA
2015
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitoria Acadêmica
Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação
Sr. Afonso Celso Rangel Santos
Diretor de Graduação
Prof. Dr. João Henrique Faryniuk
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Dr. Welington Hartmann
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do titulo de
Médico Veterinário por banca examinadora do curso de Medicina Veterinária da
Universidade Tuiuti do Paraná.
________________________________________________________________
BANCA AVALIADORA
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2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO
16
3. MANEJO PRODUTIVO DE VACAS LEITEIRAS DA FAZENDA PÉ DA SERRA
17
Figura 1: Baia individual
19
3.3 MANEJO DE VACAS EM ORDENHA
Esta etapa se inicia ainda no pasto com a condução correta dos animais, o
percurso é feito em uma velocidade confortável sem utilização de qualquer tipo de
instrumento de agressão minimizando o estresse, são conduzidas sempre pela mesma
pessoa e nos mesmos horários, a primeira ordenha é realizada nas primeiras horas do
dia às 6:00 h e a segunda ordenha às 16:00 h. Os animais são direcionados ao cocho
coletivo (Figura 3) para receberem uma alimentação composta de 35 quilos de silagem
por animal, dois quilos e meio de cevada, feno e água potável a vontade,
permanecendo neste local por aproximadamente meia hora. Em seguida entram na
sala de espera onde recebem individualmente ração tamponada com 20% de proteína
bruta conforme a sua categoria de produção. Os animais classificados como lote de alta
produção recebem 4 quilos de concentrado e os animais classificados como lote de
baixa produção recebem 3 quilos.
Após consumirem a ração as vacas são conduzidas à sala de ordenha tipo
espinha de peixe, 2 x 5 (Figura 4)
.
Figura 3: Cocho coletivo
20
Figura 4: Ordenha tipo espinha de peixe 2 x 5
21
3.4 MANEJO SANITÁRIO
As bezerras recebem o colostro nos três a cinco primeiros dias, sendo dois litros
por dia, com a finalidade de ingestão de imunoglobulinas. A primeira vermifugação
ocorre por ocasião do desmame, e nessa idade também ocorre a primeira vacinação
contra as clostridioses. Entre o terceiro e o oitavo mês de vida as bezerras são
vacinadas contra brucelose bovina, doença infecto contagiosa de potencial zoonótico, a
imunização é realizada com a vacina B19. Aos 90 dias recebem a 2ª dose da vacina
contra clostridioses. No mês seguinte, ao atingirem quatro meses, recebem a vacina
anti-rábica. Em setembro, quando ocorre a brotação das pastagens, são vacinadas
contra pasteurelose, e nos meses de maio e novembro, contra a febre aftosa.
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4. MANEJO REPRODUTIVO DA FAZENDA PÉ DA SERRA
As novilhas da raça Holandesa geralmente atingem o peso de 350 kg aos 14
meses de idade. Esse é considerado o peso ideal para a primeira cobertura ou
inseminação, tendo em vista que, em um manejo que possibilite o ganho de peso médio
de 0,800 a 0,850 kg por dia, atingirão 600 kg ao término da gestação (HARTMANN,
2011). Esse é o manejo preconizado na Fazenda Pé da Serra.
Quarenta a cinquenta dias após o parto passa-se a observar a ocorrência de cio.
As vacas que exteriorizam cio pela manhã são inseminadas à tarde, e as vacas que
apresentam cio à tarde são inseminadas no dia seguinte pela manhã, de acordo com o
esquema de Trimberger (HARTMANN, 2010).
As vacas que apresentam altas produções, geralmente têm maiores dificuldades
de concepção, afetando diretamente seu desempenho reprodutivo e produtivo ao longo
de sua vida. Essas são agrupadas e submetidas a protocolos de inseminação artificial
em tempo fixo (I.A.T.F).
Essa técnica é historicamente utilizada com êxito na bovinocultura de corte, no
entanto em bovinos leiteiros também apresenta benefícios como: diminuição do
intervalo entre partos (IEP), dispensa a observação de cio, programação das lactações
e organização da propriedade com o descarte das vacas inférteis.
23
5. REVISÃO DE LITERATURA: INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO
(I.A.T.F)
5.1 HORMÔNIOS RELACIONADOS À REPRODUÇÃO DA FÊMEA
5.1.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH)
O hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH) é um hormônio proteico, um
decapeptídeo (10 aminoácidos) produzido naturalmente pelo hipotálamo. Induz a
liberação pulsátil de LH e constitutiva de FSH, hormônios estes envolvidos com o
desencadeamento das ondas de crescimento folicular, maturação folicular, ovulação e
luteinização do folículo ovulatório (PALHANO, 2008).
O GnRH é secretado pelas extremidades dos axônios que fazem sinapses com
os capilares da eminência média do hipotálamo. O sangue flui para o sistema porta
hipotálamo-hipofisário, desta forma o GnRH produzido no hipotálamo é transportado até
a hipófise para estimular a produção hormonal dos gonadotrofos (BIOGENESIS, 2004).
Trabalhos experimentais demonstram a variação da frequência e da amplitude
no pulso do GnRH, sendo esta liberação pulsátil essencial para a manutenção da
secreção de LH e FSH pela adenohipófise (PALHANO, 2008).
Segundo Hafez e Hafez (2004) o GnRH fornece uma ligação humoral entre os
sistemas endócrino e nervoso. Ele é sintetizado e armazenado no hipotálamo basal
médio.
5.1.2.2 Prolactina
A prolactina é um hormônio polipeptídico secretado pela adeno-hipófese. A sua
molécula é uma estrutura similar ao hormônio do crescimento. A prolactina inicia e
mantém a lactação. É reconhecida como um hormônio gonadotófico por causa das
suas propriedades luteotróficas (manutenção do corpo lúteo) em roedores (HAFEZ E
HAFEZ, 2004).
Desempenha importante função na secreção do leite, ou lactogênese. Ela é
liberada quando da a manipulação da teta sempre que ocorre ordenha ou mamada
(CUNNINGHAM, 1999).
5.1.2.3 Ocitocina
Promove as contrações uterinas em sinergismo com a PGF2α no trabalho de
parto e promove ejeção do leite ao atuar sobre as células mioepiteliais dos alvéolos
mamários (PALHANO, 2008).
A ocitocina é sintetizada no núcleo supra-óptico do hipotálamo e transportada em
pequenas vesículas envoltas por uma membrana através de axônios do nervo
hipotálamo-hipofisário. Desempenha um importante papel no processo reprodutivo.
Durante a fase folicular do ciclo estral e durante os últimos estágios da gestação, a
25
ocitocina estimula contrações uterinas, que facilitam o transporte do esperma para o
oviduto durante o cio (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
A ocitocina age diretamente sobre a musculatura lisa uterina, facilitando as
contrações uterinas e promovendo a saída do feto. Extratos da neuro-hipófise são
usados na prática clínica para estimular contrações do útero fatigado durante um
trabalho de parto prolongado (FRANDSON et al., 2011).
5.1.3.4 Proteína b
Segundo Hafez e Hafez (2004) atualmente uma proteína oriunda do tecido
placentário foi parcialmente purificada, a proteína B específica da prenhez bovina. A
ação fisiológica da proteína B parece estar envolvida na prevenção da luteólise no início
da prenhez da vaca.
5.1.3.5 Prostaglandina
As prostaglandinas são membros de uma grande família de compostos
endógenos derivados de ácidos graxos oxigenados e insaturados exercendo efeitos
distintos em função de seu local de produção e atuação, estando envolvidas em
praticamente todas as células e tecidos corporais (PALHANO, 2008).
As prostaglandinas, primeiramente foram isoladas de fluidos das glândulas
sexuais acessórias, receberam essa nomenclatura por causa da associação com a
glândula prostática. Podem ser consideradas hormônios que regulam diversos
fenômenos fisiológicos e farmacológicos, tais como a contração da musculatura lisa dos
tratos reprodutivo e gastrointestinal, ereção, ejaculação, ovulação, formação de corpo
lúteo, o parto e a ejeção do leite (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
Em relação à atividade reprodutiva das fêmeas bovinas, a expressão mais
marcante destes compostos pode se observar na regulação do ciclo estral e durante o
trabalho de parto. No ciclo estral, o corpo lúteo (CL), formado após a ovulação de um
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folículo dominante, passando antes pela formação do corpo hemorrágico, é uma
estrutura altamente vascularizada, cujo fluxo sanguíneo permite sua manutenção
(PALHANO, 2008).
A regressão do CL, ou a luteólise, é um fenômeno que ocorre pela ação da
prostaglandina F2α (PGF2α), produzida pelo endométrio e liberada na forma pulsátil
durante todo o ciclo estral, observando-se um padrão de três a quatro pulsos por dia no
inicio do processo, sendo necessário cinco pulsos diários para sua completa regressão
(GONÇALVES et al., 2002).
28
5.1.4.2 Progestágenos
Atuam sobre o endométrio promovendo o desenvolvimento e a secreção
glandular, inibem a motilidade uterina espontânea, promovem efeito antagônico à
ocitocina, efeito sobre as glândulas mamárias estimulando o desenvolvimento do
lóbulo-alveolar, podem inibir a ovulação em tratamentos para sincronização de cio
(implantes intravaginais e auriculares de progesterona) e são essências para a
manutenção da gestação (PALHANO, 2008).
Exercem efeito inibitório sobre a liberação hipotalâmico e hipofisário de GnRH e
LH, respectivamente. O corpo lúteo, formado após a ovulação de um folículo
dominante, é a principal fonte de progesterona em fêmeas bovinas não-gestantes. A
progesterona também é secretada pela placenta, contudo a fêmea mantém atividade
luteal durante toda a gestação (PALHANO, 2008).
Segundo Hafez e Hafez (2004) a progesterona é o progestágeno natural de
maior prevalência, sendo secretada pelas células luteínicas do corpo lúteo, pela
placenta e pelas glândulas adrenais. A progesterona, assim como os andrógenos e os
estrógenos, é transportada pela corrente circulatória por uma proteína de ligação. A
progesterona desempenha as seguintes funções:
• Atua sinergicamente com os estrógenos na indução do comportamento do cio.
• Provoca a inibição do cio e do pico pré-ovulatório do LH quando em níveis
elevados. Portanto, a progesterona desempenha papel fundamental na
regulação hormonal do ciclo estral.
• Inibe a motilidade uterina.
5.1.4.3 Relaxina
É um hormônio polipeptídico que consiste de uma subunidade α e outra β,
conectadas por duas pontes dissulfídicas e possui peso molecular de 5.700 dáltons.
Inibina e insulina são estruturalmente similares, mas as suas ações biológicas são
diferentes. A relaxina é secretada primeiramente pelo corpo lúteo durante a gestação.
Em algumas espécies a placenta e o útero também secretam relaxina. A principal ação
biológica da relaxina é a dilatação da cérvix e da vagina antes do parto (HAFEZ E
HAFEZ, 2004).
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Provoca o relaxamento da sínfise púbica para a passagem fetal, estimula o
crescimento uterino em conjunto com os estrógeno e a progesterona (ANDREWS,
2008).
5.1.4.4 Inibina
A inibina secretada pelas células de Sertoli promove o controle da secreção de
FSH no macho através de ação retrógrada negativa. A secreção ovariana de inibina
(pelas células da granulosa do folículo dominante) inibe a secreção de FSH, inibindo o
crescimento de outros folículos recrutados nas ondas foliculares (PALHANO, 2008).
As inibinas desempenham um papel importante na regulação hormonal da
foliculogênese ovariana durante o ciclo estral. Atuam como sinalizadores químicos para
hipófise sobre o numero de folículos em crescimento no ovário. A inibina reduz a
secreção até um certo nível, o que mantém o número de ovulações espécie-específico
(HAFEZ E HAFEZ, 2004).
5.1.4.5 Ativina
As ativinas são potentes dímeros liberadores de FSH e estão presentes nos
fluídos gonadais, como, por exemplo, no fluído folicular. A ativina é um membro
completamente funcional nos fatores de crescimento. É secretada pelas células da
granulosa, e estimula a secreção de FSH e LH (ANDREWS, 2008).
A ativina é um membro completamente funcional dos fatores de crescimento
(HAFEZ E HAFEZ, 2004).
31
sensibilizá-la para a sua ação e estimular a secreção pré ovulatória de LH, culminando
com a ovulação aproximadamente doze horas depois (PALHANO, 2008).
5.3 FOLICULOGÊNESE
Da reserva de folículos primordiais, formada durante a vida fetal ou logo após o
nascimento alguns folículos crescem continuamente durante a vida do animal ou pelo
menos até a reserva se exaurir. Quando um determinado folículo deixa essa reserva,
ele cresce até a ovulação ou até que ocorra a sua degeneração, o que acontece com a
maioria dos folículos. O folículo de maior tamanho é responsável pela maior quantidade
de estrógeno secretado pelo ovário durante o cio, sendo que essa secreção descresse
rapidamente durante o pico de LH (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
Vacas ovulam um único folículo, que pode ser identificado pelo seu tamanho
cerca de 3 dias antes da expressão do cio, quando há apenas um ou dois folículos
grandes nos ovários (HAFEZ E HAFEZ, 2004).
33
5.3.1 Folículo primordial ou primário
Os folículos primordiais são constituídos por um oócito quiescente, esférico ou
oval, circundado por células da pré- granulosa de formato pavimentoso. O núcleo do
oócito é relativamente grande e ocupa uma posição central ou excêntrica, podendo ter
o nucléolo evidente. A zona pelúcida, neste estádio, ainda não é totalmente observada,
verificando-se uma justaposição do oócito e das células da granulosa, sem nenhuma
junção específica. Essa classe de folículos permanece quiescente até a ativação, e
depois entra para o grupo de folículos em crescimento (primários, secundários e
terciários). Os folículos primários são formados por um oócito circundado por células da
granulosa de formato cuboide dispostas em uma única camada. A partir desse estádio,
o oócito passa a manter um estreito contato com essas células mediado por endocitose
(LIMA-VERDE et al., 2011).
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5.3.4 Fluido folicular (antral)
Durante o desenvolvimento folicular, a produção de fluido antral é intensificada
pelo aumento da vascularização folicular e permeabilidade dos vasos sanguíneos, os
quais estão fortemente relacionados com o aumento do tamanho folicular. Durante o
crescimento folicular antral, as células da teca secretam andrógenos aromatizáveis que
se acumulam no fluido folicular. Os andrógenos se difundem através da membrana
basal do folículo e nas células da granulosa, onde atuam de duas formas: 1)
potencializando a ação do FSH no aumento da atividade das enzimas estrogênicas; e
2) como substrato imediato para a conversão de estrógenos por estas mesmas
enzimas. O desenvolvimento dos folículos antrais é caracterizado pela continuidade da
fase de crescimento, seguindo o recrutamento, a seleção e a dominância, sendo a
formação de folículos pré-ovulatórios um pré-requisito para a ovulação e formação do
corpo lúteo, bem como para a manutenção da fertilidade (LIMA-VERDE et al., 2011).
38
5.5 MANEJO REPRODUTIVO
Para um rebanho expressar toda sua capacidade produtiva deve, ser livre de
doenças, estar adaptado as condições ambientais nas quais é explorado, ser
alimentado de forma que atenda toda sua demanda nutricional, bem como ser
trabalhado dentro de um manejo reprodutivo que permita maximizar o seu potencial de
produção (PALHANO, 2008).
De maneira prática, a avaliação do escore de condição corporal tem sido uma
ferramenta valiosa para refletir o estado nutricional. O escore de condição corporal ao
parto foi positivamente correlacionado com o desenvolvimento folicular precoce no
período pós parto (SANTIN, 2010).
39
5.6.3 Escore corporal 2,5 a 3 (regular)
Caso a fêmea esteja recuperando a condição corporal (ECC-1 para ECC-2 ou
para ECC-3) provavelmente estará em anestro. Se estiver perdendo peso (ECC-4 para
ECC-3), poderá estar ciclando ou em gestação (PALHANO, 2008).
40
Figura 9: Influência do escore de condição corporal sobre a taxa de prenhez.
41
5.8 CONTROLE SANITÁRIO
Possuir um bom manejo sanitário dentro da propriedade é imprescindível para o
sucesso no programa de sincronização de cio. As principais vacinas utilizadas são para
prevenir as seguintes doenças: febre aftosa, brucelose, leptospirose, IBR e BVD. Deve
ser lembrado que algumas vacinas elevam a temperatura corporal por diversos dias
após a aplicação, e essa elevação de temperatura se coincidir com aplicação de
hormônios para sincronizar o estro, pode levar a uma diminuição dos resultados da
sincronização (MILISTETD, 2006).
44
5.11.2 Vantagens da inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F)
Segundo Seliestre (2008) as principais vantagens da IATF são:
• Inseminação com dia e hora marcado.
• Eliminação na detecção de cio.
• Inseminação de várias vacas por dia.
• Inseminação de vacas com cria ao pé.
• Indução de ciclicidade em vacas em anestro.
• Redução no intervalo entre partos.
• Possibilita altas taxas de prenhez.
• Padronização dos lotes.
• Atingir o objetivo de um bom terneiro por vaca a cada ano.
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5.11.4.2 Protocolo Cosynch
O protocolo Cosynch é também um protocolo Ovsynch modificado em que a IA é
realizada no mesmo momento em que as vacas recebem a segunda administração de
GnRH (48 horas após a administração da PGF2α). Este protocolo apresenta como
principal vantagem o fato de reduzir o número de vezes que se manuseia os animais.
No entanto, apresenta uma taxa de concepção mais baixa do que quando as vacas são
inseminadas a tempo fixo, 16 a 24 horas depois da segunda injecção de GnRH
(Ovsynch clássico). As taxas de concepção para este protocolo podem ser optimizadas
utilizando-se em combinação um bom programa de detecção de cios. Estudos com este
protocolo reportam entre 38% e 51% das vacas a demonstrarem cio no segundo dia
depois da administração da PGF2α. É importante ter em consideração que as vacas
que evidenciam comportamento de cio durante o protocolo necessitam ser identificadas
e beneficiadas no momento correcto, pelo que a IATF neste protocolo deve servir
sobretudo como forma de inseminação das vacas cujos cios não foram detectados
atentadamente (MARCIEL, 2010).
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5.11.4.3 Protocolo hCG-synch
Uma alteração recente ao protocolo Ovsynch foi a substituição da segunda
administração de GnRH, por hCG. A gonadotrofina crônica humana apresenta uma
atividade similar à da LH e promove a ovulação do folículo dominante. A hCG apresenta
uma semi-vida mais longa do que a da LH, mantendo o folículo sob uma dominância
trópica mais prolongada. Assim, uma estimulação mais prolongada dos receptores
foliculares para a LH, devido à ação da hCG, mantendo as concentrações plasmáticas
marcadamente aumentadas por cerca de 30 horas após a sua administração, poderá
favorecer a luteinização das estruturas folículares após a ovulação quando comparada
com a obtida através da administração de GnRH, e assim permitir reduzir a incidência
de mortalidade embrionária. A administração do análogo de GnRH induz um pico de LH
de apenas 5 horas em novilhas, o qual é aproximadamente metade do pico de LH que
ocorre naturalmente (10 horas), podendo ainda assim resultar na indução de uma
estimulação completa do folículo ovulatório e formação completa do corpo lúteo
funcional, com uma vida normal (MARCIEL, 2010).
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6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO
As atividades realizadas no estágio foram voltadas ao manejo produtivo,
reprodutivo, nutricional e sanitário juntamente com o acompanhamento de
determinados procedimentos clínicos necessários nos animais da Fazenda
Experimental Pé da Serra.
Das atividades relacionadas à reprodução houve a possibilidade de acompanhar
diagnósticos de gestação por meios de palpação retal e ultrassonografia.
Acompanhamento de exame pré-parto, para avaliação do posicionamento do feto e
dilatação da cervix. Palpação transvaginal após o parto para detectar/avaliar a possível
existência de um segundo feto. Presenciar a realização de protocolos de sincronização
de cio para realização de inseminação artificial em tempo fixo, acompanhar
procedimentos de inseminação artificial propriamente dita (Figura 13), desde o
descongelamento do sêmen até a inseminação. Auxiliar partos com fetos posicionados
corretamente auxiliando somente na tração e partos distócicos de bovinos conseguindo
reverter o feto para saída pelo canal do parto, participação também no auxilio obstétrico
de ovinos. Observação dos animais no aprisco para detectar sinais de trabalho de
parto.
Figura 13: Inseminação artificial
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Quanto à nutrição os animais da Fazenda Experimental Pé da Serra houve a
possibilidade de acompanhar o desenvolvimento e a execução das dietas elaboradas
pela área técnica da Fábrica de Rações para cada espécie visando uma nutrição
adequada e o aumento da produção leiteira, acompanhando dia a dia o fornecimento
dos alimentos no cocho, reajustando as medidas quando necessário. Ainda com
relação ao manejo nutricional, houve acompanhamento da qualidade da silagem e pré-
secado. Realizava-se também a mudança dos animais de piquetes visando
proporcionar alimentação de melhor qualidade nos períodos em que estavam soltos.
Utilizando-se as informações geradas pelo Programa de Análise dos Rebanhos do
Paraná (PARLPR), obteve-se informações sobre a proporção entre gordura e proteína
do leite, nas vacas em produção. Assim, foi identificado um grupo de animais com
acidose sub-clínica.
Com relação ao manejo sanitário em bovinos era realizada a vermifugação das
bezerras após o desmame, e vacinação contra clostridioses aos 4 meses. Os animais
que estavam entre o terceiro e o oitavo mês de vida recebiam a vacinação contra
brucelose bovina, imunização realizada com a vacina B19. Um lote de animais
adquiridos pela propriedade passou por um período de quarentena em um piquete
isolado do rebanho, neste período foi realizada uma serie de exames como: inoculação
de tuberculina para o diagnostico da tuberculose e coleta de sangue para exames de
brucelose. Uma amostra de sangue de cada animal foi coletada também e enviada ao
laboratório para obter o diagnostico de outras doenças como: rinotraqueite infecciosa
bovina (IBR), diarreia viral bovina (BVD) e leptospirose. Com o resultado negativo para
brucelose esses animais receberam a imunização contra essa doença, a vacina
aplicada foi a RB 51. No mês de setembro, que ocorre a brotação das pastagens, foram
vacinadas contra pasteurelose. Acompanhamento de administração de dipropionato de
imidocarb (Imizol®) como tratamento profilático para piroplasmose. Nas atividades
sanitárias da ordenha foi realizado o California Mastit Test (CMT) para o diagnóstico de
mastite e o teste da caneca do fundo preto com a mesma finalidade, através de
alterações nas características do leite, como formação de grumos por exemplo. Ainda
nas atividades executadas na ordenha visando a sanidade, destaca-se a realização do
pré-dipping e pós dipping. Realização de vermifugação de ovinos e caprinos utilizando
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fosfato de levamisol 18,8% (Ripercol L 150 F®) antihelmintico e imunoestimulante
injetável por via subcutânea. A dose utilizada nos animais adultos foi de 2 mL e 0,5 mL
nos borregos e borregas.
Relacionado ao manejo geral de produção foi realizado tratamento do umbigo de
animais recém-nascidos, a mochação de bezerras desmamadas, identificação dos
animais com brincos numerados para elaboração de uma ficha contendo os dados do
animal, casqueamento e tosquia de ovinos e administração de ferro em leitões com dois
dias de vida.
Na área de clínica médica e cirúrgica foram acompanhados e realizados diversos
procedimentos como: diagnóstico e tratamento de timpanismo de bovinos e ovinos,
realizando a técnica de esvaziamento dos gases através de agulhas estéreis em ovinos
e trocater em bovinos, aliviando a compressão de outros órgãos causada pelo aumento
do rúmen por conta dos gases. Diagnósticos e tratamentos de piroplasmose em
bovinos também foi um dos procedimentos realizados. Houve possibilidade de
acompanhar diagnósticos de hipocalcemia pós-parto em vacas, um distúrbio
metabólico, os tratamentos eram realizados com a administração de 1 L de cálcio por
via intravenosa lentamente para evitar qualquer efeito toxico sobre o sistema
cardiovascular, controlando a velocidade da infusão para evitar arritmias. Tratamento de
metrite com antibioticoterapia, e também diagnóstico e tratamento de mastite clínica e
sub-clínica com antibióticos intramámarios e selante de teto.
Acompanhamento e auxilio no procedimento cirúrgico de cesariana em ovino, em
que o feto já estava em estado de óbito, cirúrgica realizada com sucesso tirando a
fêmea de risco. As atividades realizadas no estágio estão listadas na Tabela 1.
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Tabela 1: Atividades realizadas no estágio curricular
Atividade N %
Manejo nutricional de ovinos 90 12,29%
Vermifugação de ovinos 87 11,88%
Diagnostico de gestação por palpação 68 9,28%
Casqueamento de ovinos 60 8,19%
Diagnostico de gestação por ultrassonografia 57 7,78%
Administração de ferro em leitões recém-nascidos 50 6,83%
Inseminaçao artificial 40 5,46%
Auxilio ao parto de ovinos 34 4,64%
Pré-dipping e pós-dipping 30 4,09%
Californa Mastit Test (CMT) 30 4,09%
Manejo nutricional das vacas em ordenha 30 4,09%
Identificação de borregos com brincos numerados 28 3,82%
Protocolos de sincronização hormonal para I.A.T.F 25 3,41%
Tratamento profilático de tristeza parasitária 22 3,00%
Tosquia de ovinos 20 2,73%
Coleta de amostra sanguínea para exames laboratoriais 10 1,36%
Vermifugação de bezerras 8 1,09%
Identificação de bezerras com brincos numerados 8 1,09%
Tratamento de tristeza parasitária 6 0,81%
Tuberculinização para exame 5 0,68%
Coleta de amostra sanguínea para exame de Brucelose 5 0,68%
Tratamento de mastite sub-clínica 4 0,54%
Tratamento de hipocalcemia pós-parto 3 0,40%
Parto distócico 3 0,40%
Manejo de bezerro recém nascido 3 0,40%
Tratamento de timpanismo gasoso 2 0,27%
Tratamento de metrite 2 0,27%
Cesariana em fêmea ovina 1 0,13%
Cesariana e ovariohisterectomia em cadela 1 0,13%
Total 732 100%
52
7. ACOMPANHAMENTO DOS ANIMAIS EM PRODUÇÃO COM PORCENTAGEM DE
GORDURA MENOR QUE A PORCENTAGEM DE PROTEÍNA NO LEITE
Durante o período de estágio foram estudadas as produções de 19 vacas que
apresentaram porcentagem de gordura baixa. Foram calculadas as relações gordura-
proteína, que estão apresentadas na Tabela 2.
Tabela 2: Relação gordura-proteína do leite dos animais da Fazenda Pé da Serra
Vaca número % Gordura % Proteína Relação
1 2.41 3.56 0.68
2 2.19 3.21 0.68
3 2.46 3.53 0.70
4 2.19 3.12 0.70
5 2.46 3.30 0.73
6 2.40 3.25 0.74
7 2.06 2.72 0.76
8 2.66 3.37 0.79
9 2.50 3.16 0.79
10 2.50 3.07 0.81
11 2.80 3.41 0.82
12 2.88 3.22 0.89
13 2.71 2.94 0.92
14 2.68 2.84 0.94
15 2.52 2.62 0.96
16 3.47 3.59 0.97
17 3.33 3.43 0.97
18 2.61 2.67 0.98
19 3.41 3.42 1.00
Média 2,64 3,18 0,83
Desvio-padrão 0,39 0,30 0,11
53
7.1 REVISÃO DE LITERATURA: ACIDOSE RUMINAL
A utilização de dietas ricas em fibras ou concentrados induz a alterações na
fisiologia ruminal, uma vez que, dependendo do alimento, altera-se a população de
microrganismos, taxa de passagem do alimento, motilidade e velocidade de absorção
dos nutrientes. Estes fatores podem causar uma série de distúrbios metabólicos que
podem acarretar em perda de eficiência e produção dos animais, e consequentemente,
prejuízos econômicos para os produtores (VAN CLEEF et al, 2009).
As doenças relacionadas à produção são transtornos metabólicos que se
apresentam em um grupo de animais de produção, induzidos por medidas de seleção
ou manejo, e que têm como causa um desequilíbrio entre a entrada de um ou mais
nutrientes ao organismo, sua biotransformação e a saída do organismo (VAN CLEEF et
al, 2009).
Estudando os efeitos da proporção gordura-proteína do leite, Koeck et al (2014)
demonstraram que em vacas com alta proporção gordura-proteína há maior incidência
de cetose.
A acidose ruminal é uma doença metabólica de evolução aguda ou crônica,
causada pela ingestão abrupta, sem prévia adaptação de alimentos ricos em
carboidratos, os quais, fermentados no rúmen, produzem grandes quantidades de ácido
lático, provocando inicialmente acidose ruminal e atonia neste órgão, seguida de
acidose sistêmica, desidratação, prostração, coma e, freqüentemente, morte (MILLEO
et al, 2006).
As alterações nas características físico-químicas do suco ruminal estão
relacionadas com a diminuição do pH causada pela excessiva elevação na
concentração do ácido lático (rápida proliferação de bactérias Gram-positivas
Streptococcus bovis e Lactobacillus sp) no rúmen, que altera a osmolaridade do meio,
aumentando-a, tornando o meio hipertônico em relação ao plasma. A acidose é uma
enfermidade de grande impacto econômico, pois acomete normalmente os bovinos
mantidos em sistemas de confinamento e alimentados com dietas hiperglucídicas com a
finalidade de atingirem seu peso e o seu potencial máximo (MILLEO et al, 2006).
Na forma aguda do distúrbio há um aumento exacerbado na osmolaridade
ruminal, assim como acúmulo de glicose e lactato nas suas duas formas
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estequiométricas, o D-lactato e o L-lactato no líquido ruminal. Na forma subaguda, há
um pequeno acúmulo de ácido lático no rúmen, e grande parte da alteração no
ambiente ruminal é devida ao acúmulo de grandes concentrações de ácidos graxos
voláteis (VAN CLEEF et al, 2009).
Para o diagnóstico destas enfermidades ligadas ao sistema digestório dos
ruminantes, especialmente aquelas dos compartimentos pré-gástricos, é realizada a
análise do fluido ruminal, avaliando os seguintes parâmetros: aspectos organolépticos
(cor, odor, consistência), avaliação in vitro dos infusórios (densidade, motilidade e
tamanho dos protozoários), pH, tempo de sedimentação e flotação, teste de redução do
azul de metileno (TRAM), contagem de infusórios e percentual de protozoários viáveis,
pois a microbiota do rúmen é altamente sensível às alterações externas e internas às
quais rotineiramente estão submetidos os animais (MILLEO et al, 2006).
O diagnóstico da acidose ruminal depende não somente da coleta e avaliação do
líquido ruminal, mas também da historia clínica e avaliação da sintomatologia que pode
estar associada com a enfermidade (BERCHIELLI et al, 2011).
A quantidade e a diversidade de protozoários no suco ruminal, são influenciadas
pelas dietas ingeridas, pelo pH e pelas relações que estabelecem entre si e com a
população bacteriana. No entanto, o pH do conteúdo ruminal é fator determinante na
concentração e composição da população de protozoários (MILLEO et al, 2006).
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Após três horas do período de indução, foi observado que a motilidade dos
protozoários sofreu uma diminuição significativa (p<0,05), ocorrendo grande
comprometimento desta característica (Figura 14).
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batimentos por minuto, a temperatura corporal também apresentou elevação (Figura
15).
Figura 15: Temperatura corporal e frequência cardíaca referentes aos sinais clínicos na
acidose metabólica
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8. CONCLUSÃO
A demanda por leite e carne aumentou a intensificação da produção. Visando
atender o mercado, novas tecnologias foram desenvolvidas para se obter maior ganho
produtivo e econômico. O manejo reprodutivo eficiente representa o ponto mais
relevante da produção que é o reflexo da produtividade individual dos animais. Nos
últimos tempos uma biotecnologia vem se destacando na pecuária nacional: a
inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F) com a alternativa da reprodução do
rebanho ser melhor controlada. Esta ferramenta possibilita animais serem inseminados
sem a observação de cio, mais bezerros nascendo e com um ganho genético de uma
geração para outra, planejamento dos lotes a serem inseminados com dia e hora pré
determinado, concentra nascimento e desmama em um período previsto, diminui o
intervalo entre partos, tem maior eficiência nas taxas de concepção comparada a
inseminação artificial convencional. Com essas e algumas outras vantagens, trazendo
resultados satisfatórios para o produtor é possível concluir que há eficácia no uso de
protocolos de sincronização do ciclo estral através do uso de protocolos hormonais.
No manejo nutricional, a partir das informações geradas pelo Serviço de Controle
Leiteiro, que possibilitam aos veterinários gerenciar os rebanhos, torna-se possível ter
conhecimento sobre a relação gordura-proteína do leite, contagem de células
somáticas, pico de produção, persistência de lactação e outras informações
importantes.
No presente trabalho, as informações proporcionaram a detecção de acidose
sub-clínica em mais da metade das vacas em produção, fato considerado de grande
relevância, por estar diretamente relacionado com a diminuição da degradabilidade do
alimento pela biota ruminal, resultando em não atendimento das necessidades
nutricionais, e consequentemente, em diminuição da produção leiteira.
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